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Estado Alimentado No estado alimentado, devido ao aumento de glicose no sangue, há a liberação do hormônio insulina, o qual possui comunicação endócrina, pelas células B do pâncreas, que irão ser recebidas por receptores presentes em células musculares esqueléticas, hepatócitos, células do coração e do tecido adiposo. IMPORTANTE: Tipos de GLUT (transportadores de glicose nas células) GLUT 1 – Encontrado nos eritrócitos e tem ALTA afinidade por glicose; GLUT 2 – Fígado, rins e epitélio intestinal, células β e tem BAIXA afinidade; GLUT 3 – Neurônios e tem ALTA afinidade por glicose; GLUT 4 – Musculo esquelético, tecido adiposo, coração e tem afinidade MODERADA. Ele não se encontra na membrana e sim em vesículas no citoplasma que, na presença de insulina, sai. IMPORTANTE: Uma vez no interior da célula, a glicose encontra um tipo de hexoquinase. Diferença entre Hexoquina e Glicoquinase 1- Glicoquinase Fígado e pâncreas; Afinidade somente por glicose; Não é inibida pelo seu produto (glicose-6-P); Baixa afinidade por glicose; Induzida por insulina. 2- Hexoquinase Encontrado em muitos tecidos; Afinidade por hexoses no geral; Inibida pelo seu produto (G-6-P); Alta afinidade por glicose; Não é induzida. Liberação de Insulina nas células beta do pâncreas Com há grande quantidade de glicose, ela estará passando pela GLUT 2 (POUCA AFINIDADE COM A GLICOSE) das células beta do pâncreas. Haverá muita formação de glicose-6- fosfato, e consequentemente de ATP. Durante esse processo, os canais de K+ sensíveis a ATP vão se fechar, abrindo os canais de Ca2+ e despolarizando a célula. Esse excesso de Ca2+ permitirá o transporte de vesículas contendo insulina para a membrana, liberando assim o hormônio. Qual o seu efeito metabólico no corpo? No músculo e tecido adiposo irá aumentar o transporte de glicose pelo GLUT 4. No fígado aumenta a atuação de glicoquinase; Aumenta a síntese de glicogênio pela ativação da glicogênio sintase. Ativa a PFK2 e conquentemente a PFK1 (aumento da glicose); Ativa a piruvato desidrogenase; Aumenta a síntese de acido graxo (fígado). Ativação da carboxilase acetil-coA; Aumenta a síntese de TAG no tecido adiposo. Ativa a lipoproteína lipase. Receptores de Insulina Quando há o aumento de insulina no sangue, esse hormônio se liga a um receptor que possui um domínio tirosina quinase fazendo acontece uma autofosforilação desse domínio que irá regular positivamente a atividade deste receptor. Havendo esse processo, haverá o ancoramento de outras proteínas no receptor que irá ativar cascatas de sinalização, e assim que isso acontecer, ele irá sofrer uma mudança conformacional a qual é reconhecida pela IRS-1 que é fosforilada e responsável por ativar algumas enzimas. IRS-1 IRS – 1 – P PKB e AKT MAPK – P (alterações metabólicas e captação de glicose e glicogênese) Captação da insulina no músculo, coração e tecido adiposo A insulina vai ativar o transporte de GLUT 4 para a membrana. Mas porquê?! IMPORTANTE: O GLUT 4 é um receptor de insulina que possui afinidade moderada por glicose. Ela se encontra em vesículas, ou seja, não está na membrana e sim dentro da célula, que na presença do hormônio insulina irá sair para a membrana. IMPORTANTE²: Contrações musculares (exercício físico) aumenta o transporte de GLUT 4 para a membrana e a captação de glicose. Ele potencializa a captação de glicose. Efeito da insulina no fígado e musculo (glicogênese) Com a liberação da insulina e o processo de recepção, haverá a ativação da glicogênio sintase (GS). Como essa ativação acontece? 