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Caderno Civil III

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Noções Gerais das Obrigações
Tercio Sampaio diz que o homem não existe, mas coexiste. É um ser coexistente, ou seja, para viver em sociedade o homem precisa criar regras, normas para que ele possa buscar sanar seus interesses.
Somos animais que vivem em sociedade tendo regras que nos direcionam e provocam sanções. Temos as punições patrimoniais e penais.
Um contrato é um acordo firmado entre as partes que compõem a relação e pressupõe-se que elas cumpram sua parte.
Assume-se, portanto obrigações a serem cumpridas.
Se uma parte descumprir a obrigação, a outra poderá se entender livre para também não cumprir sua parte.
O contrato faz parte das fontes das relações obrigacionais. 
As fontes das obrigações estão relacionadas aos fatos jurídicos, pois, na medida em que ele aparece no mundo jurídico, ele traz consequências para que se continue na coexistência. 
O fato jurídico é o elemento que dará origem aos direitos subjetivos estabelecidos em lei. Um exemplo disso é que um nascituro tem direitos subjetivos, apesar de ainda não ter personalidade jurídica.
Isso dá subsídios para que o próprio estado estabeleça as regras.
Como fonte das relações obrigacionais tem-se a vontade humana e a lei.
O fato jurídico (lato sensu) é dividido em: 
Atos naturais -> os efeitos da natureza que trazem modificações nas relações jurídicas são vários, como o nascimento, as intempéries da natureza, etc., trazendo mudanças nas relações jurídicas. Isso caracteriza a força maior e, dependendo do tipo de contrato as partes se isentam da responsabilidade. É importante estabelecer num contrato se os fatos da natureza poderão rescindir um contrato.
Atos humanos -> pode ser divido em:
Atos voluntários
Negócio jurídico bilateral (contrato) -> as pessoas devem ter capacidade jurídica para estabelecer o negócio.
É o contrato em que há autonomia da vontade quanto aos efeitos: duas pessoas ou mais negociam seus efeitos. A doação é um ato bilateral, porque precisa haver concordância da outra parte (é um contrato unilateral porque somente uma das partes tem obrigação, mas é um contrato porque há duas vontades)
Negócio jurídico unilateral -> declaração unilateral de vontade, passando a ter força jurídica.
A vontade humana e a lei exercem influência na obrigação como forças que atuam de modo conjugado na determinação do vínculo obrigacional.
Atos involuntários -> decorre do ato ilícito que se divide em:
Culpa (lato sensu)
Culpa stricto sensu = negligência, imprudência ou imperícia.
Dolo = ato volitiva de praticar uma conduta ou assumir o risco da conduta.
Direto = quis realizar o ato ilícito 
Eventual = assumir o risco
Distinção da obrigação extracontratual e contratual
Dentro da doutrina clássica das fontes das obrigações há:
Fontes mediatas -> Vontade humana = contrato, declaração unilateral de vontade e o ato ilícito.
Fontes imediatas -> é a própria lei, que está nas obrigações das relações:
Contratuais – art. 421 a 853, CC.
Extracontratuais – art. 854 a 954, CC.
O ordenamento jurídico de cada país tem suas próprias disposições legais.
Numa relação contratual deve-se identificar o foro, o local em que se estabeleceu o contrato e, cada país tem suas regras. Deve-se, portanto, verificar o risco do negócio ao estabelecer um contrato no exterior.
A manifestação de vontade é essencial para o estabelecimento do contrato. Ela pode ser dividida em:
Atos unilaterais – passa a ter validade jurídica a partir do momento que eu me manifesto me comprometendo a cumprir uma relação (por contrato, instrumento público, etc.)
Estes atos dependem de ser:
Receptivos – são os atos em que a pessoa que será a beneficiada do ato terá conhecimento da manifestação de vontade. Emite-se um titulo nominal àquela pessoa e com ele eu me comprometo a cumprir o ato. Reconhecimento de paternidade com receptividade do filho é um exemplo.
Não receptivos - seria a declaração unilateral que independe de quem será o destinatário. Promessa de recompensa (pagamento se achar o cachorrinho), testamento, doação (este pode ser unilateral ou bilateral).
Atos bilaterais – a manifestação de vontade bilateral pressupõe que a declaração de vontade emana de duas ou mais pessoas em sentido contrário. Pode ser uma compra e venda de A e B ou de A1, A2, A3 e B (apesar de serem várias pessoas, a relação é bilateral).
Simples – uma das partes do contrato possui um encargo e a outra parte possui apenas um benefício. Ex.: contrato de deposito gratuito (guarda de um carro gratuitamente), contrato de doação sem contraprestação.
Sinalagmático – responsabilidades recíprocas, ou seja, ambos têm obrigações.
Plurilateral – este conceito advém de um doutrinador italiano e significa aquele contrato com + de duas pessoas, porém cada um tem interesse próprio no contrato (interesses diferentes). Ex.: contrato social da limitada (cada sócio tem uma vontade específica embora tenham um interesse único de formar o contrato). 
Atos ilícitos -> sempre demanda de uma comprovação.
Receptivos – quando se sabe quem recebe o ato. Ex.: imperícia médica provocando dano. Sabe-se quem recebeu o ato ilícito. Os profissionais liberais tem responsabilidade subjetiva (artigo 14, § 4º, CC -> depende de prova).
Não receptivos – exemplo: farinha no anticoncepcional atingiu a todas e não mais a uma pessoa específica.
Se o contrato for firmado ele tem que ser cumprido, sob pena de ser executado, cumprido.
O e-mail, hoje, é um indício de prova.
As relações extracontratuais estão previstas no código civil nos artigos 854 ao 954. Exemplo: título de crédito, pagamento indevido.
A evolução histórica do contrato
O contrato como patrimônio sempre foi muito relevante para o homem desde que ele entendeu ser importante na busca de seus interesses.
Tudo o que fazemos, cada ato, envolve um contrato. O não cumprimento de algo que não foi determinado ou cumprido como se imaginava é um inadimplemento.
O contrato é um instrumento de auto composição (=Acordos parciais, ou seja, dependem da vontade da outra parte ou de ambas), dos interesses de um povo e da realização pacifica das transações ou das vontades de cada um.
O contrato existe para que possamos viver de forma ordenada, de cada povo, de cada sociedade, do interesse coletivo.
Uma lei só pode ter eficácia se ela trouxer uma coerção e, no caso de contrato, a coerção é indenizatória. A coerção indenizatória está cada vez mais ocorrendo de forma reparatória. 
O contrato existe na sociedade para que se possa viver bem em sociedade.
A ideia de se firmar um contrato é que se estabeleçam as condições entre as partes, os direitos e as obrigações. A execução é a coerção econômica. Por isso é que se deve pensar num pré-contrato, através de um advogado que avaliará as cláusulas do contrato antes de ele ser fechado.
O contrato é um negócio jurídico bilateral e ele está inserido em todos os momentos da nossa vida econômica.
Concepção Clássica do Contrato
Apesar da necessidade de se viver com contratos, eles não estavam vinculados à manifestação da vontade. Ele dominava sobre os interesses privados.
Desde a revolução industrial, francesa e o Estado liberal (séc. XVIII a começo de século XX) o contrato estava vinculado ao comprimento do que foi pactuado. Em 2003 com o novo código civil, o “pacto sunt servanda” passa a deixar de existir e o contrato passa a poder ser revisitado diante de uma exorbitância contratual.
Os contratos existiam num período em que não havia a imposição de uma massificação ou de alguém que tivesse um poder político ou econômico. Esta autonomia de vontade existia no sentido de poder se elaborar um contrato de acordo com suas intenções. 
Às pessoas eram impostas as cláusulas e elas não podiam contestar, pois se tratava de uma manifestação de vontade entre as pessoas.
Com a massificação, a manifestação de vontade deixou de existir, porém, isso ficou vigente até 2003. 
Porém, num mundo massificado esse liberalismo deixou de ter tanta importância, o cidadão aceitava o contrato ou não conseguia o produto.Mesmo sendo assinatura de declaração de vontade pode-se dizer que foi induzido ao erro. Ex.: contrato de 20 folhas com letras pequenas de abertura de conta, na qual ninguém lê inteiro. Com a massificação a manifestação de vontade deixou de existir.
O “pacta sunt servanda” não conseguia mais atingir as necessidades sociais.
O consensualismo e a autonomia da vontade continuam existindo na autonomia contratual, porém, não mais de forma absoluta, porque estamos diante do estado social em que as cláusulas podem ser declaradas nulas se abusivas, podem estar sujeitas a uma intervenção estatal, pois não vigem mais o liberalismo.
No Brasil, esta questão social passa a ter uma grande importância desde a existência do código do consumidor; porém, nas relações que não eram de consumo, vigia o “pacta sunt servanda”. Timidamente começa-se a querer rever as cláusulas e desemboca no novo código civil.
A atividade econômica passa a estar atrelada a um estado de direito e a liberdade de contratar passa a ser relativa, ou seja, passa a poder sofrer análise do Poder Judiciário. Observa-se a razoabilidade do contrato e mesmo que a pessoa tenha assinado, as cláusulas podem ser revistas.
