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Caderno Penal II

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Lei 1.340/06, Lei Maria da Penha ≠ art. 129 §9º, CP – violência doméstica pode ser contra todos, mas a aplicação da lei Maria da Penha é apenas para as mulheres.
Código Penal Geral – art. 1º ao 120.	
 Especial – art. 121 a0 300
Parte geral sempre será aplicada, salvo quando a lei específica for contrária.
Tentativa: causa geral de diminuição da pena.
As agravantes e atenuantes são causas de aumento ou diminuição de pena previstas nos art.61 e 65 aplicáveis a todos os crimes.
Causas gerais de aumento ou diminuição de pena previstas na parte geral do Código Penal são aplicáveis a todos os crimes. Ex.: tentativa.
Causas especiais de aumento ou diminuição de pena só se aplicam no determinado crime, não tem aplicação geral. Ex.: art. 121, §1º, CP.
Qualificadora é a causa que eleva o patamar mínimo e máximo da pena. A pena cominada é expressamente alterada.
Nas causas de aumento e diminuição gerais e especiais as penas são aumentadas ou diminuídas de forma fracionada.
Nas causas de diminuição a pena pode ser estabelecida a quem do mínimo legal (menor do que o mínimo).
As agravantes e atenuantes são, em regra, fixadas na base de 1/6 e se compensam.
Em se verificando no mesmo caso a previsão de uma atenuante e de uma causa especial de diminuição de pena, prevalecerá a ultima.
Elementos dos tipos penais (objetivo e subjetivo):
Elemento objetivo: não dá margem a interpretação. Conduta (tipo penal).
Elemento subjetivo: dolo e culpa.
Crime de dano é aquele que se configura com a lesão efetiva ao bem jurídico tutelado.
Ainda que o crime fique na esfera da tentativa, há uma busca para o alcance da lesão.
Crime de perigo basta o potencial a situação de probabilidade do dano (não é o dano em si, mas a probabilidade do dano). Crimes de periclitação da vida ou da saúde. Ex.: art. 130, CP.
Art. 130, CP - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Teoria do crime meio e do crime fim admite absorção do crime que serviu como meio ao crime objetivado pelo agente. Responde exclusividade pelo crime fim, pois era a finalidade. O que importa é a finalidade criminosa (não importa o crime do meio, mesmo sendo mais grave), porque o que vale e o desígnio (intenção).
Caso não alcance a consumação da finalidade responderá pela exposição de risco ou pelo outro crime.
Conduta e intenção.
Caso a pessoa tenha a finalidade e para tal foi necessário a pratica de outros crimes, mantendo a finalidade e a intenção de praticar apenas aquele crime, fala-se em teoria do crime meio e do crime fim.
Caso haja desígnios autônomos de praticar mais de um crime, fala-se em concurso formal e material.
Crime qualificado / Crime privilegiado
Agravantes e atenuantes são circunstancias taxativamente previstas na lei (art. 61 2 65, CP). Em regra, elas elevam ou diminuem a pena na base de 1/6, e se compensam (havendo uma agravante e uma atenuante, elas não se aplicam diante dessa compensação).
Causa de aumento e diminuição de pena são diferentes de agravantes e atenuantes.
Causas Gerais (parte geral do CP – Art. 1º ao 120).
 Especais (acompanham o tipo penal).
Nas causas gerias de diminuição de pena podem diminuir a pena além do mínimo da previsão legal – regra geral da diminuição. Ex.: tentativa.
Quanto mais o agente se aproximar da consumação menor será a diminuição da pena.
Não se aplicam em crime de mera conduta, crimes formais, crimes materiais porque não cabe tentativa.
Causas especiais de aumento ou diminuição da pena
O tipo penal traz uma circunstância onde a pena será aumentada ou diminuída. Não é uma regra geral, mas uma regra especifica do determinado tipo penal.
No tipo penal há hipóteses de aumento ou diminuição de pena, as quais vêm fracionadas.
Ex.: homicídio – art. 121, § 1º, CP. Trata-se de um crime privilegiado.
Art. 121, § 1º, CP - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
O crime é privilegiado ou premeditado, não há homicídio privilegiado premeditado. 
Quando a situação for mais grave que a típica terá causa especial de aumento ou qualificadora, ambas estão no tipo penal. Se o aumento proposto for fracionado trata-se de causa especial de aumento, se houver expressamente alteração do mínimo e do máximo da pena o crime será qualificado.
Exemplo:
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
§ 3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
O § 2°º, CP é uma causa especial de aumento de pena porque está na parte especial e vem fracionada.
O § 3°º, CP é um crime qualificado, um roubo qualificado, porque há alteração do mínimo e do máximo da pena.
Ex.: uma pessoa (primário) vai roubar uma loja, o segurança vem e mata o segurança. 
O crime é de roubo qualificado e a pena vai de 20 a 30 anos. Por ser primário iniciará o cálculo da pena com o mínimo (20 anos).
A circunstância qualificadora compõe a pena base.
Meios e modos de execução
Meios de execução são os instrumentos de que se serve o agente para praticar a conduta criminosa (instrumentos). Ex.: arma de fogo, veneno, etc.
Arma: é todo instrumento, normalmente destinado ao ataque ou à defesa (arma própria: o revólver), ou qualquer outro meio idôneo, a ser empregado nessas circunstâncias (arma imprópria: faca de cozinha).
Arma própria
Arma de fogo: revolver, espingarda, metralhadora.
Armas brancas: faca (não de cozinha).
Arma explosiva: granada.
Armas impróprias: faca de cozinha, canivete, garrafa quebrada, pé de cabra.
OBS.: arma de brinquedo, arma sem munição não são consideradas armas porque não há o potencial ofensivo. Todavia, podem servir como armas, para o fim de ameaçar a vítima. Trata-se de crime impossível. 
Ex.: roubo – art. 157 caput e inciso 1º -> emprego de arma -> a jurisprudência tem entendido que mesmo se usada arma de brinquedo em ameaça ou violência, trata-se de um crime.
Modos de execução são as formas de conduta empregadas pelo agente (comportamentos). Ex.: violência, ameaça ou fraude.
Para que a conduta seja típica, o agente terá os meios e os modos de praticar o crime.
Estupro (OBS.: Estupro de vulnerável é o menor de 14 anos).
Modo de execução -> violência ou grave ameaça (a grave ameaça é uma modalidade de violência. É a violência psíquica).
Fraude (art. 215, CP)
Quando a vitima é levada a erro. Ex.: pessoa casa com alguém que tem uma gêmea e faz sexo com a irmã.
Dependendo do modo de execução ou do meio empregado, o crime pode ser qualificado ou a pena agravada. É o que acontece com o homicídio qualificado com o emprego do veneno. 
Violência: É o desenvolvimento de força física para vencer a resistência. Esta violência pode, tanto atingir a pessoa como atingir a coisa. Ex.: roubo: para atingir a coisa eu tenho que dar uma surra no vigilante. No caso de coisa, refiro-me a um obstáculo (estourar o vidro do carro para subtrair o DVD). Este é um furto qualificado. A violência pode ser:
Real – é a física, a efetiva.Presumida – não é real, mas atinge uma vitima que não pode resistir. Ex.: estupro de vulnerável (vulnerável não é só o menor de 14 anos, mas também o doente mental, a pessoa que é levada à vulnerabilidade, como quando o agente provoca, através de substâncias diversas, a alteração do estado da pessoa e se aproveita dela – colocar droga na bebida, etc.).
