Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Uberaba - MG 2012 UNIVERSIDADE DE UBERABA GESTÃO FINANCEIRA Organização Raul Sérgio Reis Rezende Série Administração © 2011 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor: Marcelo Palmério Pró-Reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa Pena Elias Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância: Fernando César Marra e Silva Assessoria Técnica: Ymiracy N. Sousa Polak Produção de Material Didático: • Comissão Central de Produção • Subcomissão de Produção Editoração: Supervisão de Editoração Equipe de Diagramação e Arte Capa: Toninho Cartoon Edição: Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE AUTORES Alexandre Alvarez Especialista em gerenciamento de pequenas e micro empresas e em do- cência do ensino superior pela Universidade Federal de Lavras. Bacharel em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro de Uberaba. Professor da Uni- versidade de Uberaba nos cursos de Ciências Contábeis e Administração e consultor empresarial. SUMÁRIO Apresentação Componente Curricular: Gestão Financeira 09 Roteiro de Estudo 1 Administrando as receitas e os gastos por meio do fluxo de caixa 11 Roteiro de Estudo 2 Fontes de investimento e de financiamento para decisões gerenciais 27 Roteiro de Estudo 3 Administrando o capital de giro e a alavancagem financeira 47 Roteiro de Estudo 4 Projeções das demonstrações financeiras a curto e a longo prazo 61 Referencial de respostas 78 Atividades de Avaliação a Distância 89 APRESENTAÇÃO Prezado aluno, Neste momento, você está recebendo um material subdividido em quatro roteiros que nortearão os seus estudos no Componente Curricular Gestão Financeira. O componente de Gestão Financeira será mais um importante degrau da sua escada para a graduação em Administração, pois possibilitará tomar decisões gerencias/administrativas com um enfoque quantitativo da empresa em que estiver atuando. Lembre-se de que é de suma importância uma leitura concisa e criteriosa, para que os seus conhecimentos sejam profícuos. Se depois de lidos os textos e resolvidos os exercícios, permanecerem dúvidas, entre em contato com o seu professor tutor e/ou professor responsável pelo componente, por meio da ferramenta “Central de Mensagem”, em seu Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. Tenha ótimos estudos, e esperamos que coloque em prática aquilo que tem aprendido e apreendido durante os seus estudos. Afinal, como escreveu Peter Drucker, “administrar é aplicar o conhecimento à ação.” COMPONENTE CURRICULAR Gestão Financeira 11Etapa VI - Volume 1 ROTEIRO DE ESTUDO 1 Administrando as receitas e os gastos por meio do fluxo de caixa Alexandre Alvarez Objetivos Após o estudo deste roteiro, espera-se que você seja capaz de: • reconhecer os conceitos introdutórios da administração financeira, importantes para sobrevivência das empresas; • diferenciar resultado econômico de resultado financeiro; • selecionar as formas, utilização e apresentação do fluxo de caixa, para as decisões gerenciais. Gestão financeira: algumas considerações Vamos, antes de entrarmos diretamente no assunto relacionado ao Fluxo de Caixa, conhecer e entender o que é e o que representa a gestão financeira para as entidades empresariais, a sua importância no dia-a-dia das empresas. Segundo alguns autores, um dos objetivos da Administração Financeira é maximizar a riqueza dos sócios das entidades, levando em consideração o risco e capital investido pelos mesmos. Partindo deste pressuposto, podemos então dizer que a Administração Financeira divide-se, entre outras, em três atividades: Operacional, Investimento e Financiamento. I) - Atividades operacionais Relacionam-se com o dia-a-dia das empresas, ou seja, aos seus afazeres normais em função do objetivo social. Estas atividades são refletidas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Podemos citar como atividades operacionais a produção, o armazenamento, os controles administrativos, a elaboração de relatórios gerenciais, entre outros. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Relatório que demonstra o resultado econômico das empresas por um determinado período de tempo; inicia-se com as receitas e delas diminuem os gastos (custos e despesas) para se chegar ao resultado. II) - Atividades de investimentos Relacionam-se com as oportunidades de aplicação, no mercado, das disponibilidades existentes na empresa. Estas atividades são refletidas no Ativo das empresas. Sabemos que o Ativo subdivide-se em Circulante, Realizável a Longo Prazo e Permanente. As atividades aparecerão em cada grupo de acordo com a intenção de cada empresa, em função da sua necessidade ou folga financeira existente no momento. Podemos citar como atividades de investimentos as aplicações de liquidez imediata, aplicações em carteiras de investimentos a prazos fixos de curto e longo prazos, aplicações em coligadas e controladas ou ainda em ativos fixos para aumento da planta fabril, entre outros. Ativo Bens ou direitos, de propriedade das empresas, que têm valores monetários e que venham a propiciar benefícios no presente e/ou no futuro. Circulante Subgrupo do ativo, em que são demonstradas as contas de curto prazo. Realizável a longo prazo Subgrupo do ativo, em que são demonstradas as contas de longo prazo. Permanente Subgrupo do ativo em que são demonstradas as contas que, a princípio, a empresa não tem intenção de vendê-las ou, caso tenha, não existem datas determinadas para isto. 12 Administração III) - Atividades de financiamento Relacionam-se com as oportunidades de captação de recursos oferecidos, tanto do mercado como dos sócios. São refletidas no Passivo e no Patrimônio Líquido das empresas. O Passivo subdivide-se em Circulante e Exigível a Longo Prazo. As atividades aparecerão em cada grupo de acordo com a oferta do mercado e a necessidade de cada empresa. Podemos citar como atividades de financiamentos os empréstimos e financiamentos obtidos de terceiros, os aportes de capital social realizados pelos sócios, entre outros. Passivo Obrigações e deveres para com terceiros; também conhecido como Capital de Terceiros ou ainda Exigível Total. Patrimônio Líquido Obrigações e deveres para com os próprios donos; também conhecido como Capital Próprio ou Não Exigível. Circulante Subgrupo do passivo, em que são demonstradas as obrigações que vencem no curto prazo. Exigível a longo prazo Subgrupo do passivo, no qual são demonstradas as obrigações que vencem no longo prazo. Aportes de capital social Aumentos de capital social realizados pelos sócios. Não podemos deixar de citar as funções do gestor financeiro. Estas estão diretamente ligadas às atividades citadas anteriormente: Funções de Planejamento e Controle, de Investimentos e de Financiamentos. I) - Funções de Planejamento e Controle Diz respeito ao dia-a-dia das empresas e estão ligadas às atividades operacionais. A elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa e o seu acompanhamento é uma função de planejamento e controle que o gestor financeiro deve ter diariamente. II) - Funções de Investimento Diz respeitoàs atitudes com relação às aplicações financeiras que a entidade possa vir a fazer e estão ligadas às atividades de investimento. Sabemos que uma empresa não deve obter resultados somente das suas atividades (objeto social) mas também de aplicações financeiras que o mercado oferece, de acordo com as suas possibilidades. III) - Funções de Financiamento Diz respeito às atitudes de captação financeira que a entidade possa vir a precisar e estão ligadas às atividades de financiamento. Quando a empresa estiver sem recursos financeiros e necessitar quitar um débito ou fazer algum gasto, o gestor financeiro deve procurar, no mercado, a melhor opção de financiamento, ou seja, aquela que custe menos para a entidade. D Mais detalhes a respeito deste assunto, veremos em nosso próximo roteiro! Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) é uma ferramenta de extrema importância para as empresas, pois ela demonstra as entradas e saídas de numerários ocorridas em um determinado período de tempo. Na DFC são registradas as entradas e as saídas de numerários que representam a movimentação financeira da empresa. Nela, também são englobadas as contas do Ativo Circulante Disponível, mais precisamente, as contas Caixa e Bancos das empresas. Numerário Refere-se a dinheiro. 