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legislacao e normas tecnicas sobre segurança e saude no trabalho

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UNIDADE 3
A CLT E AS NORMAS REGULAMENTADORAS, 
A LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL, E AS 
NORMAS TÉCNICAS SOBRE SEGURANÇA E 
SAÚDE DO TRABALHO
OBjETIvOS DE ApRENDIzAGEM
 A partir desta unidade você será capaz de:
•	 conhecer os objetivos das Organizações Internacionais, em 
especial a ONU e a OIT;
•	 saber como se produz uma norma internacional do trabalho;
•	 assimilar quais as obrigações dos Estados associados, no que diz 
respeito às Convenções Internacionais do Trabalho; 
•	 compreender a CLT e seus objetivos, em especial sobre segurança 
do trabalho;
•	 entender a estrutura das normas de segurança e saúde do trabalho 
na CLT;
•	 ter consciência do que são e de como funcionam as Normas 
Regulamentadoras;
•	 perceber a existência de um conjunto de normas técnicas 
– produzidas por organizações particulares - que visam à 
normalização dos processos produtivos;
•	 conhecer os organismos que concedem as certificações e como 
funciona este processo.
pLANO DE ESTUDOS
Esta terceira unidade será dividida em três tópicos. No final de 
cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para sua 
reflexão e análise dos estudos já realizados.
TÓPICO 1 – A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO 
TRABALHO – OIT – E A SEGURANÇA DO 
TRABALHO
TÓPICO 2 – A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO 
TRABALHO - CLT
TÓPICO 3 – NORMAS REGULAMENTADORAS, NORMAS 
TÉCNICAS E CERTIFICAÇÕES
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Neste tópico estudaremos a Organização Internacional do Trabalho – OIT e a segurança 
do trabalho, onde conheceremos algumas das convenções da OIT.
Como já o dissemos em outro momento, vivemos em uma época em que as relações entre 
as pessoas (naturais e jurídicas) tendem cada vez mais à globalização (ou à internacionalização, 
como preferem alguns).
Na realidade, se analisarmos a história do mundo, veremos que a globalização é uma 
das mais antigas aspirações humanas. O nome globalização é da nossa época, mas aquilo 
que ela significa já foi tentado diversas vezes.
Assim, o Império Macedônio, de Alexandre o Grande, foi uma tentativa de globalização. O 
Império Romano foi uma tentativa de globalização. Antes deles, o Império Babilônico, o Império 
Assírio, o Império Hitita, foram tentativas de globalização. Enfim, muitos outros impérios (tanto 
antes, como após destes), foram tentativas de globalização.
Assim, durante toda a história da humanidade houve tentativas de criação de uma 
sociedade globalizada. A novidade dos mundos moderno e contemporâneo é o fato de que, 
ao menos aparentemente, estas tentativas de globalização, na maioria das vezes terem sido 
tentadas através de um viés democrático.
Enfim, a literatura menciona que no período anterior à primeira grande guerra mundial 
A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
DO TRABALHO – OIT – E A 
SEGURANÇA DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
2 A SOCIEDADE GLOBALIZADA
TÓPICO 1
UNIDADE 3
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a internacionalização, as relações comerciais, era muito mais intensa do que a atual. Se era 
mais intensa ou não, o fato é que realmente as relações internacionais eram intensas.
Inobstante, alguns erros, tais como disparidades econômicas entre os países, divisões 
internas de classes, e muitos outros, levaram as Nações ao grande conflito histórico, que 
ficou conhecido como Primeira Guerra Mundial (ocorrido entre 28 de julho de 1914 e 11 de 
Novembro de 1918).
Em 1919, as grandes potências europeias de então, assinaram o Tratado de Versalhes, 
pondo, de forma oficial, fim à Primeira grande Guerra Mundial. O referido tratado é composto 
de 15 partes:
Parte I - Pacto da Sociedade das Nações (artigos 1 a 26 e anexo).
Parte II - As Fronteiras da Alemanha (artigos 27 a 30).
Parte III - Cláusulas para Europa (artigos 31 a 117 e anexos).
Parte IV - Direitos e interesses alemães fora da Alemanha (artigos 118 a 158 e anexos).
Parte V - Cláusulas militares, navais e aéreas (artigos 159 a 213).
Parte VI - Prisioneiros de guerra e cemitérios (artigos 214 a 226).
Parte VII - Sanciones (artigos 227 a 230).
Parte VIII - Reparações (artigos 231 a 247 e anexos).
Parte IX - Cláusulas financeiras (artigos 248 a 263).
Parte X - Cláusulas econômicas (artigos 264 a 312).
Parte XI - Navegação aérea (artigos 313 a 320 e anexos).
Parte XII - Portos, vias marítimas e vias férreas (artigos 321 a 386).
Parte XIII - Organização Internacional do Trabalho (artigos 387 a 399).
Procedimentos (artigos 400 a 427 e anexo).
Parte XIV - Garantias (artigos 428 a 433).
Parte XV - Previsões e diversos (artigos 434 a 440 e anexo).
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Versalhes_(1919)>. Acesso em: 8 
fev. 2011.
Inúmeros motivos, que não serão tratados aqui (por não constituirem objeto do nosso 
curso) levaram ao fracasso deste tratado.
No entanto, importa-nos tratar, rapidamente, das partes I e XIII:
A parte I criava a Sociedade das Nações, também conhecida por Liga das nações, cuja 
Carta foi assinada, inicialmente, por 44 Estados, entre eles o Brasil, e que tinha por principal 
finalidade assegurar a paz entre as Nações.
Tal intento, como se sabe, não deu certo e, em 1939 eclodiu a Segunda Guerra Mundial. 
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A liga foi extinta e, a partir de 1939 poucas notícias tratam dala. Na realidade, a sua dissolução 
oficial se deu em 1946, quando a Organização das nações Unidas já estava em atividade. 
Segundo o sítio eletrônico da ONU no Brasil. (ONUBRASIL, 2011). 
A Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu oficialmente em 24 de outubro de 
1945, data de promulgação da Carta das Nações Unidas, que é uma espécie de Constituição 
da entidade, assinada na época por 51 países, entre eles o Brasil. Criada logo após a 2ª 
Guerra Mundial, o foco da atuação da ONU é a manutenção da paz e do desenvolvimento 
em todos os países do mundo.
FONTE: Disponível em: <http://www.onu-brasil.org.br/conheca_hist.php>. Acesso em: 29 jan.. 2011.
Hoje a ONU conta com 192 países associados.
Pelo que expusemos, você pôde perceber que o principal objetivo, tanto da Liga das 
nações, como da Organização das nações Unidas, era e ainda é, a paz mundial.
Na realidade, a Organização das nações Unidas atua em diversos focos com este 
intuito: desde o envio de forças de paz, com a finalidade de mediar a solução de conflitos 
internacionais e, até mesmo de conflitos internos em determinados países; passando pelo 
incentivo e assessoria na criação de programas de desenvolvimento econômico e/ou de 
erradicação da pobreza, em países subdesenvolvidos e outros em desenvolvimento, inclusive 
buscando patrocínio para a implantação destes planos quando tenham reais expectativas 
de sucesso; até mesmo atuando na consolidação de princípios internacionais de Direito do 
Trabalho orientando os países associados para que busquem a sua adoção; inúmeros outros 
focos de ação. Sempre visando, em última análise, à busca de uma permanente e completa 
paz mundial.
Na área trabalhista, especificamente, o órgão da ONU é a Organização Internacional 
do Trabalho – OIT.
Como visto acima, a criação da OIT, na realidade, se deu com o Tratado de Versalhes, 
sendo a XIII das 15 partes daquele Tratado. Foi criada com o intuito de promover a Justiça 
Social e os direitos humanose trabalhistas.
A Organização sempre funcionou com relativo grau de prestígio, e, desde sua fundação 
adotou inúmeras convenções, que têm sido ratificadas e adotadas – em maior ou menor medida 
- pelos inúmeros países membros.
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NOTA
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No próximo item trataremos de como funciona a ratificação e 
adoção das Convenções da OIT, pelos países membros.