Ameaça: É a violência moral. É a promessa de prática de um mau futuro e injusto a alguém (ou você faz isso ou...). Não se pode resistir àquela ameaça. 
Fraude: é o expediente usado pelo agente para levar alguém a erro, ou seja, é a falsa representação da realidade. Ex.: estelionato (mediante ardil ou qualquer artifício causa prejuízo a alguém), falsidade ideológica, falsa identidade. Não se fala em violência física ou grave ameaça, mas fraude.
Sujeitos do crime
- Ativo: aquele que pratica a infração penal, o fato típico. Pessoa física com capacidade penal. A capacidade penal é a possibilidade de conhecer o crime e saber da necessidade de evita-lo.
Princípio da culpabilidade subjetiva: só aquele que por ação ou omissão deu causa ao resultado responderá pelo mesmo na medida da sua culpabilidade. No direito penal ninguém responde por ato de um terceiro.
Crime comum é aquele que qualquer pessoa pode cometer. Ex.: homicídio, roubo, furto. Não exige do sujeito nenhuma capacidade especial.
Crime próprio é aquele que exige uma condição especial, só pode ser praticado por uma determinada classe de pessoa. Ex.: peculato (praticado por funcionário público).
Crime de mão própria o agente tem que estar numa situação especialíssima, é o crime que não admite coautoria. Ex.: falso testemunho, infanticídio (cuidado porque a doutrina considera infanticídio como crime próprio).
No caso de concurso de agentes no crime próprio envolvendo sujeitos comuns, a competência especial atrairá todos os agentes.
A competência para julgamento dos crimes contra a vida é o tribunal do júri
A competência também será atraída quando se referir à matéria. Ex.: homicídio e furto (tribunal do júri). 
Sistema Vicariante pena ou medida de segurança.
Medida de segurança: internação ou tratamento ambulatorial dependerá do grau de periculosidade.
- Passivo: é o titular do bem jurídico lesado pela conduta criminosa, é a vítima, quem sofre os efeitos do crime.
A capacidade para ser vítima pode ser limitada, ou seja, só algumas pessoas podem sofrer alguns tipos penais. Ex.: só o vulnerável pode sofrer o tipo penal previsto no art. 217-A (estupro de vulnerável).
Ter relação sexual com menor de quatorze anos é considerado crime mesmo que queira porque é a violência presumida. 
Objetos do crime
- Objeto jurídico: o bem protegido pela lei penal. Ex.: no roubo é o patrimônio, no homicídio é a vida.
- Objeto material: pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Ex.: no homicídio é a pessoa, do furto e do roubo é a coisa móvel alheia.
Crimes contra a vida
Homicídio – art. 121, CP.
Tem como objeto jurídico o bem mais importante ao ser humano, a vida.
Não é o crime que tem a maior pena, mas o que visa proteger o bem mais importante, a vida.
Desígnio da eliminação do ser humano pelo próprio ser humano.
O homicídio pode ser um tipo penal próprio ou vir acompanhado com outro tipo penal qualificando-o. Diferença entre homicídio como tipo próprio ou quando qualifica outros tipos penais. 
Como saber se numa situação que há morte e outro crime se será concurso de crimes ou se será um crime qualificado pelo evento morte? O desígnio que irá determinar quando serão dois crimes ou um crime qualificado pelo resultado morte.
Roubo qualificado pelo evento morte (latrocínio) – art. 157, caput e § 1º, CP.
A intenção é roubar, se for necessário matar o fará. Porém, tem desígnio de subtrair a coisa e não de matar.
Caso tenha desígnio de roubar e matar haverá o concurso material (art. 69, CP).
Homicídio é a destruição do ser humano pelo ser humano de forma injustificada.
De forma injustificada porque na legítima defesa é permitido.
A pessoa que mata alguém de forma justificada, por exemplo, em legitima defesa, não comete crime. Isso porque afasta a antijuridicidade e, por isso, não é crime.
Justificar é afastar o crime.
Na legitima defesa afasta a antijuridicidade e, com isso, o crime. Na coação irresistível há o crime (não afasta o crime), mas o dolo é viciado e quem responde pelo crime é quem coagiu.
 
Homicídio é a proteção da vida extrauterina.
Quem pode ser autor de crime de homicídio? Qualquer pessoa capaz, maior de dezoito anos, tenha sanidade mental.
Quem pode ser vítima de crime de homicídio? Qualquer pessoa nascida com vida, mesma se consentir com o homicídio. Isso porque no nosso direito é indisponível o direito à vida.
Tem tratamento especial a pessoa que mata por compaixão, se comprovado pode ser especificado como crime de homicídio privilegiado na modalidade de “relevante valor moral”.
Elemento objetivo: a conduta é matar alguém através de qualquer meio.
Há duas classificações: quanto à ação e quanto ao meio utilizado.
Quanto à ação: praticar homicídio por meio direto ou indireto.
O meio direito é aquele utilizado pelo agente ao atingir a vítima de imediato.
O meio indireto é o que opera mediatamente através de outra causa provocada pelo agente. Ex.: açular um cão raivoso (atiçar um cão para agir), coagir ao suicídio (quem coagiu ao suicídio contra pessoa incapaz praticou homicídio).
Quanto ao meio utilizado:
Físico: disparo de arma de fogo, facada, machadada.
Químico: veneno, açúcar para diabético.
Patológico: transmissão de doença.
Psíquico: provocar uma violenta emoção para um cardíaco.
Quanta à ação Direto
 Indireto
Quanto ao meio utilizado Físico
 Químico
 Patológico
 Psíquico
O homicídio pode ser praticado por ação ou por omissão. O homicídio pode ser comissivo ou omissivo. Omissivo próprio ou impróprio (comissivo próprio) .
Elemento subjetivo: dolo ou culpa.
Todo o crime é doloso, mas tem alguns tipos penais que admitem a modalidade culpa.
Dolo 
Tipos de dolo: direto (o agente quer o resultado), indireto ou eventual (o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produzir e se ocorrer o agente é indiferente).
Dolo genérico: tipo penal é específico, refere-se à mera conduta. Ex.: matar alguém. 
Dolo genérico: não só a mera conduta. Exige do agente um algo a mais, um desejo a mais. Ex.: art. 218-A.
Art. 218-A, CP - Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem.
Nesse caso o dolo não é apenas ter relação na presença da criança, mas o desejo erótico que a pessoa sente com a presença da criança.
Culpa
Tipos de culpa: inconsciente e consciente. Em ambos devem estar presente a previsibilidade e faltar com o dever de cuidado.
Na culpa inconsciente o agente não prevê o que era previsível.
Na culpa consciente o agente prevê o que era previsível, mas acredita sinceramente que o resultado não ocorrerá.
É possível haver homicídio preterdoloso? Não.
Preterdolo é dolo na ação e culpa no resultado, há um plus a mais.
Exemplo do alemão na balada, murro que caiu, bateu a cabeça e morreu. Responde por lesão corporal preterdoloso.
Art. 129, § 3º, CP - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Esse crime não se configura como crime contra a vida, mas contra a pessoa.
