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SEMIOLOGIA 14 NEONATOLOGIA Semiologia do recém nascido pdf

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Arlindo Ugulino Netto; Yuri Leite Eloy – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
1
MED RESUMOS 2011
ELOY, Yuri Leite; NETTO, Arlindo Ugulino.
SEMIOLOGIA 
AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
(Professor João Medeiros Filho)
O termo recém-nascido (RN) consiste no período que se estende desde o nascimento até o 28º dia de vida, após 
esse período (e até 1 ano de vida), passa a ser chamado de lactente. Apesar do recém-nascido compreender um 
pequeno período (28 dias), constitui um grupo heterogêneo, tendo assim a necessidade de classificá-lo para que seja 
necessária a identificação das situações de risco.
CLASSIFICA‚O
QUANTO A IDADE GESTACIONAL
Os recém-nascidos podem ser classificados quanto à idade gestacional em:
 Pré-termo: são aqueles cuja idade gestacional é inferior a 37 semanas, podendo algumas literaturas referir 38.
 A termo: compreendido entre 37 a 42 semanas (41 semanas e 6 dias).
 Pós-termo: mais de 42 semanas.
Essa classificação é de extrema importância para a avaliação semiológica do RN, principalmente no que diz 
respeito ao seu prognóstico, como exemplo: recém-nascidos pesando 1,4 kg a termo, tem melhor prognóstico do que um 
RN na mesma faixa de peso, pré-termo.
Atualmente considera-se que RN com peso menor que 2500g, independente de sua idade gestacional, é 
considerado um RN de baixo peso.
QUANTO À RELAÇÃO PESO/IG
Além dessa classificação descrita, existe outra de grande importância e que deve ser conhecida pelo médico 
neonatologista. Ela avalia a relação do peso com idade gestacional (IG). Dessa forma temos:
 Pequenos para IG (PIG): RN que apresenta peso ao nascer abaixo do percentil 10 na curva de crescimento 
intra-uternio.
 Adequado para IG (AIG): situado entre os percentis 10 e 90 na curva de crescimento intra-uterino.
 Grandes para IG (GIG): superior ao percentil 90 na curva de crescimento intra-uterino.
Assim os recém-nascidos a termo, pré-termo e pós-termo, podem ser pequenos, apropriados e grandes para 
idade gestacional. Com isso matematicamente os recém-nascidos podem ser classificados de 9 formas, de acordo com 
as classificações propostas.
Sabe-se que a medicina não é uma ciência exata, muito 
pelo contrário, existem diversas condições fisiológicas, 
patológicas, nutricionais, que podem determinar variações na 
idade gestacional do feto e tamanho. Com isso a maioria das 
classificações trabalha com faixas de normalidade, e não com um 
valor absoluto, em neonatologia, não é diferente, uma vez que a 
relação peso/IG é dada em percentil. Por isso foi feita uma tabela
padrão, que é utilizada em todo o mundo, embora sofra algumas 
modificações devido a questões raciais, étnicas entre outras 
especificas de cada país.
A interpretação da curva de crescimento intra-uterino, 
fundamental para a classificação do RN, é feita da seguinte forma: 
Tomaremos como exemplo um RN nascido com 35 semanas (pré-
termo), pesando 2kg. De acordo com a curva de crescimento 
intra-uterino o mesmo apresenta um tamanho apropriado. 
Entretanto, outro RN com IG 39 semanas, com o mesmo peso, é 
considerado pequeno para IG.
Por isso é importante salientar que um RN pode-se 
apresentar a termo com baixo peso e pequenos para idade 
gestacional. 
Sobre esse aspecto é importante saber que o crescimento 
fetal ocorre principalmente devido a fatores genéticos, entretanto 
pode sofrer influência de condições patológicas, como é o caso da 
Arlindo Ugulino Netto; Yuri Leite Eloy – NEONATOLOGIA – MEDICINA P7 – 2010.2
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hipertensão arterial, que gera uma vasoconstricção dos vasos uterinos, e com isso, determina um baixo fluxo de 
nutrientes e O2 para o feto, e mesmo que seja a termo, apresentará um baixo peso. Entre outros fatores podem ser a 
toxoplasmose congênita e rubéola, que interferem fortemente no desenvolvimento do RN, além da nutrição materna, que 
desempenha um papel fundamental para o crescimento normal do RN.
PECULIARIDADES FISIOLƒGICAS DO RN
Antes de iniciarmos o estudo semiológico propriamente dito do RN é importante ter conhecimento sobre algumas 
peculiaridades, tais como:
 Distribuição de água corpórea: quanto a este aspecto deve-se saber que quanto menor por o indivíduo, mais 
água corporal ele possui. Dessa forma, um feto de 16 semanas apresenta cerca de 93% do seu peso 
representado por água. No RN a termo esse valor está em torno de 75%, já no adulto corresponde a 55% do 
peso. Com isso durante a realização de infusão de líquidos nos RN deve-se levar em consideração esses 
aspectos. Outra consideração importante sobre a distribuição de água, é que nos adultos, grande parte da água 
(2/3) está contida no compartimento intracelular e 1/3 no extracelular. Em contrapartida no feto e recém-nascido 
o espaço extracelular é o compartimento que possui mais água. Com o crescimento, ocorre uma contração 
desse espaço, que vai perdendo água, e em torno do 10º dia, o espaço intracelular passa a ser dominante. 
