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PENAL IV

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03/02/2018
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
ARTIGO 213 DO CÓDIGO PENAL – ESTUPRO – 
Protege dois bens Jurídicos:
1 – DIGNIDADE SEXUAL: Ato de determinação da sexualidade/gênero. Direito a sexualidade
A pessoa evitando a coisificação no campo sexual. A ideia clara de que a dignidade sexual não é uma coisa.
O Direito Penal moderno, repudia o uso do costume para impor a sexualidade da pessoa, pois a pessoa tem o direito de se determinar.
No Direito Penal, ninguém se submete ao costume que defina a sua sexualidade.
O Direito Penal protege até as pessoas sem personalidade. 
Quanto aos costumes, a dignidade sexual não pode se enquadrar, pois não depende do moralismo.
Dignidade: Âmbito Constitucional 
TODA ANALISE SEXUAL TEM QIE SER JURÍDICA.
A pessoa não pode ser vista como patrimônio, nem submetida a costumes. Sendo assim, exclui-se todas as análises costumeiras, moralistas e religiosas.
2- LIBERDADE SEXUAL: Exercício da sexualidade 
SUJEITOS: Atualmente, o estupro abrange qualquer pessoa (homem ou mulher) e qualquer deles podem ser autor ou vítima.
Segundo o artigo 217-A do CP, a vítima não pode ser ou estar vulnerável, caso isso ocorra, utiliza-se o artigo 217-A, que diz: 
Estupro de Vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
OBJETO MATERIAL: O estupro é um crime de resultado, portanto, o objeto material é o corpo, sendo considerado um crime de contato.
Ao se falar do corpo da vítima, o crime de estupro pode ser considerado físico ou psicológico, sendo considerado crime imediato o físico. 
*Crime virtual ofende ao Princípio da Legalidade.
CONDUTA TÍPICA: Constrangimento, forçar, subjugar, obrigar, constranger, pela violência que se manifesta no corpo em um ataque físico de conotação sexual (contato corporal).
ELEMENTO IMPLÍCITO: É necessário que exista a resistência, ou seja, é necessário que a vítima resista; O CONSTRANGIMENTO PRECISA DA RESISTÊNCIA.
A resistência precisa ser clara e objetiva; A vítima não que, não aceita e não concorda. 
“NÃO É NÃO”; O não, por si só já é uma resistência, caso concreto.
MODOS DE EXECUÇÃO: Violência física e/ou grave ameaça.
A violência e a grave ameaça pode ser antes ou depois do ato sexual.
Não há fraude, tem que ter violência.
A vítima é agredida fisicamente, psicologicamente e depois no ato sexual.
PRÁTICAS/ATOS SEXUAIS: Para ser configurado, precisa de prática, ou seja, são necessários:
Conjunção carnal ou atos libidinosos diversos da conjunção carnal, não é o direito penal que os definem; conceitua-se pela medicina forense (introdução do pênis no canal vaginal);
Atos Libidinosos: são determinados pelas práticas sociais submetidas ao controle constitucional. Deve ser ato de clara gravidade podendo ser equiparado à conjunção carnal.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
A vítima não é obrigada a aceitar e sofrer um tratamento de objeto/coisa, como se pertencesse a patrimônio.
Desse modo, o Direito Penal moderno, repudia o uso do costume para definir a sexualidade da pessoa. Seja ele costume social, seja costume religioso; a sexualidade não pode ser imposta à qualquer pessoa determinando-a. 
Não adianta argumentar “mas o costume é assim....”; “secularmente é assim....”; NÃO, a pessoa tem o direito de se determinar.
“O costume sexual na minha cidade…”; “o costume sexual na minha região...”; “o costume sexual na minha igreja...”; “ah o padre falou isso...”; “ah o pastor falou aquilo...”; “ah porque na bíblia está assim..”; “ a porque no alcorão está assim...”.. JURIDICAMENTE, NO DIREITO PENAL, NINGUÉM ESTÁ SUBMETIDO AO COSTUME PARA DETERMINAR A SUA SEXUALIDADE. Nenhuma pessoa pode sofrer uma sanção social, sanção religiosa ou um ataque/agressão social, religiosa em nome do costume.
O Direito Penal protege até as pessoas que não têm capacidade; não é o costume que determinará sexualidade do incapaz. A determinação da sexualidade do incapaz é uma questão de dignidade. 