1- A IRS – 1 – P ativa a PKB e a AKT que inibe a GSK3 (glicogênio sintase quinase) e ATIVA a PP1 (fosforilase fosfatase 1). Isso faz com que a glicogênio sintase (GS) seja desfosforilada e ATIVADA. Ou seja: a. PP1 – responsável por desfosforilar a GS e ativa-la. b. GSK3- responsável por fosforilar a GS e desativa-la. Assim que acontecer a ativação da GS, irá ativar a glicólise no fígado. A insulina vai aumentar a atividade da via glicolítica e consequentemente o acumulo de acetil-coA, que será utilizado para a síntese de lipídeos, pois terá a ativação da porção quinase da PFK2 e isso fará com que aumente a concentração de frut-2,6-BP e a consequente ativação da PFK1. Haverá também a ativação da PK (piruvato quinase – responsável pela formação do piruvato + Pi na ultima etapa da glicólise), fazendo que ocorra o acumulo de acetil Co-A que irá ser utilizado pra síntese de lipídeo. Ciclo das pentoses A partir da glicose-6-fosfato, irá ser produzido a ribose-5-fosfato e CO2, reduzindo 2 NADP+ a 2 NADPH. Essa fase é chamada de FASE OXIDATIA DO CICLO. IPC: O NADPH vai para a síntese de ácidos graxos. IPC²: A redução da glutationa é um importante mecanismo de defesa antioxidante das células. O NADPH é utilizado pela glutationa redutase para regenerar a glutationa, a qual esta será utilizada pela glutationa peroxidade durante a degradação de peróxido de hidrogênio. Esses radicais livres são produzidos pelas células durante o processo de queima do O2. Eles são prejudiciais, pois “atacam” outras moléculas para roubar elétrons e ficarem estáveis. A FALTA DE G6DP OCASIONA FAVISMO. Síntese de lipídeos no estado alimentado Os lipídeos são importantes para o armazenamento de energia, pois, por ser uma molécula muito reduzida, há grande quantidade de energia liberável por oxidação; além disso, por serem hidrofóbicos, eles não são hidratados e podem ser armazenados em maior quantidade sem o “volume extra” da água. A síntese dos ácidos graxos acontece no estado alimentado no fígado, tecido adiposo e na glândula mamaria. A maior reserva energética do nosso corpo é a reserva lipídica, dura cerca de 34 dias de jejum. Esses ácidos graxos, que é a forma como armazenamos, vem da dieta, síntese endógena, mas também podem ser formados por outros compostos consumidos em excesso, ou tendo um precursor como o acetil-coA. Como transportar o acetil-CoA da mitocôndria para o citosol? 1- O citrato (primeiro intermediário do ciclo de Krebs) vai para o citoplasma por um transportador transmembrana. Lá ele é “quebrado” em acetil-CoA e oxalacetato pela enzima citrato liase. 2- Após a passagem do acetil-coA para o citoplasma, o acetil-CoA é transformado em MALONIL- CoA atráves de uma importante enzima que é a a ACC (ACETIL coA CARBOXILASE. Nesse processo HÁ GASTO DE ATP. OBS: A ACC É ESSENCIAL E REGULATORIA PARA A BIOSSINTESE DOS ACIDOS GRAXOS!!! OBS²: Há dois tipos de ACC: ACC 1 ACC 2 Tecido Adiposo Músculo esquelético Fígado Músculo cardíaco Glândula Mamaria Fígado ATIVA A SINTESE DE ACIDOS GRAXOS INIBE A BETA-OXIDAÇÃO I) Regulação da ACC a) Ativada por: citrato (alostericamente) e por insulina. A insulina ativa a proteína fosfatase que irá desfosforilar a ACC, ativando ela e, consequentemente, a síntese de lipídeos. b) Inibida por: palmitoil-CoA (alostericamente), glucagon e epinefrina por fosforilação dependente de AMPK (gasto energético alto). 3- Após a formação do malonil-coA, tudo acontece num complexo multienzimático chamado de ácido graxo sintase. O malonil é conjugado a um acil-CoA, gerando CO2 e água, e oxidando NADPH em NADP+. Acetil = 2C Malonil = 3C mas perde um por causa do CO2, logo, = 2 C 3.1- Repetindo esse processo varias vezes, vai sendo formado ácidos graxos maiores. 3.2 – A cada ciclo de reações o acido graxo é acrescido, oriundos de uma molécula de malonil coA. Quando o número de carbonos chega a 16, o acidograxo (palmitato) é liberado do complexo. 