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4320196 – F´ısica para Engenharia II - Prova P2 - 2011 Observac¸o˜es: • Preencha todas as folhas com o seu nome, nu´mero USP, nu´mero da turma e nome do professor. • A prova tem durac¸a˜o de 2 horas. • Na˜o somos responsa´veis por provas com identificac¸a˜o insuficiente. • Na˜o e´ permitido o uso de calculadora e celular (manter desligado). • Apresente sua identidade ou carta˜o USP ao assinar a lista de presenc¸a. • Resolva cada exerc´ıcio a partir da frente da folha de resposta com o mesmo nu´mero. • Justifique todas as respostas com fo´rmulas, co- menta´rios (sucintos) e ca´lculos intermedia´rios, na˜o es- quecendo das unidades das grandezas f´ısicas. • Caso aparec¸a alguma raiz que na˜o seja um quadrado perfeito, deixe indicado (na˜o e´ necessa´rio calcular o va- lor decimal). • Resultados sera˜o anunciados no site da disciplina. Formula´rio: x(t) = A cos (ω0t+ ϕ) ω0 = √ k m ; k = d2U(x) dx2 ∣∣∣ x=x0 x(t) = Ae− γ 2 t cos (ωt+ ϕ); ω = √ ω20 − γ 2 4 x(t) = e− γ 2 t ( aeβt + be−βt ) ;β = √ γ2 4 − ω20 x(t) = e− γ 2 t (a+ bt) x(t) = F0/m ω20−Ω2 cos (Ωt+ ϕ) x(t) = A(Ω) cos (Ωt+ ϕ(Ω)); A(Ω) = F0/m√ (ω20−Ω2) 2 +γ2Ω2 ; tanϕ(Ω) = − γΩ ω20−Ω2 Q = A(ω0)A(0) ;Q = ω0 γ ; τd = γ −1 Q1 - Um planeta de massa m orbita uma estrela de massa M . Considerando a massa da estrela muito maior que a do planeta, podemos descrever a energia mecaˆnica do sistema (que deve ser constante) em termos do momento angular (outra constante do movimento), da distaˆncia instantaˆnea entre o planeta e a estrela r e de sua velocidade radial dr/dt: E = −GMm r + L2 2mr2 + m 2 ( dr dt )2 = Ue(r) + m 2 ( dr dt )2 onde G e´ a constante de gravitac¸a˜o universal. Note que a contribuic¸a˜o da velocidade angular para a energia cine´tica e´ completamente descrita em termos do momento angular L e do momento de ine´rcia I = mr2. A combinac¸a˜o deste termo com a energia potencial gravitacional da´ origem a um potencial efetivo, dependente apenas de r. (a) [0,75] Qual a distaˆncia re, correspondente ao mı´nimo da energia potencial efetiva? (b) [0,5] Fac¸a o gra´fico da energia potencial efetiva Ue(r). (c) [0,75] Para pequenas flutuac¸o˜es em torno desta condic¸a˜o de equil´ıbrio, qual a frequeˆncia de oscilac¸a˜o de r(t)? (d) [0,5] A oscilac¸a˜o de r ira´ fazer com que o planeta se aproxime e se afaste da estrela de forma perio´dica, combinando este movimento ao giro do mesmo em torno da estrela. Mostre que esta frequeˆncia de oscilac¸a˜o em torno de re e´ igual ao inverso do per´ıodo da o´rbita, calculada para a condic¸a˜o de equil´ıbrio r = re, o que implica em uma o´rbita fechada. 1 Soluc¸a˜o Q1: a) dUe dr = GMm r2 − L 2 mr3 = 0 re = L2 GMm2 , Um = −G 2M2m3 2L2 b) c) d2Ue dr2 = −2GMm r3 + 3 L2 mr4 d2Ue dr2 |r=re = G4M4m7 L6 = k E = Um + mr˙2 2 + k (r − re)2 2 ω = 2piν = √ k m → ν = G 2M2m3 2piL3 (1) d) Acelerac¸a˜o centr´ıpeta:acp = ( 2pi T )2re = F m = GMm r2 T = 2pi √ r3e GMm = 2pi L3 G2M2m3 = 1 ν (2) 2 Q2 - Considere um sistema como o da figura ao lado, composto por treˆs molas ideˆnticas (com cons- tantes k = 150 N/m) de massas desprez´ıveis e uma polia, tambe´m de massa desprez´ıvel. Inicialmente o sistema esta´ em equil´ıbrio na posic¸a˜o 0. Em um determinado