Segundo Maior e Correia (2007), com a criação da ONU, sua estrutura foi absorvida por 
esta associação de Nações que então nascia, tornando-se órgão permanente em 30/05/1946, 
momento em que é reforçada “a preocupação com a distribuição de renda e com a fixação 
de condições dignas e igualitárias de trabalho por todo o mundo”. Em 1969, a organização foi 
condecorada com o Prêmio Nobel da Paz:
Em 1969, em seu 50º aniversário, a Organização foi agraciada com o Prêmio 
Nobel da Paz. Em seu discurso, o presidente do Comitê do Prêmio Nobel 
afirmou que a OIT era “uma das raras criações institucionais das quais a raça 
humana podia orgulhar-se”. (OITBRASIL, 2011).
A estrutura da Organização é tripartite, ou seja, é formada por membros representantes 
dos governos, dos empregadores e dos trabalhadores, dos diversos países associados. Esta 
estrutura tripartite está presente em todos os órgãos da organização, o que garante a democracia 
e imparcialidade das suas decisões, das suas recomendações e das suas convenções.
Entre os seus diversos órgãos, encontra-se:
Conselho de Administração que se reúne três vezes ao ano em Genebra. Este 
conselho executivo é responsável pela elaboração e controle de execução das 
políticas e programas da OIT, pela eleição do Diretor Geral e pela elaboração 
de uma proposta de programa e orçamento bienal.
A Conferência Internacional do Trabalho é o fórum internacional que ocorre 
anualmente (em junho, em Genebra) para: 
discutir temas diversos do trabalho; 
adotar e revisar normas internacionais do trabalho; 
aprovar as políticas gerais e o programa de trabalho e orçamento da OIT, 
financiado por seus Estados-Membros. (OITBRASIL, 2011).
Ou seja, a Conferência Internacional do Trabalho é algo como o Poder Legislativo da 
OIT.
Como você pôde perceber, é toda uma estrutura voltada para debater e regulamentar 
as relações de trabalho, buscando a sua homogeneização no mundo globalizado, no sentido 
de melhoria das condições de vida dos trabalhadores. Busca homogeneizar, por que:
[...] se alguma nação não adotar condições humanas de trabalho, esta omissão 
constitui um obstáculo aos esforços de outras nações que desejem melhorar as 
condições dos trabalhadores em seus próprios países. (OITBRASIL, 2011).
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Estas são as linhas gerais sobre a Organização Internacional do Trabalho.
No próximo item trataremos de como ocorre o processo de incorporação destas normas 
internacionais ao nosso Ordenamento Jurídico, e, nos dois últimos itens deste tópico, trataremos 
de algumas convenções e assuntos específicos que tenham pertinência com a segurança do 
trabalho.
ESTU
DOS
FUTU
ROS! �
Para aprofundar seus estudos, visite os links no site da OITBRASIL 
<http://www.oitbrasil.org.br/info/download/declaracao_da_oit_
sobre_principio_direitos_fundamentais.pdf> e <http://www.oit.
org.br/topic/oit/doc/declaracao_oit_globalizacao_65.pdf>. e leia 
a “Declaração da OIT sobre os princípios e direitos fundamentais 
no trabalho e seu seguimento” e a “Declaração da OIT sobre a 
Justiça social para uma Globalização Equitativa, 2008”.
Como visto, a OIT procura uma homogeneização das legislações sobre Direito do 
Trabalho, no mundo todo. Dentre toda esta legislação trabalhista encontram-se as normas 
sobre segurança do trabalho.
As convenções da OIT são tratados multilaterais (com muitos lados, muitas partes - 
realizados entre múltiplos países), que podem ser ratificados ou não pelos países membros.
Ou seja, não é o fato de um país ser membro da OIT e participar da elaboração de 
uma Convenção Internacional, que garante que esta convenção será ratificada (confirmada) 
pelo mesmo.
Em alguns casos, a convenção não pode ser ratificada pelo país porque o seu 
Ordenamento Jurídico não permite. É o caso, por exemplo, da Convenção nº 158, que não 
pode vigorar no país, porque é contrária a nossa Constituição. Ao menos, este é o entendimento 
do Supremo Tribunal Federal.
A referida convenção trata da garantia de emprego contra dispensa imotivada. O supremo 
Tribunal Federal entendeu que, como o art. 7º, I, dispõe que Lei Complementar tratará do 
tema “relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa”, somente 
através desta lei é que poderá ser criada tal garantia. Nada impede, porém, que o Congresso 
nacional venha a adotá-la através desta Lei Complementar.
3 O BRASIL E A OIT
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Esta questão, porém, escapa ao nosso tema. Trazemos a questão apenas para 
demonstrar que, em determinadas situações, um país pode deixar de adotar uma Convenção 
Internacional, porque esta convenção é contrária ao seu Ordenamento Jurídico.
Por outro lado, o que diz respeito especificamente à questão da segurança do trabalho, 
vimos na Unidade 2, especialmente, no item 3 do tópico 1 e nos itens 3 e 4 do Tópico 2, que a 
Constituição Brasileira estabeleceu um verdadeiro sistema de proteção à segurança e à saúde 
do trabalhador. Ou seja, o constituinte brasileiro teve uma preocupação enorme com a saúde e 
segurança do trabalhador, de forma que qualquer Convenção Internacional que crie mecanismos 
de proteção virá reforçar este sistema, e certamente não será incompatível com ele.
O art. 5º, §s 2º e 3º da CF (1988), dispõe o seguinte:
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-
tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais.
Observe que o §3º trata de emendas constitucionais. Emendas Constitucionais são leis 
que, uma vez aprovadas, passam a fazer parte da própria Constituição. Por isso devem ser 
aprovadas em dois turnos (duas votações) na Câmara dos Deputados e, em dois turnos no 
Senado Federal. Por outro lado, somente haverá aprovação, se mais de 3/5 dos membros de 
cada Casa do Congresso (Câmara e Senado) votarem a favor, em cada um destes turnos.
É difícil assim, por que não pode ser permitido que qualquer coisa venha a fazer 
parte da nossa Constituição. Por isso, só pode fazer parte dela aquilo que a maioria (maioria 
qualificada) entender que deva sê-lo. Caso contrário, as maiorias de determinados momentos 
(os oportunistas de plantão), poderiam se aproveitar de uma maioria circunstancial, para fazerem 
valer o que bem entendessem.
Já no caso da simples aprovação de Convenções Internacionais (que não irão fazer 
parte da Constituição), o procedimento é mais simples:
De acordo com o art. 84, VIII, da CF (1988), compete, privativamente, ao Presidente 
da República, “celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional”.
De Acordo com o artigo 19, 5, b, da Constituição da OIT, se a Conferência Internacionaldo 
Trabalho aprovar uma Convenção Internacional do Trabalho, cada Estado membro compromete-
se a submetê-la à aprovação pela autoridade competente, no prazo de um ano.
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Conferência Internacional do trabalho é responsável pela adoção 
(aprovação) ou revisão de normas internacionais do trabalho - 
como vimos no item anterior.
No caso do Brasil, esta autoridade é, conforme artigo 84, acima, o Congresso Nacional. 
Portanto, após aprovada a Convenção Internacional do Trabalho, o Presidente da República 
deverá submetê-la, no prazo de um ano, à aprovação pelo Congresso Nacional – para que 
este a transforme em Lei, ou tome as medidas que entender cabíveis.
Segundo OITBRASIL (2011), qualquer que seja a decisão, ela deverá ser comunicada 
ao Diretor Geral da OIT:
•	 se for aprovada, o país deverá tomar as medidas para que ela passe a valer. No caso 
do Brasil, como vimos na unidade anterior, se for aprovado, o Presidente da República a 
promulgará, através de Decreto.
•	 se não for aprovada, considerando que todo Estado é soberano (independente), ele (no 
caso o Brasil) não terá nenhuma obrigação. No entanto, deverá informar o Diretor Geral da 
OIT sobre a forma como está sendo tratado aquele assunto no país: se o país aplica, ou 
pretende aplicar dispositivos da Convenção. Também informará os motivos pelos quais não 
ratificou a Convenção.
Havendo a promulgação, conforme acima mencionado, o país deverá tomar as medidas 
necessárias para a execução das disposições da Convenção.
No caso brasileiro, o art. 157, I, da CLT (2011), dispõe que cabe ao empregador “cumprir 
e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho”. Esta obrigação valerá 
inclusive para as normas que forem sendo aprovadas, inclusive Convenções Internacionais 
do Trabalho.