 Perda de peso ao nascer: é normal o registro de perda de peso nos primeiros 10 dias de nascimento, fato este 
que está associado principalmente à incapacidade fisiológica do RN em se alimentar (amamentação) e, além 
disso, ocorre uma perda do excesso de água descrito anteriormente. Com isso esse RN recupera o peso a partir 
do 10º dia. Quando prematuro, inicia a recuperação em torno de 15 dias. 
 Imaturidade do Sistema Renal: nos RN a taxa de filtração glomerular é menor quando comparada com 
crianças maiores e adultas. Sendo necessária uma atenção especial na infusão de líquidos e bicarbonato de 
glicose. Por isso, frequentemente, os RN podem apresentar glicosúria, devido a não absorção de bicarbonato 
infundido. Além disso, a filtração glomerular desempenha um papel importante sobre a vida média do fármaco na 
circulação sanguínea. Um exemplo são os antibióticos que nos RN são administrados em intervalos maiores, por 
permanecer maior tempo na circulação sanguínea, os aminoglicosídeos, por exemplo, em RN são administrados 
em intervalos de 36 horas.
 Limitações do Aparelho digestivo: a começar pela limitação da capacidade gástrica e deficiência transitória de 
lactase. A deficiência de lactase pode levar nas primeiras semanas uma hiperdefecação, com presença de fezes 
líquidas, amarelo-ouro, explosivas e ácidas, devido a um reflexo gastrocólico exacerbado. Entretanto, essas 
condições são extremamente normais para um RN. Após um determinado tempo, em que as condições 
absortivas do RN já estão mais amadurecidas, o leite materno é bem absorvido, e com isso o RN pode ficar 2 a 
3 dias sem evacuar, ou até mesmo 1 semana, sendo está uma condição normal (a não ser que haja uma 
distensão abdominal importante). Essas informações são importantes para que não sejam cometidas 
iatrogenias.
 Sistema Cardiorrespiratório:
 Limitações do Sistema Imune: sabe-se que a primeira barreira física contra a entrada de microorganismos
patogênicos é a pele. Essa nos RN se apresenta fina, podendo ser facilmente penetrado por bactérias. Além 
disso, apresenta uma deficiência de imunoglobulinas (IgM e IgA). Entretanto a IgG apresenta-se normal ou 
elevada, pois por ser de baixo peso molecular, tem a capacidade de atravessar a barreira placentária, conferindo 
uma proteção adicional ao feto.
 Sistema Endócrino: nos RN prematuros podem desenvolver um quadro de hipotireoidismo transitório. 
AVALIA‚O SEMIOLƒGICA DO RN
Constitui uma etapa imprescindível à avaliação do RN. A partir dos dados obtidos através de uma anamnese 
criteriosa, elabora-se sua história clínica, identificando-se os fatores de risco, seja nos antecedentes familiares e 
maternos, seja na história da gestação, do parto e do nascimento. Na evolução pós-natal, informações indispensáveis, 
complementadas com um exame físico cuidadoso, vão ensejar a formulação do diagnóstico clínico ou das hipóteses 
diagnósticas.
ANAMNESE
Consiste em uma etapa de extrema importância. Considera-se queela corresponda a cerca de 50 a 80% da 
avaliação semiológica do RN, quando relacionada à importância clínica. Através dela é possível o estabelecimento de 
uma relação médico-paciente adequada, principalmente na ocasião, ou seja, mãe e filho. 
Além disso, é através da anamnese que se pode pensar nas principais hipóteses diagnósticas, levantadas a 
partir da história clínica da gestante, antecedentes fisiológicos, patológicos, ginecológicos, obstétricos, intercorrências 
durante a gravidez, entre outras que fornecem informações importantes para o diagnóstico clínico.
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Assim os principais fatores que devem ser considerados nas pacientes s€o:
 Condições da Mãe: pacientes jovens, no incio da puberdade, configuram uma gesta‚€o de alto risco, com 
histƒria de promiscuidade, DST. O contr„rio tamb…m … v„lido: mulheres prƒximas a menopausa, em faixa de 40 
a 45 anos, tamb…m estabelece gravidez de risco, principalmente para ocorr†ncia de cromossopatias, 
especialmente a sndrome de Down.
 Procedência e Estado sócio-Cultural: avalia as condi‚‡es em que a paciente est„ exposta, principalmente, a 
presen‚a de „reas com doen‚as end†micas, condi‚‡es de moradia.
 Pré-Natal: a n€o realiza‚€o de pr…-natal j„ configura uma situa‚€o de risco aumentado.
 Antecedentes 
o Familiares: doen‚as heredit„rias (metabƒlicas, hematolƒgicas, mucoviscosidade, ECT) e 
infectocontagiosas ativas.
o Maternos: avaliar se a m€e … portadora de alguma patologia que pode ter repercuss‡es no concepto. 