O artigo 170, CF que estabeleceu sobre a ordem econômica e social é um dos fundamentos de regulação de mercado como orientador da justiça social. Admite-se que a pessoa busque a riqueza, porém deve-se procurar atender a dignidade humana. O homem digno é aquele que busca socializar o homem.
Podemos entender que para o sistema contemporâneo precisamos de algumas regras:
O contrato deve estar atrelado aos valores sociais e às diretrizes constitucionais.
O juiz de direito passa a ter atribuição para rever os contratos firmados (relativização dos contratos), ou seja, o contrato não é mais algo absoluto e isso pode dar ganho de causa ou não.
Relações contratuais
Relações Extracontratuais:
-Unilaterais
- Atos ilícitos: demandam comprovação. Necessidade de comprovação.
Contrato bilateral ou plurilateral.
O contrato bilateral pode ser simples ou pode ser sinalagmático.
Simples é aquele contrato em que uma das partes do contrato possui um encargo e a outra parte possui apenas um benefício (não passa a ter um encargo estabelecido). Ex.: depósito gratuito (carro em estacionamento sem cobrar). Ex.: doação de casa para filho sem condição.
Sinalagmático é o contrato em que ambas as partes tem encargos.
Constituição Federal/88
Art. 1º - Direitos fundamentais Constitucionais.
Art. 5º - Direitos individuais.
Art. 6º - Direitos sociais.
Art. 170 – Ordem econômica e social.
Os direitos sociais são o piso social mínimo que se relacionam com contrato.
A função social do contrato nasce da função social da propriedade.
Função social da propriedade nada mais é que disponibilizar a propriedade não mais de forma especulativa, ou seja, o direito de propriedade e o contrato não são mais como eram firmados no século XIX onde podia fazer o que queria, fazendo com que a pessoa tenha que utilizar a propriedade de forma produtiva ou de forma social. O direito da propriedade não é mais absoluto, deve-se utilizar alguma dessas formas para não perder.
Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Princípio da socialidade é buscar a justiça comutativa no contrato.
Função social do contrato.
Socialização do contrato surge com a função social do contrato. Não é mais uma regra tão rígida, mas algo mais equilibrado.
Art. 170, CF - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Buscar os princípios constitucionais previstos na CF/88 (1º, 3°º, 5º, 6º, 170).
O juiz passa a ter uma autonomia para aplicar o direito em decorrência da relativização do contrato buscando a boa-fé contratual.
Proteção jurídica conferida ao contratante em decorrência à sua vulnerabilidade. Não necessariamente a vulnerabilidade determinada desde o princípio, podendo haver a determinação dessa vulnerabilidade em algum caso específico que não seria considerado automaticamente. Ex.: cheque “original” que a loja de artigos de neve recebeu, tomou todas as precauções possíveis e o cheque era falso.
Crescente importância da autonomia privada coletiva na qual as pessoas são substituídas por grupos representativos de interesses. Isto significa que hoje a proteção contratual pode ser coletiva por meio de ação coletiva. Ex.: ong, MP, instituição.
 Harmonização dos direitos racionais e a proteção do contratante nas relações jurídicas firmadas por meio de internet, por fornecedores sediados em outros países.
O contrato passa a ter relevância com a Revolução Francesa e liberalismo econômico no séc. XIX. Modifica com a socialização do contrato.
Com a massificação do contrato não pode considerar que todos que assinam leram e concordaram.
Contrato de adesão decorreu na própria necessidade da massificação do contrato.
Todos os contratos são iguais. O contrato de adesão sempre estabelecerá como regra que aquele que assinou anuiu as regras, o contrato deve ser sempre claro sob pena de revisão contratual.
O contrato é um acordo de vontades que possui por finalidade a constituição, modificação ou extinção dos direitos.
Todo contrato tem uma finalidade patrimonial.
Todo contrato terá um objeto imediato e um mediato. 
O objeto imediato significa a operação em si, o próprio contrato que está sendo firmado, ou seja, a operação da relação jurídica obrigacional, podendo ser um contrato típico ou atípico.
- Contrato típico (contrato nominado) são os contratos designados pela lei. Ex.: contrato de compra e venda, contrato de doação.
Objeto imediato (contrato típico) - Terminologia jurídica utilizada para identificar a relação jurídica (contrato).
- Contratos atípicos (contrato inominado) são aqueles que não possuem identificação ou previsão legal. Ex.: Contrato de shopping center, contrato de know how (contarto de tecnologia), contrato de engenneeing (contrato de engenharia).
Contrato: acordo de vontades que vira a constituição, modificação ou extinção das relações jurídicas.
Objeto imediato – contrato típico ou nominado / atípico ou inominado.
Objeto mediato – é o bem da vida, suscetível de valoração econômica. É o que faz o contrato existir.
Instrumento de ratificação e retificação do contrato de compra e venda. 
Ratificar significa consolidar algo que já foi estabelecido.
Retificação é a modificação de algum termo posto no contrato.
Distrato é um instrumento que irá resolver o contrato, dissolver. As partes resolvem terminar o contrato.
Maria Helena Diniz: contrato é um negocio jurídico como criador de direitos em que as partes contratantes estabelecem como devem ser conduzidas essas manifestações de vontades.
No contrato irá regulamentar o interesse das partes.
A vontade não é tão livre assim porque há diversos preceitos sociais que devem ser respeitados.
Elementos do contrato
Elementos do contrato Estrutural
 Funcional
Elemento estrutural - o contrato é bilateral ou plurilateral dependendo da situação, porque depende da fusão, da uniãode duas ou mais pessoas (vontades), vontades estas contrapostas.
Esta relação jurídica deve ser promovida de uma forma harmonizável constituindo, modificando ou extinguindo direitos e obrigações na área econômica.
Requisitos do contrato
Art. 104, CC - A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Requisito subjetivo: existência de duas ou mais pessoas, capacidade, legitimidade, consentimento das partes, aptidão para contratar.
Legitimidade é ter poderes para exercer aquele negócio. Ex.: professor é capaz, mas não tem legitimidade para assinar em nome da São Judas ou da mãe sem procuração.
Aptidão para contratar é maior que a legitimidade. Ex.: contratação entre ascendentes e descendentes só é lícito com a devida anuência dos demais descendentes e seus cônjuges sob pena de não ter validade jurídica. Ex.: o tutor não pode adquirir bens do tutelado.
A pessoa pode dispor de metade do patrimônio em testamento, a outra metade está garantida para os herdeiros legais. Não pode vender bens para herdeiros em vida sem anuência dos outros herdeiros. 
Requisito objetivo: licitude do objeto, possibilidade física do contrato/objeto, objeto determinado ou determinável, economicidade do objeto.
Para exigir o cumprimento do contrato o objeto deve ser licito. Se o objeto for ilícito o contrato será inválido. A licitude pressupõe que o objeto está em conformidade com a lei, com a moral e os bons costumes.
Possibilidade física do contrato/objeto significa ser possível contratar o objeto. Ex.: pacote de viagem para Marte, vender água do mar (contrato inexequível). O contrato necessita de cumprimento real na atualidade.
Seguro no show: seguro de não haver um show, anunciar um cantor e enviar outro. 
Objeto determinado ou determinável: pode-se mensurar o bem, determinando-o. Para tal, é indicado que informe quanto mais dado possível para melhor identificar o objeto e, assim, não ter problema depois. Ex.: pagar dívida com latas de sardinha que foi entregue sem sardinha porque no contrato só citava lata e não que teria sardinha dentro.
Determinado é o objeto específico. 
Determinável é objeto que não é possível de mensurar especificamente, mas se trata de objeto determinável. Ex.: laranja de plantação futura de determinada região em determinadas condições.
Economicidade do objeto: qual o valor desse bem, estabelecer no contrato o cunho patrimonial. 
Requisito formal: art. 107 e seguintes; 215; 166, IV, CC.
Forma do contrato
Se não obedecer a formalidade do contrato poderá ser considerado inválido.
Para determinados atos pode haver manifestação verbal ou escrita para existência do contrato.
Art. 107, CC - A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Alguns contratos necessitam de solenidade para serem considerados válidos. Ex.: compra e venda de bem imóveis transferidos por meio de escritura pública (tabelião).
Art. 108, CC - Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109, CC - No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
A publicidade do ato é para dar veracidade ao ato.
Art. 111, CC - O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Alguns atos devem ter declaração de vontade expressa. Ex.: casamento.
Art. 112, CC - Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Importa mais o que queria do que o que está escrito. 
Fundamento ético do contrato
Caio Mario: o fundamento do contrato é que o contrato é a vontade humana desde que esteja em consonância com a ordem jurídica regulamentando os interesses particulares reconhecidos pela lei.
Princípios do contrato
Séc. XIX e XX - Estado liberal. Apesar de ser um Estado Liberal precisou modificar, relativizar a liberdade de contratar deixando de ser tão fortemente admitida a regra pacta sunt servanda.
1. Autonomia da vontade: é fundamental para existência do contrato porque se pressupõe a liberdade de contratar. Traz ao contratante o respeito à dignidade humana, na liberdade de escolher com quem quer contratar. Pode fixar os termos que serão inseridos no contrato, salvo quando é contrato de adesão. A autonomia de vontade não impede de levar o contrato a uma revisão se existir abusividade.