Por outro lado, o art. 156 da CLT (2011), dispõe que compete às Superintendências 
Regionais de Trabalho e Emprego fiscalizar o cumprimento das normas de segurança e medicina 
do trabalho, determinar as medidas que forem necessárias ao cumprimento das mesmas (como 
obras, reparos e outras que se fizerem necessárias), e, impor as penalidades cabíveis.
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As Superintendências Regionais de Trabalho e Emprego são as 
Antigas Delegacias Regionais do Trabalho.
Finalmente, os artigos 626 a 642 da CLT (2011), tratam do processo de multas 
administrativas (de que trataremos no próximo tópico), da fiscalização, da autuação e da 
imposição de multas administrativas, dos recursos, e, do depósito da inscrição e da cobrança 
das multas.
Portanto, considerando que a lei brasileira já define o responsável pelo cumprimento 
das normas de segurança do trabalho (o empregador), bem como o responsável pela sua 
fiscalização (o Auditor-Fiscal do Trabalho), basta a Convenção Internacional do Trabalho ser 
promulgada, que ela já estará equipada de todos os meios necessários ao seu cumprimento.
Finalmente, no que diz respeito especificamente à segurança do trabalho, o nosso 
Ordenamento Jurídico recepcionou, através dos atos que seguem, várias convenções da 
OIT:
•	 O Decreto nº 1.361, de 1937 promulgou a Convenção nº 42, que trata das indenizações que 
serão devidas às vítimas de moléstias (doenças) profissionais, com base na legislação por 
acidentes de trabalho.
•	 O Decreto nº 62.151, de 1968, promulga a Convenção nº 115, que trata da proteção do 
trabalhador contra radiações ionizantes.
•	 O Decreto nº 66.498, de 1970, promulga a Convenção nº 120, que trata das medidas de 
higiene no ambiente de trabalho dos escritórios e do comércio.
•	 O Decreto nº 67.339, também de 1970, promulga a Convenção nº 127, que trata da proteção 
do trabalhador, no que diz respeito ao peso máximo das cargas que podem ser transportadas 
por um só trabalhador.
•	 O Decreto nº 93.413, de 1986, promulga a convenção nº 148, que trata da proteção dos 
trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e as 
vibrações no local de trabalho.
•	 O Decreto nº 99.534, de 1990, promulga a Convenção nº 152, que trata da segurança e 
higiene dos trabalhadores portuários.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 163
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•	 O Decreto nº 127, de 1991, promulga a Convenção nº 161, que trata dos serviços de 
segurança e saúde do trabalho.
•	 O Decreto nº 1.253, de 1994, promulga a Convenção nº 136, que trata da proteção contra 
os riscos de intoxicação provocados pelo benzeno.
•	 O Decreto nº 1.254, também de 1994, promulga a Convenção nº 155, que trata da segurança 
e saúde dos trabalhadores e o meios ambiente d trabalho.
•	 O Decreto nº 1.255, de 1994, promulga a Convenção nº 119, que trata sobre a proteção 
das máquinas, ou, mais precisamente, sobre os dispositivos de proteção que as máquinas 
devem conter.
•	 O Decreto nº 2.657, de 1998, promulga a Convenção nº 170, que trata da Segurança na 
utilização de produtos químicos no trabalho.
•	 O Decreto nº 3.251, de 1999, promulga a Convenção nº 134, que trata da prevenção de 
acidentes de trabalho dos marítimos.
•	 O Decreto nº 4.085, de 2002, promulga a Convenção nº 174, que trata da prevenção de 
acidentes industriais maiores.
•	 O Decreto nº 5.005, de 2004, promulga a Convenção nº 171, que trata do trabalho 
noturno.
•	 O Decreto nº 6.270, de 2007, promulga a Convenção nº 176 e a Recomendação nº 183, 
ambas da OIT, que tratam da segurança e saúde nas minas.
•	 O Decreto nº 5.6.271, de 2007, promulga a Convenção nº 167 e a Recomendação nº 175, 
ambas da OIT, que tratam da segurança e da saúde na construção.
•	 O Decreto nº 6.766, de 2009, promulga a Convenção nº 178, que trata das condições de 
vida e de trabalho dos trabalhadores marítimos.
As referidas convenções trazem, como não poderia deixar de ser, normas gerais. 
Portanto, caso ratificadas pelo país membro, este deverá tomar as medidas necessárias para 
torná-las operacionalizáveis.
Por último, cabe apenas esclarecer que tais decretos promulgam as Convenções da OIT, 
após aprovadas pelo Congresso Nacional, por meio de Decretos Legislativos, os quais estão 
previstos no artigo 59, VI, da Constituição Federal e 108 do Regimento Interno da Câmara dos 
Deputados, e visam regular a matéria de exclusiva competência do Poder Legislativo - sem a 
sanção do Presidente da República (art. 109, II, do Regimento em questão).
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Neste item, abordaremos algumas Convenções que tratam de regras que são, de uma 
maneira geral, aplicáveis a situações especiais em que os trabalhadores estejam executando 
o seu labor, seja em razão do perigo, seja em razão do produto que estejam utilizando. No 
próximo item, trataremos daquelas que se dirigem a algumas profissões especiais, bem como 
aquelas voltadas para o trabalho rural.
Trataremos apenas de algumas informações mais básicas sobre as convenções em 
questão. Apenas para que você possa saber onde procurar no futuro, caso necessário. De uma 
maneira geral, as NRs (de que falaremos um pouco no primeiro item do último tópico desta 
unidade) têm tratado de todos estes assuntos, com minúcias.
Finalmente, é importante que você saiba que elas existem, pois, como elas tratam de 
princípios gerais, caso haja dúvidas, vocêpoderá consultá-las para saber quais os fundamentos 
das normas de que você está tratando, e, assim, esclarecer suas dúvidas.
Iniciemos pela Convenção nº 174 (Decreto nº 4.085/2002), trata da prevenção de 
acidentes industriais maiores. De acordo com o art. 1º, 1, ela se aplica a instalações sujeitas 
a riscos de acidentes maiores.
O art. 1º, 2, exclui da sua aplicação:
(a) a instalações nucleares e usinas que processem substâncias radioativas, à 
exceção dos setores dessas instalações nos quais se manipulam substâncias 
não radioativas;
(b) as instalações militares;
(c) a transporte fora da instalação distinto do transporte por tubulações.
O Art. 3º, ao tratar de definições, deixa claro o que pode ser tratado como riscos 
maiores:
(a) a expressão “substância perigosa” designa toda substância ou mistura de 
substâncias que, em razão de suas propriedades químicas, físicas ou toxico-
lógicas, isoladas ou combinadas, constitui um perigo;
(b) a expressão “quantidade limite” significa, com referência a uma substância 
ou a categoria de substâncias perigosas, a quantidade fixada por leis ou re-
gulamentos nacionais para condições específicas que, se excedida, identifica 
uma instalação como sujeita a riscos de acidentes maiores;
(c) a expressão “instalação sujeita a riscos de acidentes maiores” designa a 
instalação que produz, transforma, manipula, utiliza, descarta ou armazena, 
de uma maneira permanente ou transitória, uma ou várias substâncias ou 
categorias de substâncias perigosas, em quantidades que excedam a quan-
tidade limite;
(d) a expressão “acidente maior” designa todo evento subitâneo, como emis-
4 CONVENÇÕES DA OIT SOBRE A 
SEGURANÇA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
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são, incêndio ou explosão de grande magnitude, no curso de uma atividade 
em instalação sujeita a riscos de acidentes maiores, envolvendo uma ou mais 
substâncias perigosas e que implica grave perigo, imediato ou retardado, para 
os trabalhadores, a população ou o meio ambiente;
(e) a expressão “relatório de segurança” designa documento contendo infor-
mações técnicas, administrativas e operacionais relativas a perigos e riscos 
de instalação sujeita a acidentes maiores e a seu controle, e que justifiquem 
medidas adotadas para a segurança da instalação;
(f) o termo “quase-acidente” designa todo evento subitâneo envolvendo uma 
ou mais substâncias perigosas que, não fossem os efeitos, ações ou sistemas 
atenuantes, poderia ter resultado num acidente de maiores proporções.
