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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ BIANCA RAFAELA BACKES GRR20174116 APLICAÇÕES E PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS PALOTINA 2017 1. POLÍMEROS Os polímeros são macromoléculas ou moléculas muito grandes que são formadas por pequenas partes, que são moléculas pequenas denominadas de monômeros. Os monômeros podem ser iguais ou diferentes e passam por um processo denominado polimerização para se ligarem em uma ordem de milhares de moléculas e formarem os polímeros. Os polímeros podem ser divididos segundo vários critérios, sendo que o principal deles é: polímeros naturais e polímeros artificiais. Polímeros naturais: são aqueles presentes nos organismos animais e vegetais e que já são usados há milhares de anos pelo ser humano. Essas macromoléculas são chamadas de biomoléculas ou moléculas da vida porque são essenciais para processos que mantêm a vida. Eles fazem parte de três classes: carboidratos, lipídios e proteínas. Polímeros sintéticos: Eles começaram a ser produzidos em laboratório a fim de imitar os polímeros naturais. O primeiro polímero de importância comercial foi o celuloide, produzido em 1864, principalmente para a produção de bolas de bilhar, já que o preço do marfim estava muito elevado. Os polímeros sintéticos são divididos em: polímeros de adição, polímeros de condensação e polímeros de rearranjo. Abaixo veremos exemplos de polímeros, suas estruturas, propriedades e aplicações. 2. POLIETILENO O polietileno é um polímero de adição comum, formado pela união sucessiva de milhares de monômeros, que nesse caso são moléculas do etileno (eteno). Esse polímero é muito comum no dia a dia, principalmente devido à sua resistência e ao seu baixo custo. A forma com que esse plástico irá se apresentar e, consequentemente, quais serão as suas aplicações dependerão de fatores tais como a pressão, a temperatura e o tipo de catalisador usado durante a reação de polimerização. Dependendo das condições reacionais e do sistema catalítico empregado na polimerização, cinco tipos diferentes de polietileno podem ser produzidos: 2.1 Polietileno de Baixa Densidade (PEBD ou LDPE) O PEBD tem uma combinação única de propriedades: tenacidade, alta resistência ao impacto, alta flexibilidade, boa processabilidade, estabilidade e propriedades elétricas notáveis. Apesar de ser altamente resistente à água e a algumas soluções aquosas, inclusive a altas temperaturas, o PEBD é atacado lentamente por agentes oxidantes. Além disso, solventes alifáticos, aromáticos e clorados, causam inchamento a temperatura ambiente. O PEBD é pouco solúvel em solventes polares como álcoois, ésteres e cetonas. A permeabilidade à água do PEBD é baixa quando comparada a de outros polímeros. A permeabilidade a compostos orgânicos polares como álcool ou éster é muito mais baixa do que aos compostos orgânicos apolares como heptano ou éter dietílico. O PEBD pode ser processado por extrusão, moldagem por sopro e moldagem por injeção. Assim sendo, é aplicado como filmes para embalagens industriais e agrícolas, filmes destinados a embalagens de alimentos líquidos e sólidos, filmes laminados e plastificados para alimentos, embalagens para produtos farmacêuticos e hospitalares, brinquedos e utilidades domésticas, revestimento de fios e cabos, tubos e mangueiras. 1.2 Polietileno de Alta Densidade (PEAD ou HDPE) O PEAD e o PEBD têm muitas aplicações em comum, mas em geral, o PEAD é mais duro e resistente e o PEBD é mais flexível e transparente. A linearidade das cadeias e consequentemente a maior densidade do PEAD fazem com que a orientação, o alinhamento e o empacotamento das cadeias sejam mais eficientes, as forças intermoleculares (Van der Waals) possam agir mais intensamente, e, como consequência, a cristalinidade seja maior que no caso do PEBD. Sendo maior a cristalinidade, a fusão poderá ocorrer em temperatura mais alta. Em geral, o PEAD, exibe baixa reatividade química. À temperatura ambiente, PEAD não é solúvel em nenhum solvente conhecido, apesar de muitos solventes, como xileno, por exemplo, causarem um efeito de inchamento. Sob altas temperaturas, PEAD se dissolve em alguns hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos. O PEAD é relativamente resistente ao calor. Processos químicos sob alta temperatura, em meio inerte ou no vácuo, resultam em ruptura e formação de ligações cruzadas nas cadeias poliméricas. O PEAD é utilizado em diferentes