Liberdade de contratar.
Liberdade de escolha de contratante ≠ monopólio de produtos e serviços
Liberdade de fixar os termos.
Contrato paritário é o contrato que não é de adesão (art. 427 e seguintes, CC), pode rever as cláusulas.
O principio da autonomia da vontade não é tão mais fortemente como era antigamente, hoje está muito associado ao princípio da socialidade (art. 421, CC), a função social do contrato.
2. Função social do contrato: surgiu com o CC de 2002 e com o Código de Defesa do Consumidor. Adveio de um principio constitucional previsto nas constituições brasileiras atreladas ao principio da função social da propriedade.
O principio da função social da propriedade significa assegurar ao cidadão o direito de uma moradia digna, o direito a dignidade humana, estabelecendo uma isonomia entre aqueles que vivem no território brasileiro.
Quem adquire uma propriedade continua sendo proprietário, mas deve dar uma função social para tal. Não pode deixar abandonada.
Buscar a função social e não apenas o que está exposto no contrato. Contrapõe ao principio individualista do contrato. Deve haver uma equiparação entre as partes, analisar de forma paritária, trazendo equilíbrio na relação jurídica, resolvendo as desigualdades entre os contratantes.
Art. 421, CC - A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Isso não quer dizer que o vulnerável, hipossuficiente sempre terá razão. Deve-se analisar cada caso.
Em razão da função social do contrato quando se trata de saúde, caso alguém que contratou um plano de saúde o mínimo esperado é que seja tratado. Por isso, pode haver algumas situações onde não estavam previstas expressamente que a operadora cobriria e por conta desse fundamento poderá arcar com esse custo. 
Esse princípio será aplicado tanto no contrato paritário quanto nos contrato de adesão (principalmente nos de adesão).
3. Princípio do consensualismo: o contrato é consensual, ou seja, depende do simples acordo de duas ou mais vontades para se concretizar o negócio. 
Não foi obrigado, determinado a aceitar tal relação jurídica, teve a possibilidade de escolha. 
4. Obrigatoriedade da convenção: provinha do pacto sunt servanda e é a força motriz do contrato. Não é mais absoluta, passa a ser relativa a partir dos demais princípios (função social do contrato).
5. Relatividade dos efeitos do negócio jurídico: além da relativização do contrato, deve-se pensar que vale para as partes e que não prejudique terceiros.
As partes ao contratarem devem assumir suas obrigações e não atribuir obrigação para terceiros.
6. Principio da boa fé:
Diz que as partes, ao contratar, tem que estar vinculadas à lealdade, a honestidade, honradez, probidade (honesto, honrando seus compromissos), Bônus parter família, no direito romano, refere-se ao homem provedor, que protege a família, homem com princípios.
Significa dizer que se tem honradez de cumprir.
Boa fé objetiva – pressuposto de que a pessoa está agindo de forma a honrar o contrato no momento do cumprimento até sua extinção. 
A conduta pode ser:
In contrahendo – na contratação 
Post pactum contrahendo – após contratação 
A boa fé pode ser:
Subjetiva -> a má-fé e a boa fé estavam vinculadas à intenção da pessoa.Tinha que se mostrar o dolo ou a culpa. 
Objetiva -> a má fé tem que ser provada enquanto a boa fé é presumida. Se se provar que a outra parte agiu de má fé, pode-se conseguir a anulação do contrato. Hoje, a boa fé é presumida, quer seja de forma verbal ou expressa, pressupõe que as partes firmaram.
Hoje, falar em boa fé significa dizer que se espera que as partes cumpram o contrato. Entende-se que elas têm boa intenção e agem com probidade.
Na esfera civil consegue-se desconsiderar uma personalidade jurídica (art. 50, CC) se se provar a boa fé. Para atingir o patrimônio dos seus sócios, prova-se a falta de cumprimento das obrigações ajustadas no contrato e impostas em lei. A conduta do contratante ou do contratado é fundamental para mostrar para o juiz.
Venire contra factum proprium está dentro da boa fé. Significa que, dependendo do ato que você pratica, ou da sua conduta ou omissão, pode ocorrer uma modificação no que foi contratado e, por esta sua conduta, no período contratual, pressupõe que a outra parte estava cumprindo ou não o contrato, mediante a sua anuência, em decorrência do comportamento do contratante. (conduta reiterada)
Se você acata determinada mudança contratual, posteriormente não pode alegar má fé da outra parte em beneficio da sua própria torpeza, visto que se anuiu sobre a mudança. Houve uma anuência.
Principio da lealdade e Principio da confiança 
São princípios inseridos no principio da boa fé. O fundamental antes da contratação é o conhecimento preliminar e isso não o isenta de problemas. O risco da lealdade e da confiança é subjetivo.
Posso dirimir o problema através de análise prévia do contratante. Isso está muito mais ligado à análise de crédito. Triplo A: execução dos trabalhos a contento, pessoas que tem o credito (fé, confiança).
Principio da lealdade = pessoa que é leal.
Principio da força obrigatória do contrato
O contrato determina às partes que seja executado nos termos contratados sob pena de sua execução ou sob pena de o prejudicado buscar perdas e danos.
Por este principio, podemos entender que, a partir do momento que celebra aquele contrato passa a ter obrigações e pode exigir que o cumprimento fosse efetivado.
Temos obrigações de dar, fazer e não fazer e elas devem estar bem delineados no contrato e, desta forma, poderei exigir. Deve haver: 
Liquidez, 
Certeza (é certo) 
Exigibilidade (tem que ser assinado pelas partes e por duas testemunhas para te força executiva): se não tiver duas testemunhas, tem que entrar com ação civil de conhecimento ou ação monitória. 
Podem-se exigir danos materiais (com provas) ou morais (subjetivos). Os últimos foram previstos com a CF/88 e incluídos no código civil. Ele deve ser analisado em razão do dano efetivo. 
Há dois efeitos deste principio:
Efeito da estabilidade
Efeito da previsibilidade 
Ou seja, pela força do contrato pode entender que terá uma força jurídica, senão nem o faria.
Esse princípio não é absoluto, pois se deve observar a sociabilidade do contrato. 
Principio da razoabilidade é uma análise do contexto do contrato para verificar se não houve uma abusividade no contrato.
Ex.: cláusula de arbitragem (exigir a solução da lide através de árbitros e não no judiciário) não é correta, pois é uma abusividade. Logo, num contrato de adesão, isso não é possível e poderia se anular esta clausula. Se for num contrato de não adesão, esta cláusula pode ser considerada correta.
Principio da equivalência material
Significa a busca do equilíbrio econômico entre as partes, a fim de evitar o enriquecimento ilícito. Este princípio pode ser aplicado tanto numa relação de consumo quanto numa relação de empresários. 
Em momento algum, o contrato de franquia não pode ser encarado como um contrato de consumo, pois o franqueado não pode ser encarado hipossuficiente.
Podemos concluir que há os aspectos:
Subjetivos: uma parte ter um poder dominante e a outra parte ser vulnerável -> teoria maximinalista = consumidor por analogia -> mesmo não sendo consumidor direto, a empresa é considerada vulnerável.
Objetivos: considera o real desequilíbrio entre direitos e obrigações contratuais, quer seja na celebração, quer seja superveniente -> teoria da imprevisão que admite uma revisão de contrato. Esta teoria diz que o contrato pode ser alterado se ocorrer um fato não previsto.
Formação do Contrato
A formação do contrato depende sempre de duas ou mais pessoas e da manifestação de vontade e esta, se concretizará num acordo, numa anuência. Assim, há o pressuposto de que uma parte oferece um determinado negócio em favor da outra pessoa, e esta, por sua vez, aceita os termos pactuados. 
Portanto, temos como momentos da formação do contrato:
Oferta
Aceitação 
Consenso ou acordo 
O doutrinador Enzo Roppo diz que o contrato, no momento da sua formação, depende de um processo que se inicia com a oferta, a aceitação e um acordo.
Temos dois tipos de contratos:
Paritários 
Adesão 
Quando houver cláusulas ambíguas deverá valer a que mais favorecer ao aceitante do contrato (quem não elaborou o contrato) tanto nos contratos paritários quanto nos de adesão.
Formação do contrato:
- Duas partes
Ofertante apresenta uma proposta (oferta) dirigindo a outra parte (aceitante ou não) aceitando os termos criando-se a relação jurídica.
Oblato é o aceitante, quem aceita os termos de uma proposta.
Momentos da formação do contrato
- Oferta: proposta, alguém que oferece.
- Aceitação: fundamental para haver o negócio jurídico.
- Acordo/consenso 
Formação do contrato – arts. 427/435 C.C.
Contrato paritário é o contrato que as partes formulam as cláusulas do contrato. Ambas as partes convencionaram as cláusulas. 
Contrato de adesão é o contrato formalizado por uma das partes estabelecendo todas as condições do negócio e a outra parte contratante apenas anui, concorda com os termos pré-fixados no contrato ou nas suas condições gerais. 
O contrato de adesão é licito. 
O CDC traz previsão (art. 54, CDC) de que no contrato de adesão todas as obrigações e ônus que eventualmente serão assumidos pelo aderente deverão estar expressamente mencionados em razão do princípio da transparência e da boa-fé objetiva.