O homicídio pode ser doloso ou culposo. 
Doloso porque todos os crimes são dolosos; culposo porque há a previsão de culposo para o homicídio.
Consumação e tentativa:
Homicídio é um crime material, não é formal nem de mera conduta.
Material a conduta e o resultado são em momentos diferentes, resultado naturalista. No formal o resultado acompanha a conduta. Mera conduta só a conduta já se configura.
Por ser um crime material, o homicídioadmite a forma tentada (art. 14, II, CP).
O crime de homicídio consuma-se com a parada circulatória e respiratória em caráter definitivo.
Até o transito em julgado pode haver mutatio libelli (mudança da acusação).
Caso tenha tentado matar alguém que não morre, mas fica no hospital; responderá pela tentativa. Caso a pessoa venha a morrer antes do transito em julgado modificará de tentativa para consumação. Logo, passará a responder por homicídio consumado.
Obs.: homicídio é crime material. Homicídio é crime material que deixa vestígio. Todo o crime que deixa vestígio é provado através da perícia. Logo, a prova do homicídio se faz com o exame necroscópico (a morte só é provada com o laudo necroscópico).
Homicídio privilegiado 
Considerado menos grave.
Art. 121, § 1º, CP - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Três hipóteses:
- motivado pelo relevante valor moral.
- motivado pelo relevante valor social.
- sob o domínio da violenta emoção logo após injusta provocação da vítima.
Homicídio qualificado
Art. 121, § 2°, CP - Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Crime qualificado é quando as penas mínima e máxima são alteradas para maior. O legislador previu que algumas atitudes são mais graves que outras.
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.
O agente comete o crime para obter uma vantagem econômica, antecipada ou posteriormente, mas o que leva a praticar o crime é a vantagem econômica.
Aquele que faz o pagamento e o que executa; ambos responderão de forma idêntica e no mesmo processo. Responde por todos os atos do executor, na medida do que combinaram. O ato que for excedente ao combinado e não era previsível, o mandante não responderá por essa parte.
Ex.: contratar alguém para matar a mãe, mas quando chega lá, o executor estupra a mãe e depois mata. Responderão conjuntamente pelo homicídio e o estupro será só o executor.
Ex.: contratou para matar a mãe e o pai chegou e o executor mata os dois. Ambos responderão pelos dois homicídios porque essa situação é risco do contrato, dava para prever.
No concurso de agentes a acusação formal deve conter a individualização da conduta. Tem que explicar direitinho o que cada um fez, até para poder haver a conexão entre a conduta e o resultado.
Motivo torpe é motivo desprezível, repugnante, imoral. Ex.: motivação é a rivalidade profissional. Traz sentimento de repugnância.
II - por motivo fútil
Motivo fútil é quase a falta de motivo, desproporção entre a motivação e o crime praticado. É matar por banalidade. Traz sentimento de banalidade.
Ex.: matar por não emprestar a caneta, discussão de família. 
Ciúme não é motivo fútil, mas é sentimento. No homicídio por causa de ciúmes, o agente responde por homicídio simples.
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum.
Emprego de veneno (meio químico). Veneno é substância mineral, vegetal ou animal que introduzida no organismo é capaz de lesar a saúde ou destruir a vida mediante ação química, bioquímica ou mecânica.
Explosivo é qualquer corpo capaz de se transformar rapidamente em gás à temperatura elevada.
Asfixia é o impedimento da função respiratória. 
Pode ser qualificado por esse dispositivo a morte por tortura. Tortura é a inflição de mal desnecessário para causar à vítima dor, angústia, sofrimento (físico ou psicológico).
Obs.: a tortura qualifica o homicídio, mas também é um crime - Lei nº 9455/97.
Meio insidioso é usar atos clandestinos.
Meio cruel é causar graves inúteis e vexames à pessoa. 
Resultar em perigo comum seria causar perigo a outras pessoas. Ex.: desabamento.
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
Nesse inciso conta-se com a boa-fé da vítima quanto à emboscada ou ela está desprevenida.
Traição é quebra de confiança. Ex.: tiro pelas costas, abraço no amigo com faca na mão.
Emboscada é a espera da passada da vítima para alveja-la.
Dissimulação é distrair a vítima do ataque.
Recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. Ex.: matar a pessoa dormindo.
Obs.: importante o quesito da surpresa do ataque, o que dificulta a defesa da vítima é a surpresa. Ex.: caso que numa discussão que está cada vez mais forte, não poderia falar em surpresa do ataque.
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Ex.: matar uma pessoa que será testemunha do processo criminal que já tem.
Obs.: é possível o homicídio privilegiado qualificado? Pode ocorrer de fato sim, mas prevalece o homicídio privilegio.
Obs.: não há homicídio privilegiado premeditado.
As distinções entre o homicídio e os demais crimes dolosos contra a vida:
Diferença do homicídio para o abortamento: abortamento ocorre antes do início do parto. Iniciou o parto não pode mais falar em abortamento.
Diferença do homicídio para o infanticídio: no infanticídio a ação é praticada pela mãe contra o filho que está nascendo ou acabou de nascer.
Diferença do homicídio para lesão corporal seguida de morte: na lesão corporal seguida de morte o desígnio não era matar, trata-se de um crime preterdoloso, dolo na conduta e culpa no resultado.
Homicídio culposo
Culpa é a conduta voluntária que produz um resultado antijurídico não desejável, mas previsível. Falta de dever de cuidado
A lei especial prevalece sob a norma geral. Logo, homicídio que ocorre em trânsito fundamenta-se na Lei nº 9.503/97 (art. 302, 303, CTB).
Art. 121, § 4o, CP - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 121, § 5o, CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Esse dispositivo traz a situação do perdão judicial. 
Obs.:
Crime de mão própria – não tem concurso de pessoas.
Crime próprio – tem concurso de pessoas. Atrai o tipo penal especial (todos respondem por na mesma instância).
Ex.: numa situação onde duas pessoas subtraem coisa alheia móvel de órgão público, no qual um é servidor público e outro não. Na realidade, um praticou o crime de furto e o outro praticou peculato. Porém, nessa situação o crime especial atrai e ambos responderão por peculato. 
Obs.: a doutrina e a maioria dos julgados considera que o pai pode ser coautor no crime de infanticídio diferentemente do professor que considera ser apenas homicídio porque ele não tem estado puerperal. 
Suicídio
Art. 122, CP - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Suicídioé a deliberada destruição da própria vida.
Induzir – criar na mente da vítima o desejo do suicídio, quando esta ainda não pensará na hipótese.
Instigar – reforçar, estimular a ideia preexistente do suicídio.
Auxiliar – participar materialmente. É dar o meio ao suicídio.
Nos núcleos verbais induzir e instigar há o concurso moral. Concurso moral relacionado à forma que o agente aborda. Concorre moralmente ao suicídio.
No auxilio há o concurso físico.
Não se pune o suicida, ainda que ele não logre êxito no suicídio. Porém, a tentativa de suicídio é ato ilícito porque a vida é um bem indisponível.
Objetividade jurídica é proteger a vida humana.
Pune-se ocorrendo o suicídio ou se do suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. Caso a pessoa não faleça nem sofra nenhuma lesão corporal grave não responderá por esse tipo penal. Se o resultado for lesão corporal leve descaracteriza o tipo penal.