Entre as principais temos: diabetes, cardiopatias, presen‚a de doen‚as infecto-contagiosas como 
tuberculose, DST, hipertens€o arterial, nefropatias, colagenoses, uso de medicamentos, drogas, „lcool, 
tabagismo.
 História Obstétrica: 
o Gestações Prévias: m„ histƒria obst…trica j„ configura uma situa‚€o de risco. Os seguintes dados 
devem ser abordados: nˆmero de gesta‚‡es, abortos, mortes neonatais, prematuridade, RN de baixo 
peso, malforma‚‡es, doen‚a hemoltica do RN.
o Gestação atual: data da ˆltima menstrua‚€o, idade gestacional, incio e termino do pr…-natal, nˆmero 
de consultas, gesta‚€o ˆnica ou mˆltipla, DST, infec‚‡es, eclampsia, pr…-eclampsia, medicamentos e 
drogas abortivas (m€es epil…pticas em uso de „cido valproico), sangramentos, „lcool, tabaco
o Trabalho de Parto: incio, apresenta‚€o, tempo de bolsa rota, dura‚€o do trabalho de parto, tipo de 
parto, normal, cesariana, fƒrceps, uso de f„rmacos, anestesia geral ou bloqueio. 
o Condições de nascimento do RN: necessidade de reanima‚€o, vitalidade pelo escore de APGAR, uso 
de O2, surfactante, ventila‚€o, elimina‚€o de mec‰nio, amamenta‚€o, avaliar fluxo urin„rio.
EXAME F„SICO
Apƒs o nascimento detecta-se que o RN encontra-se est„vel hemodinamicamente, com aus†ncia de sinais e 
sintomas que indiquem uma assist†ncia mais invasiva. Com isso pode-se seguir com a realiza‚€o do exame fsico 
adequado. Caso contr„rio, devemos proceder com os passos de reanima‚€o do RN. 
Uma das primeiras medidas a serem tomadas pelo neonatologista ainda na sala de parto … identifica‚€o do RN, 
e posteriormente realizar o primeiro contato do feto com a m€e, incentivando a amamenta‚€o nos primeiros 30 minutos. 
Depois disso, segue-se com os dados antropom…tricos (1) pesagem, (2) descrição dos perímetros cefálico, torácico 
e abdominal, al…m da ausculta cardíaca e respiratória.
Um exame fsico detalhado deve ser realizado nas primeiras 12 a 24 horas de vida. Lavar previamente as m€os 
e realiz„-lo com o RN despido, tendo-se o cuidado com a hipotermia.
O exame fsico do RN est„ dividido em tr†s etapas: (1) inspeção, (2) exame físico geral e (3) exame físico 
segmentar.
INSPEÇÃO GERAL
Consiste em uma etapa do exame em que se observa o comportamento do RN, sendo uma das etapas mais 
importantes, pois d„ informa‚‡es globais de muito interesse. Assim entre os principais aspectos que devem ser 
investigados nessa etapa da avalia‚€o clnica …:
 Fáceis: normal ou atpica, quando atpica descrever se … sugestivo da alguma patologia como sndrome de 
Down, trissomia do cromossomo 18, sndrome de Goldenhar.
 Sinais de Angústia Respiratória: gemido expiratƒrio, batimentos das asas do nariz, retra‚‡es intercostais.
 Avaliar choro: os RN normais apresentam um choro vigoroso e forte, diferentemente do RN prematuro. Al…m 
disso, os RN a termo que, quando estimulados (toque, mudan‚a de posi‚€o) n€o choram ou se mostram pouco 
responsivos, n€o s€o considerados normais. H„ ainda o choro patolƒgico como na “sndrome do miado do gato”
(Cri-Du-Chat), que se assemelha ao miado de um gato, choro monƒtono e agudo.
 Atividade Espontânea: o RN a termo movimenta-se ativamente, Œ medida que se retiram suas roupas e 
cobertas. Letargia e hipoatividade constituem motivo de preocupa‚€o.
 Postura: o RN normal, a termo, geralmente apresenta uma postura sim…trica e semelhante Œ postura fetal 
(flex€o dos membros inferiores e superiores, cabe‚a e tronco), podendo, se assim…trica, estar relacionada a 
trauma com les€o neurolƒgica perif…rica.
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EXAME FÍSICO GERAL
No exame fsico do RN deve-se avaliar os seguintes crit…rios:
Pele.
Avaliar a cor da pele, textura, presença de manchas ou erupções. Geralmente os RN se apresentam pletƒricos 
(avermelhados – hematƒcrito elevado). Sua textura depende da idade gestacional, assim nos RN pr…-termos, a pele se 
apresenta muito fina e gelatinosa, enquanto que, nos RNs pƒs-termo ela se apresenta seca, enrugada, apergaminhada e 
com descama‚€o acentuada, constituindo-se, por isso, um dos parŽmetros utilizados na avalia‚€o de sua idade 
gestacional. Entre os achados mais comuns que podem ser encontrados nos RN temos: 
 Vérnix Caseoso: substŽncia esbranqui‚ada oleosa que recobre a pele do RN, constituindo uma barreira Œ perda 
de lquidos. Abundante por volta de 35 a 36 semanas de idade gestacional torna-se mais delgado no RN a 
termo, e praticamente est„ ausente no pƒs-termo. 