No contrato de adesão será considerada nula qualquer cláusula que estabeleça renúncia antecipada do aderente a direito referente à natureza do negócio. Isso porque seria uma abusividade estabelecer algo que prejudique o aderente.
Uma eventual cláusula prejudicial que possa dar ensejo à nulidade desta cláusula não anulará o contrato salvo se esta cláusula for da essência do documento.
Contrato de adesão surge após Revolução Industrial (séc. XVIII – XIX). A massificação e o consumidor em massa fez com que a atividade econômica criasse um contrato chamado contrato padrão para conseguir atender a todos que viessem a consumir o produto.
Em algumas situações os contratos de adesão se tornam contrato paritário, mas só ocorre em negócios maiores e mais importantes. Ex.: contas em banco é contrato de adesão, mas se a Coca-Cola for abrir conta nesse banco terá contrato diferenciado.
Os artigos 427 até 435 do CC referem-se ao contrato paritário, pressupõe a manifestação de vontade nos termos contratados.
Contrato real (res-coisa) tem-se como momentos do contrato
- oferta
-aceitação
-acordo
- entrega do bem
Pode ser bem corpóreo ou incorpóreo.
No caso de bem corpóreo ocorre por meio da tradição, consolida com a entrega do bem. Entregar junto com o bem um recibo ou a nota fiscal.
Bem imóvel faz-se por transcrição imobiliária, ou seja, pela inscrição na matrícula do imóvel transferindo a propriedade em favor do aderente.
Todo o imóvel tem registro no Cartório de Registro de Imóveis
Lei 6.015/73 – Registros Civis
Antes de 73 – Transcrição imobiliária. Após 73 – Matrícula do imóvel.
Todo imóvel tem que ter um número e uma metragem.
Cessão é a transferência de uma propriedade de um bem incorpóreo 
Contrato solene é aquele em que além da oferta, da aceitação, do consenso entre as partes necessitatambém da solenidade exigida pela lei sob pena de nulidade jurídica nos termos do art. 104, III, CC combinado com o art. 166, IV, CC.
Art. 104, III, CC - A validade do negócio jurídico requer: III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 166, IV, CC - É nulo o negócio jurídico quando: IV - não revestir a forma prescrita em lei.
Contrato plurilateral é um contrato que não possui oferta nem aceitação porque as partes elaboram o contrato para constituir uma sociedade empresária sendo que todos buscam um interesse único que é a constituição da sociedade e a realização do objeto social, embora cada contratante tenha o seu direito individual.
O momento da conclusão do contrato é o momento da aceitação do contrato, da concordância, assinatura do contrato. Diferente do momento do término do contrato que é o momento da extinção do contrato. (* prova)
A oferta e a manifestação de vontade podem ser expressas ou tácitas. O dever daquele que oferece nasce com a aceitação dessa oferta.
Esta aceitação caracteriza uma relação entre as partes que pressupõe que houve um consenso por manifestação livre e consciente (sem qualquer vício). Aplica-se tanto no contrato paritário quanto no de adesão. A concordância firma o negócio jurídico.
 Os contratos bilaterais, paritários ou de adesão, necessitam, portanto, do consenso.
O consenso não é exigido nos negócios jurídicos unilaterais.
Um negócio jurídico unilateral pode se tornar um negócio jurídico bilateral. Ex.: doação pode ser um negócio unilateral, mas pode se tornar bilateral caso coloque uma condição.
A manifestação de vontade no contrato de adesão ou contrato de massa é eventualmente desconsiderada, ou seja, não há necessidade de uma formalidade.
Contratos automatizados ou eletrônicos a mera anuência, mera atitude de baixar, já considera como manifestação de vontade.
Lugar da oferta/proposta 
Art. 9º da Lei de Introdução estabelece que o local para se firmar um negócio jurídico é o local do preponente. Isto é, numa relação internacional deve-se aplicar a regra do domicílio do preponente.
Residência é o local onde a pessoa mora. Domicílio é todo o local onde pode ser localizado, representado.
Principalmente num relação internacional, o local do preponente é o local competente para requerer um direito. O art. 435, CC ratifica o art. 9º da lei de introdução. Se não houver uma cláusula estabelecendo o contrário, o descumprimento do contrato deverá ser proposto no domicilio do preponente.
Numa relação de consumo em que se tem a vulnerabilidade, a hipossuficiência do consumidor perante o fornecedor, o consumidor pode ingressar tanto no domicílio do ofertante como no seu domicílio.
No contrato de adesão em que seja uma das partes vulnerável a competência é relativa, ou seja, atribui-se ao consumidor o direito de ajuizamento ou de defesa no seu domicílio. Mesmo que no contrato estabeleça que o Foro seja o do fornecedor esta cláusula poderá ser considerada nula de pleno direito por estar agravando o próprio consumidor em sua defesa.
Art. 435, CC - Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Formas de Celebração do Contrato
- Expressa: depende de uma declaração em que de fato a pessoa aceitou o negócio que foi ofertado. Tem-se a oferta e a aceitação.
- Tácita: ocorre quando em razão da omissão ou em razão de eventuais comportamentos concludentes pressupõe a aceitação.
Praticas de marketing que envia produtos para clientes e depois é de responsabilidade do consumidor cancelar o negócio para não ter custo. Vigência de promoção ou de contrato que se renova automaticamente. Dificultando o cancelamento. Esse comportamento é visto como abusivo por 
Contrato entre presente e entre ausentes
Art. 427, CC - A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
-Presente
A proposta entre presentes é aquela estabelecida entre o proponente e o aceitante de corpo físico ou recebendo por qualquer outro meio de comunicação em que a pessoa tenha conhecimento dos termos ofertados. Podendo se manifestar num determinado prazo e condições estabelecidos na oferta.
Oferta – presente – ofertante e preponente – vinculado aos termos de oferta.
Atualmente o contrato feito via internet é considerado contrato entre partes, pois a pessoa está presente na oferta.
O contrato eletrônico é considerado contrato de presente. O foro competente é o do preponente (regra geral). Exceção com relação de consumo no direito internacional, ex. compra de hospedagem em hotel na Tailândia. Seria melhor fazer essas compras com empresas que tem representatividade aqui no país, pois não precisaria citar no exterior.
Art. 428, CC - Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Com base no artigo 428, I pode-se considerar contrato entre presentes quando a pessoa contrata pessoalmente via telefone, Skype, internet. Qualquer forma de comunicação simultânea seja por escrito, verbal ou por imagem pode-se concluir que é uma oferta feita entre presentes.
A oferta deixa de valer em duas situações: se foi feita sem prazo a uma pessoa presente essa pessoa não aceitou de forma imediata; se a oferta foi feita estabelecendo um prazo o proponente se desvincula se encaminhar uma nova proposta com outros elementos ou se encaminhar um aviso cancelando a proposta.
A oferta é a manifestação de vontade que dá início a formação do contrato e vincula o ofertante em razão de sua natureza jurídica unilateral. Ainda não é bilateral porque ainda não houve o contrato.
A oferta (art. 428 e 429, CC) pode ser classificado como oferta a pessoa determinada ou oferta ao público.
A oferta à pessoa determinada se classifica entre pessoas presentes e entre pessoas ausentes. O art. 428, I, CC estabelecem as regras entre pessoas presentes.
A oferta entre ausentes é aquele em que o aceitante não tem condições de ser localizado no momento da oferta e, portanto, não manifestará a sua vontade dentro de um prazo almejado pelo ofertante.
Há algumas situações em que é difícil o contato do ofertante com o proponente. Deve-se encaminhar essa proposta dando um prazo suficiente para que chegue até o destinatário o conhecimento da proposta
Art. 428, II e III , CC.
O ofertante se desvincula quando o prazo da oferta já passou ou quando se retrata.
Na doutrina a oferta tenta ser justificada em quatro teorias:
- Teoria da expedição da oferta: a partir do momento em que a oferta foi encaminhada a favor de alguém o ofertante passará a ficar vinculado aos termos ofertados.
- Teoria da recepção da oferta
- Teoria da informação
- Teoria da declaração da oferta
O direito brasileiro adotou a teoria da expedição da oferta.
Contrato Side by Side – Contrato lado a lado, quando um contrato entre empresas de países de língua diferente deve ser feito lado a lado, ou seja, duas colunas uma ao lado da outra sendo que cada coluna é numa língua.
Oferta
Oferta à pessoa determinada: aula anterior
Oferta ao público (art. 429, CC):
É aquela que não é direcionada a uma pessoa especifica, ou seja, ao encaminhar uma oferta, ela é encaminhada a todos, sem direcionamento. Número impreciso, indeterminado. 
Pressupõe que todos que concordarem, terá que concluir o negócio.
A partir do momento que ofereça uma proposta a todos, fica vinculado aos termos da proposta e pode ser exigida pelo aceitante.
Se eventualmente, ocorre uma alteração na situação econômica ou estratégica que passe a impossibilitar a oferta, a pessoaterá que encaminhar, por todos os meios, se retratando da proposta.
Atualmente se limita até o final do estoque.