Sujeito ativo: qualquer pessoa que praticar o tipo penal do art. 122.
Sujeito passivo: pessoa capaz de ser induzida, instigada ou auxiliada.
A vítima tem que estar capaz de ser induzida, instigada ou auxiliada no momento que foi feito, caso contrário será classificado como homicídio.
O inimputável é incapaz de resistir, sendo assim, não poderá ser vítima do art. 122.
Infanticídio
Art. 123, CP - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Infanticídio: praticado pela mãe que mata o filho que está nascendo ou acabou de nascer no estado puerperal. Hipótese de homicídio privilegiado com uma especificação.
Discussão se é crime próprio ou de mão própria. A maioria da doutrina tem a visão que é crime próprio, mas o professor considera crime de mão própria.
Para ele, não há coautoria para o infanticídio, o pai que auxilia teria cometido homicídio. Porém, a maioria da doutrina considera que tem coautoria.
A jurisprudência também considera que se comunica e que o pai responde por infanticídio.
Sujeito passivo: filho.
Tipo subjetivo: dolo. Só existe infanticídio doloso, não há a espécie culposa. 
Admite tentativa porque é um crime plurisubexistente (vários atos).
Abortamento
Não existe crime de aborto.
Eliminação da vida intrauterina.
Iniciado o trabalho de parto passa a ser infanticídio ou homicídio. Até a hora do inicio do trabalho de parto é abortamento.
Meios de execução: psíquicos, químicos, físicos. Todas comissivas.
Também tem a conduta omissiva, o médico que deixa de evitar o abortamento.
Sujeito ativo: a mãe ou qualquer pessoa.
Sujeito passivo: feto e a mãe.
Art. 124 a 128, CP.
Art. 124, CP - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
O crime previsto no art. 124 é praticado apenas pela mãe. Sujeito ativo é exclusivamente a mãe e o sujeito passivo é o feto.
 Art. 125, CP - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Sujeito ativo é o terceiro que praticar o abortamento e o sujeito passivo é a mãe e o feto. Quem responderá pelo crime é o terceiro, seja ele quem for.
Art. 126, CP - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Sujeito ativo é só o terceiro e o sujeito passivo é o feto.
Crime material, cabe a tentativa.
Elemento subjetivo: dolo.
O abortamento pode ocorrer de forma culposa, o ato existe, mas não há a possibilidade de haver o crime de abortamento de modo culposo.
Figuras que aparecem o preterdolo. O resultado vai além do desejado.
Art. 129, § 2º, V, CP:
Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem § 2º: Se resulta: V - aborto.
Art. 129, § 1º, IV, CP:
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: § 1º Se resulta: IV - aceleração de parto.
Não existe aceleração de parto, mas é antecipação de parto.
Abortamento qualificando o crime de lesão corporal.
Art. 127, CP - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Causas especiais de aumento de pena.
Precisa verificar o desígnio, queria o abortamento e teve lesão corporal ou se queria a lesão corporal e teve o abortamento.
 
Art. 128, CP - Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Esse artigo traz a previsão do abortamento legal.
O inciso I traz a espécie de aborto necessário.
O inciso II traz a espécie de aborto no caso de gravidez resultante de estupro.
O médico pode ser autorizado judicialmente para realizar o abortamento. Esse abortamento é chamado de humanitário.
Criança inviável – anencefálico 
O STF garantiu o abortamento de feto anencefálico, essa modalidade é chamada de abortamento eugenésico.
Lesão corporal
Art. 129, CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
É a ofensa da integridade física ou psíquica do ser humano.
Ofensas à saúde: socos, tiros, chutes.
Psíquica: ameaça, terror.
É um crime comissivo, mas também pode ser omisso quando existe um dever jurídico de interromper o resultado. Isso quando um agente tem o dever.
Ex.: pai priva o filho de alimentos.
Comportamento omissivo e o pai tem o dever jurídico de prestar alimentos, medicamentos.
Elemento subjetivo: tanto o dolo quanto a culpa.
Lesão corporal dolosa e culposa.
A integridade é indisponível, mesmo que a pessoa solicita será configurado crime de lesão.
A cirurgia do transexual para retirada de órgão é permitida porque serve para diminuir o sofrimento psíquico da pessoa.
Não há crime de autolesão.
Não é possível a tentativa de lesão corporal.
Consuma-se o crime com a lesão física ou psíquica.
É um crime material, sendo a tentativa é quase impossível. Para o professor não é possível, mas a jurisprudência força para conseguir.
Espécies de lesão corporal
- Lesão corporal dolosa
Art. 129, CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Trata-se da lesão corporal leve – é aquela que não é grave nem gravíssima.
- Lesão corporal grave 
O § 1º trata da lesão corporal de natureza grave enquanto o § 2º refere-se à lesão corporal de natureza gravíssima.
Art. 129, § 1º, CP - Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
Grave:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias.
Incapacidade física ou psíquica.
Para que se realize a lesão corporal sempre terá que deixar vestígios. Comprova-se a lesão corporal por meio de prova pericial, nesse caso pelo exame de corpo de delito.
Corpo de delito é a material que sofre a ação criminosa. No crime de lesão corporal a matéria será o corpo da vítima e será feito no IML pelo médico legista.
Faz-se um primeiro exame para constatar a lesão e depois de 30 dias faz-se novo exame (exame complementar para aferição da gravidade da lesão) (*).
II - perigo de vida.
O perigo de morte deve ser concreto e aferido também no laudo pericial.
Refere-se à possibilidade do resultado letal.
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função.
Debilidade é a redução da capacidade funcional.
Membro é um apêndice do corpo. Ex.: braços.
Sentido é a função perceptiva do mundo exterior. Ex.: visão.
Função é a atividade desempenhada pelos órgãos. Ex.: órgão respiratório,fígado.
Órgão é parte do corpo com capacidade funcional.
IV - aceleração de parto.
O correto é falar em antecipação de parto.
O feto é expulso antes do término final da gravidez conseguindo sobreviver.
Obs.: para se caracterizar o agente tem que conhecer o estado de gravidez da vítima.
Pode ser configurada como lesão leve se o agente não souber que a mulher está grávida, pois responde pela lesão ocasionada. 
- Lesão corporal gravíssima
Art. 129, § 2°, CP - Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Gravíssima:
I - Incapacidade permanente para o trabalho.
Atividade profissional remunerada.
Não cabe a incapacidade permanente para o lazer, pois a lei penal é taxativa, não cabe compreensão extensiva.
Conduta se enquadra perfeitamente na norma ou não se tem crime.
II - enfermidade incurável.
Ex.: transmissão de HIV. 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função.
Aqui não é uma debilidade, não é uma redução da capacidade, mas a perda ou inutilização. Ex.: a pessoa ficou cega, surda.
IV - deformidade permanente.
É o prejuízo estético visível. É uma deformação de parte do corpo.
V – aborto.
Lesão corporal que resulta em abortamento.
A lesão corporal que resulta em abortamento é no caso de preterintencional.
Preterintencional é quando não deseja o resultado abortamento. Crime preterdoloso.
Porém, se tiver intenção do abortamento, desígnios autônomos, será concurso de crimes com duas vítimas.