segmentos da indústria de transformação de plásticos, abrangendo os processamentos de moldagem por sopro, extrusão e moldagem por injeção. Pelo processo de injeção, o PEAD é utilizado para a confecção de baldes e bacias, bandejas para pintura, banheiras infantis, brinquedos, engradados, caixas d’água, entre outros. Enquanto que pelo processo de sopro, destaca-se a utilização na confecção de bombonas, tanques e tambores de 60 a 250 litros, onde são exigidas principalmente resistência à queda, ao empilhamento e a produtos químicos. Por extrusão, é aplicado em isolamento de fios telefônicos, sacos para congelados, revestimento de tubulações metálicas, sacos para lixo e sacolas de supermercados. 1.3 Polietileno Linear de Baixa Densidade (PELBD ou LLDPE) As propriedades de filmes de PELBD são atribuídas a sua linearidade e cristalinidade. A estrutura molecular do PELBD é essencialmente linear devido ao tipo de catalisador usado. Sua cristalinidade, embora muito menor que a do PEAD, é maior do que a do PEBD. Essa maior cristalinidade em adição à linearidade das cadeias poliméricas, afetam positivamente as propriedades mecânicas dos filmes sem causar decréscimo em suas características ópticas. Comparado ao PEAD, o PELBD apresenta resistência à tração e dureza mais baixas, conforme aumenta o teor de ramificações, e exibe maior resistência ao impacto e ao rasgamento (filmes). O PELBD é um termoplástico com elevada capacidade de selagem a quente, sendo muito utilizado em embalagens de gêneros de primeira necessidade, substituindo o PEBD em várias aplicações. É utilizado em filmes para uso industrial, fraldas descartáveis e absorventes, lonas em geral, brinquedos, artigos farmacêuticos e hospitalares, revestimento de fios e cabos. A extrusão de filmes tubulares fornece materiais para embalagem de aves e de pão. Em misturas com PEAD ou com PEBD, o PELBD é utilizado em sacaria industrial, embalagem para ração animal e filme agrícola. A extrusão de filmes planos fornece produtos para serem utilizados em plástico bolha. A Politeno produz um PELBD pelo processo em solução, para moldagem por injeção, que apresenta fluidez e flexibilidade boas. É utilizado para injeção de tampas para utilidades domésticas, recipientes, artigos flexíveis e peças de uso geral. 1.4 Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular (PEUAPM ou UHMWPE) O PEUAPM é um polietileno de alta densidade (0,93-0,94 g/cm³), branco e opaco, com uma temperatura de transição vítrea (Tg) que varia entre –100 °C e –125 °C e uma temperatura de fusão (Tm) de 135 °C, com cristalinidade em torno de 45%. A longa cadeia molecular, a alta densidade e a ausência de ramificações em sua estrutura conferem ao PEUAPM propriedades, tais como: resistência à abrasão maior que a dos outros termoplásticos, boa resistência à corrosão, alta resistência à fadiga cíclica, alta resistência à fratura por impacto, alta resistência ao tensofissuramento, alta resistência química, alta dureza e baixo coeficiente de atrito. O PEUAPM é muito resistente a uma ampla gama de produtos químicos (ácidos, álcalis,solventes, combustíveis, detergentes e oxidantes). Esse material polimérico é quase totalmente inerte, o que faz com que seja indicado para uso em praticamente todos os tipos de ambientes agressivos ou corrosivos sob temperaturas moderadas. Mesmo em temperaturas elevadas, só é atacado por solventes aromáticos ou halogenados e por oxidantes fortes, como ácido nítrico. Assim como a maioria dos polímeros sintéticos, é sujeito a reações de degradação induzida por radiação ultravioleta e oxigênio. O material degradado mostra alterações no aspecto visual, aumento de densidade, e redução da resistência à abrasão, da resistência ao impacto e das propriedades de tração. O peso molecular extremamente elevado do PEUAPM proporciona a esse polímero uma viscosidade no estado fundido tão alta que seu índice de fluidez, medido a 190 °C com uma carga de 21,6 kg, se aproxima de zero. Assim, não é possível processá-lo por métodos convencionais de injeção, sopro ou extrusão. O método empregado é o de moldagem por compressão ou variações dele como prensagem e extrusão por pistão. Nos dois casos são obtidos produtos semi-acabados em forma de chapas ou tarugos para acabamento posterior por usinagem. O PEUAPM pode ser empregado em uma ampla gama de aplicações industriais quando a temperatura de trabalho não excede 80 °C. As características de resistência à abrasão, ao impacto e a produtos