13Etapa VI - Volume 1 O nome Demonstração do Fluxo de Caixa talvez não seja o mais apropriado para a sua definição uma vez que não movimenta apenas a conta Caixa, mas, sim, as contas que fazem parte do Disponível das empresas. Importante! Temos que tomar muito cuidado para não confundirmos e acharmos que a DFC movimenta somente a conta Caixa. Visto o conceito, vamos agora entender a importância do Fluxo de Caixa para as empresas. Você sabia que a grande maioria das pequenas e das médias empresas, no Brasil, não tem um acompanhamento das suas movimentações financeiras; e que, por causa disto, muitas delas paralisam suas atividades por falta deste controle? É muito difícil para os empreendedores entenderem que o resultado financeiro é diferente do resultado econômico. Uma empresa pode ter lucro (econômico) e não ter saldo de caixa (financeiro), ou vice versa. Resultado financeiro Proveniente da comparação de numerários da empresa; diferença entre as receitas efetivamente recebidas e os gastos efetivamente pagos, resultado da DFC. Resultado econômico Resultado da DRE; diferença entre as receitas, os custos e as despesas ocorridos na empresa, independentemente do seu recebimento ou pagamento. Isto ocorre porque os fatos contábeis das empresas ora interferem em um ora em outro; às vezes interferem nos dois ao mesmo tempo, mas não com a mesma intensidade. O resultado econômico refere-se à DRE e tem como norma o registro dos fatos obedecendo ao princípio da competência, ou seja, independentemente de recebimento ou pagamento, devemos registrar o fato; já o resultado financeiro, refere-se à DFC, tem por procedimento registrar os fatos apenas quando do recebimento ou do pagamento (desembolso) destes. É o que chamamos de Regime de Caixa. Princípio da competência Receitas, custos e despesas são registrados no ato da sua ocorrência, sem levar em consideração os recebimentos e os pagamentos dos mesmos. Regime de Caixa Receitas e gastos são registrados somente quando ocorrem os efetivos recebimentos e os efetivos pagamentos. Estes, entre outros fatores, são os que fazem com que os resultados não sejam iguais. Os dois resultados são importantes para as empresas. Entretanto, o resultado financeiro deve ter um acompanhamento à parte, uma vez que demonstra a movimentação financeira (numerários) da empresa, e é sabido que nenhuma entidade sobrevive sem ter recursos financeiros para poder quitar seus compromissos, ou mesmo reinvestir com o objetivo de crescer. Como foi dito anteriormente, nem todos os fatos, no momento em que ocorrem (fato gerador), vão fazer parte da Demonstração do Fluxo de Caixa. Veja, a seguir, alguns destes fatos: Fato gerador Momento em que ocorrem os fatos contábeis (transações). 14 Administração D compras realizadas com pagamento à vista, por meio de numerário; D pagamento, por meio de numerário, de obrigações como fornecedores, impostos, entre outros; D débitos em conta corrente bancária referentes a taxas e iofs; D atos, de uma forma geral, em que exista uma saída de numerário (dinheiro) por meio do Caixa ou dos Bancos. D vendas realizadas com recebimento de numerário à vista; D recebimento, através de numerários, de direitos como clientes (duplicatas a receber); cheques pré-datados, entre outros; D créditos em conta corrente bancária referentes a juros recebidos por aplicações financeiras; D atos, de uma forma geral, em que exista uma entrada de numerário (dinheiro) por meio do Caixa ou dos Bancos. D lançamento referente à Baixa do Custo das Mercadorias ou Produtos Vendidos; D lançamento referente à Depreciação de Máquinas, Equipamentos, Veículos, Móveis, entre outros; D lançamento referente à Provisão para Devedores Duvidosos (PDD); D transferência de numerário entre contas da mesma empresa, como por exemplo: do Caixa para o Banco ou vice-versa; neste caso teremos a movimentação financeira, mas para efeito da DFC não alterará o resultado final uma vez que haverá uma saída e uma entrada de numerário, ao mesmo tempo. Depreciação Perda do valor de um determinado bem, seja por deterioração (uso natural/normal do bem) ou por obsolescência (o bem se torna inadequado por ser antigo/não uso). Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) Valor registrado contabilmente que se refere à inadimplência (atrasos de recebimentos) que as empresas têm. Como podemos notar, dentre os fatos contábeis, existem os que vão modificar a DFC e a DRE ao mesmo tempo (momento); os que vão modificar somente a DFC e os que vão modificar somente a DRE. Para melhor entendimento, mais adiante iremos realizar um exercício apresentando todos os passos e estas interferências Pontos importantes em relação à Demonstração do Fluxo de Caixa: acompanhamento e controle diário das origens das suas receitas bem como também da aplicação dos seus recursos; acompanhamento e controle de suas contas a receber e a pagar futuras,amparados em fatos reais e/ou previstos; possibilidade de antever situações de superávit ou déficit de saldos de caixa, para a tomada de decisão com tempo suficiente para encontrar a melhor solução para a empresa, seja com relação à atividade de investimento ou à atividade de financiamento. Reais Fatos já ocorridos na empresa. Previstas Fatos que ainda não ocorreram na empresa, mas que podem vir a acontecer. Superávit Sobra de numerário da DFC. Déficit Falta de numerário da DFC. Outros pontos que podemos citar, com relação ainda à DFC, são sobre as suas formas de utilização e apresentação que as empresas podem usufruir. Com relação à utilização, a DFC apresenta duas formas: a contábil e a gerencial. I) - Contábil: origina-se da própria contabilidade, e pode ser feita pelo método direto e indireto; tem como finalidade proporcionar à empresa a possibilidade de analisar as origens dos seus recursos 15Etapa VI - Volume 1 financeiros e as suas aplicações, bem como também de servir como base de dados para melhorar as projeções futuras com a intenção de diminuir falhas ocorridas no passado. É importante ressaltar que esta forma demonstrará os fatos já ocorridos, ou seja, que já aconteceram, portanto, não existe nenhuma maneira de modificá-los; se foram bons ou ruins os resultados já ocorreram, e, neste sentido, só tem o benefício de apontar os erros para que nãosejam cometidos novamente; II) - Gerencial: refere-se às projeções que podem ser feitas, no sentido de prevermos os resultados futuros e, com antecedência, tomarmos as devidas providências, tanto no sentido de investimento (aplicar os recursos excedentes) como no sentido de financiamento (captar recursos financeiros). Acredito que esta forma seja, para o dia-a-dia das empresas, até mais importante do que a contábil. Com relação à apresentação, a DFC pode ser feita sob a forma analítica ou sintética. I) - Analítica: Nesta forma, a DFC é apresentada detalhadamente, em ordem cronológica de data crescente, e por dia. Inicia-se com o saldo anterior, caso haja, e demonstra item por item, primeiramente os recebimentos e depois os pagamentos. Como modelo, podemos apresentar o seguinte: DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – Analítica Datas Históricos Valores Saldos +/- Saldo Inicial No campo “datas”, deverão ser indicadas as datas dos eventos, em ordem crescente; no campo “históricos” deverão ser mencionados os tipos dos eventos e os nomes dos correntistas (credores ou devedores); no campo “valores” deverão ser indicados os valores de cada evento; no campo “saldos” deverão ser recalculados os novos saldos após o lançamento de cada evento, possibilitando assim o conhecimento deste após cada lançamento; no campo “+/-” deverão ser indicado o sinal de “+” para as casas em que o saldo for positivo ou o sinal “-” para os casas em que o saldo for negativo. II) - Sintética: Nesta forma, a DFC deverá ser apresentada condensada, ou seja, apresentando somente saldos e totais por um determinado período. Um modelo para esta forma poderia ser o seguinte: DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – Sintético Período de: __/__/____ a __/__/____ Saldo inicial ( + ) Recebimentos do período ( - ) Pagamentos do período ( = ) Saldo final 16 Administração No modelo anterior, são demonstrados os valores acumulados por um determinado período estipulado pela própria empresa. Poderíamos dizer que seria um resumo do analítico, que servirá para uma análise menos detalhada, apenas para conhecimento dos valores transacionados. Outro modelo de DFC que poderá ser utilizado é o de colunas, em que são apresentados os valores por período, sendo relacionado primeiro o saldo inicial, logo após os recebimentos, depois os pagamentos e, por último, o saldo final (o saldo final sempre será o saldo inicial do período seguinte). Veja a seguir: DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa Eventos Períodos 01 02 03 04 Saldo Inicial ( + ) Recebimentos: ( - ) Pagamentos: ( = ) Saldo Final No campo “datas”, deverão ser indicadas as datas dos eventos, em ordem crescente; no campo “históricos” deverão ser mencionados os tipos dos eventos e os nomes dos correntistas (credores ou devedores); no campo “valores” deverão ser indicados os valores de cada evento; no campo “saldos” deverão ser recalculados os novos saldos após o lançamento de cada evento, possibilitando assim o conhecimento deste após cada lançamento; no campo “+/-” deverão ser indicado o sinal de “+” para as casas em que o saldo for positivo ou o sinal “-” para os casas em que o saldo for negativo. II) - Sintética: Nesta forma, a DFC deverá ser apresentada condensada, ou seja, apresentando somente saldos e totais por um determinado período. Um modelo para esta forma poderia ser o seguinte: DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – Sintético Período de: __/__/____ a __/__/____ Saldo inicial ( + ) Recebimentos do período ( - ) Pagamentos do período ( = ) Saldo final No modelo anterior, são demonstrados os valores acumulados por um determinado período estipulado pela própria empresa. Poderíamos dizer que seria um resumo do analítico, que servirá para uma análise menos detalhada, apenas para conhecimento dos valores transacionados. Outro modelo de DFC que poderá ser utilizado é o de colunas, em que são apresentados os valores por período, sendo 17Etapa VI - Volume 1 relacionado primeiro o saldo inicial, logo após os recebimentos, depois os pagamentos e, por último, o saldo final (o saldo final sempre será o saldo inicial do período seguinte). Veja a seguir: DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa Eventos Períodos 