- Lesão corporal seguida de morte
Art. 129, § 3°, CP - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Dolo no antecedente e culpa do consequente – crime preterdoloso.
Modalidade de lesão corporal qualificada. Alteração de pena em mínimo e máximo.
A intenção do agente era produzir lesões, mas tem o resultado morte.
Morte não desejada. Não assumiu o risco de produzir de modo indiferente.
O resultado superou a expectativa.
- Lesão corporal privilegiada
Art. 129, § 4°, CP - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Situação especial de diminuição de pena.
- Substituição de pena
Art. 129, § 5°, CP - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. 
Não existe compensação de culpa no direito penal, ambos respondem pelo crime.
Ambos responderão pelas lesões corporais, normalmente no mesmo processo.
Em se tratando de lesões leves: depende de representação da vítima. O prazo para representação (lesão corporal leve) é de 30 dias, prazo decadencial.
Sendo 	que o prazo decadencial é, normalmente, de seis meses.
Lei nº 9.099/95 - Criou as infrações de menor potencial ofensivo que são os crimes cuja pena máxima não exceda dois anos.
Lesão corporal leve se enquadra nessa lei.
Em se tratando de violência doméstica se enquadra na Lei Maria da Penha.
- Lesão corporal culposa
Se a lesão corporal culposa se for acidente de transito aplica-se o art. 303 do CTB (9.503/97)
Perdão judicial
A decisão que concede o perdão judicial é declaratória de extinção da punibilidade.
2º semestre
Periclitação da vida e da saúde
Conceito:
Não são crimes de dano, mas são crimes de perigo individual, normalmente subsidiários dos crimes de dano. A punição é sobre o perigo e não sobre o dano.
Basta o perigo, e potencial ofensivo, o risco, independentemente da ocorrência do dano. Se ocorrer o dano, responde-se pela finalidade e não pelo risco (art. 130, CP).
O núcleo verbal é expor. 
1ª. Classificação:
Crimes de perigo abstrato: a lei presume ser fato perigoso, independentemente da comprovação do risco concreto.
Crimes de perigo concreto: a lei exige a demonstração de ter o fato causado, realmente, a situação de probabilidade do dano.
2ª. Classificação:
Crime de perigo individual: o fato se relaciona a uma ou mais pessoas determinadas.
Crime de perigo coletivo ou comum: o fato se refere ao risco trazido a um numero indeterminado de pessoas. 
Encontra-se nas relações de consumo, como exemplo: expor à venda, mercadoria impropria para consumo. Todo crime contra o consumidor tem sempre 2 vítimas: imediata (aquela que sofre diretamente o risco e não o dano) e mediata (a coletividade de consumidores que viu a mercadoria impropria, mas não comprou).
Teoria do crime meio e do crime fim: 
Para se alcançar a finalidade criminosa, se utiliza de outros crimes como meio para atingir o objetivo. Ao transmitir a moléstia, se expõe alguém ao perigo. Para atingir a finalidade, acaba-se praticando outras condutas, por si só, típicas. Se atingir a finalidade, os crimes antecedentes não serão punidos, pois eles fazem parte do iter criminis, eles fazem parte dos atos preparatórios. Para atingir a finalidade criminosa, se pratica outros crimes, mas só se responde pelo crime fim e não pelo crime meio. 
Responde-se apenas pela finalidade criminosa. 
Crime meio e crime fim: 1 desígnio autônomo -> Crime meio é absorvido e se responde por um crime só.
Isso é diferente de crime complexo, onde se tem Junção de 2 crimes em um só -> + conduta típicas / 1 resultado / 1 desígnios autônomos (ex.: extorsão mediante sequestro).
Isso é diferente de concurso material de crimes: 1 ou + condutas / + resultado -> + de um desígnio autônomo (mato a pessoa e depois a roubo)
Tipos específicos:
Perigo de contagio venéreo – Art. 130, CP: 
Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado (qq tipo de exposição)... detenção de 3 meses a 1 ano.
Conjunção carnal = relação sexual com consumação do ato sexual.
Atos libidinosos = todos os contatos de cunho sexual, menos conjunção carnal. Ex.: sexo oral
Basta a exposição para ser crime. 
Causou o dano, crime meio, crime fim (finalidade): responde pela finalidade e não pelo risco e passa a ser crime de lesão. 
Objeto jurídico: integridade física e psíquica. Visa proteger a saúde.
Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada
Sujeito passivo: qualquer pessoa independentemente da opção sexual.
Elemento objetivo: expor por meio de relações sexuais (conjunção carnal) ou qq ato libidinoso
Elemento subjetivo: dolo (direto ou eventual), pois não existe o elemento culposo. 
Dolo direto = eu sei que estou e dolo indireto = eu devo saber que estou com a doença (assumo o risco).
Mesmo que a pessoa não saiba, ela deveria saber, uma vez que há alterações físicas. 
Se não há nenhuma alteração física e eu faço sem saber, eu não respondo, pois não existe a figura culposa. 
Momento consumativo (consumação = o sujeito realiza por completo o tipo penal (resultado se consuma)): quando expõe ao perigo, ou seja, na exposição sexual.
Classificação: crime material = conduta (= expor mediante a relação sexual) e resultado em momentos diferentes. Logo, permite tentativa.
Tentativa = SIM, por ser crime material 
OBSERVAÇÃO: 
Tentativa = não alcance da consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente.
Não admite tentativa: 
Formal – Não exige a produção do resultado para a consumação do crime. Basta a forma. Ex.: extorsão mediante sequestro ou ameaça. 
Mera conduta – Não há resultado naturalístico. Ex.: porte de arma
Culposo – não prevê o previsível ou prevê e assume o risco
Perigo de contágio de moléstia grave – Art. 131, CP: Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio.
Basta a mera exposição para ser crime de periclitação. 
Se transmitir, passaa ser crime de lesão.
Crimes de danos ≠crime de perigo: saber bem a diferença (possível questão de prova).
Art. 131, CP - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Moléstia grave e contagiosa. Ex.: tuberculose.
Só pode ser a forma dolosa.
Se não souber que está contaminado não há crime, não enquadra nesse tipo penal.
É possível a tentativa.
Pessoa com HIV que tentar contaminar outra pessoa. Se houver a efetiva transmissão responderá por lesão corporal gravíssima.
Art. 129 refere-se à lesão corporal grave.
Art. 129, CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: § 2° Se resulta: II - enfermidade incurável.
Não é tentativa de homicídio, pois não existe animus necandi imediato. Não provoca aq morte instantânea, mas ao longo do tempo, remoto.
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132. CP - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.
Crime subsidiário.
Não há concurso de crime com esse tipo penal por ser um crime subsidiário e deve-se pensar na teoria mio e fim. 
Sujeito passivo desse crime são sempre pessoas determinadas.
Situação de risco.
Crime de perigo concreto. Tem que se provar o risco direto.
Ex.: dirigir sem habilitação, mas saber dirigir – não se configura nesse tipo penal.
Só é crime doloso.
Consumação desse crime: ocorrência do perigo concreto.
Abandono de incapaz 
Art. 133, CP - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos.
O objeto jurídico é a segurança de uma pessoa.
Não precisa acontecer nada, o simples abandono já se configura esse tipo penal.