Aparece então um problema contemporâneo de crianças, adolescentes... (área de família) os pais podem determinar a sexualidade do menor, considerando que é incapaz? Será que os pais podem agredir, forçar, no campo da sexualidade para o Direito Penal? NÃO. Então, temos que pensar sexualidade vinculada à dignidade no âmbito da CRFB/1988, fazendo-se mostrar que a dignidade sexual fundamenta-se na CRFB/88. O Direito Penal configura uma tutela, mas não é a única tutela, ou seja, uma forma de tutela de um direito que é de natureza Constitucional.
***O Direito Penal tutela os incapazes, mas até os 14 anos, a família não pode falar nada, seria considerado estupro, mesmo com consentimento. Após o 14 anos, a família já pode opinar? 
É no sentido da sexualidade de determinar a sexualidade/ dignidade***
Fala-se de sexualidade como a pessoa escolher a sua sexualidade, no sentido próprio do termo. Então nenhuma família pode agredir, constranger, abusar em nome do costume que determina a sexualidade. É UMA ANÁLISE JURÍDICA NO ÂMBITO DA CRFB/88. O Direito Penal ele não aceita a ideia de em sendo incapaz, o costume regerá a sexualidade. Mesmo o incapaz, o costume não poderá reger a sua sexualidade. No caso do menor incapaz, consulta-se o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), mas não se usa o costume. Quando o utiliza, agredindo, abusando, pode-se considerar crime. 
“Ah eu não aceito”; “ah eu não concordo”; com base em qual norma? Qual o fundamento normativo que se usa para não aceitar?”. 
A questão discutida gira em torno da dignidade; da pessoa ter na forma da lei o direito de determinar o seu fim, o seu propósito sexual. 
“Ah mas o incapaz” ... Se o incapaz será tutelado, será tutelado na forma da lei; Ele não será tutelado na forma do costume. Seja costume social, seja costume religioso... 
Se os responsáveis não concordam, não concordam com base em que? Na CRFB/88, CC, ECA, Estatuto do Deficiente, CP? 
Uma agressão, dependendo da agressão, pode configurar crime ou contravenção penal.
De outro modo, perde os costumes, dignidade sexual não pode ser analisada no campo do moralismo. No campo do bem ou do mal. Do certo ou do errado. Não é a moralidade que definirá a dignidade da pessoa no campo sexual. A análise de crime não depende de moralismo; de uma definição do que é bom, do que é ruim, do que é certo do que é errado. A proteção da dignidade, não está consonada a um moralismo relativista da sociedade contemporânea. A proteção da dignidade está no âmbito constitucional. 
QUESTÃO: A PROSTITUTA/PUTA, ELA NÃO TEM DIGNIDADE? CLARO, TEM. A LEI ASSEGURA DIGNIDADE. Ela pode estar no “atacado”, “distribuindo”, isso é um problema dela. O que o resto da população tem com isso? Em nenhum lugar fala que isso é um absurdo... Não se fala na CRFB/88, nem no CC, nem no CP. 
Muitas vezes, diz-se que é absurdo e que o Direito proíbe, mas na verdade é moralismo. Então não se pode fazer uma análise de dignidade sexual pautado no moralismo. Toda análise tem que ser jurídica, começando da CRFB/88. 
Em síntese, no campo da sexualidade a pessoa não pode ser vista, tratada como coisa de patrimônio, como súdito de costume, como sujeito de moralismo. A pessoa tem o direito de definir-se auto determinar a sexualidade construindo a sua trajetória/ o seu propósito de vida no espaço do direito.
Tira-se completamente qualquer analise patrimonial, qualquer analise consuetudinária, qualquer análise moralista. PRECISA-SEDE UMA ANÁLISE PURAMENTE JURÍDICA. Começando pela a CRFB/88. 
O SEGUNDO BEM JURÍDICO QUE O CRIME DO ESTUPRO TUTELA EXISTE TUTELA PARA PROTEÇÃO É A LIBERDADE SEXUAL.
A liberdade sexual é o exercício da sexualidade; as práticas sexuais que a pessoa resolve praticar com outrem ou deixar que outrem pratiquem com ela.
***A questão do adolescente, do menos de 14 anos, se encontra no campo da liberdade sexual.***
Do exercício da sexualidade; prática da sexualidade com quem quer, de uma forma ativa ou de um modo passivo.
Tem-se então dignidade sexual, com o bem jurídico principal e a liberdade sexual. 