químicos, autolubrificação, baixo coeficiente de atrito, absorção de ruídos e outras já mencionadas, tornam o PEAUPM particularmente adequado para uso em aplicações diversificadas: • Mineração: revestimentos, misturadores, raspadores, mancais e tubos. • Indústria Química: tubos, bombas, válvulas, filtros, gaxetas, misturadores, revestimentos de tanques metálicos e de concreto. • Indústria Alimentícia e Bebidas: guias para linhas de embalagem, transportadores, roletes, bicos de enchimento, bombas e cepos de corte. • Papel e Celulose: tampas de caixa de sucção, ré- guas e perfis. • Indústria Têxtil: tacos, guias, mancais e redutores de ruído. • Outras aplicações: galvanoplastia, transportadores industriais, artigos esportivos, ortopédicos e cirúrgicos. 1.5 Polietileno de Ultra Baixa Densidade (PEUBD ou ULDPE) O PEUBD é o mais novo membro da família do polietileno. O tipo de comonômero, ou seja, o comprimento das ramificações e o teor de comonômero, determina as propriedades do produto. É um polietileno com densidade aproximadamente igual a 0,865 g/cm³ e oferece maior resistência, mais flexibilidade e melhores propriedades ópticas em relação ao PELBD. Os catalisadores metalocênicos apresentam alta capacidade de incorporação de comonômeros α-olefínicos na cadeia polimérica, quando empregados em copolimerização. Devido a esse comportamento, os metalocenos dão origem a homopolímeros de etileno contendo ramificações longas, geradas a partir da incorporação de cadeias polietilênicas já terminadas. A presença dessas ramificações tem sido considerada a razão da boa processabilidade dos copolímeros de etileno-1-octeno produzido pela Dow Chemical. O principal uso do PEUBD é como resina modificadora, principalmente para polietileno de alta (PEAD) e baixa (PEBD) densidades e polipropileno (PP). A adição de PEUBD aos polietilenos e ao PP melhora a resistência ao impacto, a flexibilidade e a resistência ao rasgamento desses polímeros. A Dow Chemical produz resinas de polietileno de ultra baixa densidade (ATTANE) que oferecem maior resistência e flexibilidade a baixa temperatura. Estas resinas são ideais para produzir filmes para embalagens de líquidos, pois além de evitar infiltrações e derramamentos, a embalagem apresenta alta resistência ao rasgo. O processamento de filmes planos é feito por sopro ou extrusão. 3. O PET (POLI(TEREFTALATO DE ETILENO)) O PET é produzido pelos monômeros etileno glicol (glicol etilênico) e o ácido tereftálico ou o tereftalato de dimetila, por meio de uma reação de condensação, ou seja gerando além do polímero, compostos secundários como a água, neste caso específico. O PET é um termoplástico que apresenta inúmeras propriedades tais como leveza, transparência, brilho e facilidade de moldagem, é um polímero inodoro, insípido, atóxico e inerte. Possui elevada resistência mecânica, térmica e química, possibilidade de se apresentar no estado amorfo (transparente), parcialmente cristalino e orientado (translúcido) e altamente cristalino (opaco), boas propriedades de barreira, alta resistência à gordura, à tração e à abrasão. Devido a estas características citadas e a menor densidade comparada com a dos materiais utilizados nas embalagens tradicionais, o PET mostrou ser o material ideal para as embalagens da indústria de bebidas em todo o mundo. Além de ser utilizado em embalagens rígidas e flexíveis, o PET também é utilizado em folhas de transparência, sacaria industrial, filme contrátil, empacotamento automático, laminação, tampas, utilidades domésticas, entre outros. 4. E.V.A (ESPUMA VINÍLICA ACETINADA) O EVA é um copolímero de caráter elastomérico formado pelo encadeamento de sequências aleatórias de unidades repetitivas derivadas da polimerização do eteno e acetato de vinila. As espumas obtidas com esta resina são encontradas no mercado com densidades variando de 90 e 350 Kg/m3. A densidade de uma espuma está diretamente associada com sua expansão durante a fabricação e se constitui na principal propriedade que determina seu campo de aplicação. As espumas de EVA, comercializadas tanto na forma de placas quanto de peças injetadas, são constituídas essencialmente da matriz polimérica, expansor, ativador, lubrificante, plastificantes, elastômeros, cargas e pigmentos. Elastômeros como borracha natural, SBR e NBR podem ser utilizados em formulações de espumas de EVA com o objetivo de ampliar as propriedades de elasticidade e resiliência nos produtos. A resiliência é uma propriedade que depende