Sujeito ativo: pessoa que tem o dever de zelar pela vítima. A pessoa que está na posição de garantidor seja por lei ou por contrato desde que tenha dever de zelar. Ex.: babá tem o dever de zelar.
Abandonar é deixar sem assistência aquele que está sob os seus cuidados, guarda, vigilância ou autoridade.
Cuidado é a assistência à pessoa que não possui capacidade de zelar por si mesma, precisa de alguém para cuidar dela. Ex.: criança de 1 ano, pessoa idosa, pessoa de qualquer idade que esteja doente.
Guarda e vigilância é a assistência à pessoa que não prescinda dessa mesma guarda ou vigilância.
Autoridade é o poder de uma pessoa sob outra. Ex.: poder que temos sob uma criança, sendo filho, sobrinho.
Elemento objetivo: abandonar o incapaz.
Consumação: perigo é um crime concreto. Não configuração a tentativa.
Por ser um crime omissivo o professor considera que não seja possível a configuração da tentativa do abandono.
Existem outros tipos de abandono que não se configuram no art. 133.
Abandono material:
Art. 244, CP - Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País
Entrega de filho menor a pessoa inidônea:
Art. 245, CP - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Abandono intelectual
Art. 246, CP - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Os art. 244 ao art. 247 são outras modalidades de abandono.
As duas formas qualificadas desse tipo penal:
Art. 133, § 1º, CP - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 133, § 2º, CP - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento especial de pena desse tipo penal:
Art. 133, § 3º, CP - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134, CP - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 134, § 1º, CP - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 134, § 2º, CP - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos.
A desonra própria é de cunho sexual.
Sujeito ativo: normalmente é a mãe, mas pode ser o pai que tem filho fora do casamento.
Sujeito passivo: recém-nascido.
Crime de perigo concreto: configura-se com a exposição ao perigo.
Resultados de lesão corporal de natureza grave ou de morte qualificam esse tipo penal.
Omissão de socorro
Art. 135, CP - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Não admite tentativa por ser um crime omissivo próprio.
Só há a configuração da figura dolosa.
A tipificação ocorre exclusivamente na forma dolosa.
Obs.: 
- Se ocorrer a morte instantânea não se fala em omissão de socorro.
- Art. 13, § 2º, CP: se houver dever de ação o agente responde pelo resultado, lesão corporal ou morte (figura do crime comissivo por omissão).
Ex.: pessoa que está em socorro numa estrada. Uma pessoa normal que não tem o dever legal de socorrer, mas se for policial militar tem a obrigação de agir.
Maus-tratos
Art. 136, CP - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
Protege a incolumidade da pessoa.
Não permitir que essa pessoa tenha o risco de danos, integridade física, moral.
Considerado um crime próprio. Aquele que tem a obrigação de educar, ensinar, custodiar.
Privando a vítima de alimentos indispensáveis a sua sobrevivência.
Restringir não é tipificado desde que seja justificado. Restringir quando necessário.
Expor deixando de.
Não tem a forma culposa.
Crimes contra o patrimônio
Patrimônio é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que tiverem valor econômico.
Furto
Art. 155, CP - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Mera subtração. Despojar alguém de coisa móvel com o intuito de inverter a posse em definitivo.
Pena cumulativa – reclusão e multa.
Sujeito ativo e sujeito passivo: qualquer pessoa.
Objeto material é a coisa (res furtiva).
Não pode ser um valor absolutamente insignificante. Valor irrisório. Ex.:uma folha de sulfite.
Crime de bagatela: refere-se ao crime com valor irrisório. Princípio da insignificância (sempre relativizado).
O furto é crime material, que se consuma quando houver a inversão da posse, sendo essa tranquila, fora da esfera de vigilância da vítima.
A consumação se dá quando o agente tem a posse tranquila da coisa.
Cabe tentativa.
Ex.: pessoa que rouba pacote de bolacha no supermercado e o segurança o pega na saída. Foi tentativa, mas se configura como furto famélico.
Dolo direto. Deseja a subtração. Tem-se o animus furandi.
Senão houver a intenção de inverter a posse não há o crime de furto. Ex.: pegar o carro de uma pessoa para usar e devolve no mesmo lugar. 
Em termos de direito penal isso não é considerado crime, é um ato não tipificado. A doutrina chama de furto de uso, mas não existe esse tipo penal.
Poderá ter repercussão no âmbito civil.
Art. 155, § 1º, CP - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
Se for praticado no período noturno é furto agravado.
Art. 155, § 2º, CP - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Furto privilegiado.
O agente, sendo primário, e a coisa sendo de pequeno valor pode haver a substituição da reclusão.
Coisa de pequeno valor é coisa com valor inferior ao valor do salário mínimo.
Art. 155, § 3º, CP - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Ex.: gato net.
Furto qualificado
Art. 155, § 4º, CP - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
I – ex.: para alcançar o DVD quebra-se o vidro do carro.
Crimes contra o patrimônio
Furto
- Simples
- Agravante: Repouso noturno: aumenta-se de um terço
- Qualificadora: se houver duas qualificadoras, para não haver bis in iden, deve-se enquadrar apenas em uma.
Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa -> quebrar o vidro do carro para alcançar o DVD
Com abuso de confiança.
Fraude: meio enganoso para a subtração. Aproxima-se da figura do estelionato em que se utiliza de um meio enganoso, porem, a vítima tem uma participação efetiva, sendo ludibriada. No furto, não. A pessoa engana a outra e subtrai o bem (colabora desavisadamente). No estelionato, a pessoa entrega a coisa (a vitima concorda e entrega a coisa, estando sendo enganada) e no furto há uma subtração.
Escalada ou destreza: escalada é a via anormal para se chegar à coisa, ou seja, escala o muro.
Destreza é a habilidade física ou manual do agente que possibilita a subtração sem que a vítima perceba. É o caso do punguista (batedor de carteira). É aquele que consegue, mediante destreza, realizar o furto.
Com emprego de chave falsa: mecanismo que faz uma fechadura girar, abrir. Demonstra habilidade. Chave falsa é a que não é verdadeira, ou seja, se a pessoa tirar uma copia de uma verdadeira (copia sem autorização), também é considerada chave falsa.
Mediante concurso de duas ou mais pessoas (art. 155, § 4º, inciso IV): o agente se utiliza de outras pessoas, capazes ou não (tanto faz se é coautoria ou participação).
Subtração de veiculo automotor transportado para outro Estado ou para outro país (§ 5º): inserido a posteriori, em razão de um problema mais atual. A pena mínima vai de 2 para 3 anos e se mantém a pena máxima.
- Concurso de crimes: se ocorrer o furto de mais pessoas que estão dentro do mesmo ônibus é considerado um único furto contra diversas pessoas (concurso formal).
- Furto de vítimas casadas é um crime único: entro num quarto de hotel e subtraio o dinheiro de um e a bolsa de outro, é considerado uma vitima só, por serem casadas. Não é concurso de crimes.
- Crime meio e fim: quando envolver o mesmo bem jurídico, sendo que um não depende do outro (mesmo iter criminis), senão é concurso material. 
- Artigo 156: furto de coisa comum
- Crime próprio: ou do condomínio (um domínio comum, ou seja, não é de alguém, mas de várias pessoas), ou do sócio (subtrai coisas que são da empresa: a coisa é dele também, mas é de seus sócios também) ou do coerdeiro. 