Se houver um erro mencionando que aquele produto está muito barato em relação ao valor original, considera-se o engano e dá-se a causa ao fornecedor. 
Aceitação
É a manifestação de vontade daquele que aceita a proposta. 
É chamado de oblato.
A manifestação pode ser de forma expressa ou tácita. 
O simples pagamento de uma parcela da renovação, caberia à pessoa se manifestar em sentido contrário.
Artigo 430, CC – se a aceitação chegar tarde, o proponente deve comunicar o oblato sobre isso. 
A aceitação é valida, desde que seja formalizada dentro dos parâmetros da oferta.
Artigo 431, CC – a aceitação fora do prazo, bem como com eventuais modificações à oferta, significa uma nova proposta.
Isto significa uma inversão de pessoas, ou seja, o ofertante passa a ser o aceitante e vice versa. 
A proposta valerá para firmar o negócio entre as partes. 
Se o negócio for daqueles que seja costume (atos reiterados), tem-se força jurídica de contrato.
Pode encaminhar para o aceitante uma proposta e, em seguida, retratar. Enquanto não chegar a retratação, fica vinculado à anterior. 
Art. 434, CC – os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: retratação, se o proponente se houver comprometido a expirar resposta, se ela não chegar ao prazo combinado. Caso contrário, teria que fazer nova proposta ou as partes entram em acordo.
Negociações preliminares / Tratativas Contratuais
Negociações preliminares são as primeiras reuniões, as conversas iniciais para eventualmente se chegar a um acerto contratual.
Elas passaram a ser admitidas no direito após o século XIX em que, eventuais tratativas, poderiam vincular as partes, inclusive, dando ensejo a perdas e danos.
Se nas negociações preliminares passa a haver um comprometimento criando uma expectativa de negócio, isso passa a dar ensejo a uma vinculação.
Quando a quebra das negociações for injustificada ou arbitrária dá ensejo a uma reparação moral ou material, exceto em caso fortuito e força maior.
Pontes de Miranda dizia que se houver consenso entre as partes, pressupõe que o contrato será formalizado, podendo dar ensejo a uma indenização. 
Conduta Negocial Típica
A aceitação é fundamental para a concretização do negócio. A conduta vai além desta tese em razão das mudanças sociais que vivemos e da agilidade que o mercado pede atualmente. 
Atos simples como pegar um ônibus, comprar uma água, entre outras, são contratos que não verificam o critério da capacidade (menores podem pegar ônibus). Estes são os contratos de conduta negocial típica. Mesmo que não tenha capacidade, a conduta negocial é típica e válida. 
Alguns autores dizem que estas condutas são um contrato de fato. Porém, na verdade, é um contrato, um contrato de conduta negocial típica. Aqui o consentimento é desconsiderado, porém, a relação jurídica é válida. 
Isso ocorre quando o oblato está no polo passivo ou no ativo.
Isso surge no século XX e XXI, nas novas relações econômicas em que não se faz necessário o consentimento.
Formação de contrato numa relação de consumo
A relação de consumo é a firmada entre o consumidor e o fornecedor para aquisição de bens ou prestação de serviços.
Fornecedor, consumidor, bens ou prestação de serviços -> caracteriza uma relação de consumo.
Consumidores protegidos pelo CDC = Consumidor como coletividade, o consumidor vitima de uma relação de consumos embora não tenha firmado o contrato, consumidor como destinatário final e aquele que está diante de uma oferta (exposto às praticas comerciais).
Oferta pode ser direta ou por meios públicos -> vincula o fornecedor aos termos da oferta.
Se após assinar um contrato verificar que na proposta dispunha de determinado direito e no contrato não, poder-se-á exigir o cumprimento dos termos da proposta. E ainda, podem-se ter direito a perdas e danos. 
A oferta vincula o contrato e o consumidor pode exigir o cumprimento deste contrato.
Formação de contrato eletrônico
O contrato eletrônico é um contrato entre presentes, oferece o serviço por meio de um e-mail. É considerada uma comunicação telefônica. 
Pelo e-mail ou pelo site, o ofertante pode criar uma modalidade para que se aceite o negócio mediante um aceite virtual, uma manifestação virtual aceitando a operação. 
Além disso, é importante sempre imprimir. Porém, tem que se provar a operação concretizada. 
Às vezes, há vários passos dentro de um site para se realizar uma compra, um serviço. Se não passar por todos os passos, o negócio pode ser considerado inexistente. Deve-se ter a comprovação de que o negócio foi firmado. 
Existem alguns contratos que exigem assinatura digital que pode ser feita por meio de um certificado digital para se ter uma assinatura eletrônica ou uma assinatura criptografada.
Criptografia: é uma relação jurídica firmada entre as partes em que, cada uma delas tem uma chave pública e outra a privada. A assinatura digital confirma que as partes firmaram o negócio.
A lei 9472/97, em seu artigo 60, conceitua telecomunicação como a transmissão ou emissão ou recepção por fio, rádio, eletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético de símbolos, caracteres, sinais, imagens, sons ou informações de qualquer natureza.
Classificação de contrato
- Quanto aos efeitos do contrato: contrato bilateral, unilateral ou plurilateral.
O efeito do contrato 
Geralmente o contrato é bilateral.
Contrato bilateral é aquele que condiciona as partes a assumirem obrigações recíprocas. Ex.: contrato de compra e venda, uma se compromete a entregar um determinado bem e a outra tem obrigação de efetuar o pagamento. O contrato é sinalagmático quanto às obrigações são simultâneas.
Quando uma das partes não cumpre o contrato a outra parte pode deixar de cumprir sua obrigação até regularizar a obrigação do primeiro.
Contrato unilateral é o contrato celebrado entre duas partes, mas apenas uma delas assume obrigações em favor da outra. Ex.: doação pura (é aquela que o doador entrega algo ao donatário sem nenhuma contraprestação), contrato de mútuo (contrato de empréstimo, contrato para bem móvel).
O contrato mútuo feneratício é o contrato bancário (empréstimo de dinheiro) há uma divergência na doutrina, considerando como contrato unilateral por ser contrato de empréstimo. Porém, para alguns doutrinadores e para o professor deveria ser considerado contrato bilateral porque tem obrigação para ambas às partes, pagamento de juros.
Contrato plurilateral termo criado pelo doutrinador Túlio Ascarelli. Quando diversas pessoas celebram contrato, apresentam diversos interesses, cada um tem seu interesse individual, mas buscam um fim comum. Por não ter interesse isonômico não podemos chamar de contrato bilateral porque cada um tem um interesse individual. Porém, buscam um objetivo comum (no condomínio deve ser deixado o interesse único para buscar o interesse comum, o objetivo comum da moradia).
Geralmente é o contrato firmado entre condôminos ou entre sócios (sociedade).
- Quanto à vantagem patrimonial: contratos gratuitos e onerosos.
Contrato gratuito é aquele celebrado por duas pessoas sendo que apenas uma delas aufere benefícios sem qualquer contraprestação. Todo contrato gratuito é um contrato unilateral.
Contrato oneroso é o contrato que ambos os contratantes assumem obrigações recíprocas. A falta de cumprimento da obrigação gera a execução ou rescisão de contrato.
- Quanto à formação dos contratos: paritários, adesão, contratos-tipo (formulários).
Contratos paritários eram até o séc. XIX as partes discutiam sobre as cláusulas. As partes estavam em equilíbrio para discutir sobre as cláusulas. Pode ser contrato de locação, compra e venda, contrato atípicos (criar um contrato em razão das necessidades das partes, desde que não fira a moral e os bons costumes).
Contrato de adesão é formado por uma das partes e a outra parte apenas adere aos termoscontratados. Normalmente em relação de consumo, mas também pode ser feito em meios empresariais desde que uma das partes detenha o poder financeiro (contrato de franquia).
O contrato de franquia é um contrato de adesão porque não pode alterar as cláusulas. 
Contrato-tipo é o contrato de adesão para as massas. Mass consuption. Contratos de massa. Não deixa de ser um contrato de adesão, mas a doutrina criou essa nomenclatura para os contratos de massa.
Trata-se de contrato que possui formulário padrão e todos ficam atrelados aos termos deste formulário. 
- Quanto ao agente: personalíssimo, impessoais, individuais, coletivos.
Contratos personalíssimos - alguns contratos são determinantes com relação à pessoa que irá cumprir o contrato. A essência do contrato é a pessoa escolhida. Escolheu a determinada pessoa para celebrar o contrato, para fazer tal atividade. Caso a pessoa deixe de cumprir, o contrato não será cumprido. Ex.: aderir uma obra de um pintor, não se aceita a cessão da mão de obra.
Com o falecimento da pessoa, o contrato se extingue, ou seja, os herdeiros não respondem por esse tipo de contrato.
Há a necessidade de colocar no contrato que fica vedada qualquer cessão, transferência ou que qualquer outra pessoa faça a atividade.
O contrato impessoal pode ser realizado por qualquer pessoa. O que importa é que o contrato seja executado e não quem irá fazer. 
Contrato individual ocorre na hipótese de que a vontade de uma única pessoa seja considerada para firmar o contrato.
Contrato coletivo é aquele firmado entre duas ou mais pessoas jurídicas representando um acordo decorrente de uma categoria profissional. 