instante, uma massa m e´ conectada a uma das molas, deslocando o sistema do valor y0. Logo abaixo desta massa ha´ um dispositivo sens´ıvel ao toque que acende uma laˆmpada cada vez que e´ tocado pela massa. Despreze quaisquer efeitos de atrito no sistema. Supondo que a distaˆncia entre a posic¸a˜o de equil´ıbrio da massa e a superf´ıcie do dispositivo sens´ıvel ao toque e´ de 10 cm e que, pra dar in´ıcio ao movimento, voceˆ simplesmente encosta a massa no dispositivo e libera o sistema, calcule: (a) [0,25] A posic¸a˜o de equil´ıbrio y0 (em termos da massa m). (b) [0,5] A equac¸a˜o do movimento resultante da massa m. (c) [0,75] A soluc¸a˜o da equac¸a˜o do movimento da massa m. (d) [0,5] O valor que deve ser escolhido para a massa m para que a laˆmpada acenda uma vez a cada 0,4 pi segundos. (e) [0,5] O trabalho realizado sobre o sistema em equil´ıbrio para dar in´ıcio ao movimento descrito no ı´tem (d). Soluc¸a˜o Q2: a) y(t) = y1(t) 2 + y2(t) 2 + y3(t) T1 = ky1 = T2 = ky2 ; T3 = ky3 como T3 = T = 2T1 ⇒ T1 = T2 , temos, no equil´ıbrio y0 = y1(0) 2 + y2(0) 2 + y3(0) = T1 2k + T2 2k + T3 k y0 = T 4k + T 4k + T k = 3T 2k mg = T = 2k.y0 3 ⇒ y0 = 3mg2k = 0, 1×m metros. 3 b) y(t) = y1(t) 2 + y2(t) 2 + y3(t) = 3T 2k = T K onde K = 2 3 k Equac¸a˜o de movimento para a massa: md 2y(t) dt2 = mg −Ky(t) = −K (y(t)− mg K ) = −K (y(t)− y0) Se Y (t) = y(t)− y0 d2Y (t) dt2 = −K m Y (t) c) Soluc¸a˜o: Y (t) = A cosω0t+ ϕ com ω0 = √ K m = √ 2k 3m = 10√ m rad/s Y (0) = 0, 1m→ A cosϕ = 0, 1 Y˙ (0) = 0→ −Aω0 sinϕ = 0 } ⇒ ϕ = 0;A = 0, 1. Y (t) = 0, 1 cos 10√ m t . d) Per´ıodo: T = 2pi ω0 = 2pi. √ m 10 Logo m = ( 10 T 2pi )2 Se T = 0, 4pi enta˜o m = (10× 0, 2)2 = 4 kg. e) Trabalho realizado sobre a mola para mover a massa 10 cm a partir da posic¸a˜o de equil´ıbrio: W = ∆U = 1 2 KY (0)2 ou seja W = 1 2 × 100× (0, 1)2 = 0, 5 J 4 Q3 - Considere um sistema massa-mola, composto por uma mola de constante k e uma massa m0, sujeito a uma forc¸a de amortecimento proporcional a` velocidade dada por Fa = −ρdx dt . O sistema esta´ no regime cr´ıtico de amortecimento. (a) [0,5] Determine, em func¸a˜o de k e m0, o valor da constante de amortecimento ρ. (b) [0,5] Sabendo que o sistema parte da posic¸a˜o x0 com velocidade nula, determine a posic¸a˜o do sistema em func¸a˜o do tempo em termos de k e m0. (c) [0,5] Se trocarmos a massa do sistema por uma massa m1 = m0 2 qual sera´ o regime de oscilac¸a˜o do sistema? Justifique. (d) [0,5] Sabendo que com a nova massa o sistema parte da posic¸a˜o x0 com velocidade nula, determine a posic¸a˜o do sistema em func¸a˜o do tempo em termos de k e m0. (e) [0,5] Se trocarmos agora a massa do sistema por uma massa m2 = 2m0 qual sera´ o regime de oscilac¸a˜o do sistema? Justifique. Soluc¸a˜o Q3: (a) Determine, em func¸a˜o de k e m0, o valor da constante de amortecimento. No regime cr´ıtico: γ0 2 = ω0 ⇒ ρ 2m0 = √ k m0 A constante de amortecimento e´ dada por: ρ = 2 √ km0 (b) Sabendo que o sistema parte da posic¸a˜o x0 com velocidade nula, determine a posic¸a˜o do sistema em func¸a˜o do tempo em termos de k e m0. No regime cr´ıtico a posic¸a˜o em func¸a˜o do tempo e´ dada por: x(t) = (a+ bt)e− γ0 2 t Usando as condic¸o˜es iniciais temos: x(0) = x0 ⇒ a = x0 5 Velocidade: dx dt (t) = be− γ0 2 t − γ0 2 (a+ bt)e− γ0 2 t dx dt (0) = b− γ0 2 a = 0 ⇒ b = γ0 2 x0 Dessa forma a posic¸a˜o do sistema em func¸a˜o do tempo sera´ dada por: x(t) = x0 ( 1 + γ0 2 t ) e− γ0 2 t = x0 ( 1 + √ k m0 t ) e − √ k m0 t (c) Se trocarmos a massa do sistema por uma massa m1 = m0 2 qual sera´ o regime de oscilac¸a˜o do sistema? Justifique. Para m1 = m0 2 temos: ω1 = √ 2k m0 = √ 2ω0 γ1 2 = ρ m0 = 2 γ0 2 Dessa forma: γ1 2 > ω1 ⇒ o sistema estara´ no regime supercr´ıtico de amortecimento (d) Sabendo que com a nova massa o sistema parte da posic¸a˜o x0 com velocidade nula, determine a posic¸a˜o do sistema em func¸a˜o do tempo em termos de k e m0. Soluc¸a˜o para o regime supercr´ıtico: x(t) = ae−( γ1 2 −β)t + be−( γ1 2 +β)t onde beta e´ dado por: β = √ γ21 4− ω21 = √ 2 k m0 6 Usando as condic¸o˜es iniciais temos: x(0) = a+ b = x0 Velocidade: dx dt (t) = −a (γ1 2 − β ) e−( γ1 2 −β)t − b (γ1 2 + β ) e−( γ1 2 +β)t dx dt (0) = −a (γ1 2 − β ) − b (γ1 2 + β ) = 0 Combinando as duas equac¸o˜es temos: a = x0 2 ( 1 + γ1 2β ) = x0 2 ( 1 + √ 2 2 ) b = x0 2 ( 1− γ1 2β ) = x0 2 ( 1− √ 2 2 ) Dessa forma a posic¸a˜o do sistema em func¸a˜o do tempo sera´ dada por: x(t) = x0 2 [( 1 + √ 2 2 ) e −(2− √ 2) √ k m0 t + ( 1− √ 2 2 ) e −(2+ √ 2) √ k m0 t ] (e) Se trocarmos agora a massa do sistema por uma massa m2 = 2m0 qual sera´ o regime de oscilac¸a˜o do sistema? Justifique. Para m2 = 2m0 temos: ω2 = √ k 2m0 = ω0√ 2 γ2 2 = ρ 4m0 = 1 2 γ0 2 Dessa forma: γ2 2 < ω2 ⇒ o sistema estara´ no regime subcr´ıtico de amortecimento 7 Q4 - Um peˆndulo de torc¸a˜o de massa M=5,0 kg, imerso em um meio viscoso, oscila em torno do seu ponto de equil´ıbrio obedecendo a seguinte equac¸a˜o de movimento: Iθ¨ = −bθ˙ − kθ onde I=3,0 kg.m2, k=2,0 N.m e b = 3 √ 2 N.m.s. (a) [1,0] Determine a soluc¸a˜o da equac¸a˜o de movimento considerando as seguintes condic¸o˜es iniciais: θ(t = 0) = 0, 5 rad e θ˙(t = 0) = 0. (b) [0,5] Qual e´ o tempo necessa´rio para que a amplitude do movimento caia a` metade? Suponha agora que o peˆndulo esteja sob a ac¸a˜o de um torque externo perio´dico τ(t) =√ 7 cos( √ 3 3 t). (c) [0,25] Calcule a amplitude da soluc¸a˜o estaciona´ria. (d) [0,75] Dadas as mesmas condic¸o˜es iniciais do ı´tem (a), qual e´ o tempo necessa´rio para que a amplitude da soluc¸a˜o transiente seja 1/6 da amplitude da soluc¸a˜o estaciona´ria? Soluc¸a˜o Q4: θ¨ + b I θ˙ + k I θ = 0 γ = b I = √ 2 rad/s e ω0 = k I = √ 2 3 rad/s ⇒ ω = √ 1 6 rad/s Como ω0 > γ 2 ⇒ amortecimento sub-cr´ıtico (a) θ(t) = θ0e − γt 2 cos(ωt+ ϕ) θ˙(t) = −γ 2 θ0e − γt 2 cos(ωt+ ϕ)− ωθ0e− γt2 sin(ωt+ ϕ) Condic¸o˜es iniciais: 8 θ0 cos(ϕ) = 1 2 (1) −γ 2 θ0 cos(ϕ)− ωθ0 sin(ϕ) = 0 ⇒ tan(ϕ) = − γ2ω (2) ϕ = tan−1(−√3) ⇒ ϕ = 5pi 3 rad ou ϕ = −pi 3 rad Substituindo em (1) temos que θ0 = 1 rad Portanto: θ(t) = e− √ 2t 2 cos( √ 1 6 t+ 5pi 3 ) ou θ(t) = e− √ 2t 2 cos( √ 1 6 t− pi 3 ) (b) e− √ 2t 2 = θ0 2 = 1 2 − √ 2t 2 = ln(1 2 ) t = √ 2 ln(2) s (c) τ(t) = √ 7 cos( √ 3 3 t) ⇒ τo = √ 7 N m e Ω = √ 3 3 rad/s Soluc¸a˜o particular: Θp(t) = Θ0(Ω) cos[Ωt+ φ(Ω)] Θ0(Ω) = τo I 1√ (ω20−Ω2)2+γ2Ω2 Θ0(Ω) = √ 7 3 1√ ( 23− 13) 2 + 2 3 ⇒ Θ0(Ω) = 1 rad (d) θ0e − γt 2 = 1 6 Θ0(Ω) e− √ 2t 2 = 1 6 √ 2t 2 = ln(6) t = √ 2 ln(6) s 9
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