A Dignidade é associada a sexualidade (direito a sexualidade); A Liberdade associa-se como exercício da sexualidade. No fundo, os dois bens jurídicos se associam; se vinculam. É uma questão de pensar: O maior e o menor: DIGNIDADE SEXUAL É MAIS ABRANGENTE DO QUE A LIBERDADE, então:
DIGNIDADE: A própria sexualidade; // LIBERDADE: O exercício da sexualidade;
Na modernidade, o estupro ele abrange quaisquer pessoas, homens ou mulheres; fazendo que qualquer um deles sejam autores ativos ou passivos. Tanto o homem quanto a mulher tem toda a possibilidade tem como capacidade a configuração de sujeito ativo ou sujeito passivo.
NO tocante à vítima, pensando o sujeito passivo, há uma especificidade.
As pessoas vulneráveis recebem uma tutela própria, sendo outro crime: Estupro de vulnerável. (menor de 14 anos). Artigo 2017-A
Limita-se então à vítima, o sujeito passivo do estupro art. 213, não pode ser vulnerável, não pode estar em situação vulnerável, se a vítima é ou está em situação de vulnerabilidade, é o estupro especial, estupro de vulnerável, ART. 2017-A.
Aqui se encontra o princípio da especialidade; norma especial derroga a norma geral. Se no caso a vítima é menor de 14 anos, já se sabe que é vitima vulnerável. De todo modo, não é uma questão de idade, é uma questão maior, o problema é a vulnerabilidade.
A toda evidencia, o objeto material é crime de resultado, é o corpo; tradicionalmente, o estupro é um crime de contato. Normalmente, é um crime que exige o contato corporal, o ataque, a agressão corporal do autor contra a vitima no capo sexual.
Corpo da Vítima no sentido físico e psicológico. Imediatamente, é no sentido físico, mas a toda evidencia, nenhum ataque sexual deixa de agredir a psicologia, nenhum ataque sexual deixa de agredir a mente da vítima. 
***CUIDADO: NÃO É O CORPO NO SENTIDO PURAMENTE SEXUAL, NO SENTIDO ANATOMICO E FUNCIONAL, FALA-SE ENTÃO DE SEXUALIDADE NO SEU EXERCÍCIO; SEXUALIDADE ELA TEM UMA MAGNITUDE ENORME, ENTÃO NÃO É O CORPO DA VITIMA NO SENTIDO RESTRITIVO ANATOMICO FISIOLOGICO; PRATICAS SEXUAIS SÃO DE NATUREZAS DIVERSAS; ENTÃO É O CORPO. ***
O ESTUPRO VIRTUAL: NÃO EXISTE. NA VERDADE É UMA EXTORSÃO, CRIME PATRIMONIAL. Só que alguém “inteligente escreveu e outro mais inteligente ainda aplica”. Viola-se o princípio da legalidade, a norma imperativa, o ART 1 do CP. 
A CONDUTA TÍPICA é a conduta de constrangimento, de forçar, de obrigar, de dominar, de subjugar, a vítima tem que ser forçada, constrangida, dominada, subjugada pela violência que se manifesta no corpo em um ataque físico, de conotação sexual; por isso, tradicionalmente o estupro é um crime de contato corporal, porque a pessoa será constrangida violentamente, forçada violentamente, obrigada violentamente, coagida violentamente, o corpo será o objeto do constrangimento, o corpo será violentado.
Então, no estupro, existe um elemento implícito, de extrema relevância: RESISTENCIA; sendo a conduta de constranger, de forçar, coagir violentamente, agredindo o corpo no campo da sexualidade, para se dizer que ocorreu o constrangimento, é necessário que a vítima resista. O constrangimento pede a resistência da vítima, a negação da vítima, não há como dizer que houve constrangimento se a vitima aceitou, se a vitima tolerou, se a vitima podia se defender eficazmente, o estupro é domínio.
A vítima resiste, não quer, não aceita e sofre o constrangimento, a violência contra o seu corpo.
Se a vítima aceita, concorda, quer, não resiste, se ela pode se defender, mas não defende, então não ocorreu o constrangimento; então ela não foi obrigada/forçada. 
Não é uma resistência heroica, que a vitima tem que ficar toda lesionada, sofrer um risco de morte.. É uma resistência clara e objetiva: “não quero”; “não concordo”; “não aceito”. A partir do momento em que a vitima resiste, o autor constrange, obriga, força, usando da violência contra o corpo no campo da sexualidade. Então, tem-se que entrelaçar: constrangimento com resistência para afirmar que houve estupro. 