A Convenção nº 170 (Decreto nº 2657/1998) trata da segurança na utilização de produtos 
químicos. Aplica-se a todos os ramos da atividade econômica em que são utilizados produtos 
químicos.
Tem o objetivo de prevenir ou reduzir doenças e acidente causados por produtos 
químicos. Para tanto, busca garantir que todos os produtos químicos sejam avaliados com o 
fim de determinar o perigo que apresentam. Devem os empregadores obter, dos fornecedores, 
informações precisas sobre os produtos químicos utilizados no trabalho, para que possam 
adotar programas eficazes de prevenção, os quais deverão ser devidamente esclarecidos aos 
trabalhadores.
O art. 3º, alínea “c”, esclarece que:
c) A expressão utilização de produtos químicos no trabalho implica toda 
atividade de trabalho que poderia expor o trabalhador a produto químico, e 
compreende: 
i) a produção de produtos químicos; 
ii) a manipulação de produtos químicos; 
iii) o armazenamento de produtos químicos; 
iv) o transporte de produtos químicos; 
v) a eliminação e o tratamento dos dejetos de produtos químicos; 
vi) a emissão de produtos químicos resultante do trabalho; 
vii) a manutenção, o reparo e a limpeza de equipamento e recipientes utilizados 
para os produtos químicos; 
A Convenção nº 162 (Decreto nº 126/1990), trata do trabalho com asbesto. De acordo 
com o artigo 1º, “o termo asbesto designa a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes 
aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, isto é, o crisotilo (asbesto branco), e dos 
anfibolitos, isto é, a actinolita, a amosita (asbesto pardo, cummingtonita-grunerita), a antofilita, 
a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes 
minerais”.
Segundo MTE (2011), dispõe serem responsabilidades do empregador:
Notificar determinados tipos de trabalho que levem a exposição ao asbesto;
Tomar medidas para prevenir ou controlar o desprendimento de poeira de 
asbesto no ar e para garantir a observação dos limites de exposição, assim 
como para reduzir a exposição ao limite mais baixo factível;
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Estabelecer e aplicar medidas práticas de prevenção e controle da exposição 
de trabalhadores ao asbesto;
Providenciar roupa de trabalho adequada, cuja manipulação e limpeza devem 
ser efetuadas em condições adequadas;
Manter à disposição dos trabalhadores lavatórios e chuveiros nos locais de 
trabalho;
Eliminar os resíduos que contenham asbesto de forma a não produzir risco à 
saúde dos trabalhadores ou à população vizinha à empresa;
Medir, sempre que necessário, as concentrações de poeira de asbesto nos 
locais de trabalho, mantendo os registros pelo prazo legal à disposição dos 
trabalhadores e serviços de inspeção;
Zelar para que todos os trabalhadores que possam estar expostos ao asbesto 
recebam informações sobre os riscos existentes, conheçam as medidas pre-
ventivas e recebam formação contínua a respeito;
Oferecer a trabalhadores expostos ao asbesto que, por motivos de saúde, 
estejam impedidos de exercer suas atividades, outros meios para manutenção 
de seu emprego.
Conforme MTE (2011), entre as responsabilidades da autoridade pública estão:
Proibição da realização de demolição de instalações ou estruturas que conte-
nham materiais à base de asbesto ou da eliminação do asbesto em prédios ou 
construções por empregadores ou contratados que não sejam reconhecidos 
pela autoridade competente como qualificados para tais trabalhos.
A Convenção nº 136 (Decreto nº 1.253, 1994) trata do trabalho com benzeno. Aplica-se 
a todas as empresas que trabalham com benzeno (hidrocarbureto aromático, benzeno C6H6), 
ou com produtos cujo conteúdo em benzeno exceda de um por cento por unidade de volume. 
(MTE, 2011)
Conforme MTE (2011), a Convenção estipula o: 
Dever de tomar providências que assegurem nos locais de trabalho:
Adoção de medidas técnicas de prevenção e higiene para o controle da ex-
posição ao benzeno;
Tomada de medidas de prevenção da emanação de vapores e a manutenção 
da concentração de benzeno no ar em níveis inferiores a 25 partes por mi-
lhão, para garantir a proteção eficaz de trabalhadores expostos a benzeno ou 
produtos que contenham benzeno;
Previsão de meios de proteção pessoal adequada contra os riscos de absorção 
percutânea para trabalhadores que possam entrar em contato com benzeno 
líquido e contra os riscos de inalação de vapores de benzeno para trabalhadores 
que possam estar expostos a concentrações que excedam o limite máximo;
Instrução adequada de todos os trabalhadores expostos a benzeno ou produtos 
contendo benzeno sobre as precauções necessárias para proteção de sua 
saúde e prevenção de acidentes, assim como sobre o tratamento apropriado 
dos sintomas de intoxicação. (MTE, 2011).
Convenção nº 127 (Decreto nº 67.339/1970), relativas ao peso máximo da carga que 
pode ser transportada por um trabalhador. Dispõe, no artigo 3º, que “Não se deverá exigir nem 
permitir a um trabalhador o transporte manual de carga cujo peso possa comprometer sua 
saúde ou suasegurança”.
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A Convenção nº 115 (Decreto nº 62.151/1968) trata da proteção contra radiações. 
De acordo com o art. 2º, 1 “se aplica a todas as atividades que envolvam a exposição de 
trabalhadores a radiações ionizantes no curso de seu Trabalho”. (MTE, 2011).
De acordo com o art. 2º, 2, “não se aplica às substâncias radiativas, lacradas ou não, 
nem aos aparelhos geradores de radiações ionizantes, que, devido às fracas doses de radiações 
ionizantes que se podem receber por sua causa, ficar excetuados de sua aplicação segundo 
um dos meios que para dar efeito ao Convênio se preveem no artigo 1”.
O art. 5º dispõe que “Não deverá se medir nenhum esforço para reduzir ao nível 
mais baixo possível a exposição dos trabalhadores a radiações ionizantes, e todas as partes 
interessadas deverão evitar toda exposição inútil”. (MTE, 2011).
Proibe trabalhadores menores de dezeseis anos de trabalharem com radiações 
ionizantes.
Segundo MTE (2011), impõe aos empregadores a obrigação de:
Sinalizar a presença de radiações ionizantes;
Proporcionar toda informação necessária aos trabalhadores, instruindo-os 
sobre as precauções a serem tomadas para sua proteção;
Monitorar trabalhadores e locais de trabalho para verificação do respeito aos 
índices permitidos;
Realizar exame médico admissional e periódico de trabalhadores expostos 
à radiação;
Especificar condições em que devem ser tomadas medidas imediatas de reali-
zação de exame médico do trabalhador, notificação da autoridade competente, 
avaliação das condições de trabalho por pessoal especializado e de tomada 
de ações corretivas. (MTE, 2011).
A Convenção nº 176 da OIT (Decreto nº 6.270/2007) trata da Segurança e Saúde na 
mineração. Seu artigo primeiro define o que o termo mina engloba:
as instalações, subterrâneas ou de superfície, nas que se realizam, em parti-
cular, as seguintes atividades:
(i) a exploração de minérios, excluídos o gás e o petróleo, que implique a 
alteração do solo por meios mecânicos;
(ii) a exploração de minérios, excluídos gás e petróleo;
( i i i ) a p r e p a r a ç ã o , i n c l u í d a s a t r i t u r a ç ã o , a m o l d u r a -
ção, a concent ração ou a lavagem no mater ia l ex t ra ído, e 
(b) todas as máquinas, equipamentos, acessórios, instalações, edifícios e 
estruturas de engenharia civil utilizados em relação com as atividades a que 
se refere a alínea (a) anterior.
5 CONVENÇÕES DA OIT SOBRE PROFISSÕES 
ESPECIAIS E TRABALHADORES RURAIS
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Por outro lado, dispõe ser responsabilidade dos empregadores, eliminar os riscos; 
controlar os riscos em sua fonte; reduzir os riscos ao mínimo mediante medidas que incluam 
a elaboração de métodos de trabalho seguros; enquanto perdure a situação de riscos, prever 
a utilização de equipamentos de proteção pessoal, tomando em consideração o que seja 
razoável, praticável e factível e o que esteja em consonância com a prática e o exercício da 
devida diligência.
