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Microeconomia II - Gabarito Provinha #4 Tiago Ferraz 28 de outubro de 2015 1. Para responder esta questa˜o precisamos lembrar do conceito da curva de prec¸o-consumo: e´ o conjunto de todas as cestas o´timas de um indiv´ıduo, para todos os n´ıveis de prec¸o de um dos bens. (a) Quando um dos agentes tem poder de monopo´lio ele ira´ ajustar os prec¸os de modo a maximizar sua utilidade, dada a escolha o´tima do outro agente. Assim, como neste caso e´ o indiv´ıduo A quem pode escolher o prec¸o do bem 1, ele ira´ escolher o ponto sobre a curva de prec¸o-consumo do indiv´ıduo B, que lhe da´ a maior utilidade poss´ıvel. Como o indiv´ıduo B tem prefereˆncia do tipo complementares perfeitos, sabemos que a sua escolha o´tima sera´ sempre uma cesta que possui a mesma quantidade de ambos os bens, isto e´, algum ponto na quina da curva de indiferenc¸a. Portanto, a curva de prec¸o-consumo para o indiv´ıduo B e´ a reta azul na figura abaixo. E´ fa´cil notar que neste caso, a curva de contrato e´ a reta que sai da origem de B e cruza todas as suas curvas de indiferenc¸a nas quinas. Repare que como as dotac¸o˜es na˜o sa˜o sime´tricas, a curva de contrato na˜o e´ a diagonal da caixa de Edgeworth. Ela na˜o passa pela origem de A, pois neste ponto as quantidades de x1 e x2 para o indiv´ıduo B sa˜o diferentes. Note ainda que no trecho relevante, a curva de contrato coincide com a curva prec¸o-consumo de B. Portanto, a alocac¸a˜o resultante sera´ Pareto eficiente. 1 (b) Agora, e´ o indiv´ıduo B quem tera´ poder de monopo´lio sobre o bem 2. Portanto, ele ira´ escolher o ponto sobre a curva prec¸o-consumo de A que lhe proporcione a maior utilidade poss´ıvel. Mas, como ele tem prefereˆncia do tipo complementares perfeitos, sabemos que a sua escolha sera´ sempre algum ponto sobre a curva de contrato. Portanto, a alocac¸a˜o resultante tambe´m sera´ Pareto eficiente. 2. (a) O problema do consumidor j e´ max xj1,x j 2 αjxj1 − 1 2 (xj1) 2 + xj2 s.t. p1x j 1 + p2x j 2 ≤ mj Escrevendo o lagrangeano e tirando as condic¸o˜es de primeira ordem, temos L = αjxj1 − 1 2 (xj1) 2 + xj2 + λ [ mj − p1xj1 − p2xj2 ] (xj1) : α j − xj1 − λp1 = 0⇒ λ = αj − xj1 p1 (xj2) : 1− λp2 = 0⇒ λ = 1 p2 Portanto, temos que αj − xj1 p1 = 1 p2 ⇒ xj1 = αj − p1 p2 ⇒ xj1 = αj − p1 Note que estamos usando a informac¸a˜o do enunciado de que p2 = 1. 2 (b) Com αA = 5 e αB = 4, temos as demandas xA1 = 5− p1 xB1 = 4− p1 X1 = x A 1 + x B 1 = 9− 2p1 Calculando as demandas inversas, temos p1 = 5− xA1 p1 = 4− xB1 p1 = 9−X1 2 Note que para todo prec¸o maior do que 4, o consumidor B sera´ exclu´ıdo do mercado. Portanto, sabemos que a curva de demanda sera´ quebrada, na quantidade x1 = 1: 5− x1 = 9− x1 2 ⇒ x1 2 = 1 2 ⇒ x1 = 1 (c) Se a firma na˜o pode discriminar prec¸os, seu problema sera´ encontrar a quantidade X1 que maximiza o seu lucro. Como c = 1, temos max X1 X1 ( 9−X1 2 ) −X1 = max X1 7X1 −X21 2 CPO : 7 2 −X1 = 0⇒ X1 = 7 2 Substituindo na demanda inversa, p1 = 9 2 − 7 4 ⇒ p1 = 11 4 Como o prec¸o que maximiza o lucro do monopolista e´ menor do que 4, ambos os mercados sera˜o atendidos. 3 (d) O objetivo deste esquema de tarifa na˜o linear e´ extrair tanto excedente quanto poss´ıvel dos dois tipos de consumidores. Como ele na˜o pode discriminar perfeitamente um prec¸o para cada tipo, ele ira´ determinar um pacote para cada tipo e cobrar uma tarifa diferente para cada pacote. O problema e´ que ao fazer isto, o consumidor de tipo A tera´ um incentivo para se passar por tipo B e pagar uma tarifa menor. Assim, a tarifa que ele implementa precisa levar em conta o problema de selec¸a˜o. O que ele ira´ fazer, enta˜o, e´ estabelecer uma tarifa que torne o pacote do tipo B menos atraente para o tipo A. Isto acontece quando a diferenc¸a entre os prec¸os unita´rios para os dois tipos, ou seja, a distaˆncia vertical entre as curvas de demanda inversa for igual a` diferenc¸a entre o prec¸o do tipo A e o custo marginal. pA1 (x ∗ 1)− pB1 (x∗1) = pB1 (x∗1)− CMg 5− x1 − 4 + x1 = 4− x1 − 1⇒ x∗1 = 2 Portanto, o pacote oferecido ao tipo B tera´ 2 unidades do bem x1. A tarifa que o monopolista ira´ cobrar por esta quantidade e´ dada pela a´rea B TB = B = ∫ x∗1 0 pB1 (x1)dx1 = ∫ 2 0 4− x1dx1 = [ 4x1 − x 2 1 2 ]2 0 = 8− 2 = 6 Para o tipo A, a quantidade oferecida sera´ aquela em que o prec¸o unita´rio e´ igual ao custo marginal. Ou seja, pA1 = CMg ⇒ 5− xA1 = 1⇒ xA1 = 4 E a tarifa cobrada por este pacote e´ dada pela soma das a´reas B +A TA = B+ ∫ xA1 x∗1 pA1 (x1)dx1 = 6+ ∫ 4 2 5−x1dx1 = 6+ [ 5x1 − x 2 1 2 ]4 2 = 6+(20−8)−(10−2) = 10 4 Repare que o consumidor tipo A esta´ disposto a pagar esta tarifa, pois ele ainda fica com um excedente positivo, dado pela a´rea C. Assim, o monopolista ira´ ofertar a combinac¸a˜o de pacotes/tarifas: xA1 = 4 | TA = 10 xB1 = 2 | TB = 6 (e) Se o custo marginal aumentar para 3, o consumidor do tipo B sera´ exclu´ıdo do mercado, pois a distaˆncia vertical entre pA1 e p B 1 ainda e´ igual a 1. Usando a mesma estrate´gia do item anterior, pA1 − pB1 = pB1 = CMg ⇒ 1 = pB1 − 3⇒ pB1 = 4⇒ xB1 = 4− 4 = 0 Como so´ havera´ consumidores do tipo A, a quantidade ofertada sera´ aquela em que o prec¸o unita´rio e´ igual ao custo marginal pA1 = CMg ⇒ 5− xA1 = 3⇒ xA1 = 2 E a tarifa cobrada e´ a a´rea sob a curva de demanda do tipo A TA = ∫ xA1 0 pA1 (x1)dx1 = ∫ 2 0 5− x1dx1 = [ 5x1 − x 2 1 2 ]2 0 = 10− 2 = 8 5
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