01 02 03 04 Saldo Inicial ( + ) Recebimentos: ( - ) Pagamentos: ( = ) Saldo Final Os modelos apresentados poderão ser usados tanto no Contábil como no Gerencial, mas não representam os únicos a serem usados, podendo haver outros que atendam, perfeitamente, às necessidades das empresas. O nível de detalhamento dependerá da necessidade de cada empresa. Agora, para facilitar o entendimento de como deve ser feita uma DFC e uma DRE, e também possibilitar a identificação das diferenças entre as duas demonstrações, vamos realizar, juntos, um exercício. Exercício 1 Um grupo de empreendedores está projetando a constituição de uma empresa comercial, que deverá iniciar as suas atividades num futuro próximo e, baseado em dados levantados, deseja saber qual será o resultado econômico-financeiro da entidade para os dois primeiros meses (M1 e M2) do ano de A1. D A empresa estará enquadrada no Simples Federal, com o sistema de arrecadação de impostos pelo método Cumulativo; D O Capital Social será de R$ 5.000,00, sendo que 30% serão integralizados, na data de 01/M1/A1, em moeda corrente, por meio de depósito bancário no Banco Alfa, que propicia um limite de crédito pré-aprovado no valor de R$ 5.000,00, e o restante a integralizar na data de 01/M2/A1; D Os seguintes fatos estão previstos a acontecerem: 02/M1/A1 aquisição de Móveis, Utensílios e Equipamentos, com vida útil de 5 anos, no valor total de R$ 30.000,00, financiados em 10 parcelas mensais e iguais de R$ 3.000,00 cada, com a primeira para 30 dias após a transação; 08/M1/A1 aquisição de Estoque de Mercadorias para Revenda, no valor total de R$ 6.500,00, sendo 40% à vista e o restante em duas parcelas iguais para 30 e 60 dias; 15/M1/A1 venda de 55% do Estoque de Mercadorias para Revenda, pelo valor total de R$ 7.000,00, sendo 30% à vista e o restante em duas parcelas iguais para 30 e 45 dias; 18 Administração 23/M1/A1 aquisição de Material de Consumo, no valor total de R$ 350,00, sendo 45% pagos à vista e o restante para 30 dias; 30/M1/A1 lançamento dos Salários do mês, no valor de R$ 1.500,00, para pagamento em 05/M2/A1; 30/M1/A1 lançamento da Depreciação, de acordo com o tempo de vida útil dos bens adquiridos; 30/M1/A1 lançamento da PDD – Provisão para Devedores Duvidosos referente a 2% do saldo de Duplicatas a receber do final do mês (M1/A1); 30/M1/A1 lançamento dos impostos sobre a venda (Simples Federal) referente a 5% sobre o valor da venda bruta do mês, para pagamento em 15/M2/A1; 30/M1/A1 transferência do Banco Alfa para a conta Caixa, no valor de R$ 100,00, para pagamento de gastos de pequeno valor. Pede-se: elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) para o período de M1/A1 e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), analítico e sintético, para os períodos de M1/A1 e M2/A1; fazer uma análise comparativa dos resultados achados. Resolução: É um exercício criado aleatoriamente, sem o intuito de abranger todos os possíveis fatos que podem ocorrer em uma empresa; tem o cunho acadêmico para o aprimoramento e melhor entendimento do assunto; as siglas M1 e M2 referem-se aos meses e A1 ao ano. DRE – Demonstração do Resultado do Exercício – Período: M1/A1 Receita Operacional Bruta (ROB) Vendas 7.000,00 ( - ) Deduções sobre a Receita Operacional Bruta Impostos Incidentes sobre a Venda ( 350,00 ) ( = ) Receita Operacional Líquida (ROL) 6.650,00 ( - ) Custos Operacionais (CO) CMV – Custos das Mercadorias Vendidas ( 3.575,00 ) ( = ) Lucro OperacionalBruto (LOB) 3.075,00 ( - ) Despesas Operacionais Material de Consumo ( 350,00 ) Salários ( 1.500,00 ) Depreciação ( 500,00 ) PDD – Provisão para Devedores Duvidosos ( 98,00 ) ( = ) Lucro do período 627,00 19Etapa VI - Volume 1 DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – Analítica Datas Históricos Valores Saldos +/- Saldo Inicial 0,00 01/M1/A1 Recto. Capital Social 1.500,00 1.500,00 + 08/M1/A1 Pagto. Estoque Mercadorias 2.600,00 1.100,00 - 15/M1/A1 Recto. Venda Mercadorias 2.100,00 1.000,00 + 23/M1/A1 Pagto. Material Consumo 157,50 842,50 + 01/M2/A1 Recto. Capital Social 3.500,00 4.342,50 + 02/M2/A1 Pagto. Imobilizado 3.000,00 1.342,50 + 05/M2/A1 Pagto. Salários 1.500,00 157,50 - 08/M2/A1 Pagto. Estoque Mercadorias 1.950,00 2.107,50 - 15/M2/A1 Recto. Venda Mercadorias 2.450,00 342,50 + 15/M2/A1 Pagto. Impostos 350,00 7,50 - 23/M2/A1 Pagto. Material Consumo 192,50 200,00 - 30/M2/A1 Recto. Venda Mercadorias 2.450,00 2.250,00 + Saldo Final 2.250,00 + DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – Sintético Período de: 01/M1/A1 a 30/M1/A1 Saldo inicial 0,00 ( + ) Recebimentos do período 3.600,00 + ( - ) Pagamentos do período 2.757,50 - ( = ) Saldo final 842,50 + DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa – Sintético Período de: 01/M2/A1 a 30/M2/A1 Saldo inicial 842,50 + ( + ) Recebimentos do período 8.400,00 + ( - ) Pagamentos do período 6.992,50 - ( = ) Saldo final 2.250,00 + Memória de cálculo do exercício 1: Para a elaboração da DRE, que segue o princípio da Realização da Receita e da Competência, os fatos contábeis são lançados pelos seus totais, independentemente dos recebimentos, para as receitas, ou dos pagamentos para os gastos desembolsáveis; estes fatos poderão ser notados nos lançamentos da Venda (R$ 7.000,00), do Imposto sobre a Venda (R$ 350,00), Material de Consumo (R$ 350,00) e Salários (R$ 1.500,00); podemos notar que o recebimento e os pagamentos não ocorrem totalmente dentro do período M1, mas mesmo assim são lançados pelos seus totais; já os lançamentos da Depreciação e da PDD aparecem 100% na DRE uma vez que são fatos econômicos, que alteram o resultado final da DRE. Já na DFC, que segue o Regime de Caixa, os fatos contábeis são lançados quando dos seus recebimentos ou pagamentos ou seja, só aparecem na DFC os valores efetivamente recebidos ou pagos e nas datas das suas ocorrências; podemos notar estes fatos também nos lançamentos da Venda em que só aparece, no fato gerador (data da venda), o valor de R$ 2.100,00 que 20 Administração efetivamente foi recebido naquele momento, no lançamento dos gastos desembolsáveis como Material de Consumo, Salários, Impostos sobre a Venda, em que só entram na DFC os valores efetivamente pagos, nas datas em que efetivamente ocorrem os seus pagamentos; já a Depreciação e a PDD não aparecem na DFC uma vez que não são gastos desembolsáveis (nunca aparecerão na DFC). O Resultado Econômico (DRE) de M1 foi positivo em R$ 627,00 e se verificarmos o Resultado Financeiro (DFC) do mesmo período (M1) foi de R$ 842,50, diferentes entre si pelos motivos já explicados anteriormente. Além dos comentários anteriores, podemos verificar também, por meio da DFC, a origem e a aplicação dos recursos financeiros dos períodos de M1 e M2 e chegamos aos seguintes pontos: das atividades de operação ocorridas, a empresa teve uma entrada de numerário, para o período de M1, no valor de R$ 2.100,00 provenientes do recebimento de parte da venda ocorrida e teve R$ 2.757,50 de saída de numerário proveniente do Estoque e Materiais de Consumo, o que podemos concluir que, pela sua operação (seu objeto social), financeiramente, a empresa teve um déficit neste período de R$ 657,50, que foi coberto com parte do capital social integralizado pela sociedade. Objeto social Negócio da empresa declarado no seu contrato social. Outra função, também muito importante, da DFC, é que ela propicia à empresa a possibilidade de acompanhar e controlar as suas receitas e os seus gastos como no caso do exercício realizado; o gestor financeiro poderá conhecer, com antecedência, os fatos e os saldos da DFC para que, caso seja necessário, tomar as devidas decisões tanto no que diz respeito às atividades de investimento como de financiamento, procurando as melhores soluções para a sua empresa. Fonte: Adaptado de Hoji, 2000. Considere os seguintes eventos: D compras de Mercadorias no mês 0 (zero), com prazo de três meses para pagamento, no valor de R$ 1.000,00; D pagamento de Despesas Gerais, no mês 1, no valor de R$ 200,00; D venda total do Estoque de Mercadorias, no mês 2, com prazo de recebimento de dois meses, no valor de R$ 1.600,00; D apropriação de Despesa com Comissão, no mês 2, no valor de R$ 80,00, para pagamento no mês seguinte. Exercício 2Apropriação Realização de um lançamento contábil pelo regime de competência. Observações gerais: D Eventual insuficiência de caixa será coberta com Empréstimo Bancário, limitado ao valor da insuficiência; D Os juros serão calculados com uma taxa composta de 4% ao mês, sobre o valor do empréstimo e dos juros a pagar, e deverão ser apropriados mensalmente e pagos no final do ciclo operacional. 