***QUANDO A VÍTIMA PARALISA É UMA FORMA DE RESISTENCIA.. PORQUE QUEM QUER NÃO PARALISA. A PARALISIA PELO MEDO, PELO PAVOR, AMEAÇA DE MORTE, NORMALMENTE, É CLARA E OBJETIVA, DEIXANDO CLARO A NÃO ACEITAÇÃO DA VÍTIMA, A NEGAÇÃO; A VITIMA ESTÁ MANIFESTANDO RESISTENCIA.
A resistência não precisa ser verbalizada, ela não exige socos ou chutes; a paralisia involuntária (por causa do pavor, do medo, ou por causa do constrangimento, uma faca no pescoço. ***
A resistência mostra que a vitima não queria, não concordou, não aceitou. 
Fazer charme não tem nada a ver com resistência, por isso a resistência tem que ser clara e objetiva.
Nesta linha, a modernidade feminista, ela tem sido mais determinante, o antigo jogo de sedução: “falar não querendo dizer sim”, isso é coisa do passado, que a mulher honesta não podia ser tão direta. “Homens, parem de ficar correndo atrás de mulher na balada, fique lá paradinho na sua esperando”; agora os homens que precisam ser os seduzidos”, pois tudo virou assedio (assedio: constrangimento; força); Grosseria/ Falta de educação é diferente não pode ser assedio (por mais que tenha virado assedio);
O problema (ou solução) atual é que a mulher está sedo mais afirmativa. Então quando falam “NÃO, é não! E ACABOU”. 
“Ah esse não é charme”; “Ah esse não é porque ela quer ser seduzida”; “Ah esse não é porque ela quer ser encantada”: sai desse livro de romance medieval. 
Todo mundo já tem um não de imediato; um não, não ofende. O não já é algo certo. Você já nasce com o não. Não há porque ficar ofendido com o não. O não já está garantido, depois dele, apenas siga. 
DEPOIS DO NÃO, JÁ É CONSTRANGIMENTO. O NÃO JÁ É UMA RESISTENCIA. QUEM QUER NÃO FALA NÃO, SE A MULHER QUER E FALOU NÃO É RETARDADA. “NÃO”, não tem duplo sentido. 
Se você utiliza da violência contra o corpo, entra-se então no campo do constrangimento. Aqui começa a ideia de estupro. COMEÇA. De todo modo, essa resistência, tem que ser clara, objetiva, do início ao fim; tem que mostrar que não quer, não concorda, não aceita do início ao fim; não há modelo pra isso. É caso concreto. 
Se a pessoa está com uma faca no pescoço, e ela te ordena a abrir a perna... “Ah, abriu a perna, se abriu a perna quis...”. Com uma faca no pescoço isso não existe.
A resistência não tem um modelo; não tem que chegar com um deslocamento do globo ocular para mostrar que ocorreu a resistência. CASO A CASO; Mas a resistência tem que ser do início ao fim. 
***TEM ALGUMA CONDIÇÃO PRIVILEGIADA? NÃO. NÃO HÁ NADA QUE JUSTIFIQUE, ATENUE, EXPLIQUE O CONSTRANGIMENTO CONTRA A RESISTENCIA. MAS DESDE QUE SEJA UMA RESISTENCIA CLARA/OBJETIVA DO INICIO AO FIM. DESDE QUE NÃO TENHA JOGO SEXUAL, CHARME. DESDE QUE FIQUE BEM CLARO: “NÃO QUERO, NÃO ACEITO, NÃO CONCORDO!”. TECNICAMENTE, A NORMA NÃO ESTABELECE CIRCUNSTANCIAS DE PRIVILEGIO. ***
O estupro é uma bestialidade, ou seja, não há como construir uma situação de privilegio jurídico numa situação de bestialidade.
No caso de casal, e o marido usa da força física para obter sexo, em determinado momento, pode ser considerado estupro? SIM, ESTUPRO (SE ELA FOR NA DELEGACIA, VOCÊ ESTÁ NA BOSTA). Não só no caso de casados, mas também sendo irmão, namorado, amante. Falou “não”, “não é não”, “está falando muito não, divorcia”. 
Lembrar sempre da DIGNIDADE; Não há nada que ampare o marido: moralismo não pode usar, costume não pode usar, visãopatrimonial não pode usar. Está tudo dentro do âmbito constitucional, a CRFB/88 assegura que homem e mulher são iguais, “igualdade entre os sexos” (igualdade perante a sexualidade).