 Milium Sebáceo: pequenos cistos epid…rmicos de cor branco-perolados ou amarelo-p„lidos, localizados 
predominantemente no nariz, queixo e fronte. Esfoliam-se espontaneamente, sem a necessidade de qualquer 
tratamento.
 Hemangioma Macular: … um nevo vascular verdadeiro. S€o freqentes, principalmente na fronte, nuca e 
p„lpebra superior. Desaparecem em alguns meses, sem necessidade de tratamento.
 Manchas de Vinho Porto (nevus flammeus): n€o desaparecem a dgito-press€o, e s€o permanentes. Podem 
estar associadas Œ Sndrome de Sturge Weber.
 Monteamento: pode ser observados em RNs saud„veis sob o stress do frio, hipot…rmicos, portadores de 
trissomias, s…pticos ou hipovol†micos. Conhecido tamb…m como marmƒreo.
 Lesões: A presen‚a de les‡es na pele pode estar relacionada com problemas sist†micos, por exemplo, RN com 
sfilis cong†nita que apresentam fissuras na pele. Podem apresentar ainda pet…quias que sugerem infec‚‡es 
graves, septicemias. E ainda existem les‡es normais na pele dos RN, uma delas s€o as les‡es de Montgomery, 
manchas arroxeadas conhecidas popularmente como jenipapo, e desaparecem com o tempo. Ainda pode se 
apresentam com p„pulas eritematosas.
 Eritema Tóxico: erup‚€o caracterizada por m„culas, p„pulas e at… algumas vesculas que se espalham pelo 
tronco e, frequentemente, pelos membros e pela face. De causa desconhecida, em geral surge no primeiro ou 
segundo dias de vida, de curso autolimitado, n€o necessitando de tratamento. Geralmente est€o relacionadas a 
processos al…rgicos. Contudo ainda podem ocorrer por infec‚€o de estafilococos ou estreptococos.
 Icterícia: cor amarelada da pele e das mucosas decorrente do aumento do nveis sanguneos de bilirrubina, 
podendo ser normal ou patolƒgica.
Mucosa e Tecido celular subcutâneo
Avaliar o grau de hidrata‚€o,presen‚a de les‡es na mucosa oral. Na avalia‚€o do tecido celular subcutŽneo, 
nota-se que em RN pequenos para a idade gestacional a gordura … escassa e quase ausente. Ao contr„rio nos RN 
grandes para a idade gestacional, como por exemplo, aqueles portadores de diabetes, podem apresentar um aumento 
desse tecido, devendo-se investigar a presen‚a de edema.
Músculo-Esquelético
Avaliar todos os grupos musculares do RN, identificando „reas n€o contr„teis e a ocorr†ncia de possveis d…ficits 
neurolƒgicos. Al…m disso, deve-se saber que os RN apresentam uma hipertonia fisiolƒgica, tendo uma predominŽncia do 
t‰nus flexor sobre o extensor. O melhor local para avalia‚€o da musculatura … o mˆsculo grande peitoral.
No sistema esquel…tico … de extrema importŽncia a avalia‚€o de anormalidades ƒsseas, abaulamentos, 
retra‚‡es importantes etc.
EXAME F„SICO SEGMENTAR
CABEÇA
Perímetro
Como foi dito anteriormente, antes da realiza‚€o do exame semiolƒgico faz-se uma avalia‚€o antropom…trica, 
que dentre os aspectos analisados est„ o permetro da cabe‚a, que normalmente est„ em torno de 34 cm. Entretanto 
esse valor, n€o tem grande significado uma vez que, depende do tamanho do RN, ou seja, mesmo o RN sendo a termo, 
mas pequeno pra idade gestacional poder„ ter um permetro cef„lico menor que 34 cm e n€o necessariamente ser 
patolƒgico. Da mesma forma, RN de m€es diab…ticas a termo, grandes para idade gestacional, podem apresentar um 
permetro cef„lico maior que 34 cm.
Na medi‚€o, o permetro deve ser feito com uma fita inel„stica, passando pela protuberŽncia occipital e pela 
regi€o mais proeminente da fronte. Investigar a presen‚a de micro ou macrocefalia (hidrocefalia … causa comum de 
macrocefalia). A microcefalia pode ocorrer por um crescimento inadequado do enc…falo, ou ainda soldadura precoce das 
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suturas cranianas. Quando ocorre um fechamento precoce dessas suturas, o crŽnio pode vir a adotar formas an‰malas. 
Quando o RN apresenta um fechamento precoce da sutura coronal e lambdƒide vai apresentar uma cabe‚a achatada, 
denominada de braquicefalia. J„ na soldadura precoce da sutura sagital o RN vai apresentar um quadro de 
escafocefalia. 
Apesar das considera‚‡es explicadas acima, alguns RN podem apresentar um permetro cef„lico normal e ser 
portador de hidrocefalia. O permetro cef„lico normal n€o afasta o diagnƒstico de hidrocefalia.
Fontanelas.