- Quanto ao módulo: principais, acessórios, derivados (subcontratos)
Contratos principais são aqueles que existem por si só, ou seja, os termos pactuados neste contrato obrigam as partes por si só. Tem uma existência única, não está vinculada a outra operação.
O contrato acessório tem vínculo com um contrato principal. O contrato acessório é aquele cuja existência e eficácia estão subordinados ao contrato principal. Se o contrato principal for nulo, nulo será o contrato acessório. Ex.: contrato de fiança.
Se o contrato principal for modificado, o contrato de fiança também deverá ser alterado ou haver a anuência com relação a modificação do principal, caso contrario a fiança não terá mais validade, pois é um contrato acessório.
Modificação do contrato (aditivo, aditamento, instrumento de retificação do contrato, instrumento de rerratificação ao contrato). 
Toda vez que tiver um contrato acessório terá um contrato principal vinculado. Faz referência a esse contrato principal, discriminando-o.
O contrato acessório pode estar no mesmo documento do contrato principal, mas também pode ser celebrado noutro contrato (o contrato a parte deverá vincular o contrato principal).
Contrato derivado (subcontrato).
Há alguns contratos que vedam essa possibilidade de haver um subcontrato.
Ex.: contrato de sublocação. O contrato entre o locatário e o sublocador é um contrato derivado do contrato principal de locação.
O contrato de gaveta é quando pessoas querem fazer um contrato sem o conhecimento de outras pessoas. Pacto entre as partes.
O derivado não deixa de ser um tipo de contrato acessório. 
- Quanto ao objeto
Contratos preliminares (pré-contratos) diferente das negociações preliminares.
Na negociação preliminar passa a assumir uma responsabilidade (onerosa). Passa a ter uma expectativa de que o contrato será fechado, caso não o seja poderá ter indenização.
Negociação preliminar ocorre antes de fazer contrato.
Contrato preliminar é aquele contrato firmado entre as partes estabelecendo os direitos e obrigações impondo que após o seu cumprimento será firmado o contrato em definitivo. Ex.: contrato de compromisso de compra e venda.
Diferente das negociações preliminares que seria a pessoa ir ver a casa, discutir valores, pensar se vai querer a casa, a pessoa fala que irá comprar e que, com isso, não é para vender para mais ninguém (vinculando-se).
Será contrato preliminar quando já firmado entre as partes as obrigações e direitos, não será contrato definitivo porque a pessoa pagará de determinado modo que requer tempo, quando terminar de pagar far-se-á o contrato definitivo passando a propriedade.
Contrato definitivo é o contrato que as partes celebram constituindo o negócio jurídico. Ex.: contrato de compra e venda.
- Quanto à designação
Nominativos ou típicos são os contratos regulados, previstos numa lei. Podendo ser regulado no Código Civil ou em leis específicas. Tem norma que estabelece obrigações entre as partes. Ex.: contrato de seguro, contrato de empréstimo, contrato de locação.
Inominativos ou atípico: em razão de uma evolução na atividade civil, empresarial, as partes sempre sentiram vontade de regular algumas condutas que não estão previstos em lei. 
Contrato de shopping é um contrato que não existe na lei. Não tem lei que regula do shopping.
Contrato de Engenering é o contrato de projeto de engenharia que também não tem regulação.
Mistos (típicos e atípicos) é o contrato que utiliza parte de um contrato típico e parte do atípico criando o contrato complexo.
Contrato complexo é aquele que dentro de um único contrato têm-se vários contratos. Podendo ser de contratos típicos ou atípicos ou típico e atípico. Todo o contrato misto é complexo, mas nem todo o contrato complexo é misto.
Ex.: contrato de compra e venda e de seguro (dois contratos típicos juntos formando um contrato complexo).
Ex.: contrato de compra e venda com obrigação de entrega e assunção de pagamento (um contrato típico e um atípico formando um contrato complexo, o qual é misto por ser um típico e um atípico).
- Quanto à maneira de aperfeiçoamento 
Contrato não solene é o contrato de modelo livre, ou seja, as partes podem firmar por meio de um instrumento particular estabelecendo os direitos e obrigações obedecendo às condições gerias dos contratos (capacidade, legitimidade, objeto lícito). Não necessita de rigor da lei para ele ser válido.
Contrato solene também é um contrato que as partes estabelecem os direitos e obrigações. Porém, a lei determina uma forma para que seja válida a manifestação de vontade em razão de se tratar de um bem imóvel, em razão da idade dos contratantes, entre outros, sob pena de não ter validade jurídica.
O bem imóvel deverá ser transferido por meio de uma escritura pública devidamente lavrada pelo cartório de notas.
O casamento civil somente terá validade jurídica se for presidido por um juiz de paz.
- Quanto ao momento do cumprimento do contrato
Contrato de execução imediato (execução única) é aquele contrato em que as partes celebram e a sua conclusão ocorre no momento da sua contratação. Ex.: compra e venda de um bem, no qual a pessoa solicita o bem e já paga no mesmo momento. Proposta, oferta e conclusão do produto ou serviço de forma imediata. Contrato que não tem qualquer risco porque o pagamento se efetua no mesmo momento, executa o que foi estabelecido. Não há eventualidade de inadimplência, risco zero porque a efetuação é imediata.
Contrato de execução diferida (retardado) é aquele contrato firmado entre as partes em que a conclusão do contrato ocorrerá em data futura. Ex.: entrega de mercadoria. Contrato com cláusula a termo. Contratos firmados, nos quais já houve o pagamento e a entrega será depois. Ex.: compra de trigo da safra de dezembro que me entregaram em março.
Contrato de trato sucessivo (continuada) é aquele contrato em que as partes celebram mediante pagamento em parcelas. O contrato se extingue com o pagamento da última parcela.
Contrato de execução cativa (cativo) é aquele contrato em que o aderente adquire uma prestação de serviços por prazo indeterminado mediante o pagamento de uma mensalidade nos termos do contrato. Incentivo para prestação de serviço duradouro, fidelizar o cliente. Ex.: plano de saúde. Contrato firmado mediante pagamento da mensalidade que é encaminhada pelo preponente ao consumidor para poderutilizar. Firma uma relação jurídica para permanecer nela. Ex.: contrato de abertura de conta. Esses contratos não precisam ser renovados.
- Quanto à forma do contrato
Contrato consensual é aquele celebrado entre as partes partindo do pressuposto o acordo de vontades sem que exista necessariamente a entrega de um bem. Ex.: contrato de casamento. 
Solo consenso já é suficiente. Não precisa de entrega de nada.
Ex.: contrato de mútua assistência, contrato de confidencialidade.
Contrato de prestação de serviço não envolve coisa, mas prestação de serviço. Logo, deve ser considera contrato consensual e não real por falta da res.
Contrato real (res) é o contrato de envolva coisa. Podendo ser um bem corpóreo ou incorpóreo, móvel ou imóvel. Contrato que além do consentimento entre as partes necessita para o seu aperfeiçoamento a entrega da coisa, tradição (traditio).
Ex.: contrato de compra e venda.
A entrega da coisa disposta no contrato faz o contrato se tornar contrato real e não somente consensual.
- Quanto aos sujeitos do contrato
Contratos de direito público é aquele contrato em que uma das partes é uma entidade pública. Isto é, Estado, União, Município, bem como as autarquias e outros entes públicos que celebram um contrato com interesse da coletividade.
Princípio do direito administrativo da supremacia do interesse público perante interesse privado.
Esses contratos, geralmente, são precedidos de licitação pública que pode ser feita por meio de edital ou carta convite, mas sempre com transparência, lisura.
Sempre estará ligado a um serviço de interesse público.
Esse contrato pode ser celebrado com um único licitante que será o contratado para que ele preste o serviço de acordo com a necessidade do poder público. Esse contrato passa por auditoria para verificar se está tudo correto.
O contrato público pode ser firmado com um consórcio de empresas em razão da grandiosidade da obra e da especificidade da obra.
O consórcio é celebrado por várias empresas que assumem em conjunto o contrato para prestação de uma determinada obra em favor do poder público.
______ Que foram aprovadas pelo poder público para que realizem em conjunto uma determinada obra.
O consorcio de empresas será constituído por meio de uma escritura pública em que as consorciadas estabelecem as diretrizes desse consorcio.
Esse consórcio terá um prazo para sua vigência. Será constituído para um determinado período até que seja realizada a obra em favor do poder público.
Consórcio público tem personalidade pública. Consórcio privado não tem personalidade pública. Estamos falando de consórcio feito entre empresas privadas para fazer contrato público, firmar um serviço em favor do interesse público.
O consórcio entre as empresas não possui personalidade jurídica. Apesar de serem constituídas por meio de uma escritura pública, serem arquivadas na Junta Comercial e para exercer a sua atividade possuir um CNJP próprio. Em razão disso, as consorciadas respondem perante o poder público e perante o público.
Se uma das consorciadas não tem mais capacidade técnica ou econômica ou, ainda, se uma das consorciadas vem a falir, o consórcio permanece com as empresas remanescentes ou então, o consorcio substitui a empresa deficitária.
No caso de civil não tem responsabilidade solidária. Só as consorciadas que respondem, ou seja, pode entrar contra as consorciadas e não em face da concessionária. 