Da mesma maneira que existe o abandono afetivo, também existe o abandono sexual, mas na modernidade, com o dialogo que existe... Agora forçar, não. Porque antigamente (antes da CRFB/88), PODERIA ALEGAR EXERCICIO DE DIREITO, vigorar na ideia de debito conjugal, então a estrutura família concentrava-se no homem, patriarcalismo puro, e a mulher ela tinha um debito conjugal com o marido. Se a mulher não quisesse a relação sexual, o marido poderia forçar dizendo que estava praticando direito. Desse modo, existia uma excludente de licitude/ exercício de direito. Na modernidade (depois da CRFB/88), essa possibilidade não existe.
No caso de sexo coletivo, a última pessoa, a mulher não concede que a relação sexual com ela, SE A PESSOA FORÇAR, É ESTUPRO. “Ah, mas você já teve relações sexuais com os outros aqui, JÁ TEVE, não significa que tenha que ter com outros, contra a vontade da vítima.”
DIGNIDADE SEXUAL: A pessoa escolhe o que fazer consigo. 
Não é só no sexo coletivo. Há várias pessoas que levam uma vida depravada, mas depois ela começa a ficar “santinha” e surge a questão de que antes ela era de um jeito e agora de outro. Não há nada que explica a subordinação, a dominação. Tanto que em prática sexuais, como de sadomasoquismo, por exemplo, há uma palavra chave, um gesto, previamente estabelecido. Dali à diante, após a pessoa dizer a palavra-chave, pode ser considerado estupro, pois há o constrangimento. 
Então essa resistência, que é um elemento implícito, é um elemento não pessoal, é um elemento necessário para demostrar que houve constrangimento. 
A lei é muito clara, MODOS DE EXECUÇÃO: violência física e/ou grave ameaça.
Então o estupro, é um ataque físico ou psicológico, para vencer a resistência da vítima. Pra vencer a discordância, a negação da vítima. 
Daí pro estupro é domínio, é subordinação; a vítima ela é agredida em duas fases:
1 Física Mentalmente > 2 Sexualmente 
Ela é agredida para ser dominada e depois é agredida no ato sexual.
A violência física ou grave ameaça, pode ser anterior ou concomitante ao ato sexual. Pode agredir a vítima, provocando o desmaio ou a paralisia, por causa de medo ou pavor, e depois realiza o ato sexual, a bestialidade, ou então concomitante, conjuntamente, dependendo do ato sexual.
Essa violência física ou grave ameaça é bastante circunstancial, depende muito do autor (a), do local, o horário, situação social, pois o que pode ser grave ameaça pra uma pessoa, talvez pra outra não seja, o que pode ser um ataque físico pra uns pra outro não. Por isso é necessário a observância da relação do autor com a vítima; clima, geografia, sociedade, horário.
TEM QUE PROVAR A VIOLÊNCIA E A GRACE AMEAÇA. Dominação, subjugação, não é tão simples como parece comprovar. Não tem como padronizar. 
Dependendo da vítima, se mostrar uma faca, já é considerado grave ameaça; já para outra vítima, dependendo, se mostrar uma faca ela tira outra. Dependendo da vítima, o auto dá um tapa e a vítima dá outro. É considerado um caso circunstancial, temos que observar o CASO CONCRETO: aquela violência, aquela grave ameaça, foi o bastante para caracterizar domínio, subjugação; mesmo que por um minuto, mas caracterizou? SIM; para o estupro não existe tempo. 
A toda evidencia não há como constranger, dominar ou subjugar por fraude, então o estupro não é um crime praticado com fraude, TEM QUE EXISTIR A VIOLÊNCIA. Violência física ou psicológica. Violência para superar a resistência, uma violência que impede a defesa, onde a vítima não tem como se defender do autor (a), a vítima está sob domínio, está sob o controle, mesmo que momentâneo. De todo modo, não há como pensar TENTATIVA, sem resistência; se não resisti, quis, se quis não é estupro (nem tentativa cogita).
No caso de ônibus, pode ser considerado como assedio. Se a vítima está dormindo indefesa, é uma situação de vulnerabilidade, se a vítima está bêbada... drogada... é uma situação de vulnerabilidade, não se enquadrando no artigo 213 do CP, mas sim o artigo 217-A do CP. O ESTUPRO E O ASSEDIO NÃO TEM UM MODELO.