- Representação (ação penal publica): representação é a condição para ser ação penal publica. Se fosse incondicionada viria a palavra queixa e se fosse ação penal privada, não viria palavra nenhuma.
- Quando a coisa for fungível, não haverá crime, desde que o valor da coisa não exceda a cota a que tem direito o agente.
- Distinção dos tipos penais:
Art. 155 x 349 (favorecimento real): é crime prestar favorecimento ao criminoso, escondendo a coisa. É diferente de furto, pois a pessoa não pegou a coisa de outrem, apenas ajudou o criminoso.
Art. 155 X 345: exercício arbitrário das próprias razões, ou seja, tentar fazer justiça com as próprias mãos. Pegar a coisa de uma pessoa em razão de uma divida. Não é furto, pois se está abusando de um direito que tem. A pessoa tem razão, mas abusa do exercício desse direito. É punível, mas com uma pena muito menor.
Roubo (Art. 157, CP):
É a subtração de coisa alheia móvel, mediante violência ou grave ameaça.
Existe uma imperfeição, pois grave ameaça é a violência psicológica, psíquica que se impõe a alguém.
Classificação: é crime complexo porque se tem duas condutas de per si (cada qual) típicas, formando um tipo autônomo. Se não houvesse a figura do roubo, seria concurso de crimes.
É crime material (conduta e resultados em momentos diferentes).
1 crime 
1 crime 
1 crime 
+ 					
	 Subtração – 155 constrangimento 	 Roubo
				 ilegal				 
Roubo = subtração + violência (não necessariamente nesta ordem)
Roubo próprio (art. 157, caput, CP)= Se a violência anteceder da subtração.
Roubo impróprio (art. 157, § 1º, CP) = Se a subtração anteceder a violência para assegurar a posse da coisa.
Violência:
Violência aliada à fraude: Quando o sujeito nem ameaça ou usa violência física, mas ele elimina da capacidade física da vitima. É uma violência previamente determinada ao impedir a capacidade de resistência. Ex.: pessoa coloca um sonífero na bebida da pessoa para roubá-la. É uma subtração depois que se elimina a capacidade de reação da vitima, mas mediante a fraude. Isso é roubo e não furto, porque a pessoa quebra a confiança de outra para roubar.
Este conceito também ocorre nos estupros de vulneráveis. Drogar as vítimas para praticar atos libidinosos. Neste caso, quebrou a possibilidade de resistência. É uma situação semelhante ao se trazer para o roubo/furto.
No roubo, a violência é exercida contra a pessoa e não contra a coisa. 
Momento consumativo: o crime se consuma quando o agente tiver a posse tranquila da coisa, não vigiada (ainda que por poucos minutos). Antes disso, estaremos diante da figura tentada.
Tentativa: sim, quando o agente não tiver a posse tranquila da coisa. Ex.: pegar um estojo e sair correndo.
Roubo
Violência ou grave ameaça à pessoa.
Roubo direto: inversão da pose ocorre depois da violência ou grave ameaça.
Roubo indireto: primeiro inverte a pose e para garantir a inversão de pose há a violência ou grave ameaça.
Crime material: ação e consumação em momentos diferentes. Pode ter diversas coisas que pode ocorrer. Há possibilidade de tentativa.
Crime impossível dá para configurar. Ex.: passa a carteira e não tem nenhum dinheiro nela.
Obs.: quando for violência ou grave ameaça à pessoa é roubo. Quando for violência à coisa ou para alcançar a coisa, será furto qualificado.
Roubo 
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena- reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo agravado
Art. 157, § 2º, CP - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
I – arma é todo o instrumento que serve para ataque ou defesa, hábil a vulnerar a integridade física de alguém.
Arma é arma. Arma de brinquedo é brinquedo e não deve agravar. Isso na visão do professor (corrente minoritária), mas para a jurisprudência é considerado uma arma e o roubo será agravado.
Para o professor a arma de brinquedo não é hábil a vulnerabilidade da integridade física de alguém.
II – se o concurso existe com menores responderá pelo concurso de agentes.
III – carro forte.
IV – porque impede a investigação.
V – ex.: deixar a pessoa num banheiro enquanto rouba as coisas. Obs.: não é sequestro relâmpago (modalidade de extorsão). 
Cálculo de pena Pena-base
 Agravante/atenuante
 Causas de aumento/diminuição.
Quando se tem um crime qualificado a pena-base já inicia diferente, altera desde a pena-base.
No crime agravado terá a pena-base normal e depois terá a alteração.
Roubo qualificado
Art. 157, § 3º, CP - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Resulta lesão corporal de caráter grave ou resulta morte havendo o nexo causal.
Lesão corporal grave – reclusão 7 a 15 anos e multa.
Morte – reclusão 20 a 30 anos e multa.
Crime complexo sendo que a intenção sempre é a subtração. Matou porque foi preciso para a subtração. A morte decorre da intenção de subtrair.
Latrocínio - Crime patrimonial de subtração com exercício da violência ou grave ameaça com resultado morte.
O latrocínio é um crime contra o patrimônio e não contra a vida. Por isso, quem julga é um juiz singular e não o júri.
Apropriação indébita
Art. 168, CP - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pressuposto básico é a pose ou detenção da coisa oriunda de um título legítimo por parte do agente.
Tipo absolutamente doloso e recai sobre bens móveis. Sendo muito difícil a configuração da tentativa.
Aumento de pena
Art. 168, § 1º, CP - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Apropriação indébita previdenciária
Art. 168-A, CP - Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Apropriação indébita previdenciária é diferente de sonegação fiscal. 
Na apropriação indébita a empresa desconto da folha de pagamento do funcionário e não repassa para o INSS. Apropriando-se do dinheiro do funcionário.
Caso haja acordo entre as partes extingue-se a punibilidade. Caso seja espontânea a ação do agente e que ocorra antes do início da ação fiscal. (art. 168-A, § 2º, CP).
Art. 168-A, § 3o, CP - É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais
Modalidade de perdão judicial
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169, CP - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Art. 181, CP - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Não há crime entre ascendentes e descendentes de cunho patrimonial.
Não cabe sanção na área penal, mas pode ter repercussão na área civil.
Estelionato
Art. 171, CP - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
O dolo é SEMPRE antecedente.
Utilização da malandragem, forma ardilosa de se comportar para conseguir vantagem.
É o emprego de meio fraudulento para obtenção da vantagem patrimonial indevida, para si ou para outrem, induzindo ou mantendo alguém em erro.
Artificio o agente modifica o aspecto material da coisa. Ex.: utilização de disfarce.
Ardil é astúcia, é a conversa enganosa para induzir ou manter alguém em erro.
A consumação se dá quando há a vantagem patrimonial envolvida.
Muito difícil haver a configuração da tentativa.
 
Privilegiado
Art. 171, § 1º, CP - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
Pequeno prejuízo.
Art. 171, § 2º, CP - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Coisa alheia como própria. Vender coisa de outra pessoa como se fosse sua.
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Coisa própria inalienável. Vender mais de uma vez a mesma coisa.
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Venda coisa penhorada.
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Ex.: vender um relógio e entregar outro.
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude contra seguro. Contrato de seguro presume a boa-fé.