4- Logo: 8 Acetil – CoA + 7ATP + 14NADPH + 14H+ ---------- palmitato + 8CoA + 7ADP + 7Pi + 14NADP+ + 6H2O. Esse processo é muito importante, pois o rendimento energético do lipídeo é MUITO MAIOR que a da glicose. A partir do momento que esses ácidos graxos são sintetizados, eles irão para a formação das TAGS (triacilglicerol). Tal processo acontece no fígado, onde o acido graxo se liga ao glicerol. Este vem do glicerol-3-fosfato, o qual vem da dihidroxiacetona fosfato (4º intermediário da glicólise), e tambem do glicerol derivado da hidrolise de lipídeos. Esses ácidos graxos são convertidos em acil-CoA, consumindo ATP, e após isso são ligados ao glicerol. Para essa síntese de TAGS acontecer, o indivíduo terá que estar no estado alimentado, ou quando o corpo tiver muita disponibilidade energética. Essa síntese é regulada por diversos fatores como: Maior [ ] Citrato – ativador alosterico da ACC; inibe desidrogenases do CK (ATP/ADP_; Inibidor alosterico da PFK1. Dieta rica em carboidratos – Aumenta a expressão de ACC 1 e 2, e da ácido graxo sintase. Insulina – Ativa ACC (desfosforilação); Aumenta expressão de ACC1. Maior [ ] Palmitoil – CoA – Inibidor alosterico de ACC. Assim que essas TAGs são formadas, no estado alimentado, elas podem ir para o consumo (coração, musculo ou fígado) ou serem armazenadas pelos adipócitos, principalmente, mas tambem pode ser armazenada no musculo. TOTAL= 4C Como funciona o armazenamento? No tecido adiposo (e no musculo), os ácidos graxos são disponibilizados, captados e convertidos novamente a triglicerídeos e armazenados. Colesterol Diferente do acido graxo, o colesterol (esteroide) é um lipídeo com uma estrutura bem diferente e mais complexa. Ele é importante pois é usado para a formação de hormônios esteroides, ácidos biliares e para vitaminas lipossolúveis (ADEK). O colesterol vem da nossa dieta e de síntese endógena. Como ocorre a síntese de colesterol? 1- Há síntese de mavalonato a partir de acetil coA; 2- Mevalonato é convertido em isoprenos, que forma o esqualeno, que é convertido em colesterol. a. Regulação da síntese: HMG – CoA redutase (catalisa a redução do HMG CoA a Mevalonato, e limita a velocidade da via global da síntese de Colesterol) é estimulada por insulina e inibida por glucagon e colesterol. Como os lipídeos são absorvidos da dieta? I- Emulsificação, hidrolise e absorção intestinal; II- Transporte como quilomicrons na circulação linfática e sangue; III- Lipolise nos vasos; IV- Estocagem nos adipócitos e células musculares. Captação de ácidos graxos I- Os TAGs têm que ser absorvidos pelo tecido adiposo, músculo e outros tecidos na forma de acido graxo. II- Para possibilitar a absorção, a enzima lipase lipoproteica age sobre os TAGs das lipoproteínas nos capilares sanguíneos. III- Esta enzima extracelular, presente também no tecido adiposo e musculo, quebra as TAGs em acido graxo + glicerol. IV- O direcionamento dos ácidos graxos para os tecidos alvo ocorre de acordo com a lipoproteína que os carrega. O transporte dos lipídeos adquiridos na dieta por síntese endógena para os tecidos acontece através de proteínas especificas chamadas quilomicrons e albumina, uma vez que são apolares e não podem circular sozinhos na corrente sanguínea. Quilomicrons – Transportam os lipídeos provenientes da dieta; Nas ceulas intestinais, os TAGs são conjugados ao colesterol, proteínas e fosfolipedeos e exportados para a circulação linfática e posteriormente na corrente sanguínea como quilomicrons. Eles são lipoproteínas resposaveis por levar os lipídeos do intestino para os tecidos que captam os TAGs. Albuminas – transportam os ácidos graxos no jejum. Quilomicrons em excesso? O fígado sintetiza ácidos graxos e TAGs a partir de nutrientes em excesso da dieta, logo, esses TAGs, juntamente com o colesterol vindo dos quilomicrons, são exportados em um segundo tipo de lipoproteína, O VLDL (very low density lipoprotein). O destino do VLDL: Remanescentes podem ser recaptados pelo fígado ou se converterem a LDL. LDL Ex- VLDL depletado de TAGS, rico em colesterol e proteínas. Ele leva o colesterol para os tecidos, sendo internalizado por endocitose mediada por receptores. Sua captação é regulada pela quantidade de colesterol na célula, que regula a produção de receptores. HDL Lipoproteina sintetizada no fígado, rica em proteínas e pobre em colesterol. Capta colestoral dos remanescentes de quilomicrons/VLDL e dos tecidos periféricos, levando-os de volta ao fígado.
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