As fontanelas s€o espa‚os delimitados entre as suturas ƒsseas do crŽnio, 
que fornecem informa‚‡es importantes sobre a avalia‚€o fsica do RN. A intersec‚€o 
fronto-parietal forma a fontanela anterior, e parieto-occipital a posterior. A fontanela 
anterior geralmente fecha em torno de 6 meses a um ano e meio, enquanto que a 
posterior em torno de 2 a 3 meses.
Nas fontanelas deve-se avaliar o tamanho e tens€o. As fontanelas normais 
s€o aquelas descritas como normotensas, e com amplitude 2 x 2 cm. Nas fontanelas
hipertensas pode-se suspeitar de hipertens€o intercraniana, podendo esta ser 
ocasionada por hidrocefalia. Nas fontanelas amplas, em que devido ao tamanho a 
avalia‚€o da tens€o … prejudicada, pode fazer uma ultrasonografia transfontanela, 
para uma avalia‚€o mais precisa.
A fontanela deprimida est„ presente, por exemplo, em crian‚as desidratadas.
PESCOÇO
O pesco‚o do RN se apresenta curto e fr„gil, devendo ser avaliado principalmente a procura de massas 
palp„veis localizadas.
Assim a avalia‚€o do pesco‚o se inicia com a palpa‚€o da parte mediana a fim de detectar bƒcio, fstulas, cistos 
e restos de arcos branquiais; lateralmente, verifica-se a exist†ncia de hematoma de esternocleiodomastƒideo, pele 
redundante ou pterigium coli. Pesco‚o alado … observado nas sndromes de Turner e Down.
Palpar ainda as clavculas para descartar a presen‚a de fratura, que se caracteriza por assimetria do ombro, 
diminui‚€o da mobilidade, dor e crepita‚€o Œ palpa‚€o.
Explorar a mobilidade e t‰nus, pouca mobilidade do pesco‚o sugere anomalias vertebro-crevicais.
FACE
No exame da face s€o analisados olhos, ouvidos, nariz e boca.
Olhos.
No exame ocular do RN nascido deve-se avaliar o reflexo vermelho, usando um oftalmoscƒpio. Sua aus†ncia 
pode ser sinal de catarata cong†nita. A esclera … branca ou levemente azulada no RN pr…-termo, contudo podem se 
apresentar amareladas. Se for azul-escura deve-se afastar a possibilidade de osteogenesis imperfecta. Observar 
tamb…m sobrancelha, clios, movimentos palpebrais, edema e dire‚€o da comissura.
Avaliar a transpar†ncia do cristalino, se o mesmo … opaco ou n€o. A avalia‚€o do cristalino, devido a sua 
importŽncia clnica, atualmente … feita atrav…s do “teste do olhinho”, que tem o objetivo avaliar a presen‚a do olho 
vermelho (colora‚€o dada pelos vasos retinianos). Quando presente … sinal que o cristalino … translˆcido e a retina … 
normal.
Hemorragias conjuntivais s€o comuns e decorrem da ruptura de pequenos capilares conjuntivais. S€o 
absorvidas espontaneamente e, portanto, n€o necessitam de qualquer tratamento. Secre‚‡es purulentas devem ser 
investigadas.
Pesquisar microftalmia (microcƒrnea – cƒrnea com diŽmetro menor que 9 mm); glaucoma cong†nito
(macrocƒrnea – diŽmetro maior que 11 mm). A presen‚a de estrabismo n€o tem significado nessa faixa et„ria, assim 
como a ocorr†ncia de nistagmo … frequente.
Orelhas.
Avaliar forma, tamanho, simetria, implanta‚€o e a presen‚a de ap†ndices pr…-auriculares (papilomas). A posi‚€o 
normal do pavilh€o auricular … determinada tra‚ando-se uma linha horizontal imagin„ria, passando pelos cantos 
palpebrais internos e externos, cruzando a face perpendicularmente ao eixo vertical da cabe‚a. Se a h…lice da orelha 
estiver abaixo dessa linha, considera-se implanta‚€o baixa que … observada em diversas patologias cong†nitas: 
síndrome de Potter (caracterizada por implanta‚€o baixa das orelhas, micrognatia, maior distŽncia entre os eixos 
oculares e agenesia renal bilateral), síndrome de Goldenhar (caracterizada por altera‚‡es vertebrais, oculares e 
auditivas), triploidias, trissomia do 9 e do 18.
A acuidade auditiva pode ser pesquisada atrav…s da emiss€o de um rudo prƒximo ao ouvido, observando-se a 
resposta do reflexo cƒcleo-palpebral (piscar dos olhos).
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Al…m disso, a forma e tamanho do padr€o auricular guardam uma estreita rela‚€o com a idade gestacional, 
constituindo um dos elementos para avalia‚€o da IG do RN.
Nariz.
Observar sua forma: malforma‚‡es do nariz s€o observadas nas trissomias cromoss‰micas 18 e 21, na 
acondroplasia e outras condrodistrofias. Verificar a permeabilidade das coanas, usando uma sonda nasog„strica. A
presen‚a de corrimentos nasais serossanguinolentas sugere sfilis cong†nita precoce. Muito comum no „pice do nariz 
encontrar pequenos pontos esbranqui‚ados denominados de miliun, j„ explicado previamente.
Boca.