A Convenção 167 (Decreto 6.271/2007) trata da segurança e saúde na construção. Seu 
artigo 1º dispõe que ela abrange “os trabalhos de edificação, as obras públicas e os trabalhos 
de montagem e desmonte, inclusive qualquer processo, operação e transporte nas obras, desde 
a sua preparação até a conclusão do projeto”.
O Art. 2º traz as definições úteis à sua interpretação:
(a) a expressão “construção” abrange:
i) a edificação, incluídas as escavações e a construção, as transformações 
estruturais, a renovação, o reparo, a manutenção (incluindo os trabalhos de 
limpeza e pintura) e a demolição de todo tipo de edifícios e estruturas;
ii) as obras públicas, inclusive os trabalhos de escavações e a construção, 
transformação estrutural, reparo, manutenção e demolição de, por exemplo, 
aeroportos, embarcadouros, portos, canais, reservatórios, obras de prevenção 
contra as águas fluviais e marítimas e avalanches, estradas e autoestradas 
e autoestradas, ferrovias, pontes, túneis, viadutos e obras relacionadas com 
a prestação de serviços, como comunicações, captação de águas pluviais, 
esgotos e fornecimentos de água e energia;
iii) a montagem e o desmonte de edifícios e estruturas a base de elementos 
pré-fabricados, bem como a fabricação desses elementos nas obras ou nas 
suas imediações;
(b) a expressão “obras” designa qualquer lugar onde sejam realizados quaisquer 
dos trabalhos ou operações descritos no item (a), anterior; 
(c) a expressão “local de trabalho” designa todos os sítios onde os trabalha-
dores devem estar ou para onde devam estar ou para onde devam se dirigir 
devido ao seu trabalho e que se encontrem sob o controle de um empregador 
no sentido do item (e);
A Convenção nº 152 (Decreto nº 99534/1990) trata da Segurança e Higiene no Trabalho 
portuário. O trabalho portuário é definido como compreendendo “a totalidade ou cada uma das 
partes dos trabalhos de carga ou descarga de todo navio, assim como quaisquer operações 
relacionadas com estes trabalhos”.
Também designa como responsável “toda pessoa nomeada pelo empregador, pelo 
capitão do navio ou pelo proprietário de uma máquina, conforme o caso, para assegurar o 
cumprimento de uma ou várias funções específicas, e que possua suficientes conhecimentos 
e experiência e a necessária autoridade para o desempenho adequado de tais funções”. 
A Convenção nº 120 (Decreto nº 66498/1970), trata do higiene no comércio e escritórios. 
Estabelece a obrigatoriedade, nos locais de trabalho, de:
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Higienização e manutenção adequadas de equipamentos e das instalações, 
que devem ser ventiladas, iluminadas e providas de conforto térmico, inclusive 
quando subterrâneas ou desprovidas de janelas;
Disponibilização de assentos adequados e em número suficiente para uso 
dos trabalhadores;
Fornecimento de água potável ou outra bebida em quantidade suficiente;
Manutenção de lavatórios, instalações sanitárias e vestiários adequados e 
mantidos em condições satisfatórias;
Implantação de medidas de redução de ruídos e vibrações que possam pro-
vocar danos à saúde dos trabalhadores;
Disponibilização de enfermaria ou posto de primeiros socorros ou ainda caixas 
de primeiros socorros. (MTE, 2011).
A Convenção nº 184, na realidade ainda não foi ratificada pelo Brasil, o que é uma 
contradição, já que a Norma Regulamentadora nº 31, aprovada pela Portaria nº 86 de 
03.03.2005, do Ministério do Trabalho e Emprego, foi elaborada com base nesta Convenção. 
De qualquer forma, a aprovação desta NR sinaliza que não há motivos para não haver tal 
ratificação.
UNI
A NR 31 tem o seu fundamento de validade na Lei nº 5.889 de 
08.06.1973, que regulamenta o trabalho rural. O artigo 13 desta 
Lei dispõe que “nos locais de trabalho rural serão observadas 
as normas de segurança e higiene estabelecidas em portaria 
do ministro do Trabalho e Previdência Social”.
Por outro lado, a referida convenção encontra-se publicada no sitio eletrônico do 
Ministério do Trabalho e Emprego. No seu art. 1º, ela define a sua abrangência:
Para os fins desta Convenção, o temo “agricultura” compreende as atividades 
agrícolas e florestais conduzidas em explorações agrícolas, incluindo produção 
vegetal, atividades florestais, pecuária e criação de insetos, processamento 
primário de produtos agrícolas e animais pelo empreendedor ou em seu nome, 
assim como a utilização e manutenção da maquinaria,de equipamentos, 
aparelhos, instrumentos e instalações agrícolas, inclusive todo processamen-
to, armazenamento, operação ou transporte realizados no empreendimento 
agrícola.
Por sua vez, o art. 2º dispõe que não estão abrangidos:
(a) Agricultura de subsistência;
(b) processamentos industriais que utilizam produtos agrícolas como matéria-
prima, e serviços correlatos; e,
(c) exploração industrial de florestas. 
A convenção orienta que os empregadores realizem avaliações de risco adequadas e 
adotem medidas preventivas e protetivas de segurança nas atividades agrícolas, instalações, 
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máquinas, equipamentos, produtos químicos, ferramentas e processos, que providenciem 
treinamento, instruções e supervisão adequada aos trabalhadores agrícolas, que tomem 
medidas imediatas de evacuação e interrupção de qualquer operação em que haja risco grave 
e iminente à segurança e saúde, e, finalmente, fornecer transporte seguro aos trabalhadores 
rurais.
Deverão, ainda, garantir que somente pessoas qualificadas, e devidamente treinadas, 
operem os equipamentos e máquinas, e que estes estejam com padrões reconhecidos de 
segurança e saúde, que estejam adequadamente instalados, e que sejam utilizados apenas 
para os fins a que se destinam. Os trabalhadores deverão ser devidamente instruídos sobre 
a forma segura de operação. 
Os produtos químicos deverão ser utilizados e descartados de forma segura. Deve haver 
um sistema seguro de coleta, descarte e reciclagem de lixo químico, dos produtos químicos 
e recipientes vazios de produtos químicos. Deverá haver, ainda, medidas de proteção e de 
prevenção quanto à utilização (manuseio) destes produtos, inclusive transporte, limpeza e 
descarte, descarte dos recipientes vazios etc.
No que diz respeito ao manuseio de animais, deverão ser prevenidos riscos com 
infecções, envenenamentos, alergias, de acordo com padrões reconhecidos de segurança.
As instalações deverão ser construídas e reparadas de acordo com as normas de 
segurança e saúde. Deverão ser adequadas ao bem-estar do trabalhador
A idade mínima para o trabalho na agricultura deverá ser de 18 anos, quando este puder 
causar, por qualquer forma, dano à segurança e/ou à saúde do menor.
Os trabalhadores temporários e sazonais, se houverem, deverão receber as mesmas 
medidas de segurança e de saúde que os demais.
Deverá haver medidas especiais, para as necessidades especiais das mulheres grávidas, 
inclusive quanto à amamentação.
Era isso o que tínhamos de mais importante a lhe dizer sobre as normas internacionais 
produzidas no âmbito da OIT.
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Caro (a) acadêmico (a)! Neste primeiro tópico você estudou os seguintes aspectos:
•	 Vivemos em uma época em que as relações entre as pessoas (naturais e jurídicas) tendem 
cada vez mais à globalização (ou à internacionalização, como preferem alguns).
•	 Em 1919 era criada, artravés do Tratado de Versalhes, a Sociedade das Nações, também 
conhecida por Liga das Nações, cuja carta foi assinada, inicialmente, por 44 Estados, entre 
eles o Brasil, e que tinha por principal finalidade assegurar a paz entre as Nações.
•	 Através do mesmo Tratado foi criada a Organização Internacional do Trabalho – OIT.
•	 A Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu oficialmente em 24 de outubro de 1945, 
data de promulgação da Carta das Nações Unidas, que é a sua Constituição, assinada na 
época por 51 países. Hoje conta com 192 países associados.
•	 A finalidade última destas organizações de nações é a paz mundial.
•	 A estrutura da Organização Internacional do Trabalho – OIT -, e de todos os seus órgãos, é 
tripartite.