21Etapa VI - Volume 1 Pede-se: Elaborar a DRE e a DFC, por mês e apontar as diferenças entre as duas demonstrações. Resolução: Este exercício tem a finalidade de mostrar a utilização do modelo de DFC de colunas, bem como também de inserir, no aprendizado, as técnicas da Matemática Financeira, que serão vistas, com mais detalhes, nos roteiros futuros. DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa Eventos 00 01 02 03 04 Saldo Inicial 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ( + ) Recebimentos: Empréstimos 200,00 1.080,00 Vendas de Mercadorias 1.600,00 ( - ) Pagamentos: Mercadorias (1.000,00) Despesas Gerais ( 200,00) Despesas com Comissão ( 80,00) Empréstimos (principal) (1.280,00) Empréstimos (juros) ( 68,17) ( = ) Saldo Final 0,00 0,00 0,00 0,00 251,83 DRE – Demonstração do Resultado do Exercício Contas 00 01 02 03 04 Receita Operacional Bruta Vendas de Mercadorias 1.600,00 ( - ) Custos Operacionais Custo Mercadorias Vendidas (1.000,00) ( = ) Lucro Operacional Bruto 600,00 ( - ) Despesas Operacionais Gerais 200,00 Comissões ( 80,00) Juros ( 8,00) ( 8,32) ( 51,85) ( = ) Lucro/Prejuízo Período ( 200,00) 512,00 ( 8,32) ( 51,85) Memória de cálculo do exercício 2: Podemos perceber, pelo exercício, que os valores por mês da DFC e da DRE a partir do mês 1, não batem; isto ocorre em função de um registrar pelo regime de caixa e o outro pelo princípio da competência. Podemos perceber também que, neste exercício, se calcularmos o valor do Lucro Acumulado no mês 4, o valor achado (R$ 251,83) será igual ao saldo de caixa final do mesmo mês; isto só está ocorrendo porque neste exercício não temos nenhum lançamento dos eventos que nunca vão fazer parte da DFC como por exemplo, a Depreciação e a PDD. 22 Administração Podemos notar também que o Ciclo Operacional desta empresa (do exercício) é de 4 meses e que somente no último período é que ocorrerá uma folga financeira (superávit); se repetíssemos este exercício, ou seja, se os eventos ocorridos se repetissem igualmente, veríamos que no segundo ciclo operacional, a empresa não mais precisaria fazer o primeiro empréstimo (R$ 200,00 no mês 1), uma vez que já teria saldo suficiente para cobrir seu compromisso daquele mês e até sobraria um saldo para ajudar nos outros meses; em função disto, o empréstimo do mês 3 seria em um valor menor do que o realizado no primeiro ciclo de R$ 1.080,00, teria um valor de R$ 1.028,17, o que iria fazer com que os juros do segundo ciclo ficassem menores doque os do primeiro ciclo em R$ 27,04; podemos chegar à conclusão que, a partir do quinto ciclo operacional, esta empresa não mais precisaria fazer empréstimo nenhum uma vez que já teria saldo de caixa suficiente para bancar todo os ciclos futuros. Com relação à parte introduzida da Matemática Financeira, os cálculos referentes aos juros são realizados e apropriados na DRE mensalmente, obedecendo ao Princípio da Competência; são calculados sempre sobre o saldo do principal mais os juros do mês anterior. Ciclo operacional Tempo decorrido entre a compra de materiais, matérias-primas e o recebimento do produto de venda da empresa. Considerações finais Conforme aqui apresentado, a DFC para as empresas é de extrema importância por diversos motivos, dentre eles: controle e acompanhamento das origens e aplicações dos recursos financeiros, análise dos fatos financeiros ocorridos para correção das falhas e melhor projeção dos fatos para o futuro, projeção dos fatos financeiros futuros com a intenção de verificar, antecipadamente, problemas que possam ocorrer, e com isto ter mais tempo para procurar a melhor solução, tanto de investimento como de financiamento, para a sua empresa. Leituras Obrigatórias Texto 1 ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph A.; JAFFE Jefrey F. Administração financeira: Corporate Finance . 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. Desta obra, leia os seguintes capítulos: Capítulo 1: Introdução às finanças de empresas Capítulo 2: Demonstrações financeiras e fluxo de caixa 23Etapa VI - Volume 1 Texto 2 GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo. Harbra, 1997. (Capítulos 1 e 3; parte do capítulo 4 Analisando o Fluxo de Caixa da empresa: Fluxo de Caixa da empresa; Classificando as origens e aplicações de Caixa; Elaborando a Demonstração dos Fluxos de Caixa e Interpretando a demonstração) Capítulo 1: O Papel de Finanças e o Administrador Financeiro; Capítulo 3: Demonstrações Financeiras, Depreciação e Fluxo de Caixa; Capítulo 4: Analisando o Fluxo de Caixa da empresa Itens: Fluxo de Caixa da empresa; Classificando as origens e aplicações de Caixa; Elaborando a Demonstração dos Fluxos de Caixa e Interpretando a demonstração. A leitura dos capítulos indicados é importante para que você compreenda melhor o assunto aqui tratado e para a realização das atividades propostas, além de dar uma sustentação para o restante dos conteúdos a serem tratados nos próximos roteiros, bem como também nas próximas etapas. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Capítulo 1: Introdução à administração financeira A leitura do capítulo indicado é importante para que você compreenda melhor o assunto aqui tratado e para a realização das atividades propostas, além de dar uma sustentação para o restante dos conteúdos a serem tratados nos próximos roteiros, bem como também nas próximas etapas. Leitura Complementar 24 Administração Atividades Atividade 1 Atividade 2 Atividade 3 A seguir, desenvolva as atividades propostas para aprimorar o seu conhecimento, que muito contribuirão para o seu desenvolvimento. Para tal, não deixe de estudar os capítulos enumerados nas obras citadas. Suponha que a sua empresa tenha as seguintes projeções de receitas e gastos: – Receitas para abril, maio e junho de R$ 25.000,00, R$ 30.000,00 e R$ 35.000,00, respectivamente. – Gastos para abril, maio e junho de R$ 22.000,00, R$ 27.000,00 e R$ 33.000,00, respectivamente. Sabendo que a política de vendas é de 30% à vista, e o restante em 30 e 60 dias, e a política de compras é de 10% à vista e o restante em 30 e 60 dias pede-se elaborar o fluxo de caixa para os meses referenciados. Classifique as atividades a seguir relacionadas em (O)peracionais, (I)nvestimento e (F)inanciamento: ( ) captação de empréstimo; ( ) compra de mercadorias para revenda; ( ) compra de material de consumo; ( ) venda de produto de fabricação própria; ( ) aplicação de recursos em transação financeira; ( ) integralização de capital social pelos sócios. Dentre os itens a seguir, marque a alternativa que contém o elemento que não afeta a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): a) ( ) Pagamento de fornecedores; b) ( ) Vendas a prazo; c) ( ) Compras a vista; d) ( ) Recebimento de duplicatas a receber; Marque a alternativa que contém a resposta correta. O aumento de Capital afeta a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) quando é realizado em: a) ( ) Recursos materiais; b) ( ) Reservas de lucros; c) ( ) Lucros acumulados; d) ( ) Recursos financeiros; Atividade 4 25Etapa VI - Volume 1 Referências Uma empresa apresentou a seguinte situação patrimonial no mês 0 (zero): Estoque de Mercadorias para Revenda 5.000,00 Fornecedores a Pagar 4.000,00 Capital Social 1.000,00 Durante os meses seguintes, ela teve as seguintes movimentações: • no mês 1, realizou a venda de todo o seu estoque por R$ 6.000,00 sendo que 40% serão recebidos no mês 2 e o restante no mês 3; • no mês 2, recebeu a parte referente à venda realizada no mês 1, pagou o saldo integral de fornecedores, e captou um empréstimo bancário, com uma taxa de 5% ao mês, para cobrir o valor do seu déficit de caixa, após o pagamento realizado a fornecedores; • no mês 3, recebeu o saldo de Duplicatas a Receber e liquidou o empréstimo bancário, bem como os juros. Considerando que todas as operações ocorreram nos finais dos respectivos meses, pede-se: Elabore a Demonstração do Resultado (DRE ) por mês. Elabore a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) para cada mês. GITMAN, Lawewnce Jeffrey. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo. Prentice-Hall, 2004. HOJI, Masakazu. Administração financeira. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 525 p. ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph A.; JAFFE Jefrey T. Administração financeira. São Paulo. Atlas, 2002. Atividade 5 26 Administração 27Etapa VI - Volume 1 ROTEIRO DE ESTUDO 2 Fontes de investimento e de fi nanciamento para decisões gerenciais Alexandre Alvarez Objetivos • Mostrar as aplicações das técnicas da Matemática Financeira aplicadas nas Atividades de Investimento e de Financiamento. • Passar algumas técnicas da calculadora HP-12C nos desenvolvimentos das técnicas da Matemática Financeira. • Desenvolver o raciocínio lógico-dedutivo voltado para a prática fi nanceira nas empresas. • Mostrar os tipos de modalidades de Atividades de Investimento e de Financiamento. TEXTO INTRODUTÓRIO Como já vimos no roteiro anterior, as Atividades de Investimentos estão ligadas à função do gestor fi nanceiro da tomada de decisões de investimentos e têm o seu refl exo no Balanço Patrimonial, dentro do Ativo Corrente e Não Corrente. Ativo Corrente e Não Corrente Nomenclatura dada ao Ativo Circulante e ao Ativo Realizável a Longo Prazo, respectivamente; ou seja, direitos realizáveis até o fi nal do próximo exercício contábil ou até o fi nal do ciclo operacional (dos dois, o maior). São as atividades em que as empresas procurarão, de acordo com as suas necessidades e disponibilidades, aplicar seus recursos fi nanceiros excedentes (superávit), com a fi nalidade de ganhar mais, sejam estas aplicações voltadas para o crescimento da própria empresa, como por exemplo: ampliação da planta fabril, aquisição de novos ativos fi xos, entre outros, ou em outras opções não relacionadas com as suas atividades, como por exemplo: obras de arte, participações em empresas coligadas ou controladas, entre outras. As atividades de Investimento se classifi cam em temporárias ou permanentes. As Permanentes são aquelas que produzirão resultado a longo prazo; normalmentesão atividades voltadas para a manutenção das atividades da empresa ou com fi ns estratégicos. Podemos citar como exemplo as trocas de equipamentos do Ativo Fixo com a intenção de reduzir gastos ou ampliar suas vendas, e estão diretamente relacionadas aos estudos de Viabilidade Econômica Financeira, com o intuito de proporcionar retorno em um determinado prazo, em função de uma taxa pré-defi nida pela empresa investidora; aquisição de ações de outras empresas, obras de arte, entre outras. 