Porém, perante o CDC o consumidor em decorrência de um defeito ou vício na prestação de serviços poderá ingressar contra a concessionária ou contra qualquer uma das suas consorciadas. Ex.: acidente na estrada.
Direito assegurado de exploração do serviço oferecido, ficando obrigado a manter o serviço. O Estado oferece a essas empreiteiras o direito de explorar o serviço oferecido (administração, manutenção, segurança) mediante o recebimento de um valor (ex.: bilheteria de metrô, pedágio de estrada). Por isso que a concessionária tem a responsabilidade, caso não tenha possibilidade pode-se entrar contra as consorciadas porque respondem solidariamente.
Contratos de direito privado o interesse público não está relacionado e a manifestação de vontade é firmada entre pessoas particulares, com pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado (fundações, associações, sociedades simples, sociedades empresárias, entidades religiosas, partido político e ongs).
Esses contratos tem relação privada, interesse particular. O direito público não interfere nessa relação, apenas intervém para resolver conflitos se for demandado. 
O contrato de direito privado pode ser: contratos civis, contratos de consumo, contratos empresariais.
Contratos civis são celebrados entre particulares sendo regulado pelo Código Civil brasileiro. Não tem relação de consumo, não é empresarial. Geralmente, relação entre pessoas físicas.
Relação civil. Ex.: compra e venda civil de carro, casa.
Contrato de consumo é aquele negócio jurídico celebrado entre um fornecedor de produtos ou serviços e o consumidor na qualidade de destinatário final ou na qualidade de ente coletivo.
O contrato de consumo também é concretizado perante o consumidor vítima da relação de consumo bem como perante o consumidor que esteve atrelado a uma oferta.
Relação de consumo – fornecedor e consumidor havendo prestação de serviços ou produtos ou venda de bens.
Contratos empresariais são aqueles firmados entre empresários e sociedades empresárias com fim de estabelecer relações jurídicas econômicas.
Teoria da empresa – é a atividade econômica e organizada para produção ou circulação de bens ou produtos.
A definição (contrato civil, de consumo ou empresarial) não é tão clara quanto parece. É necessário verificar as partes envolvidas, objeto do contrato, intenção do contrato.
- Quanto ao modo de adquirir o bem
Contrato de aquisição é aquele contrato geralmente oneroso bilateral que tem por finalidade promover a transferência definitiva de um determinado bem em favor de um interessado. Ex.: contrato de compra e venda.
Pode haver de modo unilateral, doação sem termo.
Contrato de uso e gozo é aquele que não ocorre a transferência definitiva do bem, mas apenas a transferência provisória do bem por um determinado período estabelecendo que após o fim do contrato o beneficiário deverá reconstituir o bem nas mesmas condições de quando contratado. Ex.: contrato de locação (salvo as deteriorações naturais do tempo). Arrendamento de terras (deve devolver ao final do período). Comodato (diferencia da locação porque não paga o aluguel, empréstimo de bem sem custo). 
Contrato de prestação de serviço é o contrato firmado entre as partes pelo qual o prestador de um serviço se compromete a realização de uma atividade pessoal mediante a retribuição financeira. Cada vez mais usado.
Contrato associativo tem por objeto a união de duas ou mais pessoas para que se realize uma determinada atividade quer seja econômica ou não, buscando um objetivo comum. Ex.: contrato de uma sociedade, cooperativa, associação.
As pessoas que participam de uma cooperativa têm obrigações e direitos. 
- Quanto ao prazo do contrato
Contratos determinados são aqueles que possuem um início e um prazo estabelecido de término. Nada impede de prorroga-lo, mas tem prazo determinado. Contrato com início e fim. 
No final do contrato pode haver a renovação contratual. A renovação permite a modificação de cláusula (novação).
Antes do término do contrato pode haver a prorrogação do mesmo por meio de um Aditamento de Retificação e Ratificação do Contrato de Prestação de Serviços.
Prorrogação é o aditamento do contrato antes do término do contrato. As demais cláusulas que não foram modificadas pelo termo aditivo continuam a valer.
Caso as pessoas continuem a “cumprir” o contrato que já foi encerrado, mesmo que não faça a prorrogação, mesmo sem o termo de aditamento, mas uma parte continua prestando o serviço e a outra continue a pagar, o contrato determinado passa a ser de prazo indeterminado. Esse contrato não terá mais garantiae segurança, pois o contrato indeterminado pode ser encerrado a qualquer momento.
Contratos indeterminados são os contratos sem prazo estabelecido. Qualquer uma das partes em qualquer momento pode encerrar o contrato desde que avise antecipadamente. 
O contrato indeterminado traz instabilidade para as partes porque pode ser encerrado a qualquer momento.
 - Quanto à natureza da obrigação entabulada
Contrato comutativo é aquele em que as partes estabelecem os seus direitos e obrigações e os contratantes tem conhecimentos sobre as suas respectivas prestações.
Não existe qualquer surpresa, não existe nenhum evento incerto.
Ex.: contrato de locação, contrato de compra e venda, contrato de prestação de serviço.
Maioria dos contratos é comutativo.
Contrato aleatório é aquele contrato firmado entre as partes sendo que, pelo menos, uma das partes não atribui a segurança e a garantia do cumprimento do contrato visto depender de uma sorte, ou seja, depende de um evento futuro e incerto.
Ex.: compra e venda de ação da bolsa de valores. Safra de soja. 
Contrato de seguro sempre foi um exemplo de contrato aleatório dado pela doutrina. A pessoa firma o contrato de seguro com a expectativa de não se utilizar. O argumento de que é um contrato aleatório é que não é garantido que a seguradora pagará. Porém, uma parte da doutrina (e o professor) entende que seria um contrato comutativo porque a garantia está prevista (valor do seguro está garantido e é garantido que a seguradora pagará) o que não é garantido é o evento futuro.
Contrato aleatório se divide em duas partes: por sua natureza ou por condição estabelecida entre as partes.
Por sua natureza contrato específico pela sua natureza. Ex.: jogo e aposta.
Por condição estabelecida entre as partes é aquele em que as partes estipulam em cláusulas contratuais um evento futuro e incerto. Ex.: colheita futura de soja (comprarei toda safra de soja que sua fazenda produzir).
Swap é um tipo de contrato aleatório. Ex.: contrato de “aposta” com o banco sobre valor de dólar, operação bancária para bolsa de valores.
Modalidades de contrato aleatório estabelecido pelas partes:
Art. 458, CC - Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
O contrato que esse artigo se refere é chamado de contrato emptio sprei, venda de coisa esperada.
Ex.: firmar com uma pessoa um contrato de compra e venda e o comprador fica obrigado a entregar o dinheiro independente do sucesso do objeto. Ex.: compro por quinhentos reais tudo que você conseguir na pesca de hoje (a pessoa sai e faz de tudo para trazer o máximo de peixes que conseguir). Pescador é contratado para jogar a rede, caso não venha nenhum peixe receberá do mesmo modo.
Não é necessário pagar desde que não haja dolo nem culpa da sua parte.
Art. 459, CC - Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único - Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Contrato de emptio rei speratae, venda da coisa esperada. Não tem relação com a existência da coisa, mas com a qualidade e quantidade.
Diferença: na primeira fica obrigado a pagar independentemente de existir ou não o objeto, enquanto na segunda fica obrigado a pagar independente da quantidade e qualidade do objeto.
A condição para continuar com o contrato (cumprir com o pagamento) é entregar algo, podendo haver a variação da quantidade e qualidade. Arca com a totalidade mesmo que não entregue a totalidade, mas se não entregar nada não deve arcar com nada (tem direito a restituição do valor pago – normalmente já tinha sido pago).
Isso porque esse contrato possui álea (risco, evento incerto).
Ex.: porteira fechada da plantação de laranja.
Contrato aleatório pode ser também total ou parcial
Contrato aleatório total também conhecido como absoluto é aquele em que uma das partes cumpre sua prestação tem a possibilidade de nada receber (contrato emptio sprei).
Contrato aleatório parcial ou relativo é aquele que apesar de o negócio não se realizar de forma total mesmo assim, cada um dos contratantes fica responsável a uma parte da prestação (contrato emptio rei speratae).
- Quanto
Contrato puro é aquele celebrado entre as partes sem a existência de qualquer elemento acidental para a conclusão do negócio.
Ex.: compra e venda simples. 
Efetivo o negócio, não há condição (suspensiva, resolutiva).
Contrato impuro é aquele celebrado entre as partes e que depende para a sua conclusão uma condição ou uma cláusula resolutiva para a conclusão do negócio. 
Ex.: contrato de doação desde que o donatário cumpra uma condição estabelecida pelo doador.
Ex.: celebrar um contrato com uma empresa desde que tenha autorização para firmar contrato desta modalidade (meio ambiental).
Efeitos do contrato
Formação do contrato - 3 fases
1º fase: negociações preliminares.
2º fase: proposta/policitação.
3º fase: aceitação.
Após a terceira fase do contrato, o contrato estará firmado e produzirá efeitos.