da porcentagem de moléculas tipicamente elastoméricas, que estão dispersas na espuma e, assim, a adição de elastômero afetará diretamente nesta propriedade. As espumas poliméricas têm ganhado bastante espaço no mercado por apresentar boas propriedades mecânicas aliadas a baixa densidade e baixo custo. Materiais expandidos que possuem como matriz a resina de EVA, ganharam importância técnica e comercial ao longo dos anos, especialmente motivados pela escassez de matéria prima na crise do petróleo, em 1973. Este tipo de material celular é um dos mais novos no mercado e tem crescido bastante nas últimas duas décadas. Sua aplicação é voltada principalmente para a indústria de calçados onde são utilizadas em solados, palmilhas e entressolas de tênis. 5. POLIURETANO (PU) Resultante da reação química de dois componentes básicos, um poliol e um isocianato, em associação com aditivos que controlam e homogenizam o resultado. O poliuretano é, sem sombra de dúvidas, um dos polímeros de maior uso e maior importância em praticamente todos os mercados de bens de consumo e uso industrial. Poliuretano é um material resistente, flexível e durável fabricado que pode tomar o lugar de tinta, algodão, borracha, metal ou madeira em milhares de aplicações em praticamente todos os campos. Pode ser duro, como fibra de vidro, mole como espuma estofados, de proteção como o verniz, inflável como borracha ou pegajosa como cola. Versátil, o poliuretano apresenta-se sob diversas formas, são elas espumas flexíveis (colchões, travesseiros, etc.), espumas moldadas (bancos, apoios, volantes, descansa-braços), tintas, revestimentos, adesivos, elastômeros, etc; a depender da aplicação e dos requisitos de uso.6. POLIPROPILENO (PP) O polipropileno é um termoplástico semicristalino, produzido através da polimerização do monômero propeno, usando um catalisador estereoespecífico formando cadeias longas. As macromoléculas de polipropileno podem conter milhares de unidades monoméricas. O termo estereoespecífico do catalisador se refere à característica de controlar a posição do grupo metila na cadeia polimérica de forma ordenada. A densidade do polipropileno é da ordem de 0,905 g/cm3, uma das mais baixas entre todos os materiais plásticos disponíveis comercialmente. Isto permite obter peças com baixo peso. Apresenta elevada rigidez, superior à da maioria dos plásticos comerciais, boa resistência ao impacto à temperatura ambiente para todos os tipos de polipropileno, excelente transparência por contato, elevada resistência à fadiga por flexão, tornando-o adequado a aplicações em dobradiças integrais, alta dureza superficial, elevada resistência química, não sendo atacado pela grande maioria de produtos químicos à temperatura ambiente, baixíssima absorção de água, baixa permeabilidade ao vapor de água, baixíssima condutividade elétrica. O Polipropileno é usado para a fabricação de embalagens de xampus, cremes de beleza e produtos de limpeza em geral. Em função de sua resistência à fadiga é muito empregado em caixotes e engradados plásticos, para transporte de bebidas, frutas e alimentos. O fio de polipropileno é muito utilizado em objeto confeccionado que deva ter uma boa resistência mecânica e seja imune ao efeito da água, por este motivo o encontramos em vários tipos de sacarias de grãos, sacolas, forros de móveis e mantas para estabilização e reforço de solo, feitos normalmente com o fio contínuo. Já o fio descontínuo é muito usado na fabricação de utilidades domésticas e industriais, como vários tipos de escovas e vassouras. Encontra-se em diversas cores e espessuras de fios que permitem aplicá-lo desde em uma simples escova de roupa com uma textura macia, até em um vassourão de rua que resiste muito bem a este uso, graças a sua resistência à abrasão, garantindo um produto com longa vida de uso. 7. BORRACHA NATURAL (LATEX) O látex, ou borracha natural, é obtido a partir de seringueiras onde a principal representante é a Hevea brasiliensis. O nome químico oficial desse polímero é cis- poliisopreno. O prefixo CIS significa que todas as ramificações estão voltadas para o mesmo lado. É importante ressaltar que essa conformação ainda não foi imitada com perfeição pelo homem. O máximo que se consegue é a borracha natural sintética com um alto teor de unidades 1,4-cis. A síntese dessa borracha é feita com catalisadores Ziegler – Natta em hexano a 50°C. A classificação da borracha natural como polímero é de elastômero. Essa classe tem características