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Casamento Indígena Abele Cassarotto

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DIREITOS DO ÍNDIO
Nathalia Lara Dias
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho serão abordados os direitos e costumes das sociedades indígenas, principalmente o casamento. O casamento indígena segue certos costumes, crenças e tradições, assim sendo necessário que seja feita uma comparação desta sociedade com a deles. 
Sabemos que os índios foram os primeiros habitantes do Brasil, mas nem mesmo por isso eles conseguiram direitos iguais aos nossos. Até o ano de 1973, os índios não possuíam leis escritas, até que foi criada a lei 6.001, chamada de Estatuto do Índio. Nesse estatuto, o índio era tido como relativamente incapaz, sendo tutelados pela FUNAI.
Com a Constituição de 1988, é reconhecido aos índios o direito de manterem sua própria cultura. Obtiveram direitos sobre a organização social, costumes, línguas, crenças, e o direito à suas terras.
2 DIREITO AO CASAMENTO INDÍGENA
Assim como todos os demais cidadãos, os índios também possuem seus direitos e costumes. Há um assunto em que os direitos são mais menos diferenciados com os nossos, o casamento. Nas sociedades indígenas os casamentos ocorrem muitas vezes baseados nas tradições, com suas próprias regras. 
Nas tribos, não é fora do comum que duas pessoas com um grau de parentesco, tanto distante quanto próximo, se casem. É o que relata Ramos (1988, p. 55):
 Por outro lado, não é fora do comum dois primos distantes se casarem, ou um “tio” e uma “sobrinha”, ou até mesmo pessoas terminologicamente relacionadas como “mãe” e “filho”, naturalmente em grau de parentesco genealógico distante. O grau de desaprovação dessas uniões depende da extensão do tabu do incesto e das sanções aplicadas à sua quebra.
Enquanto em nossa sociedade problemas como etnia, religião, classe social, educação, sejam motivos para que duas pessoas não se unam matrimonialmente, nas sociedades indígenas há algumas regras certas para que tal casamento seja proibido. O marido deverá saber como será sua residência com a esposa, patrilocal ou matrilocal, ou seja, se optará por morar na casa de seus pais ou na casa de seus sogros. Dependendo, terá de caçar, pescar, fazer diversos serviços para seus sogros. Aqui vivem de forma livre, casam-se, deixam a casa dos pais para ter sua própria residência, ou em alguns casos, mesmo casados, o casal mora em casas separadas. Essa forma de vida ainda não interferiu nos costumes dos indígenas.
Em algumas tribos, o casamento é como uma instituição podem ser arranjos ou trocas. Há ainda, em algumas delas, o sistema de dotes, onde se dá a mulher em troca de dinheiro, ou principalmente terras. Algumas vezes, os casamentos indígenas são realizados para estabelecer alianças entre duas aldeias, que é chamado exogamia. Para Ramos (1988, p. 57), a exogamia pode ser o estabelecimento de alianças entre comunidade, formando uma rede de aldeias aliadas, unidas em caso de conflitos com outras, ou é apenas uma ligação de famílias.
Algo que ocorre também nas tribos, que na sociedade ainda não se é permitido, é o ato de poligamia ou poliandria. Poligamia, um homem casa-se com mais de uma mulher, e poliandria é o contrário, mais de um homem para uma mulher. Entre estes dois, o mais comum ainda é a poligamia.
Segundo reportagem publicada na revista Consulex, de abril de 2001, “o casamento é um registro civil feito geralmente pelo chefe do posto indígena e obedecido à lei civil. Assim, o índio, como todo cidadão brasileiro, tem direito a pensão, aposentadoria etc.” Em ambas as sociedades, a nossa e a indígena, o matrimônio envolve direitos e obrigações, como troca de bens, promessas, obrigações de rituais nas aldeias. 
O divórcio é algo extremamente comum nas sociedades indígenas. Quando se é um casamento normal entre índios, é comum que se casem novamente, e se tiverem filhos, os mesmos ficarão com a mãe. Agora, quando o casamento ocorre entre alguém da tribo com uma pessoa de fora, um “branco”, tudo funciona de forma diferente. No caso de um “branco” casar-se com uma índia e ocorra o divórcio, seriam necessários muitos documentos para que ela tenha direito a algo. Há casos em que torna-se mais fácil, pela índia sair da tribo e morar na cidade ou o marido passar a fazer parte da comunidade. É o que afirma Marques (2012):
Existem diversas regras que ditam também, se um índio pode ou não casar-se com uma não índia. Vale lembrar que em momento algum a pessoa branca passa a ser índia por ter se casado com um indígena. 
Desta forma, em caso de divórcio, o marido pode ter direito ao patrimônio indígena. Mais um costume que é diferente é o fato de que os indígenas simplesmente resolvem se casar, não tem o costume de passar um tempo juntos, sendo que nas sociedades de hoje as pessoas resolvem morar juntas, sem que haja o casamento.
3 CONCLUSÃO
Foi possível perceber muitas diferenças entra as duas sociedades, não somente por parte do casamento, mas por diversos outros assuntos. Também foi visto que alguns costumes dos brancos interferem nas sociedades indígenas, fazendo com que se tornem um tanto quanto parecidos com essas sociedades modernas. Ao mesmo tempo há algumas coisas que na sociedade indígena são permitidos e nesta sociedade não, como a poligamia. A poligamia para esta sociedade ainda é algo ilegal, ou seja, não se pode casar com as duas pessoas, mas mesmo assim alguns vivem juntos. 
REFERÊNCIAS
RAMOS, Alcida Rita. Sociedades Indígenas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1988. 96 p.
CARDOSO, Luiz Muricy. O direito do índio. Revista Jurídica Consulex, Rio de Janeiro, v. 5, n. 102, p. 13, abr. 2001.
MARQUES, Rafaella. Como é um casamento indígena?. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www. http://zankyou.terra.com.br/p/como-e-um-casamento-indigena>. Acesso em: 2 abr. 2014

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