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Frustra o pagamento é sustar o cheque.
Obs.: cheque pós-datado (depósito futuro), ainda que não pago pelo banco sacado, não configura estelionato, pois o cheque é um meio de pagamento a vista.
É uma mera promessa de pagamento, por isso não incide o estelionato.
Receptação
Art. 180, CP - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 É aquele que envolve a aquisição, o recebimento, transporte, por si ou por terceiro de coisas móveis de origem espúria, ou seja, de qualquer coisa.
Sabe que é de origem criminal.
Tem a forma culposa.
Crime anterior: é o pressuposto desse crime.
É necessária a prática de um crime anterior.
Receptação própria: eu mesmo adquiro, eu mesmorecebo.
Receptação imprópria: vou influir que um terceiro de boa-fé adquira.
O terceiro não sabe a origem da coisa, a origem ilícita. Isto é, o terceiro é de boa-fé.
Elemento subjetivo (caput): dolo direto. 
A tentativa só é possível na receptação imprópria. Tenta transmitir, mas o terceiro não adquire.
Receptação qualificada 
Art. 180, § 1º, CP - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
Deveria saber por ser a atividade comercial da pessoa. Assim, deve se certificar por todos os meios para garantir que não é coisa de origem criminosa. 
Ex.: loja de carro. 
Art. 180, § 6º, CP - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. 
Uma boa parte de jurisprudência considera qualificadora. Isso porque o aumento não é fracionado.
Receptação dolosa privilegiada
Art. 180, § 5º, CP - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. 
A primeira parte do § 5º trata-se do perdão judicial.
Decisão declaratória de extinção da punibilidade. Não se julga o mérito.
A segunda parte refere-se à receptação dolosa privilegiada e aplica-se:
Art. 155, § 2º, CP - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Art. 180, § 3º, CP - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
Origem é duvidosa.
Em razão da natureza da coisa.
Na receptação culposa há uma dúvida quanto a origem. Não tem conhecimento da origem escusa, mas tem duvida devido a natureza da coisa, o valor.
A dúvida pode surgir pelo valor da coisa. Ex.: IPhone por 300 reais.
A dúvida pode ser por parte da pessoa que oferece, da condição de quem oferece a coisa.
Não sabe a origem escusa da coisa, mas teria de duvidar por causa da natureza da coisa, do valor ou de quem oferece a coisa.
A pessoa sabe da origem criminosa (pratica o crime do caput) ou tem dúvida e adquire (culposa, §3º) ou se deveria saber (crime próprio que só o comerciante, § 1§).
Dolo direto – caput (próprio ou impróprio).
Extorsão
Art. 158, CP - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Modalidade de crime patrimonial que visa a vantagem patrimonial indevida mediante violência ou grave ameaça. Pode ser de bens móveis ou imóveis.
Chantagem.
A diferença da extorsão e do roubo é que no roubo o agente obtém a coisa com violência e grave ameaça enquanto na extorsão, a pessoa que entrega a coisa, violência imposta pelo agente para a pessoa entregar algo (dá uma opção para a pessoa).
Ex.: entregar dinheiro, não efetuar a cobrança.
Uma exigência que a pessoa acaba cedendo. A finalidade é patrimonial.
Crimes contra a honra
Calúnia
Difamação
Injúria
Integridade moral.
Art. 138 a 145, CP.
Honra Subjetiva
 Objetiva
Subjetiva: é a autoestima, o que a pessoa pensa de si mesmo independentemente da opinião dos outros. Quando o que se atinge na prática do crime é a honra subjetiva refere-se a injuria
Objetiva: é o juízo que os outros fazem da pessoa. Quando houver ataque a honra objetiva está diante do crime de difamação ou calúnia.
Calúnia: falsa imputação de um fato criminoso definido.
Não é uma imputação de uma fama ou de um comportamento corriqueiro. O fato tem que ser determinado. Além de determinado deverá ser crime.
Art. 138, CP - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Chamar de ladrão não é calúnia. Só seria se falasse que a pessoa roubou o posto no sábado passado, desde que seja falsa essa afirmação.
Crime comum, qualquer pessoa pode caluniar outrem (sujeito ativo).
Sujeito passivo: em regra a pessoa física.
Pode haver calúnia contra mortos.
Art. 138, § 2º, CP - É punível a calúnia contra os mortos.
A honra objetiva da pessoa mesmo que morta permanece. Porém, precisa ser uma pessoa física.
Afirmar falsamente que o sujeito passivo praticou o crime.
Três elementos: imputar fato específico, fato tem que ser típico e a falsidade da imputação.
Crime doloso. Não existe a forma culposa.
Além de doloso, também é formal.
Formal: consumação vem junto com a ação.
Não cabe tentativa.
Art. 138, § 1º, CP - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
Tanto quem imputa quanto quem esparra incorre no mesmo tipo penal.
Propalar: entre amigos.
Divulgar: é tornar público. Ex.: colocar na internet.
Exceção da verdade
Art. 138, § 3º, CP - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Possibilidade do sujeito ativo da calúnia comprovar a veracidade do que imputou.
Difamação é a imputação de fato ofensivo a reputação.
Reputação é a imagem que os outros têm da pessoa, o bom nome.
O sujeito ativo não imputa um fato único, específico, mas uma fama.
Art. 139, CP - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Atribuição de um fato desonroso, mas não de um fato definido.
Não é necessário que a imputação seja falsa, mas ela tem que ser desabonadora.
Ex.: professor Marlon é vagabundo. Não importa que seja verdadeiro, não pode ofender.
Crime exclusivamente doloso e formal.
Como um dos elementos é atingir a honra objetiva, há a necessidade de terceiros. Não configura se for apenas entre sujeito ativo e passivo sem envolver mais ninguém.
Terceiros devem tomar conhecimento da imputação senão não se configura calúnia e difamação.
Dependendo da reação da vítima do crime contra a honra, poderemos estar diante da causa minorante (atenuante ou causa especial de diminuição) ou da retorsão (retorquir é responder da mesma forma).
Ex.: Pedro imputa a Paulo roubo do posto no dia anterior ontem. Paulo responde que ele vendeu cocaína. Ambos cometeram o crime de honra, mas teve a retorsão e por causa disso não responderão.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Injúria: ofensa à dignidade ou ao decoro.
Atinge a honra subjetiva.
É um juízo depreciativo capaz de ofender a vítima.
Dignidade é o sentimento da pessoa a respeito dos seus atributos morais.
Decoro é o sentimento pessoal relacionado aos dotes ou qualidades da pessoa. Ex.: chamar alguém de ignorante.
Não se imputa fatos, mas o menosprezo a pessoa.
Art. 140, CP - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se consideremaviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Injúria real.
Não é injuria apenas por palavra, mas exterioriza. Ocorre ou em vias de fato. Ex.: tapa na cara.
Não deixa vestígios e, por isso, não pode se configurar em lesão corporal.
§ 3o - Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa
Injúria em razão da raça é ofendida a pessoa individualmente. Já no racismo toda a ração é ofendida.
Se a ofensa for individualizada o crime será por injúria. 
Obs.:
Cabe a retratação (art. 143, CP) se for total, cabal, ampla, levando a extinção da punibilidade.
Art. 145, CP crimes de ação penal privada.

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