•	 Toda uma estrutura da OIT está voltada para o debate e regulamentação das relações de 
trabalho, buscando a sua homogeneização no mundo globalizado, no sentido de melhoria 
das condições de vida dos trabalhadores.
•	 Não é o fato de um país ser membro da OIT e participar da elaboração de uma Convenção 
Internacional, que garante que esta Convenção será ratificada (confirmada) pelo mesmo.
•	 O constituinte brasileiro teve uma preocupação enorme com a saúde e segurança do 
trabalhador.
•	 De acordo com o art. 84, VIII, da Constituição Federal Brasileira, compete, privativamente, 
ao Presidente da República, “celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos 
a referendo do Congresso Nacional”.
•	 Sempre que uma Convenção da OIT for aprovada, cada Estado membro compromete-se 
a sujeitá-la à autoridade nacional competente (no nosso caso o Congresso Nacional), para 
RESUMO DO TÓPICO 1
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aprovação (se for o caso), dentro do prazo de um ano.
•	 Havendo a promulgação, o país deverá tomar as medidas necessárias para a execução das 
disposições da Convenção aprovada.
•	 A lei brasileira já define o responsável pelo cumprimento das normas de segurança do 
trabalho (o empregador), bem como o responsável pela sua fiscalização (o Auditor-Fiscal do 
Trabalho). Portanto, no que diz respeito ao tema “segurança e saúde do trabalho”, basta a 
Convenção Internacional do Trabalho ser promulgada, pois o nosso Ordenamento Jurídico 
está equipado de todos os meios necessários ao seu cumprimento e execução.
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Olá! Chegamos ao final deste primeiro tópico. Para reforçar seus conhecimentos, 
reflita e responda às seguintes questões:
1 Existe a obrigação de um Estado soberano (como o Brasil, por exemplo) obedecer, 
de forma incondicional, às determinações de uma Convenção Internacional do 
Trabalho?
2 Qual a finalidade fundamental da Organização das Nações Unidas e dos seus 
respectivos órgãos?
3 Como a ONU atua para cumprir a sua finalidade fundamental?
4 O Brasil tem meios de fazer com que as Convenções Internacionais do Trabalho, 
adotadas e sancionadas, sejam cumpridas imediatamente? Quais?
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A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS 
DO TRABALHO - CLT
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 3
Na primeira unidade, tratamos do contrato de trabalho, conceituando-o e tratando 
de algumas características que lhe são peculiares. Definimos as partes deste contrato, o 
empregador e o empregado, tratando das suas principais características.
Naquele estudo, tratamos das principais obrigações que surgem para empregado e 
empregador, tão somente pelo fato de firmarem (realizarem) o contrato.
Tratamos, finalmente, da posição do empregador, no âmbito deste contrato, especialmente 
no que diz respeito à segurança do trabalho e dos riscos do empreendimento. A partir deste 
momento, pudemos tratar do poder/dever disciplinar do empregador.
Na segunda unidade, tratamos do Direito do Trabalho de uma maneira geral: do que é, 
como se interpreta e aplica, e quais são seus princípios fundamentais.
Toda esta discussão se trava, basicamente, dentro de uma lei específica: a Consolidação 
das Leis do Trabalho - CLT.
A CLTfoi aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Seu objetivo era, 
como o próprio nome está a dizer, consolidar todas as leis trabalhistas de então. Ou seja, juntar 
toda a Legislação Trabalhista em um só código, com a finalidade de lhe dar sistematicidade 
e coerência.
Para que esta sistematicidade e coerência fossem possíveis, a CLT não somente 
consolidou o que já existia em matéria de legislação trabalhista, mas criou diversas outras 
normas com finalidade de possibilitar esta visão sistemática.
A referida lei regulamenta todo o universo da relação de emprego:
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•	 iniciando pela conceituação de empregado e de empregador, bem como de jornada de 
trabalho;
•	 das normas gerais e especiais de tutela (defesa) do trabalho, dentre elas: as diversas 
normas referentes à anotação da carteira de trabalho e previdência social (CTPS); as normas 
referentes à regulamentação da duração do trabalho; da regulamentação das férias; da 
regulamentação do salário mínimo e da remuneração e do salário; das regulamentações 
especiais de determinadas profissões (como os bancários, os ferroviários, os professores, 
os jornalistas etc.);
•	 trata de todos os direitos trabalhistas, para após definir de forma mais consistente o que é 
um contrato de trabalho: sua formulação, os direitos e obrigações que surgem do mesmo, 
as possibilidades de sua alteração, etc., enfim, como pode ser rompido e os direitos que 
surgem do seu rompimento (seja ele de iniciativa do empregado, ou do empregador, ou de 
ambos, com ou sem culpa).
Também trata a CLT (2011), das relações coletivas de trabalho, onde se situa o 
denominado “Direito Coletivo do Trabalho”, aí tratando da definição de sindicato da categoria 
profissional e de sindicato da categoria econômica, bem como da definição de categoria. 
Trata, também, dos direitos e deveres dos sindicatos e dos sindicalizados, das negociações 
coletivas de trabalho e dos acordos e convenções coletivas de trabalho. Enfim, trata de toda a 
organização sindical brasileira, e da organização das entidades sindicais que a compõe.
A CLT (2011) trata, também, da Justiça do Trabalho e do processo do trabalho:
No que diz respeito à Justiça do Trabalho, a CLT (2011) define os seus órgãos, juízes 
e auxiliares: Tribunais Superior e Regionais do Trabalho, Varas do Trabalho, Serviços de 
Distribuição dos Feitos (processos), juízes, distribuidores, Diretores de Secretaria, Oficiais de 
Justiça etc.
UNI
Serviços de Distribuição dos Feitos é utilizado nas localidades 
onde existe mais de uma Vara do Trabalho em que é criado um 
serviço especializado, com a finalidade de dividir e distribuir os 
processos, de forma equitativa, entre as diferentes Unidades 
Judiciárias (Varas) que fazem parte daquela Jurisdição (espaço 
territorial).
Importante salientar que, atualmente, no que diz respeito aos órgãos, quem define a 
matéria é a própria Constituição Federal (1988), que trata de toda a estrutura e composição do 
Poder Judiciário; das suas atribuições e prerrogativas; dos direitos, garantias e prerrogativas 
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dos cidadãos diante do Judiciário; dos deveres, direitos e prerrogativas dos juízes; entre outras 
questões referentes ao Poder Judiciário, nos artigos 92 a 126, bem como trata das funções 
essenciais à Justiça (Ministério Público, Advocacia Pública e Advocacia e Defensoria Pública), 
nos artigos 127 a 135. 
A CF (1988) dispõe, nos arts. 111 e 111 – A:
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - as Varas do Trabalho.
III - Juízes do Trabalho.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Mi-
nistros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de 
sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após apro-
vação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade pro-
fissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos 
de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Tra-
balho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais 
para o ingresso e promoção na carreira;
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma 
da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da 
Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sis-
tema, cujas decisões terão efeito vinculante.
Quanto ao processo do trabalho, a CLT define como se passa este processo:
•	 quem pode mover a ação que o instaura (inicia), que são tanto empregados, como 
empregadores, por um lado, bem como sindicatos (tanto das categorias econômicas como 
profissionais), por outro lado, e, ainda o Ministério Público do Trabalho, dependendo da 
circunstância;
•	 define como deve ser citada, a parte contra quem é movido o processo, para vir se 
defender;
•	 define as provas que podem ser trazidas ao processo;
•	 define como acontecem as sessões conciliação, bem como as sessões de instrução e 
julgamento.
•	 define, também, como o juiz deve decidir, e quais são os recursos que as partes (via de 
regra, empregados e empregadores) podem apresentar contra as sentenças do juiz.
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Enfim, a CLT (2011), define tudo o que pode e o que não se pode fazer no processo, 
assim como aquilo que deve ser feito nele.
A CLT (2011) define, também, o processo de inspeção do trabalho, tratando das linhas 
gerais das atividades do Ministério do Trabalho e Emprego, das Superintendências Regionais 
de Trabalho e Emprego, e dos Auditores-Fiscais do Trabalho, incluindo os seus poderes e 
deveres, bem como as prerrogativas do inspecionado, tal como tratamos na primeira unidade 
desta disciplina.