28 Administração As Temporárias são aquelas em que existe a intenção de resgatá-las em um determinado tempo. Podemos citar como exemplo as Aplicações de Liquidez Imediata. Localizam-se no Ativo Corrente (Circulante). Com relação às técnicas de avaliação dos Investimentos, existem diversos métodos, dentre eles: Valor Atual Líquido (VAL ou VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Prazo de Recuperação do Capital Investido (PayBack). Estes métodos serão vistos na disciplina de Projetos, em períodos mais à frente. As Atividades de Financiamentos estão ligadas à função do gestor fi nanceiro na tomada de decisões de fi nanciamentos, e têm o seu refl exo no Balanço Patrimonial, dentro do Passivo ou Patrimônio Líquido. Estas são as atividades em que as empresas procurarão, de acordo com a sua necessidade e possibilidade, captar recursos para aplicar na empresa, com a fi nalidade de quitar seus compromissos ou até de fi nanciar os investimentos permanentes que porventura queiram realizar. As fontes de fi nanciamento das empresas restringem-se ao Capital Próprio (Patrimônio Líquido) e ao Capital de Terceiros (Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo). O gestor fi nanceiro deve, na medida do possível, verifi car qual das duas fontes é melhor para a empresa, levando-se em consideração o custo benefício para a sua empresa. Através do quadro, a seguir, você poderá visualizar melhor a estrutura de capital como fonte de fi nanciamento. Fonte: Hoji, 2000. 29Etapa VI - Volume 1 Uma das técnicas de análise das fontes de financiamento é a Alavancagem Financeira, em que são usados dois índices para avaliar a rentabilidade do Ativo e do Patrimônio Líquido: O Retorno sobre o Ativo (RAT) e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL). Alavancagem Financeira Índice que indica se a Estrutura de Capital de Terceiros, das empresas, é boa (benéfica); ou seja, se o Capital de Terceiros, utilizado pelas empresas, agrega valor, trazendo lucro à mesma. O RAT é medido com base no Lucro depois do Imposto de Renda, antes dos Juros (LDIRAJ), em relação ao Ativo Total (AT) e é representado pela seguinte fórmula: RAT = LDIRAJ / AT Já o RPL é medido com base no Lucro Líquido (LL) em relação ao Patrimônio Líquido (PL) e é representado pela seguinte fórmula: RPL = LL / PL Com a aplicação destas técnicas, poderemos calcular o Grau de Alavancagem Financeira (GAF), e verificar se o Capital de Terceiros está trazendo retorno favorável ou não à empresa, bastando, para isto, aplicarmos a seguinte fórmula: GAF = RPL / RAT Podemos obter três resultados da aplicação da fórmula do GAF, conforme: Para melhor entendermos os conceitos estudados, vamos desenvolver um exercício. Exercício 01: Fonte: (Hoji, 2000). Analise, através do GAF, a Estrutura de Capital de uma determinada empresa, sob duas condições: a) Ativo Total, no valor de R$ 500.000, financiado integralmente pelo Capital Próprio; b) 60% do Ativo Total (R$ 300.000) financiado pelo Capital de Terceiros. Considere a Demonstração do Resultado do Exercício abaixo e Alavancagem financeira nula; Alavancagem financeira favorável; significa que o Capital de Terceiros está contribuindo com um retorno adicional sobre o Patrimônio Líquido; Alavancagem financeira desfavorável; significa que a empresa está se descapitalizando e é necessário que seja revista a sua estrutura de capital. 1. GAF = 1 2. GAF > 1 3. GAF < 1 30 Administração uma tributação do Imposto de Renda de 25%, conforme: Contas Condição “A” Condição “B” Vendas 1.000.000 1.000.000 (–) Custo dos Produtos Vendidos (300.000) (300.000) (=) LUCRO BRUTO 700.000 700.000 (–) Despesas Administ. e de Vendas (500.000) (500.000) (=) LAIR 200.000 200.000 (–) Imposto de Renda (50.000) (50.000) (=) LDIRAJ 150.000 150.000 (–) Juros 0 (105.000) (+) Economia do IR sobre Juros 0 26.250 (=) LUCRO LÍQUIDO 150.000 71.250 Resolução: Condição “A” Cálculo do RAT, do RPL e do GAF RAT = 150.000 / 500.000 RAT = 0,30 RAT = 30% RPL = 150.000 / 500.000 RPL = 0,30 RPL = 30% GAF = 0,30 / 0,30 GAF = 1 Nesta hipótese, não existe alavancagem financeira (é nula) uma vez que não tem Capital e Terceiros sendo utilizados para financiar o Ativo. Condição “B” Cálculo do RAT, RPL e do GAF RAT = 150.000 / 500.000 RAT = 0,30 RAT – 30% RPL = 71.250 / 200.000 RPL = 0,356250 RPL = 35,625000% GAF = 0,356250 / 0,30 GAF = 1,187500 Nesta hipótese existe uma alavancagem financeira positiva (favorável) de 1,1875, e isto acontece em função da empresa estar usando Capital de Terceiros para financiar parte do Ativo. Nominalmente, o custo do Capital de Terceiros é de 35% (105.000 / 300.000), mas, efetivamente, o custo é de 26,25% (78.750 / 300.000), isto porque tem o benefício do Imposto de Renda, uma vez que as despesas de juros são deduzidas da base de cálculo deste. 31Etapa VI - Volume 1 Memória de Cálculo: • R$ 105.000 – Valor criado no exercício, aleatório, somente para efeito didático; para uma empresa real, deveremos calcular este custo de acordo com os financiamentos trabalhados; • R$ 26.250 – Valor referente à diminuição do Imposto de renda a ser recolhido pela empresa, em função do valor dos juros (R$ 105.000), que é dedutível da base de cálculo deste; • R$ 200.000 – Valor referente ao Capital Próprio, uma vez que 60% do Ativo Total (R$ 500.000) está sendo financiado por Capital de Terceiros; • R$ 78.750 – Valor surgido da diminuição do valor dos juros (R$ 105.000) pelo valor do benefício causado no Imposto de Renda (R$ 26.250), que passa a ser, efetivamente, o valor dos juros a ser considerado na análise financeira. Como comprovação, podemos demonstrar a DRE subdividida entre o Capital Próprio e o Capital de Terceiros, para constatarmos o resultado proporcionado em cada estrutura, e melhor entendermos os conceitos passados, conforme: Conclusão: podemos verificar pelo demonstrativo anterior que o resultado proporcionado pela parte do Capital de Terceiros foi de 11.250, ou seja, 18,75% em relação ao resultado proporcionado pela Capital Próprio (GAF = 1,1875), o que quer dizer que, mesmo com a captação de terceiros, a empresa conseguiu gerar lucro sobre este capital, agregando valor à empresa, sem ter que dispor do valor deste capital (no exemplo de R$ 300.000). Chegamos à conclusão que este estudo é muito importante, porque demonstra se o Capital de Terceiros tráz resultado (lucro) à empresa, e, neste, caso torna- se favorável Além da atividade citada anteriormente, podemos ainda citar como Atividades de Financiamento os descontos de duplicatas e cheques, financiamentos de bens para o ativo fixo, renegociação de dívidas, compras a prazo, empréstimos para capital de giro, entre outras. Neste roteiro, vamos nos ater às duas atividades que diz respeito aos fatos mais comuns que ocorrem nas empresas, ou seja, as pequenas e médias empresas, no Brasil, normalmente recorrem às entidades financeiras para aplicar ou captar recursos como aplicação de liquidez imediata e financiamentos de Ativos Fixos a médio e longo prazo. Já os descontos de duplicatas e cheques, empréstimos de capital de giro, renegociação de dívidas, serão vistos no roteiro seguinte “Administrando o Capital deGiro”, por se tratarem de atividades mais rotineiras e de curto prazo, apesar de serem também Atividades de Financiamento. Sabemos que em uma transação financeira existe, no mínimo, a figura de duas entidades: Investidor e o Tomador. Os exemplos, Contas CP (40%) CT (60%) Total (100%) LAIR antes dos juros 80.000 120.000 200.000 (-) Imposto de Renda (20.000) (30.000) (50.000) (=) LDIR antes dos juros 60.000 90.000 150.000 (-) Juros 0 (105.000) (105.000) (+) Economia IR s/Juros 0 26.250 26.250 (=) Lucro Líquido 60.000 11.250 71.250 32 Administração a seguir, poderão ser analisados tanto na posição do investidor como na do tomador, bastando para isto nos posicionarmos na figura de uma destas entidades. Com este objetivo é que vamos dar seqüência a este trabalho, procurando sempre explicar cada situação, para um melhor entendimento do aluno. Não podemos deixar de mencionar que estas atividades acabam por se relacionar com a Matemática Financeira, que se torna indispensável para o bom desempenho do Gestor Financeiro, quando da aplicação de qualquer uma das atividades mencionadas (Investimento e Financiamento). Para tanto, vamos então relembrar alguns pontos com relação às técnicas da Matemática Financeira, que estão presentes nestas atividades, começando pelas regras básicas, já vistas em períodos anteriores, conforme: toda taxa, quando fornecida sob a forma de porcentagem (%), deverá ser dividida por 100 (cem) para ser aplicada à fórmula; este fato só deverá ser realizado se estivermos realizando os cálculos por meio das fórmulas; se estivermos realizando os cálculos por meio da calculadora HP-12C, não será necessário este procedimento; o contrário também é necessário, ou seja, se estivermos calculando uma taxa, ao final deveremos multiplicar o resultado por 100 (cem), passando de numérico para porcentagem; Para os cálculos, serão considerados o ano e mês comerciais, ou seja, 360 e 30 dias; este procedimento deverá ser seguido, caso não haja nenhuma especificação