bem marcantes, como alta deformação e a capacidade de retornar a sua forma após a deformação. O látex natural é obtido fazendo talhos no tronco da seringueira e recolhendo a seiva. Sua aparência é branca leitosa e pegajosa e precisa ser vulcanizada antes da confecção de produtos com ela. A vulcanização consiste no aquecimento do polímero com enxofre. Acontece a quebra das duplas ligações e a formação de pontes de enxofre no lugar delas. Essas pontes formam o que chamamos de ligações cruzadas. Elas aumentam a resistência do material e permite que ele volte à forma normal após ser esticado. A vulcanização muda as propriedades mecânicas do Látex. Antes dela, o material é termoplástico, ou seja, ele pode ser moldado com o aumento da temperatura. Depois, ele deve ser processado diretamente na fôrma, pois não pode mais ser derretido com o aumento da temperatura. Essa característica é típica dos Termorrígidos. Sua Temperatura de transição vítrea é de -72°C. Isso significa que, acima dessa temperatura suas cadeias adquirem mobilidade e o material pode absorver mais impactos por não ser quebradiço. A borracha natural pode ser aplicada em diversos materiais como preservativos, luvas cirúrgicas e pneumáticos. Para isso, ela pode precisar também que sejam adicionados materiais de baixo custo que melhorem sua resistência mecânica, à esse material damos o nome de carga. Para a produção de produtos escuros, como pneus para carros ou equipamentos pesados, usa-se o negro de fumo. Um pó preto bem fino, com a aparência de pó de carvão, que se combina com as cadeias. Se o produto desejado precisa ser claro, pode-se usar o ácido silícico. O látex é um material muito importante tendo em vista que, mesmo com o aperfeiçoamento e pesquisas de diversos polímeros, esse polímero simples de origem natural ainda é largamente utilizado em diversos objetos de usos cotidiano. 8. BORRACHA DE POLIBUTADIENO (BR) A borracha de polibutadieno também chamada simplesmente de borracha de butadieno, é predominantemente baseada no cis-1,4 polibutadieno. A estrutura do polibutadieno [-CH2-CH=CH-CH2-]n obtido a partir do 1,3 butadieno (CH2=CH-CH=CH2) indica que, preferencialmente, se dá a adição-1,4 sendo de realçar que a cadeia carbonada possui, ainda, uma ligação dupla. A borracha de polibutadieno possui uma boa resistência ao envelhecimento e à reversão. Possui também uma excelente resistência à abrasão e uma elevada resiliência. Apresenta uma excelente flexibilidade a baixas temperaturas. A sua resistência à fadiga por acções dinâmicas é baixa. Apresenta uma moderada resistência química a ácidos orgânicos, álcoois, cetonas e aldeídos. Não é recomendada para ácidos fortes e concentrados, hidrocarbonetos e substâncias gordas. Podemos dividir os polibutadienos em duas categorias: • BR de médio teor (aproximadamente 35%), em estruturas tipo cis 1,4, preparados com iniciadores de alcoil-lítio. A polaridade do solvente tem grande influência na microestrutura e no conteúdo de vinil (adição 1,2), que pode ser ajustado por adição de éteres ou aminas terciárias. • BR de alto teor (a partir de 93%), em estruturas cis-1,4, preparadas com catalisadores de coordenação à base de titânio (93% de cis-1,4), cobalto (96%), níquel (97%), neodímio (98%); também descreveu-se o uso de catalisadores de urânio com 98,5 % de estruturas cis- 1,4. Existem ainda os polibutadienos ALFIN, sintetizados com catalisadores à base de NaCl, alquil ou alquenil-sódio e um alcóxido sódico, com 70% de estruturas trans-1,4 e 25% de 1,2, porém, com um peso molecular tão elevado que impossibilita o trabalho com equipamentos convencionais para borracha. São também comercializados os polibutadienos 1,2, sindiotáticos e isotáticos, mas estes são termoplásticos. A borracha de polibutadieno é sobretudo utilizada em mistura com borracha de estireno butadieno (SBR) na produção de borracha para piso de pneus e com borracha natural (NR) na produção de pneus para veículos pesados. É também utilizada em mistura com outros tipos de borrachas na produção de vários tipos de artigos técnicos, tendo em vista melhorar a resiliência, a flexibilidade a baixa temperatura e reduzir a elevação de temperatura em aplicações dinâmicas. 