Por outro lado, as Sentenças do Poder Judiciário somente declaram o direito, o que 
de nada adianta para o cidadão trabalhador, se a empresa não pagar espontaneamente este 
direito.
Soma-se a isso, o fato de que a inspeção do trabalho pode resultar em aplicação de 
multas, as quais, também, nem sempre são pagas espontaneamente pelas empresas.
Pode, ainda, o Ministério Público do Trabalho acordar, com as empresas, Termos de Ajuste 
de Condutas – TACs, que incluem a previsão de multas para o caso de seu descumprimento. 
A empresa que descumpre um TAC, via de regra, também não paga, espontaneamente, as 
multas que constam do mesmo.
Parta todos estes casos, e outros, a CLT (2011), prevê a possibilidade de um Processo 
de Execução, ou seja, um processo no qual o juiz determina a empresa que cumpra aquilo 
que é seu dever, sob pena de ser obrigada a isso.
Neste título a CLT (2011) prevê: multas caso o empresário descumpra as suas ordens, 
a penhora de bens do empresário caso ele não pague os valores executados e as multas 
aplicadas; a forma como serão alienados (vendidos em Leilão) os bens penhorados; a forma 
como será liberado aos credores, os valores executados;os recursos que podem ser interpostos 
das decisões do juiz etc.
Finalmente, e o que é mais importante para a nossa disciplina, quando a CLT estipula 
as normas gerais de tutela do trabalho, de que mencionamos acima, ela inclui entre estas as 
normas de segurança e medicina do trabalho.
Trata-se do capítulo V, do Título II, intitulado “DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO 
TRABALHO”, onde o Legislador discorre, por 48 artigos (154 a 201), organizados da seguinte 
forma:
•	 Seção I – Das Disposições Gerais (artigos 154 a 159);
•	 Seção II - Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição (artigos 160 e 161);
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•	 Seção III - Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas (artigos 162 
a 165);
•	 Seção IV - Do Equipamento de Proteção Individual (artigos 166 e 167);
•	 Seção V - Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho (artigos 168 e 169);
•	 Seção VI - Das Edificações (artigos 170 a 174);
•	 Seção VII – Da Iluminação (artigo 175);
•	 Seção VIII - Do Conforto Térmico (artigos 176 a 178);
•	 Seção IX - Das Instalações Elétricas (artigos 179 a 181);
•	 Seção X - Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais (artigos 182 e 183);
•	 Seção XI - Das Máquinas e Equipamentos (artigos 184 a 186);
•	 Seção XII - Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão (artigos 187 e 188);
•	 Seção XIII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas (artigos 189 a 197);
•	 Seção XIV - Da Prevenção da Fadiga (artigos 198 e199);
•	 Seção XV - Das Outras Medidas Especiais de Proteção (artigo 200); e,
•	 Seção XVI – Das Penalidades (art. 201).
2 AS NORMAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
NA CLT – MEDIDAS GERAIS DE SEGURANÇA
Passamos, neste momento, a estudar as normas de segurança do trabalho da CLT 
(2011), de acordo com o esquema que mencionamos no final do item anterior.
Importante iniciar pelo alerta do art. 154:
A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, 
não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com 
relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos 
sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos es-
tabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de 
trabalho. (CLT, 2011).
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Isso nada mais é do que a confirmação do que já mencionávamos, na Unidade anterior, 
quando tratávamos da legislação sobre segurança do trabalho. Ou seja, esta legislação não 
se encontra apenas nas leis trabalhistas e, muitas vezes, sequer é direcionada para o Direito 
do Trabalho.
Ocorre que muitas legislações, mesmo não direcionadas à proteção do trabalhador, 
acabam por atingir esta proteção, de maneira indireta. Por isso, devem ser igualmente 
obedecidas. O art. 154 apenas acrescenta que aquelas oriundas dos regulamentos sanitários 
dos Estados e dos Municípios, assim como das Convenções Coletivas de Trabalho, também 
devem ser cumpridas.
Do artigo 155, 160 e 161, trataremos no último item deste tópico, e dos artigos 156-158, 
que tratam das responsabilidades das Superintendências Regionais de Trabalho e Emprego, 
dos empregadores, e dos empregados, já havíamos tratado na 1ª unidade.
De acordo com o art. 162, da CLT (2011), as empresas deverão manter serviços 
especializados em segurança e medicina do trabalho, de acordo com normas a serem expedidas 
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as quais estabelecerão: a) classificação das empresas 
segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b) o numero 
mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que 
se classifique na forma da alínea anterior; c) a qualificação exigida para os profissionais em 
questão e o seu regime de trabalho; e, d) as demais características e atribuições dos serviços 
especializados em segurança e em medicina do trabalho, nas empresas.
Estabelece o art. 163, que será obrigatória a constituição de Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego, as quais preverão a composição por representantes dos empregados 
e empregadores, inclusive suplentes (art. 1647), com mandado de um ano, permitida uma 
reeleição (art. 164). Os empregados elegerão os seus representantes, sendo um deles o vice-
presidente, ao passo que o empregador indicará o presidente. O art. 165 dispõe que:
Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não 
poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se 
fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
O art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias dispõe que esta garantia 
de emprego se estenderá desde a inscrição na chapa que concorrerá à eleição, até um ano 
após o término do mandato.
As Normas Regulamentares nº 4 e 5 dispõem, respectivamente, sobre os Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SEESMT) e as 
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, respectivamente.
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Não trataremos mais do assunto, pois ele será tratado, especificamente, na disciplina 
Segurança no Trabalho I.
Os artigos 166 e 167 da CLT dispõem que as empresas são obrigadas a fornecer aos 
empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco, com o 
devido certificado de aprovação pelo Ministério do Trabalho e Emprego e em perfeito estado de 
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa 
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
Os EPIs são regulamentados pela NR 6. Não voltaremos, também, a este assunto, 
pois o curso oferece uma disciplina específica sobre a matéria, denominada Equipamentos de 
Proteção Individual e Coletiva.
O art. 168 exige exame médico, por conta do empregador, na admissão, na demissão 
e periódicos, conforme instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. E o art. 
169, dispõe:
Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em 
virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, 
de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Os referidos dispositivos estão regulamentados na NR7 e respectiva nota técnica.
O art. 189 dispõe que:
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por 
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados 
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão 
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus 
efeitos.
Já o art. 190 dispõe que o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE aprovará quadro 
de atividades e operações insalubres, incluindo, entre outros, os meios de proteção, o tempo 
máximo de exposição do trabalhador aos agentes insalubres. Para tanto, o Ministério do 
Trabalho e Emprego expediu a NR 15.
O art. 191 dispõe que a eliminação da insalubridade ocorrerá através da adoção 
de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância, ou, na 
impossibilidade, através da utilização de equipamentos de proteção individual adequados à 
redução da intensidade dos agentes agressivos a limites de tolerância.
Enquanto a insalubridade não for eliminada, o empregador deverápagar, aos 
trabalhadores expostos, os adicionais previstos no art. 192. A jurisprudência dos tribunais já 
está pacificada, no sentido de que a partir do momento que for eliminada a insalubridade a 
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empresa deixa de ter a obrigação de pagar os adicionais em questão.
O artigo 193 dispõe que são “consideradas atividades ou operações perigosas, na 
forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza 
ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em 
condições de risco acentuado”.
A Norma Regulamentar – NR 16 trata das atividades ou operações perigosas.
O §1º do artigo 193 da CLT (2011) dispõe que o trabalhador exposto a condições de 
periculosidade tem direito a um adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes 
de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
Verificamos na Unidade anterior, que as atividades de eletricitários, e de outros 
trabalhadores, junto a sistemas elétricos de potência também geram o direito ao adicional de 
periculosidade. O mesmo acontece com os trabalhadores em atividades ou operações com 
radiações ionizantes.
No que diz respeito aos inflamáveis ou explosivos, também é devido o adicional, em 
questão, aos trabalhadores em postos de abastecimento de combustíveis, bem como aqueles 
que laboram em edificações verticais, onde estejam armazenados líquidos combustíveis, 
independente do pavimento onde laboram e do pavimento onde esteja armazenado o líquido 
em questão. 