contrária; A taxa (i) e o tempo (n) deverão estar na mesma base (unidade de tempo); quando se tratar de taxa nominal, o ajuste das bases deverá ser feito proporcionalmente; caso a taxa seja efetiva, o ajuste deverá ser feito pela equivalência. As transações bastante utilizadas pelas empresas são os descontos, captação de recursos, renegociação de dívidas, aplicações de curto prazo, aquisição com um certo número de parcelas, entre outras. Para tanto, faremos uma revisão dos conteúdos associados às atividades, referentes à Matemática Financeira, mas voltados para a prática do mercado no que diz respeito aos fatos citados no parágrafo anterior. Um ponto a ser relembrado é com relação à equivalência de taxas e de capital. Muitas operações utilizando a equivalência são feitas pelas empresas em suas atividades de financiamento. Uma taxa é equivalente a outra quando, em um mesmo tempo, com capitalizações diferentes, produzem o mesmo resultado. Quando isto ocorrer, podemos afirmar que as taxas envolvidas são equivalentes. São duas as fórmulas para se achar a taxa 33Etapa VI - Volume 1 equivalente: ieq = (1 + i)1/n – 1 da maior para a menor ieq = (1 + i)n – 1 da menor para a maior Observações: − a taxa passada (conhecida), para ser utilizada na fórmula, deverá ser dividida por 100 (cem); − o resultado final deverá ser multiplicado por 100 (cem); − o valor do tempo(n) será o resultado achado para a seguinte pergunta: “quantas vezes a base da menor taxa(i) cabe dentro da base da maior taxa(i)”, ou ainda, “a base da maior taxa(i) contém quantas vezes a base da menor taxa(i)”, independentemente de se conhecer a maior ou a menor ou vice-versa. Vamos resolver os exercícios, a seguir, para fixarmos melhor os conceitos estudados: Exercício 02: Dada a taxa(i) de 15% ao trimestre, pede-se calcular a taxa equivalente semestral e a bimestral. Obs.: utilizar 6 casas decimais após a vírgula. Resolução: Semestral: conhece-se a menor taxa(i) (trimestral) e quer calcular a maior taxa(i) (semestral). ieq = (1 + i)n – 1 ieq = (1 + 0,15)2 – 1 ieq = (1,15)2 – 1 ieq = 1,322500 – 1 ieq = 0,322500 ieq = 32,250000% ao semestre Obs.: O valor atribuído ao tempo(n) é a resposta da pergunta: “quantos trimestres cabem dentro de um semestre” = 2. Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 15 Enter 15,000000 100 : 0,150000 1 + 1,150000 2 yx 1,322500 1 – 0,322500 100 x 32,250000 34 Administração Resposta final: 32,250000% ao semestre. Bimestral: ieq = (1 + i)1/n – 1 ieq = (1 + 0,15)1/1,5 – 1 ieq = (1,15)1/1,5 – 1 ieq = 1,097653 – 1 ieq = 0,097653 ieq = 9,765340% ao bimestre Obs.: Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 15 Enter 15,000000 100 : 0,150000 1 + 1,150000 1,5 1/x 0,666667 yx 1,097653 1 – 0,097653 100 x 9,765340 Resposta final: 9,765340% ao bimestre. Com relação às Atividades de Financiamento dos Ativos Fixos, as transações ocorrem utilizando-se, na grande maioria, o Sistema Price, que propicia às empresas financiamentos com prazos maiores e, às vezes, com carência. Este modelo acaba por absorver as diversas modalidades existentes para esta finalidade, como por exemplo as operações de Leasing Financeiro, entre outras. Sistema Price: ambém conhecido como Tabela Price, é um sistema de financiamento em que as prestações são constantes (iguais), os juros decrescentes e as amortizações crescentes. Carência: Prazo concedido pelas agências financeiras (investidores) às empresas (tomadores) em que não se amortiza nada; os juros podem ou não ser pagos nestes períodos; se não foram pagos, serão acumulados ao valor principal para compor a base de cálculo das prestações futuras. Leasing Financeiro: Tipo de operação de financiamento, de médio ou longo prazo, em que as empresas (arrendatárias) pagam prestações às entidades financeiras (arrendadora). As arrendatárias poderão ou não adquirir o produto por um Valor Residual Garantido, previamente acertado. Têm um prazo mínimo de 2 e 3 anos, dependendo do tempo de vida útil do bem negociado. Contabilmente os valores das prestações, exceto o Valor Residual Garantido são lançados como despesas (Arrendamento Mercantil), indo diretamente para o resultado do período em que ocorrem; já o VRG é contabilizado no Ativo Permanente Imobilizado. Mais uma vez, usaremos as técnicas da Matemática Financeira, no que diz respeito ao conteúdo voltado para a matéria de rendas (Antecipado e Postecipado). Rendas Modalidade da Matemática Financeira em que são calculadas prestações futuras a partir de uma taxa e um tempo previamente estabelecidos; podem ser Antecipados ou Postecipados. Antecipado Modalidade de rendas em que a primeira prestação é paga no ato da negociação. Postecipado Modalidade de rendas em que a primeira prestação é paga no primeiro período subseqüente ao da negociação, podendo ser este período mês, bimestre, semestre etc. As fórmulas utilizadas para os dois modelos são: Postecipado: PMT = PV / ( ( 1 – ( 1 + i )-n ) / i ) ou PMT = PV / ( ( 1 – ( 1 + i )n ) / ( i x ( 1 + i )n ) Antecipado: PMT = PV x ( 1 / ( 1 + i ) ) x ( ( i x ( 1 + i )n ) / ( ( 1 + i )n – 1 ) ) Para que possamos ter um melhor aproveitamento, vamos, novamente, utilizar exemplos práticos. conhece-se a maior taxa(i) (trimestral) e quer calcular a menor taxa(i) (bimestral). o valor atribuído ao tempo(n) é a resposta da pergunta: “quantos bimestres cabem dentro de um trimestre” = 1,5. 35Etapa VI - Volume 1 Exercício 03: Um equipamento é oferecido à vista pelo valor de R$ 20.000,00 ou em 6 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a uma taxa efetiva de 8% ao ano. Calcularo valor das prestações e demonstrar por meio da planilha price. Obs.: utilizar 6 casas decimais após a vírgula. Resolução: 1o passo: converter a taxa anual, pela equivalência, para a base mensal (período dos pagamentos). ieq = (1 + i)1/n – 1 ieq = (1 + 0,08)1/12 – 1 ieq = (1,08)1/12 – 1 ieq = 1,006434 – 1 ieq = 0,006434 ieq = 0,643403% ao mês Obs.: Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 8 Enter 8,000000 100 : 0,080000 1 + 1,080000 12 1/x 0,083333 yx 1,006434 1 – 0,006434 100 x 0,643403 2o passo: Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 20.000,00 CHS PV -20.000,00000 0,643403 i 0,643403 6 n 6,000000 PMT 3.408,798189 1 F AMORT Juros X><Y Amortização RCL PV Saldo Devedor PMT = PV / ((1 – (1 + i)-n ) / i) PMT = 20.000,00 / ((1 – (1 + 0,006434)-6) / 0,006434) PMT = 20.000,00 / ((1 – (1,006434)-6) / 0,006434) PMT = 20.000,00 / ((1 – 0,962250) / 0,006434) PMT = 20.000,00 / (0,037750 / 0,006434) PMT = 20.000,00 / 5,867170 PMT = 3.408,798186 calcular o valor da prestação mensal pelo modo Postecipado. o valor atribuído ao tempo(n) é a resposta da pergunta: “quantos meses cabem dentro de um ano” = 12. 36 Administração Estes procedimentos deverão ser feitos para o preenchimento da planilha de financiamento, conforme modelo, a seguir, quando solicitado. 3o passo: elaboração da Planilha Price. Períodos Sd.Devedor Amortização Juros Prestação 0 20.000,00 1 16.719,88 3.280,12 128,68 3.408,80 2 13.418,66 3.301,22 107,58 3.408,80 3 10.096,20 3.322,46 86,34 3.408,80 4 6.752,36 3.343,84 64,96 3.408,80 5 3.387,00 3.365,36 43,44 3.408,80 6 0,01 3.387,01 21,79 3.408,80 Totais 0,01 20.000,01 452,79 20.452,80 Exercício 04: Utilizando os mesmos dados do exercício anterior (03), calcule o valor da prestação considerando que haverá uma carência de 3 meses, ou seja, a primeira parcela das 6 contratadas, somente ocorrerá no mês 4. Resolução: 1o passo: converter a taxa anual, pela equivalência, para a base mensal (período dos pagamentos). Digitação Teclas Visor 8 Enter 8,000000 100 : 0,080000 1 + 1,080000 12 1/x 0,083333 yx 1,006434 1 – 0,006434 100 x 0,643403 ieq = (1 + i) 1/n – 1 ieq = (1 + 0,08) 1/12 – 1 ieq = (1,08) 1/12 – 1 ieq = 1,006434 – 1 ieq = 0,006434 ieq = 0,643403% ao mês Obs.: o valor atribuído ao tempo(n) é a resposta da pergunta: “quantos meses cabem dentro de um ano” = 12. Usando a calculadora HP-12C: 37Etapa VI - Volume 1 2o passo: calcular a correção do Principal pelo prazo da carência de 3 meses. Digitação Teclas Visor 20.000,00 CHS PV -20.000,000000 0,643403 i 0,643403 3 n 3,000000 FV 20.388,53093 3o passo: calcular o valor da prestação mensal pelo modo Postecipado. Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 20.388,53 CHS PV -20.388,53000 0,643403 i 0,643403 6 n 6,000000 PMT 3.475,019204 1 F AMORT Juros X><Y Amortização RCL PV Saldo Devedor Estes procedimentos deverão ser feitos para o preenchimento da planilha de financiamento, conforme modelo, a seguir, quando solicitado. FV = PV x (1 + i)n FV = 20.000,00 x (1 + 0,006434)3 FV = 20.000,00 x (1,006434)3 FV = 20.000,00 x 1,019427 FV = 20.388,53093 Usando a calculadora HP-12C: PMT = PV / ((1 – (1 + i)-n ) / i) PMT = 20.388,53 / ((1 – (1 + 0,006434)-6) / 0,006434) PMT = 20.388,53 / ((1 – (1,006434)-6) / 0,006434) PMT = 20.388,53 / ((1 – 0,962250) / 0,006434) PMT = 20.388,53 / (0,037750 / 0,006434) PMT = 20.388,53 / 5,867170 PMT = 3.475,019204 4o passo: elaboração da Planilha Price. Períodos Sd.Devedor Amortização Juros Prestação 0 20.000,00 1 2 3 20.388,53 4 17.044,69 3.343,84 131,18 3.475,02 5 13.679,34 3.365,35 109,57 3.475,02 6 10.292,33 3.387,01 88,01 3.475,02 7 6.883,53 3.408,8 66,22 3.475,02 8 3.452,80 3.430,73 44,29 3.475,02 9 0,00 3.452,80 22,22 3.475,02 Totais 0,00 20.388,53 461,49 20.850,12 38 Administração Existem outros sistemas de financiamentos, como por exemplo, o SAC – Sistema de Amortização Constante, o SAA – Sistema de Amortização Americano, entre outros, mas o mais utilizado é o Sistema Price. Qualquer transação que tenha, no mínimo, duas prestações iguais e sucessivas, é da modalidade Price, portanto, diversas modalidades de financiamento enquadram-se neste sistema, como por exemplo, o Leasing Financeiro. O que acontece são as formalidades ligadas a cada transação. Por exemplo, pode ocorrer que no período de carência, os juros relativos sejam pagos periodicamente e não acumulados no valor principal, como foi demonstrado no exemplo anterior; outra formalidade pode ser a cobrança de Tarifas de Abertura de Créditos (TAC) e Iofs – Impostos sobre Operações Financeiras. Vamos utilizar o exercício anterior, incrementando estas formalidades, para melhor entendermos o comentado anterior. Exercício 05: Um equipamento é oferecido à vista pelo valor de R$ 20.000,00, ou em 6 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a uma taxa efetiva de 8% ao ano, com uma carência de 3 meses. A entidade financeira cobrará uma Iof de 1,4% sobre o valor principal, mais uma Taxa de Abertura de Crédito no valor de R$ 150,00, que serão pagos no ato da transação. Durante o período da carência, os juros correspondentes serão pagos mensalmente. Calcular o valor das prestações e demonstrar por meio da planilha price. Obs.: utilizar 6 casas decimais após a vírgula. 1o passo: converter a taxa anual, pela equivalência, para a base mensal (período dos pagamentos). Resolução: Obs.: o valor atribuído ao tempo(n) é a resposta da pergunta: “quantos meses cabem dentro de um ano” = 12. ieq = (1 + i)1/n – 1 ieq = (1 + 0,08)1/12 – 1 ieq = (1,08)1/12 – 1 ieq = 1,006434 – 1 ieq = 0,006434 ieq = 0,643403% ao mês 39Etapa VI - Volume 1 Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 8 Enter 8,000000 100 : 0,080000 1 + 1,080000 12 1/x 0,083333 yx 1,006434 1 – 0,006434 100 x 0,643403 2o passo: cálculo do Iof. Digitação Teclas Visor 20.000,00 Enter 20.000,000000 1,4 % 280,000000 3o passo: calcular o valor dos juros mensais da carência, que serão pagos mensalmente. J = PV x ((1 + i)n – 1) J = 20.000,00 x ((1 + 0,006434)1 – 1) J = 20.000,00 x ((1,006434)1 – 1) J = 20.000,00 x (1,006434 – 1) J = 20.000,00 x 0,006434 J = 128,680602 Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 0,643403 Enter 0,643403 100 : 0,006434 1 + 1,006434 1 yx 1,006434 1 – 0,006434 20.000,00 x 128,680600 Iof = 20.000,00 x %Iof Iof = 20.000,00 x 0,014 Iof = 280,00 Usando a calculadora HP-12C: 4o passo: calcular o valor da prestação mensal pelo modo Postecipado. PMT = PV / ((1 – (1 + i)-n ) / i) PMT = 20.000,00 / ((1 – (1 + 0,006434)-6) / 0,006434) PMT = 20.000,00 / ((1 – (1,006434)-6) / 0,006434) PMT = 20.000,00 / ((1 – 0,962250) / 0,006434) PMT = 20.000,00 / (0,037750 / 0,006434) PMT = 20.000,00 / 5,867170 PMT = 3.408,798186 40 Administração Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 20.000,00 CHS PV -20.000,00000 0,643403 i 0,643403 6 n 6,000000 PMT 3.408,798186 1 F AMORT Juros X><Y Amortização RCL PV Saldo Devedor Estes procedimentos deverão ser feitos para o preenchimento da planilha de financiamento, conforme modelo, a seguir, quando solicitado. 5o passo: elaboração da Planilha Price. Períodos Sd.Devedor Amortização Iof/Juros Prestação 0 20.000,00 430,00 430,00 1 128,68 128,68 2 128,68 128,68 3 128,68 128,68 4 16.719,88 3.280,12 128,68 3.408,80 5 13.418,66 3.301,22 107,58 3.408,80 6 10.096,20 3.322,46 86,34 3.408,80 7 6.752,36 3.343,84 64,96 3.408,80 8 3.387,00 3.365,36 43,44 3.408,80 9 0,01 3.387,01 21,79 3.408,80 Totais 0,01 20.000,01 1.268,83 21.268,84 6o passo: cálculo do Custo Efetivo mensal datransação. FV = PV (1 + i)n 21.268,84 = 20.000,00 x (1 + i)9 21.268,84 / 20.000,00 = (1 + i)9 1,063442 = (1 + 1)9 1,0634421/9 = 1 + i 1,006858 = 1 + i i = 1,006858 – 1 i = 0,006858 i = 0,685794% ao mês Usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 20.000,00 CHS PV -20.000,000000 21.268,84 FV 21.268,840000 9 n 9,000000 i 0,685794 O Gestor Financeiro deve estar atento às diversas particularidades que envolvem uma transação financeira. Deve ser analisada a melhor opção, levando-se em consideração aquela que apresentar o menor custo financeiro para a sua empresa. Sabemos que além das condições oferecidas pelas entidades financeiras, deve- se levar em consideração os possíveis benefícios indiretos que 41Etapa VI - Volume 1 Lucro Real: enquadramento fiscal federal das empresas em que o sistema de arrecadação de impostos é não cumulativo para o IPI, PIS, COFINS e ICMs; o Imposto de Renda e a Contribuição Social são calculados pelo resultado da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, por meio do Lucro Fiscal apurado no LALUR. Simples Federal: enquadramento fiscal federal das empresas em que o sistema de arrecadação de impostos é o cumulativo para o IPI, PIS, COFINS, ICMs, IR e CSLL. Lucro Presumido: enquadramento fiscal federal das empresas cujo sistema de arrecadação de impostos é misto; para o IPI e o ICMs é o não-cumulativo, para o PIS, COFINS, IR e CSLL é o cumulativo. Faturamento Bruto: valor referente ao total das vendas realizadas pelas empresas em um determinado período; para efeito de apuração de impostos, utiliza-se o Faturamento Bruto diminuído das vendas canceladas, devoluções e abatimentos de vendas. Lucro Fiscal: calculado por meio do LALUR, é o resultado do LAIR – Lucro Antes do Imposto de Renda, adicionado pelos gastos não dedutíveis e subtraído das receitas, também não dedutíveis, lançados na DRE em um determinado período. LALUR: Livro de Apuração do Lucro Real; obrigatório para as empresas tributadas pelo Lucro Real; nele são apurados os Lucros Tributáveis (de onde serão calculados o Imposto de Renda e a Contribuição Social), bem como também são controlados os Prejuízos Acumulados e Compensados. Para auxiliar na compreensão do texto, seguem alguns glossários: a transação oferece. Um ponto a ser avaliado é com relação ao Imposto de Renda, que, às vezes, pode definir a melhor opção dentre as várias que existem. É claro que estamos falando das empresas que estão enquadradas no Lucro Real, uma vez que para as empresas enquadradas no Simples Federal e no Lucro Presumido, este fato (IR) não tem nenhuma interferência por ser calculado diretamente sobre o Faturamento Bruto da empresa, já no Lucro Real é calculado sobre o Lucro Fiscal, apurado através do LALUR. Isto pode ocorrer em função do tipo de transação financeira que está sendo realizada. Valor Residual Garantido: valor previamente estabelecido e acordado entre as partes interessadas, que dá o direito a arrendatária, em uma operação de Leasing Financeiro, de adquirir ou não o produto objeto do financiamento em questão. Este valor é que será lançado contabilmente no Ativo Permanente Imobilizado das empresas e não poderá ser depreciado. Por exemplo, o Leasing Financeiro tem características próprias com relação ao seu tratamento contábil; o bem adquirido será imobilizado pelo seu Valor Residual Garantido (VRG), portanto não é depreciado, e o valor das prestações contratadas, que tende a ser maior do que em outra modalidade de financiamento, são lançadas diretamente no resultado do período como um aluguel do bem. Já em outras modalidades, o bem adquirido é imobilizado pelo seu valor de aquisição, somado a todos os outros valores que o coloque em condições de uso, menos o valor do ICMs que poderá ser recuperado em 48 (quarenta e oito) parcelas mensais. Neste caso, o valor referente à depreciação e o valor referente aos juros da transação financeira é que irão diretamente para o resultado (DRE). Sabemos que o maior valor levado diretamente ao resultado, entre as duas opções, vai contribuir para que haja um menor desembolso em relação ao Imposto de Renda e a Contribuição Social e isto pode ser um diferencial que fará com que uma opção se torne melhor do que a outra. 42 Administração Vamos, novamente, aproveitar o exercício anterior (no. 5), usando os seus dados, e completando com outras informações, para melhor entendermos o que foi dito. Exercício 06: Usando os dados do Exercício 05, e considerando também que seriam as condições oferecidas para uma transação em Leasing bem como também para outra modalidade, portanto iguais, qual seria a sua escolha, levando-se em consideração os seguintes dados adicionais: para o Leasing, a última parcela seria a referente ao Valor Residual Garantido (VRG), e o bem seria imobilizado por este valor; as demais parcelas seriam contabilizadas como um aluguel (Arrendamento Mercantil), com reflexo direto na DRE; para outra modalidade de financiamento, o bem seria imobilizado integralmente, e teria uma vida útil contábil de 5 anos; os valores que seriam lançados como gastos, com reflexo direto na DRE, seriam a depreciação linear (valor do bem diminuído do valor do ICMs, neste caso de 12%) e os juros das prestações contratadas. Obs.: exercício elaborado somente para efeitos didáticos. Resolução: Para termos o resultado correto, deveremos descapitalizar todos os valores, trazendo-os para a data focal 0 (zero) e comparar estes valores optando pelo de maior valor, utilizando a mesma taxa da transação, conforme: Digitação Teclas Visor 430,00 G Cfo 430,000000 128,68 G CFj 128,680000 3 G Nj 3,000000 3.408,80 G CFj 3.408,800000 5 G Nj 5,000000 0,685794 i 0,685794 F NPV 17.170,77929 A última parcela não entra no cálculo; será o valor imobilizado; Taxa efetiva da transação. Transação em Leasing: Usando a calculadora HP-12C: 43Etapa VI - Volume 1 Outros