9. POLIAMIDA (PA) A poliamida (PA) é um polímero termoplástico composto por monômeros de amida conectados por ligações peptídicas, podendo conter outros grupamentos. São polímeros de cadeia molecular longa, obtidos por polimerização de um ácido com uma amida. As principais características das poliamidas são resistência ao envelhecimento a temperaturas elevadas e longos períodos de tempo, elevada resistência e rigidez, ductilidade funcional a temperaturas baixas, elevada fluidez e fácil enchimento do molde, comportamento auto-extinguível, excelentes propriedades dieléctricas,resistência à abrasão, resistência química excecional, elevada barreira/resistência a combustíveis, gorduras e materiais aromáticos, elevada barreira ao oxigênio, absorção de água, excelente balanço custo/desempenho. As principais aplicações das poliamidas são em automóveis (Coberturas/protecções: Proteções do motor; Condutas de ar moldadas por sopro; Interior: Airbag canisters; Exterior: Grelhas, Pegas de porta, Tampões de roda, Espelhos), em eléctrica e electrónica (Distribuição de Energia: Disjuntores e interruptores; Conectores: Conectores industriais CEE, Blocos de Terminais), e nas indústrias e geral (Power Tools: Carcaças e componentes internos; Desporto: Fixações para esqui, patins em linha; Ferroviária: almofadas anti-vibração; Rodízios; Mobiliário: Várias aplicações; Tubagens Off-Shore; Filmes para embalagens. 10. POLICARBONATO (PC) O policarbonato é um poliéster linear obtido através da reação entre o bisfenol A (ou difenilol propano) e o gás fosgênio. Sua principal característica é a transparência, mesmo com espessuras consideráveis, que combinada com a alta resistência ao impacto faz desse polímero um plástico de engenharia que tem sido muito utilizado na construção civil em substituição ao vidro. A presença de grupos benzênicos na cadeia principal da molécula, tornam o policarbonato um polímero rígido, amorfo e com uma baixa concentração na moldagem (tanto na transversal quanto paralela ao fluxo). O fato de possuir grupos laterais polares e regularidade na cadeia, faz com que tenha um alto valor de transição vítrea (145°C), com isto ele possui elevados valores para as propriedades térmica e estabilidade dimensional muito boa. A cadeia polimérica do policarbonato é simétrica, o que lhe confere boas propriedades dielétricas através de uma larga faixa de frequência. Enquanto seu alto valor HDT garante a manutenção destas propriedades até 125°C. Os policarbonatos possuem como principais características a alta transparência, alta resistência ao impacto, alta resistência térmica, boa retardância a chama mesmo sem aditivos, excelentes propriedades elétricas, bom isolante de alta frequência à temperatura ambiente, sensível a hidrólise, elevado módulo de flexão, baixa contração no molde. Esse polímero é usado para a fabricação de mamadeiras, coberturas, toldos, faróis, lentes de óculos, discos compactos, eletroeletrônicos e peças que necessitam alta transparência e resistência mecânica. 11. POLIPARAFENILENO DE TEREFTALAMIDA (KEVLAR) O Kevlar é um polímero sintético, é um tipo de fibra de aramida, abreviação para 'poliamida aromática', onde as moléculas formam cadeias longas e altamente orientadas. As fibras podem ser fiadas ou tecidas em tapetes ou tecidos para explorar essas propriedades excepcionais. O Kevlar é feito a partir de uma reação de condensação de uma amina (1,4-fenileno-diamina) e um cloreto de ácido (cloreto de tereftaloíla, ou o cloreto do ácido tereftálico, o mesmo ácido usado na confecção do plástico conhecido como PET - polietileno tereftalato). As cadeias de Kevlar são relativamente rígidas e tendem a formar principalmente folhas planas, semelhantes às da seda. Isto é devido à orientação -para (1,4) das substituições dos anéis de benzeno. Quando o Kevlar é fiado, as cadeias ficam ligadas entre si através de ligações de hidrogênio, formando uma folha que tem uma alta força tensora. As folhas também empilham-se radialmente, como os raios de uma roda, permitindo interações adicionais entre grupos aromáticos que estão face a face em folhas vizinhas, ajudando a aumentar a resistência da fibra como um todo. Ele tem propriedades magníficas: é forte, mas relativamente leve, diferente da maioria dos plásticos ele não derrete (resiste razoavelmente ao calor e se decompõe apenas em torno dos 450 °C), pode ser inflamado mas a queima geralmente para quando a fonte de calor é removida, resfriamento a temperaturas muito baixas têm pouco efeito sobre o Kevlar (não há fragilização sensível ou degradação até -196 ° C) o que o torna excelente para condições árticas. Como outros plásticos, a exposição prolongada à luz ultravioleta (luz solar, por exemplo) provoca a descoloração e alguma