Perante as partes
O contrato passa a valer entre as partes. Logo, tem-se um efeito de obrigação entre as partes das cláusulas contratuais sob pena de execução contratual por meio de ação de indenização ou por meio de rescisão do contrato mais perdas e danos.
O contrato deve sempre ser cumprido entre as partes como se lei fosse. Porém, não existe mais a regra absoluta de pacto sunt servanda.
O contrato entre as partes, geralmente, é irretratável e irrevogável e desta forma deve ser cumprido até o seu final.
Caso as partes resolverem rescindir o contrato podem fazer por mútuo consentimento pelo distrato.
O juiz de direito deverá sempre interpretar o contrato de acordo com a lei e de acordo com a vontade das partes. Então, cada situação deve ser analisada para verificar se há ilegalidade, onerosidade excessiva, qualquer irregularidade. O juiz poderá decidir de formas divergentes dependendo da sua interpretação.
O contrato firmado entre as partes em regra não alcança terceiros, salvo se for da própria natureza do contrato ou se o contrato não for personalíssimo. Ex.: contrato pode vincular herdeiros.
Perante terceiros
O contrato firmado entre as partes não pode prejudicar um terceiro (pode vir a ajudar, mas não a prejudicar) em razão do principio da relativização do contrato. A regra geral é que não vincula terceiros. Porém, há exceções.
- Estipulação em favor de terceiros
Art. 436 até art. 438 – estipulação em favor de terceiros.
Contrato entre estipulante e promitente – o terceiro (beneficiário) não faz parte do contrato, será o beneficiário do contrato. Não há condição para ele.
O terceiro é aquele que não contratou, mas poderá ser beneficiário quando o proponente estipular em seu favor um direito – estipulação em favor de terceiro. 
Ex.: contrato de seguro de vida, na falta da pessoa a seguradora pagará um valor indenizatório para um terceiro que foi estipulado. O terceiro não tem que assinar, pode até nem saber que existe. Estipulante é a pessoa e o promitente é a seguradora.
O terceiro passa a exigir o contrato após a ocorrência do fato.
Pode fazer um contrato em favor de um nascituro.
O testamento é um contrato em favor de terceiro. Estabelecer a alguém que no falecimento ficará com seus bens.
Pode estipular ao beneficiário certa obrigação vinculada ao contrato. O terceiro não é obrigado a receber. Pode renunciar ao direito.
Testamento será público ou particular.
Seguro de vida e testemunho não pode ser feito em favor de amante. Na prática se faz com nome de amiga.
Houve umjulgado de dividir apólice para duas mulheres que tinham família com um mesmo homem sem elas saberem. 
- Da promessa de fato de terceiros
Celebração contratual firmado entre duas partes estabelecendo que o cumprimento do contrato será realizado por terceiro. 
Art. 439, CC - Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único - Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Não cabem perdas e danos ao terceiro caso fosse necessário à anuência dele. Ex.: envolvendo bens imóveis. 
Art. 440, CC - Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
- Contrato com pessoa a declarar
Art. 467 e seguintes, CC.
Vinculação perante os sucessores a título universal e particular
Um dos contratantes sempre terá interesse em fazer a substituição por pessoa cujo nome pretende ocultar. Porém, ao final do negócio (ao se realizar o negócio) deverá ser comunicado a outra parte quem de fato será o adquirente.
Não há realmente um contrato, não há esse tipo de contrato. Na realidade é uma situação jurídica, colocam-se disposições referentes à situação de pessoa a declarar.
Mandato ad negotio, gestão de negócios, comissão.
Exercício
No contrato de compra e venda - quais são os princípios e as classificações?
Classificação: formal ou não formal, bilateral, sinalagmático, oneroso, solene ou não solene (depende do objeto), típico, objeto imediato ou diferido, coletivo, principal, paritário ou adesão, real, comutativo ou aleatório, puro.
Princípios (todos os princípios)
Princípio da confiança, princípio do consensualismo, princípio da autonomia da vontade, princípio da boa-fé.
Cláusula electo amici – como se fosse indicação de amigo para representar no negócio.
Efeitos do princípio da relatividade quanto ao objeto da obrigação
Entre as partes 
Passa a estabelecer diretrizes que devem ser cumpridas pelos contratantes. Todo o contrato almeja a conclusão conforme o modo que foi estabelecido. Por isso, a lei cria regras para proteger o contratante contra os riscos de não pagamento, de se ver algo impróprio e contra defeitos ou vícios de evicção. Objeto de anulação do contrato em decorrente de direito de terceiros.
Direitos decorrentes desse princípio:
- Direito de retenção faz parte dos efeitos do contrato que em razão do não cumprimento contratual passa a ter o direito de não entregar um determinado bem até que seja solvida a dívida. Reter um bem que não é da pessoa até haver o pagamento.
Contrato de depósito que pode ser realizado de forma gratuita ou onerosa. Nas atividades empresarias o contrato de depósito pode ser celebrado tendo uma das partes um armazém geral. A mercadoria depositada só poderá ser retirada mediante pagamento do depósito. Nesse caso o depositário (dono do armazém) tem o direito de retenção.
Ex.: alfandega tem o direito de reter o bem até o pagamento do tributo.
Ex.: direitos de receber lucros de uma empresa, só que não receberá enquanto não houver a integração do bem que subscreveu.
Reter inapropriadamente pode ser configurado apropriação indébita.
Requisitos para o direito de retenção:
Deve haver a retenção de uma coisa alheia por uma causa normal e lícita. 
Deve inexistir qualquer exclusão legal ou contratual do direito de retenção.
Deve haver um crédito líquido, certo e exigível do retentor com relação ao bem retido.
Aquele que está retendo os bens tem obrigação de conservar os bens que está em seu poder. Dependendo da situação terá um custo operacional, pode haver a deterioração natural do tempo. 
- Exceção do contrato não cumprido
Exceptio non adimpleti coontractus – art. 476, CC.
Art. 476, CC - Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Irá acontecer sempre em casos de contratos bilaterais e comutativos.
No contrato aleatório não pode aplicar essa exceção.
Sempre repercute no contrato bilateral, comutativo. Contrato sinalagmático, cada parte tem seu direito e dever.
Exceção do contrato não cumprido é aquele em que uma parte não cumprirá o contrato porque o contratado deixou de cumprir as suas obrigações. 
Não cumprirá sua obrigação porque o outro não cumpriu a parte dele.
Na hipótese do cumprimento parcial do contrato também pode não realizar o contrato. Nesse caso deve estar estabelecido no contrato que a realização do contrato somente será concluída pelo cumprimento da sua totalidade. Porém, pode estabelecer no contrato que o mesmo pode ser concluído se houver cumprimento parcial.
Exceptio non rite adimpleti contractus – a exceção do contrato não cumprido quando o não cumprimento for de forma parcial. Quando não estipulado que é possível concluir o contrato com cumprimento parcial, pode haver essa exceção. Não aceitando a mercadoria ou arcando proporcionalmente com o cumprimento.
Aquele que descumpriu o contrato poderá ficar sujeito a pagar perdas e danos porque não cumpriu com o contrato.
Como exceção a esse efeito: no caso de força maior, caso fortuito ou renuncia do contrato a obrigação deverá ser mantida não podendo a parte alegar a exceção do contrato não cumprido.
Art. 477, CC - Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
- Vício Redibitório
Art. 441, CC - A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Traz como consequência a possibilidade de devolver o bem ou abater o preço do negócio que foi realizado em razão de um defeito ou falha oculto na coisa que foi alienado.
Vício oculto (não foi detectado no momento da contratação) e tornou-se inviável a sua utilização ou diminuiu a capacidade de sua utilização em razão desse vício.
Não pode ser vício aparente.
Desde que prove que era vício oculto, em determinados casos necessitará de perícia.
Caso deixe claro o defeito e o adquirente aceite deve constar no contrato para não haver alegação desse vício.
Serve para evitar o enriquecimento indevido.
Requisitos:
O vício redibitório recai sobre a coisa que foi adquirida em virtude de um contrato comutativo ou em razão de uma doação onerosa.
A existência de um defeito ou vício prejudicial a utilização da coisa. Desta forma torna-se inviável essa utilização. Ex.: casa que fica alagada.
- Evicção
Contrato oneroso que existe a contraprestação, este contrato pode trazer um prejuízo à parte caso esse bem tenha um vício de direito com relação a real titularidade que recairá sobre a coisa negociada.
Contrato de compra e venda, principalmente os bens imóveis, mas também os móveis. Importante fazer a análise da documentação para ver se está tudo correto, ação preventiva.
Existe um vício na questão imobiliária ou mobiliária sendo que aquele que vendeu não era o real proprietário daquele bem. Evicção é a perda da coisa pelo verdadeiro dono em razão de uma ação reivindicatória.
O adquirente do imóvel perderá a titularidade em favor do real proprietário e, consequentemente, aquele que alienou responderá pela evicção.
Art. 447 a 457, CC.
Aquele que perdeu o bem em razão de evicção tem o direito de reaver o preço daquele que vendeu indevidamente – ação de regresso.
Ação de regresso é bom para quem tem patrimônio, mas normalmente quem tem esse comportamento (dar golpe) não tem bens em seu nome.
Mesmo com cláusula excluindo a evicção ela deverá ser ressarcida, devolver

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