Na avalia‚€o da boca, inclui a inspe‚€o dos l„bios, avaliando sua integridade e presen‚a de les‡es, al…m disso, 
presen‚a de mal-forma‚‡es, como … o caso da fenda labial (l„bio leporino). Nos RN que mamam de forma vigorosa … 
muito comum encontrarmos calos de suc‚€o.
Quanto ao palato avaliar se est„ ntegro e de conforma‚€o normal ou em ogiva (palato alto). Na cavidade oral 
em si … muito comum a presen‚a de placas esbranqui‚adas sobre a base eritematosa causada por infec‚€o fˆngica 
(Candida albicans). Ocorre com frequ†ncia em RN imunossuprimidos, sendo a infec‚€o transmitida pela prƒpria m€e. 
Al…m disso, pode haver pequenas escoria‚‡es, na maioria das vezes de causa iatrog†nica, quando a limpeza da 
cavidade oral para retirada de muco, n€o era realizada com a “p†ra”, mas sim com gaze, produzindo essas escoria‚‡es. 
Um pequeno nˆmero de RN pode apresentar dentes fragilizados, que devem ser retirados evitando a aspira‚€o.Avaliar o tamanho da lngua, existindo macroglossia, pode caracterizar uma sndrome onde h„ um queixo 
pequeno, a lngua n€o se fixa de forma adequada ao assoalho da boca, podendo sufocar o RN, sendo necess„ria 
algumas vezes a realiza‚€o de corre‚€o.
As p…rolas de Epstein s€o pequenas forma‚‡es esbranqui‚adas, junto Œ rafe mediana e, Œs vezes, nas gengivas.
TÓRAX
O tƒrax do RN … cilndrico e seu permetro … cerca de 2-3 cm menor que o cef„lico. O ap†ndice xifƒide … saliente 
e, por vezes, palp„vel. Assimetrias podem ser determinadas por malforma‚‡es de cora‚€o, pulm‡es, coluna ou 
arcabou‚o costal.
A hipertrofia bilateral das glŽndulas mam„rias decorre da a‚€o dos estrog†nios maternos e deve ser distinguida 
de mastite, geralmente unilateral, causada por estafilococos. O diŽmetro da glŽndula mam„ria … um dos parŽmetros para 
avalia‚€o da idade gestacional. Da mesma forma que no adulto a avalia‚€o do tƒrax, aparelho respiratƒrio e 
cardiovascular deve ser seguida com a inspe‚€o, palpa‚€o, percuss€o e ausculta.
Pulmões.
A respira‚€o do RN … do tipo abdominal e irregular, sobretudo em prematuros, quando predominantemente 
tor„cica e com retra‚€o, denotando dificuldade respiratƒria. A freq†ncia est„ em torno de 30 a 50 movimentos por 
minuto. Estertores ˆmidos, logo apƒs o nascimento, normalmente s€o transitƒrios e desaparecem nas primeiras horas de 
vida. Sua persist†ncia, diminui‚€o global ou assimetria do murmˆrio vesicular implicam avalia‚€o criteriosa.
Avaliar a presen‚a de angˆstia respiratƒria, que se caracterizam principalmente por altera‚‡es na freq†ncia 
respiratƒria, retra‚‡es intercostais, gemidos expiratƒrios, batimentos de asas do nariz e cianose.
Cardiovascular.
Avaliar a freq†ncia cardaca, que geralmente est„ em torno de 120 a 160 batimentos por minuto, n€o 
esquecendo o pulso perif…rico, principalmente o pulso femoral, que quando ausente, est„ associada Œ cardiopatia grave, 
denominada de coarcta‚€o da aorta. O pulso umbilical … ideal para avalia‚€o.
Nos RN normais, h„ uma hiperfonese da 2 bulha, podendo ouvir sopros, presentes devido ao n€o fechamento 
completo das comunica‚‡es do sistema arteriovenoso, como canal arterial. A palpa‚€o e percuss€o no RN n€o t†m um 
grande valor clnico.
Lembrar os sinais de insufici†ncia cardaca: taquicardia, hepatomegalia, ritmo de galope, taquipn…ia, sibilos e 
estertores.
ABDOME
Inspeção.
O permetro do abdome … cerca de 2-3 cm menor que o cef„lico. Al…m disso, pode se apresentar com aspecto 
globoso, devido Œ despropor‚€o do tamanho da cavidade em rela‚€o aos ƒrg€os. Distens€o pode ser devida Œ presen‚a 
de lquido, visceromegalias, tumora‚‡es. Entretanto uma condi‚€o importante … o leo paraltico, em que o abdome se 
apresenta liso e brilhante, onde n€o se observa peristaltismo de luta, mas sim rudos hidroa…reos diminudos ou 
ausentes e, quando administrada sonda nasog„strica, drena secre‚€o biliosa. Ocorre principalmente quando o RN se 
apresenta com infec‚€o grave, sepse ou ainda enterocolite necrotizante. 
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No abdome distendido por um quadro obstrutivo percebe-se o peristaltismo de luta, com ruídos hidroaéreos 
exacerbados. Obstrução ou perfuração intestinal são as principais causas. O abdome escavado por sua vez está 
presente principalmente nas hérnias diafragmáticas, que está associado com desconforto respiratório.