degradação das fibras. Kevlar pode resistir a ataques de vários componentes químicos diferentes, embora a longa exposição a ácidos e bases fortes possa degradá-lo depois de algum tempo. Permanece praticamente inalterado após exposição à água quente por mais de 200 dias e suas propriedades não são afetadas pela umidade. A aplicação mais conhecida do Kevlar é na composição de artigos de proteção pessoal, tais como coletes à prova de balas, capacetes de combate, máscaras, etc. Além disso, também encontramos Kevlar nas seguintes aplicações: • Equipamentos desportivos, tais como revestimentos internos para pneus de bicicleta, bastões, cordas de arco, linhas de suspensão de parapente, e vestuário de segurança de motociclistas. • Membranas de instrumentos de percussão, uma vez que pode ser muito esticado, produzindo um som mais limpo. • Fibras de Kevlar podem ser tecidas em cordas ou cabos, as quais têm sido utilizadas para apoiar pontes suspensas • Capa protetora externa para fibras óticas • substituto para o amianto nas pastilhas de freio do automóvel, e em algumas juntas de tubo de borracha • É frequentemente usado em conjunto com fibra de vidro e fibras de carbono como agentes de reforço em materiais compósitos. Tais compostos encontram uso na indústria aeroespacial, automobilismo, rotores e pás de helicópteros, e muitas peças especiais de equipamentos desportivos. 12. POLIESTIRENO (PS) O poliestireno é um polímero de adição, ou seja, ele consiste em macromoléculas formadas pela união sucessiva de várias moléculas iguais entre si, que, no caso, são o estireno (vinil benzeno). A ligação pi entre os carbonos do estireno é rompida e se formam duas novas ligações simples. Isso propicia a ligação dos carbonos de uma molécula do estireno com outra molécula desse mesmo composto, formando o polímero. Desse modo, obtém-se um polímero formado por várias moléculas de estireno. O poliestireno é obtido inicialmente na forma de pequenas contas que podem ser amolecidas sob vapor e esculpidas na forma desejada. O tipo de poliestireno mais conhecido é o isopor, que é obtido aquecendo-se esse polímero com substâncias que produzem gases e, dessa forma, ele incha, ficando extremamente leve. O isopor possui ampla aplicação no cotidiano, sendo usado como isolante, em embalagens em copos descartáveis e outros recipientes para bebidas e comidas quentes; em materiais de construção, caixas para transporte de peixe fresco em gelo ou qualquer bebida ou comida que se deseje manter em baixa temperatura; em forro para capacetes e embalagens protetoras para equipamentos elétricos. O poliestireno também pode ser encontrado de duas outras formas: o poliestireno comum e os poliestirenos de alto impacto. O poliestireno comum possui um aspecto semelhante ao vidro, devido às suas moléculas conterem anéis benzeno, que atraem os anéis das outras moléculas, fazendo com que ele fique mais quebradiço e menos flexível. O material fica transparente e com alto índice de refração, como o vidro, devido ao empacotamento mais apertado das cadeias poliméricas. Esse tipo de polímero é muito usado como capa transparente de CDs. Mas, outros produtos feitos dele são: potes de iogurtes, escovas, pentes, tesouras, pós cosméticos compactos, copos descartáveis, equipamentos de laboratório, como pipetas descartáveis, entre outros. O poliestireno de alto impacto é obtido adicionando-semais de 10% de polibutadieno ou de estirenobutadieno ao poliestireno e, dessa forma, ele fica mais resistente e não é transparente. Alguns produtos feitos dele são: pentes, cabides, embalagens para pastas e margarinas, disjuntores, bandejas para alimentos, revestimentos internos de refrigeradores, potes para guardar comidas e brinquedos. 13. POLICLORETO DE VINILA (PVC) O PVC é um polímero termoplástico pertencente à família do etileno , na qual predomina uma cadeia de átomos de carbono (C) que pode ter vários tipos de átomos ligados a ela. No caso do PVC, átomos de cloro (Cl) substituem alguns átomos de hidrogênio (H). A presença do cloro na cadeia do polímero torna o PVC um dos termoplásticos conhecidos mais versáteis. É o responsável pelo caráter natural anti-chama e pelas inúmeras formas e propriedades do PVC. Devido à instabilidade da ligação carbono-cloro na cadeia, o polímero é sensível à temperaturas acima de 700º C e à luz ultravioleta. Ele é compatível com diversos aditivos que, dependendo das quantidades empregadas, podem modificar completamente as características dos