O estupro possui uma dupla agressão: 1 a física/psicológica (pode ser anterior/preparatória, mas dependendo da situação pode ser concomitante, junto a agressão sexual); 2 sexual.
O autor pode desistir antes da agressão sexual, o estupro é crime contra a dignidade e a liberdade sexual; tem que entrar no campo da sexualidade. 
LEMBRAR: Ideia basilar do DP: GRAVE OFENSA DO BEM JURÍDICO, SE NÃO ENTROU NO CAMPO DA AGRESSÃO SEXUAL, NÃO OCORREU UMA GRAVE OFENSA AO BEM JURÍDICO. 
Então pensa-se em outro crime: Lesão corporal, constrangimento ilegal, sequestro ou cárcere privado, injuria.
O estupro é um crime complexo, na estrutura dele, pensa-se então primeiro no constrangimento que terá, dependendo da execução, uma lesão corporal, que vai avançar para a etapa sexual, ou seja, a agressão sexual, ou já está tudo misturado. Mas tem que ficar bem claro que ocorreu grave ofensa (pode até ocorrer a ofensa) mas não é crime, crime exige gravidade, pois crime é o máximo do máximo.
Nós estamos vivendo um fenômeno, que foi definido como “futebolização do Direito Penal”, onde todo mundo entende de direito penal. 
SE NÃO TEM VIOLÊNCIA, NÃO OCORREU O ESTURO. NÃO TEM GRAVE OFENSA.
A ofensa é um absurdo, mas não é crime. 
SEGURAR JÁ É VIOLÊNCIA, SEGURAR É DOMINAR, SUJUGOU MESMO QUE MOMENTANEAMENTE
PRÁTICAS E ATOS SEXUAIS: O estupro não é um crime de mero constrangimento, de uma simples lesão corporal, o estupro para configurar grave ameaça/ofensa, ao bem jurídico, precisa de pratica, de conjunção carnal, ou atos libidinosos diversos da conjunção carnal. Então, são dois elementos normativos, porque não é o direito penal que os define. A conjunção carnal é conceituada pela medicina forense: é a introdução do pênis no canal vaginal. 
Atos libidinosos, são determinados pelas práticas sociais submetidas ao controle constitucional. Deve ser ato de clara gravidade, podendo ser equiparado à conjunção carnal. Normalmente sexo anal, sexo oral. A introdução de partes do corpo e de objetos diversos nas cavidades, entrâncias... do corpo. 
Na modernidade, aquele beijo roubado não é um ato libidinoso caracterizador de estupro. É um absurdo, mas não é crime; existindo então, outra solução jurídica para o problema, talvez uma contravenção penal, mas crime não. 
CUIDADO ESPECIAL - PORPORCIONALIDADE: O ESTUPRO É CRIME HEDIONDO, O SUBMUNDO DO CRIME PUNE O ESTUPRADOR. PUNE VIOLENTAMENTE E CONSTANTIMENTO. ENTÃO AFIRMAR QUE ALGUEM É ESTUPRADOR, TEM UMA CONSEQUENCIA SEVERA, CONDENAR ENTÃO...
Alisou, tocou, beijou, apalpou, onde? Como? Quanto? Porque eu não posso transformar qualquer beijo, qualquer alisada, qualquer apalpada, qualquer beliscada, em um ato libidinoso, caracterizador de estupro, não dá. Não pode ser considerado como crime hediondo. É preciso analisar como caso concreto. De modo geral, ato libidinoso concentra-se nas zonas erógenas, ou seja, alisar, tocar, beijar, apalpar, beliscar as zonas erógena, pode caracterizar ato libidinoso, mas dependerá do caso concreto. 
O grave não tem padrão: o cara agarra a mulher por trás e pega nos seios e aperta, depende do caso: como fez? Onde fez? Quanto fez? 
AULA 06/02/2018
Concurso de crimes, concurso material, crime continuado, tudo isso é possível. Violação sexual mediante a fraude
CONSUMAÇÃO: Quando a conduta do agente for dirigida finalisticamente a ter conjunção carnal com a vítima, o delito de estupro se consuma com a efetiva penetração do pênis do homem na vagina da mulher, não importando total ou parcial, não havendo, inclusive, necessidade de ejaculação.
TENTATIVA: Tratando de crime plurissubsistente, torna-se perfeitamente possível, sendo ela praticada a partir do momento em que o agente vier a praticar o constrangimento sem que consiga, nas situações de atividade e passividade da vítima, determinara prática do ato libidinoso.

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