Já o artigo 194 dispõe que cessará o direito do empregado ao adicional de insalubridade 
ou de periculosidade, quando houver a eliminação do risco à sua saúde ou integridade 
física.
Tanto a empresa, como o sindicato dos trabalhadores da respectiva categoria 
profissional, poderá requerer ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização de perícia, 
no estabelecimento ou setor deste, com a finalidade de apurar a existência e consequente 
classificação das atividades insalubres ou perigosas (art. 195, §1º).
O art. 196 dispõe que os adicionais de insalubridade e de periculosidade serão devidos, 
quando for o caso, a partir da sua inclusão da respectiva atividade nas NRs 15 e 16.
Importante esclarecer, ainda, quanto a este tema, que o art. 197 da CLT (2011), 
dispõe:
Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos 
locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no 
rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de 
perigo correspondente, segundo a padronização internacional.
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Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas 
neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidas, avisos ou cartazes, 
com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à 
saúde.
O artigo 198 dispõe que é de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um 
empregado pode remover individualmente. Como vimos no item específico que tratava da 
proteção da mulher e do menor, para estes o peso máximo é de 20 quilogramas, para atividades 
contínuas, e de 25 quilogramas para atividades eventuais.
De acordo com o parágrafo único do art. 198, não está compreendida nesta proibição 
a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão 
ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, 
fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas 
forças.
A NR 11 regulamenta o transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de 
materiais.
Segundo a CLT (2011), ainda é de ressaltar o disposto no art. 199:
Art. 199 - Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura 
correta ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, 
sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.
Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé, os emprega-
dos terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o 
serviço permitir.
No que diz respeito às medidas gerais de segurança, de grande importância é, também, 
o artigo 200 da CLT (2011):
Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complemen-
tares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades 
de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:
I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção indi-
vidual em obras de construção, demolição ou reparos; 
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e ex-
plosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; 
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo 
quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterra-
mentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos 
empregados; 
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, 
com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de 
paredes contrafogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral 
de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com 
suficiente sinalização; 
V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no tra-
balho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento 
profilaxia de endemias; 
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radia-
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ções ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões 
anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis 
para eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo 
de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do 
trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente 
dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias; 
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, insta-
lações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários 
e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das 
refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de 
trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais; 
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações 
de perigo. 
Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas 
a que se refere este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a 
respeito adotadas pelo órgão técnico.
Em cumprimento às determinações deste artigo, bem como de todos os demais artigos 
deste capítulo V, do Título II, da CLT, o Ministério do Trabalho e Emprego expediu a Portaria n° 
3.214, 08 de junho de 1978, e diversas portarias posteriores, que lhe trouxeram acréscimos, 
supressões e modificações, aprovando as Normas Regulamentadoras – NRs, hoje em número 
de 34, que são:
NR - 1 - Disposições Gerais
NR - 2 - Inspeção Prévia
NR - 3 - Embargo e Interdição
NR - 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho. - SESMT
NR - 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
NR - 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI
NR - 7 - Programa de Controle Médico de SaúdeOcupacional
NR - 8 - Edificações
NR - 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
NR - 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
NR - 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Mate-
riais
NR - 12 - Máquinas e Equipamentos
NR - 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
NR - 14 - Fornos
NR - 15 - Atividades e Operações Insalubres
NR - 16 - Atividades e Operações Perigosas
NR - 17 - Ergonomia
NR - 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
NR - 19 - Explosivos
NR - 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR - 21 - Trabalhos a Céu Aberto
NR - 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR - 23 - Proteção Contra Incêndios
NR - 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR - 25 - Resíduos Industriais
NR - 26 - Sinalização de Segurança
NR - 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Mi-
nistério do Trabalho
NR - 28 - Fiscalização e Penalidades
NR - 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Por-
tuário.
NR - 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aqua-
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viário
NR - 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na 
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.
NR - 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR - 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR - 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
e Reparação Naval.
Na realidade, esta NR 34 ainda não foi aprovada. Trata-se de uma proposta que foi 
posta em consulta pública, pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e 
Emprego, através a Portaria SIT nº 182, de 30/04/2010. Já se encerrou o prazo para recolhimento 
de sugestões, concedido pela Portaria nº 182, de 30 de abril de 2010, que colocou a referida 
proposta em consulta pública, de forma que é questão de tempo a elaboração do texto definitivo 
desta NR 34.
Por fim, importante acrescentar que estas NRs tiveram sua validade contestada inúmeras 
vezes, sob o argumento de que somente o Legislador poderia baixar normas que inovassem 
no Ordenamento Jurídico. No entanto, em que pese efetivamente inovarem (criarem regras 
que não existiam antes), elas somente se movam por determinação da própria lei. Como você 
deve ter percebido, praticamente todos os artigos, deste capítulo sobre segurança e saúde 
do trabalho, contêm uma determinação para que o Ministério do Trabalho e Emprego expeça 
normas para esclarecer e regular as normas ali previstas.
Ora, se é a própria lei que está determinando que o Ministério do Trabalho e emprego 
expeça normas, estas não podem ser consideradas ilegais (nem inconstitucionais), sendo que 
é justamente neste sentido que o Poder Judiciário está decidindo.
Aliás, são normas extremamente democráticas, pois, como você viu da discussão da 
NR 34, elas são postas em consulta pública, onde empregados, empregadores, e, de uma 
maneira geral, toda a população pode apresentar suas sugestões.
Algumas delas, como a NR 31, por exemplo, foi fruto de um consenso quase completo, 
entre empregados e empregadores.
3 AS NORMAS DE SEGURANÇA NA CLT – 
MEDIDAS ESPECIAIS DE SEGURANÇA
Continuaremos tratando das normas de segurança do trabalho, na CLT, mas agora, 
tratando de situações mais específicas.
Na realidade todo o assunto converge para situações específicas. É da natureza destas 
normas regular situações especiais, de forma que, de uma maneira ou outra, todas elas sãos 
específicas.
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No entanto, no item anterior procurei tratar das normas que, embora regulando situações 
específicas, tratava-se de situações específicas que podem ocorrer em qualquer ambiente de 
trabalho, ao passo que as deste item se aplicam a ambientes mais seletos.
Comecemos pelas edificações: as referidas edificações deverão obedecer aos requisitos 
técnicos que garantam perfeita segurança aos que ali trabalham. (art. 170, CLT, 2011).
De acordo com o art. 171 da CLT (2011), será no mínimo, três metros o pé-direito 
(altura livre entre o piso e o teto), nos locais de trabalho. O parágrafo único do mesmo artigo 
dispõe:
Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas às 
condições de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do 
trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em matéria 
de segurança e medicina do trabalho.
De acordo com os artigos 172 a 174, os pisos não deverão apresentar saliências nem 
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. As 
aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas 
ou de objetos; e, as paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, 
coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança 
e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito 
estado de conservação e limpeza. 
Conforme visto acima, a regulamentação reclamada por estes dispositivos se deu com 
a NR 8.
Já o artigo 175 estabelece que deva haver iluminação adequada, natural ou artificial, 
apropriada à natureza da atividade, em todos os locais de trabalho.
Dispõe que o Ministério do Trabalho e Emprego estabelecerá os níveis mínimos de 
iluminamento a serem observados, e que a iluminação deverá se uniforme distribuída, geral e 
difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
O art. 176 estabelece que os locais de trabalho devam ter ventilação natural, compatível 
com o serviço realizado, e que a ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não 
preencha as condições de conforto térmico. (CLT, 2011).
De acordo com o art. 177 da CLT (2011):
Art . 177 - Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em 
virtude de instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso 
de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, 
anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma 
que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas.
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O Ministério do Trabalho e Emprego deverá fixar os limites e as condições de conforto 
térmico dos locais de trabalho (art. 178).
Já os artigos 179 a 181 da CLT (2011) tratam da segurança em trabalhos junto a 
instalações elétricas:
Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de seguran-
ça e as medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações 
elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou 
consumo de energia. 
Art. 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar 
ou reparar instalações elétricas. 
Art. 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elé-
tricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados 
por choque elétrico. 
Os artigos 182 e 183 tratam da movimentação, armazenagem e manuseio de 
materiais:
Art. 182 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre: 
I - as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de 
trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições 
especiais a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipa-
mentos, inclusive

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