A diástase de retos abdominais e de observação frequente e sem significado.
Examinar o coto umbilical que de início é de coloração branco-azulada e de consistência gelatinosa, passando 
por um processo de mumificação por volta do 3º e 4º dias, seguida de sua queda entre o 6º e 15º dias de vida. 
Normalmente, existem duas artérias e uma veia no umbigo; artéria umbilical única pode estar associada a anomalias 
renais ou problemas genéticos. A presença de secreção fétida no coto umbilical, edema e hiperemia de parede 
abdominal indicam onfalite.
Palpação.
Observar se existem distensão, rigidez, dor e massas ou vísceras palpáveis. Em condições normais, o fígado 
pode ser palpado cerca de um a dois centímetros do rebordo costal direito. Uma ponta de baço palpável na primeira 
semana também pode ser normal, entretanto deve-se considerar também causas patológicas, tendo em vista a 
possibilidade, entre outras, de infecção perinatal. Os rins podem ser palpáveis, principalmente o direito, lembrando que o 
aumento renal pode ser devido à doença policística, trombose de veia renal e hidronefrose. Pesquisar a existência de 
outras massas abdominais (tumor de Wilms, cistos ovarianos, cistos mesentéricos, neuroblastoma, etc.)
Percussão.
Através da percussão, é possível delimitar as vísceras, massas abdominais e avaliar com mais precisão a 
presença de líquido ascítico, pesquisando-se a chamada macicez móvel, com mudança de decúbito.
Ausculta.
Permite verificar a presença de ruídos abdominais, conforme se salientou anteriormente.
GENITÁLIA
Masculina.
Presença de fimose é a regra no RN masculino. O pênis normal deve medir mais que 2 cm. A palpação da bolsa 
escrotal permite verificar a presença ou a ausência, sensibilidade e consistência dos testículos. No RN a termo a bolsa 
escrotal se apresenta pregueada, enquanto que o pré-termo tem uma superfície lisa. 
A hidrocele é frequente e, a menos que seja comunicante, se reabsorverá com o tempo. Observar a localização 
do meato urinário: ventral (hipospadia) ou dorsal (epispadia). A presença de hipospadia associado à criptorquidia implica 
a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. 
Feminina.
Os pequenos lábios e o clitóris são proeminentes por ação estrogênica materna, dando um aspecto em couve-
flor. Secreções mais ou menos abundantes e por vezes, hemorragias podem aparecer nos primeiros dias, também por 
influência estrogênica. Pesquisar imperfuração himenal, hidrocolpos, aderência de pequenos lábios. Fusão posterior dos 
grandes lábios e hipertrofia clitoriana impõem a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. Anomalias podem levar à 
eliminação de mecônio pela vagina ou uretra feminina.
Ânus e Reto.
Verificar cuidadosamente quanto à sua perviedade, posição e tamanho (cerca de 10 mm). Se necessário, usar 
sonda ou realizar toque retal para uma melhor avaliação. A eliminação de mecônio deverá ocorrer até 48 horas de vida.
EXTREMIDADES
Verificar inicialmente se os membros são simétricos e proporcionais. Observar anomalias dos dedos e membros: 
anomalias falangianas, polidactilia, sindactilia, clinodactilias, dismelias, agenesias. Examinar as pregas palmares única 
em ambas as mais, associada à ausência de uma prega falangiana no 5º quirodáctilo, é observada na síndrome de 
Down.
Entretanto, deve-se ter uma atenção especial para a articulação coxo-femoral, devendo esta ser avaliada 
criteriosamente para afastar a possibilidade de luxação congênita, que é caracterizada por uma displasia no acetábulo, 
em que a cabeça do fêmur não se fixa de forma correta no acetábulo. Para isso, utilizando-se as manobras de Ortolani e 
Barlow com o RN em decúbito dorsal com membros em flexão:
 Manobra de Ortolani: com as duas mãos, o examinador deve segurar as pernas e as coxas da criança, 
apoiando as mãos sobre o joelho do RN e, com os dedos, tentando alcançar a articulação coxofemural (no 
intuito de palpar fenômenos vibratórios nesta articulação). As coxas e as penas do RN devem estar flexionadas. 
Feito isso, realiza-se, simultaneamente, uma rotação externa e abdução da coxa, realizando, ao mesmo tempo, 
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força contra a articulação coxofemural. Tal manobra é positiva mediante a sensação de deslocamento do quadril 
e indica, justamente, displasia do quadril com subluxação da cabeça do fêmur com o acetábulo. 
 Manobra de Barlow: consiste no movimento contrário ao realizadodurante a manobra de Ortolani (e, por isso, 
devem ser realizadas na mesma ocasião). Para isso, aproveitando a abertura já feita durante a primeira 
manobra, com as mãos na mesma posição, realiza-se a rotação interna e adução da coxa. Tal manobra 
sensibiliza ainda mais a de Ortolani, e garante que um eventual deslocamento da articulação da coxa não passe 
despercebido.