produtos finais, obtendo-se produtos transparentes ou opacos, rígidos ou flexíveis, etc. É possível também diversas formas de processamento como extrusão, injeção, entre outras. Possui características anti-chama e autoextinguível, ou seja, basta retirar a fonte de calor que imediatamente a chama se apaga. É quimicamente inerte: não é afetado por ácidos, bases, soluções aquosas e mesmo fortes agentes oxidantes têm fraca ação sobre o material. O PVC possui diversas aplicações como, forros, janelas, cartões, embalagens para medicamentos, peças decorativas, bolas, boias, barcos, canalização de água e esgotos, piscinas, fraldas, roupas, calçados, etc. Entretanto, o PVC tem um aspecto muito negativo. No momento de sua incineração, ele libera ácido clorídrico (HCl) que, além de ser tóxico, também reduz as propriedades mecânicas de outros polímeros durante o processo de reciclagem. 14. POLITETRAFLUORETILENO (TEFLON) É um termoplástico de excepcionais propriedades químicas, mecânicas, térmicas e dielétricas o PTFE é um polímero obtido da combinação do Flúor e do Carbono assegurando enorme faixa de aplicações dentro da indústria moderna. O teflon é conhecido especialmente por ser usado como revestimento de utensílios domésticos, tais como panelas e, principalmente, frigideiras antiaderentes. Ele é usado com essa finalidade, pois possui alta resistência ao calor e baixa aderência, assim há menos riscos de o alimento ficar grudado na panela. Outras características do teflon são: boa resistência mecânica, baixo coeficiente de atrito e bom isolante de eletricidade. Não é combustível e é excepcionalmente inerte, sendo muito resistentes aos reagentes químicos mais poderosos, como a água-régia. Por tudo isso, ele também é utilizado em equipamentos químicos para indústrias (como nos canos, válvulas e registros desses equipamentos), em engrenagens, mancais e gaxetas e em isolamento elétrico. Ele é usado também na forma de fita para evitar vazamentos de água, antenas parabólicas, torneiras e na fabricação de órgão artificiais. 15. BAQUELITE A baquelite é um polifenol, ou seja, é um polímero de condensação derivado do fenol. Os polímeros de condensação são formados por meio de reações de condensação entre moléculas que podem ser da mesma substância ou diferentes, com uma eliminação simultânea de alguma molécula mais simples. No caso da baquelite, ela é formada pela polimerização entre o fenol (benzenol ou hidroxibenzeno) e o formol (formaldeído ou metanal), com a eliminação de moléculas de água. Esse polifenol possui grande resistência mecânica, química e térmica. Sendo utilizada na produção de discos musicais, tomadas, interruptores, cabos de panelas, telefones, bolas de bilhar, câmeras fotográficas, revestimentos de móveis (para esta finalidade a baquelite é conhecida como fórmica), carapaças de eletrodomésticos, peças de automóveis e na produção de algumas ferramentas. Nesses casos citados, usa-se a resina termorrígida, pois dependendo da extensão e das condições em que ocorre a reação de polimerização, como por exemplo, se é em meio básico ou ácido e dependendo da quantidade de aquecimento pode-se obter também uma baquelite termoplástica. A resina termorrígida atua como isolante elétrico e térmico e, por isso, pode ser usada para as finalidades descritas. Já a resina termoplástica é empregada na composição de revestimentos, como tintas e vernizes e em cola para madeira. 16. REFÊRENCIAS http://resoambiental.com/2015/07/polietileno-o-que-e-onde-e-utilizado/ http://www.revistapolimeros.org.br/files/v13n1/v13n1a01.pdf http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/EE/Revista_on_line/Estudo_Comparativo_Pol i.pdf http://www2.ufcg.edu.br/revista-remap/index.php/REMAP/article/viewFile/93/112 http://feiplar.com.br/materiais/pdf/poliuretanos.pdf http://www.portalsaofrancisco.com.br/meio-ambiente/polipropileno http://www.ltquimicos.com.br/Curso_Borracha/cap-33.pdf http://www.tudosobreplasticos.com/materiais/policarbonato.asp http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=i5zO2hEZMYJ3rMRrkE10LR8 QScdwY79UMR6xjT62T9m88_SNFvpevytjy-bFRAA63DUZy1iAnVMfjBfg3cw9zQ== http://www.minhajaneladepvc.com.br/uploads/RenatoWang.pdf http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/3513/SoraiaZaionczB.pdf;jsessionid=0E53 EDB484C5326EE617A7398299A4C7?sequence=2 http://www.tudosobreplasticos.com/materiais/ptfe.asp file:///C:/Users/OS%2017212/Documents/kevlar.pdf
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