tipos de transação: usando a calculadora HP-12C: Digitação Teclas Visor 430,00 G Cfo 430,000000 472,01 G CFj 472,010000 4 G Nj 4,000000 450,91 G CFj 450,910000 429,67 G CFj 429,670000 408,29 G CFj 408,290000 386,77 G CFj 386,770000 365,12 G CFj 365,120000 343,33 G CFj 343,330000 39 G Nj 39,000000 293,33 G CFj 293,330000 12 G Nj 12,000000 0,685794 i 0,685794 F NPV 17.673,97953 Valores referentes aos juros + depreciação (R$ 293,33) + ICMs (R$ 50,00); Valor referente à depreciação (R$ 293,33) + ICMs (R$ 50,00); Valor referente à depreciação (R$ 293,33). Em termo absoluto, a opção deveria ser pela modalidade diferente do Leasing, uma vez que proporciona uma maior redução da base de cálculo do Imposto de Renda (somente para empresas no Lucro Real) o que fará com que a empresa pague menor por este tributo. Quando as propostas forem diferentes, o que acontece com a maioria dos casos, deveremos calcular o custo efetivo de cada uma delas, e descapitalizar os valores referentes aos gastos que abaterão o valor da base de cálculo do Imposto de Renda e optarmos pelo maior valor presente entre as duas opções, ou então diminuirmos de cada prestação os valores, dos mesmos períodos, que serão diminuídos da base de cálculo do Imposto de Renda e descapitalizarmos para a data focal 0 (zero), optando pelo menor valor presente entre as opções existentes. Como foi visto, nas Atividades de Investimentos e de Financiamentos, várias são as ações que o Gestor Financeiro deve fazer. Neste roteiro procuramos demonstrar algumas delas, mais voltadas para a análise da Estrutura de Capital e operações de financiamentos do Ativo Fixo. É necessário que além das leituras recomendadas, o aluno recorra aos livros de Matemática Financeira e pratique vários exercícios relacionadoscom o assunto. No próximo roteiro, voltaremos a praticar mais algumas técnicas financeiras, mais voltadas para as ações que refletem as mudanças do circulante e que são mais rotineiras nas empresas. 44 Administração Leituras Obrigatórias Leitura Complementar Texto 2 Texto 1 HOJI, Masakazu. Administração Financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000 (Capítulo 8 e 9). A leitura dos capítulos indicados também é importante para você complementar o seu aprendizado, com relação aos assuntos tratados neste roteiro. Atividades Atividade 1 Atividade 2 A seguir, desenvolva as atividades propostas para aprimorar o seu conhecimento, que muito contribuirão para o seu desenvolvimento. Para tal, não deixe de estudar os capítulos enumerados nas obras citadas. O que é Alavancagem Financeira? Comente qual é o efeito do Capital de Terceiros sobre o Patrimônio Líquido, quando o grau de Alavancagem Financeira é menor do que 1. ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph A.; JAFFE Jefrey F. Administração financeira: Corporate Finance. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Desta obra, leia os seguintes capítulos: Capítulo 15: Estrutura de capital: conceitos básicos Capítulo 16: Estrutura de capital: limites ao uso de capital de terceiros GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo. Harbra, 1997. Capítulo 11: Custo de capital A leitura dos capítulos indicados é importante para que você complemente o seu ensinamento, e compreenda melhor o assunto aqui tratado, além de dar uma sustentação para o restante dos conteúdos a serem tratados nos próximos roteiros, bem como também nas próximas etapas. 45Etapa VI - Volume 1 Atividade 3 Fonte: Análise Financeira de Balanços de Dante C. Matarazzo, 3a Edição, Atlas, São Paulo, 1994. Analise, através do GAF, a Estrutura de Capital de uma determinada empresa, sob duas condições: a) Ativo Total, no valor de R$ 1.000.000, financiado integralmente pelo Capital Próprio; b) 40% do Ativo Total (R$ 400.000) financiado pelo Capital de Terceiros. Considere a Demonstração do Resultado do Exercício abaixo e uma tributação do Imposto de Renda de 24%, conforme: Contas 100%CP 60%CP Vendas Líquidas 2.500.000 2.500.000 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (2.000.000) (2.000.000) (=) LUCRO BRUTO 500.000 500.000 (-) Despesas Administrativas e de Vendas (200.000) (200.000) (-) Despesas Financeiras (Juros) (0) (80.000) (=) LAIR 300.000 220.000 (-) Imposto de Renda (72.000) (52.800) (=) LUCRO LÍQUIDO 228.000 167.200 Um bem é oferecido à vista pelo valor de R$ 7.500,00, ou em 12 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a uma taxa de 2,5% ao mês, com uma carência de um trimestre. A entidade financeira cobra uma Taxa de Abertura de Crédito no valor de R$ 150,00, que será paga no ato da efetivação da transação. Calcular o valor das prestações e o custo efetivo da transação, e demonstrar por meio da planilha price. Obs.: utilizar 6 casas decimais após a vírgula. Um bem é oferecido à vista pelo valor de R$ 7.500,00, ou em 12 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a uma taxa de 2,5% ao mês, com uma carência de um trimestre. A entidade financeira cobra uma Taxa de Abertura de Crédito no valor de R$ 150,00, que será paga no ato da efetivação da transação. Calcular o valor das prestações e o custo efetivo da transação, e demonstrar por meio da planilha price. Obs.: utilizar 6 casas decimais após a vírgula. Atividade 4 Atividade 5 A empresa “XYZ”, tributada pelo Lucro Real, com recolhimento do Imposto de Renda de 24% sobre o Lair, deseja adquirir um equipamento (Ativo Imobilizado), que à vista é oferecido por R$ 50.000,00. A vida útil é de 10 anos. Sobre o valor à vista, incide ICMs de 18%, que poderá ser recuperado em 4 (quatro) parcelas anuais. Uma entidade financeira oferece este bem na seguinte condição: taxa efetiva anual de 9,5% ao ano; 1 (um) ano de carência e 4 parcelas anuais, iguais e sucessivas, com a primeira iniciando-se no ano 2. A transação poderá ser feita através de Leasing Financeiro e nesta situação, 10% do valor da última parcela será considerado como Valor Residual Garantido, ou 46 Administração Referências melhor opção para a empresa “XYZ”. Obs.: exercício montado apenas para fins didáticos e poderá ser resolvido através da fórmula ou pela calculadora HP-12C; utilizar 6 casas decimais após a virgula. GITMAN, Lawewnce Jeffrey. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo. Prentice-Hall, 2004. HOJI, Masakazu. Administração financeira. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 525 p. ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph A.; JAFFE Jefrey T. Administração financeira. São Paulo. Atlas, 2002. qualquer outro modelo de financiamento de bens do Ativo Fixo. Baseado nos dados passados, Calcule e demonstre qual seria a 47Etapa VI - Volume 1 ROTEIRO DE ESTUDO 3 Administrando o capital de giro e a alavancagem fi nanceira Alexandre Alvarez Objetivos • Mostrar as aplicações das técnicas da Matemática Financeira aplicada na Administração do Capital de Giro das empresas. • Passar algumas técnicas da calculadora HP-12C nos desenvolvimentos das técnicas da Matemática Financeira. • Desenvolver o raciocínio lógico dedutivo voltado para a prática fi nanceira nas empresas. • Mostrar as diversas atividades relacionadas à Administração do Capital de Giro das Empresas. • Mostrar as transações de Investimento e de Financiamento que ocorrem no dia-a-dia das empresas, relacionadas com a Administração do Capital de Giro. TEXTO INTRODUTÓRIO Capital de Giro são os recursos disponíveis para as empresas que se encontram no seu Ativo Circulante, e modifi cam-se constantemente. A estes recursos, estão também relacionadas as obrigações, que se encontram no Passivo Circulante, que também modifi cam-se constantemente nas empresas. Enfi m, a administração do Capital de Giro envolve todas as modifi cações ocorridas no circulante (Ativo e Passivo) da empresa. As empresas esperam recuperar os valores investidos em custos e despesas dentro do seu Ciclo Operacional, e, ainda, obter lucro. É de fundamental importância para o sucesso das empresas no que diz respeito à sua sobrevivência, uma vez que tratam-se dos recursos de curto prazo que devem gerar retorno fi nanceiro, proporcionando, assim, condição de remunerar seus acionistas e de reinvestir na própria empresa. Ativo Circulante Bens ou direitos realizáveis, vencíveis até o fi nal do próximo exercício contábil. Passivo Circulante Obrigações realizáveis, vencíveis até o fi nal do próximo exercício contábil. Ciclo Operacional Inicia-se com a compra e termina com o recebimento do bem; é o resultado da soma do Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) e o Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV). Através do estudo do Capital de Giro, podemos apurar o CCL – Capital Circulante Líquido, que é um índice que demonstra a situação de liquidez das empresas, e é calculado pela seguinte fórmula: CCL = AC - PC Liquidez Neste caso, signifi ca a capacidade de quitar seus compromissos de curto prazo (Passivo Circulante), com os recursos do Ativo Circulante.São três os resultados da equação apresentada: CCL < 0 Indica que as obrigações do seu Passivo Circulante são maiores do que os recursos apresentados no seu Ativo Circulante; não é um bom indicador de liquidez; CCL = 0 Is recursos apresentados no Ativo Circulante são iguais às obrigações do Passivo Circulante; situação nula. CCL > 0 Indica que a empresa tem mais recursos no seu Ativo Circulante do que as suas obrigações no seu Passivo Circulante; é um bom indicador de liquidez a curto prazo; 48 Administração É bom salientarmos
Compartilhar