OBS1: O exame físico para identificar os casos de DDQ deve ser feito rotineiramente em todos os recém-nascidos. Em resum, a 
manobra de Ortolani, quando positiva, permite o diagnóstico de displasia de desenvolvimento do quadril (DDQ), porém a negatividade 
não o afasta, porque alguns quadris são instáveis mas não luxados. A manobra provocativa de Barlow permite o diagnóstico de 
instabilidade do quadril. Por outro lado em crianças acima de três meses a manobra de Ortolani pode ser negativa, já que mesmo o 
quadril permanecendo luxado pode não ser mais possível a colocação da cabeça femoral no acetábulo. Em relação á manobra de 
Barlow deve ser enfatizado que muitos recém-nascidos com positividade no primeiro exame tornam-se negativos após duas ou três 
semanas.
Portanto, através destas manobras, pode-se realizar o diagnóstico precoce de instabilidades na articulação do 
quadril, garantindo uma recuperação completa através da simples imobilização. Assimetria de pregas das coxas e 
glúteas e o encurtamento do membro afetado constituem indícios clínicos que reforçam a suspeita diagnóstica.
Na maioria dos casos, quando o diagnóstico é feito antes dos três meses 
de idade com manobra de Ortolani Positiva ou manobra de Barlow que se 
mantém positiva, o uso de órtese de abdução (aparelho de Pavlick, cujo uso 
pode ser estendido para crianças com até seis meses de idade) oferece 
resultados excelentes. Quando a indicação é correta, e o aparelho é 
apropriadamente aplicado, de forma a evitar a reluxação da cabeça femoral 
excelentes resultados podem ser alcançados em até 95% dos pacientes. Após 
os três meses de idade o índice de bons resultados com o aparelho de Pavlick 
decresce para 50% , sendo muitas vezes portanto necessária a intervenção 
cirúrgica (manipulação sob anestesia geral, tenotomia dos músculos adutores e 
aparelho gessado pélvicopodálico).Nas crianças acima de seis meses e antes da 
idade da marcha, em torno de um ano, o tratamento é preferencialmente por 
redução sob anestesia geral e gesso.
Esta anomalia não é comum no Brasil, entretanto, ocorre com maior frequência em países norte-americanos, 
sendo mais comum no sexo masculino. 
EXAME NEUROLÓGICO
Durante o exame físico geral do RN, é possível iniciar-se simultaneamente a avaliação neurológica, com base na 
observação da postura, da movimentação espontânea, da resposta ao manuseio, incluindo o choro. Um exame mais 
acurado deve ser realizado, após 24 horas de vida, a fim de minimizar a influência do estresse do parto sobre sua 
performance neurológica.
O exame neurológico do RN possui algumas limitações, principalmente devido aos sinais clínicos, por exemplo,
RN tendo um episódio de convulsão, pode ser um problema neurológico, hipocalcemia, hipoglicemia, ou ainda aqueles 
RN que não tem a capacidade de sucção, pode ser por dano neurológico, ou ainda pode ser sinal de sepse.
Com isso, é importante a realização da anamnese, exemplo, RN com parto laborioso, com APGAR 1, com 
reanimação ainda na sala de parto. Com isso após 2 a 3 horas entra em convulsão, a principal suspeita diagnóstica é 
lesão neurológica e não hipoglicemia.
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Entretanto no RN, o exame neurológico pode ser feito com a pesquisa dos reflexos arcaicos que traduzem uma 
imaturidade, ou falta de mielinização do SNC. Alguns desses sinais desaparecem e alguns outros se modificam, entre os 
principais são:
 Reflexo de Moro: é um movimento global do qual participam os membros superior e inferior; é facilmente 
provocado por um som ou soltando-se subitamente o RN que estava seguro nos braços. A coluna vertebral 
arqueia-se para trás, a face mostra surpresa, os braços e mãos se abrem, encurvam-se para frente num 
movimento que simula um abraço; as pernas se estendem e depois e depois se elevam; pode acompanhar-se 
de choro. A ausência ou redução deste reflexo indica grave lesão do SNC. Quando assimétrico pode significar 
paralisia braquial, sífilis congênita (pseudoparalisia de Parrot) ou fratura de clavícula ou úmero. Desaparece aos 
3-4 meses de idade. Sua forma completa consta de 3 componentes: abdução dos braços e extensão dos 
antebraços sobre os braços, abertura das mãos, choro. Desaparece entre 4 e 6 meses.
 Sucção: O RN normal apresenta sucção reflexa como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios
 Preensão Palmo-Plantar: obtém-se por estimulação da palma das mãos ou planta dos pés com um objeto ou o 
próprio dedo. Entretanto quando o bebê está com a 6 a 8 meses, a preensão já é considerada voluntária e não 
reflexa.
 Marcha Reflexa: sustentando-se o RN sob as axilas em posição supina, encosta-se um dos pés do RN sobre o 
plano. Este contato vai desencadear uma flexão do outro membro inferior, que se adianta e vai tocar o plano à 
frente, desencadeando uma sucessão de movimentos que simula a deambulação. Desaparece aos 2 meses.
 Fuga ou Asfixia: colocando-se o RN em decúbito ventral, de modo que as narinas fiquem obstruídas pelo 
plano onde está deitado, o RN faz uma rotação da cabeça para respirar melhor.

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