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A desconsideração da PJ

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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL – EAD 
 
MÓDULO PESSOAS 
 
Data: 19.03.2014OFESSOR 
Professor: Vinicius Gontijo 
 
1. Material pré-aula 
 
 
a. Tema 
 
Desconsideração da Pessoa Jurídica. 
 
b. Noções Gerais 
 
Como visto, a constituição de uma pessoa jurídica tem o escopo de 
viabilizar a realização de determinadas atividades que seriam 
impossíveis sem ela. 
 
A autonomia patrimonial da pessoa jurídica, que justamente serve 
para distinguir o patrimônio da sociedade e de seus sócios, é quem 
norteia a atividade empresarial. 
 
Desse modo, tem-se que a sociedade responde com seus bens de 
forma ilimitada por suas obrigações sociais. Entretanto, tal 
responsabilidade pode ser repassada aos seus sócios, após o 
esgotamento do patrimônio da sociedade, e dependendo do tipo 
societário. 
 
Verificado o abuso da autonomia patrimonial da pessoa jurídica, com 
lesão a credores ou violação de lei, torna-se necessário e possível o 
afastamento de referida autonomia patrimonial mediante a 
desconsideração da personalidade jurídica, que deve ocorrer 
excepcionalmente para que alguns credores possam atingir os bens 
dos sócios. 
 
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica também é 
conhecida como teoria da penetração, e, com base no direito norte 
americano, também como disregard of legal enity, disregard doctrine 
ou piercing the corporate veil. 
 
Tem-se que, a doutrina majoritária considera o surgimento da teoria 
da desconsideração da personalidade jurídica na Inglaterra, no ano 
 
 
de 1.897, no caso Salomon x Salomon Co. Ltd (REQUIÃO, 2011, p. 
352). 
 
No Brasil, foi o doutrinador Rubens Requião o primeiro a tratar da 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Nos ensinamentos da professora Elisabete Vido (2013, p. 146), a 
desconsideração da personalidade jurídica deve ser aplicada em 
caráter excepcional, quando a sociedade não possuir bens suficientes 
para saldar as suas obrigações. 
 
A desconsideração da personalidade jurídica implica no afastamento 
da personalidade jurídica da sociedade para atingir o patrimônio de 
seus sócios, e depende de requerimento do interessado e decisão 
judicial. (VIDO, 2013, p. 146/147). 
 
Importante esclarecer que o afastamento da personalidade jurídica 
não implica em anulação, encerramento e liquidação d pessoa 
jurídica. 
 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica no Código de 
Defesa do Consumidor (CDC) 
 
No CDC a desconsideração da personalidade jurídica se aplica quando 
em prejuízo ao consumidor, ocorrer abuso de direito, excesso de 
poder, infração legal, ocorrência de fato ou ato ilícito ou violação dos 
estatutos ou contrato social, e, ainda, quando houver falência, estado 
de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica 
decorrentes de má administração (VIDO, 2013, p. 147). 
 
No caso de falência é possível a desconsideração da personalidade 
jurídica, da mesma forma que é possível a responsabilidade dos 
sócios seja verificada no próprio processo falimentar. 
 
Também é possível a desconsideração da personalidade jurídica caso 
seja verificada que tal personalidade implica em obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízo causado ao consumidor. 
 
Ainda que haja risco ao exercício da atividade empresarial, tal 
desconsideração é permitida diante da consideração de 
vulnerabilidade do consumidor, que pela Lei (CDC) merece proteção 
especial. 
 
 
 
Consoante ensinamento do professor Fábio Ulhoa Coelhoi a essa 
espécie de desconsideração se adota o nome de Teoria Menor. 
 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica no Direito 
Ambiental 
 
Da mesma forma como previsto pelo § 5º do art. 28 do Código de 
Defesa do consumidor, o direito ambiental adota a Teoria Menor 
para aplicar a desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Acerca do tema, Gilberto Gomes Bruschi (2009, p. 82), assim 
discorre: 
 
Caso os administradores de uma empresa que causar dano ao meio 
ambiente tentarem se eximir de sua responsabilidade, constituindo 
uma nova empresa, de modo a dificultar o ressarcimento do dano 
ambiental, é autorizado por lei e totalmente possível que a 
execução do crédito ressarcitório ajuizada contra a empresa recaia 
sobre o patrimônio pessoal daquele que por ela responderem. 
Entretanto, tal dano não pode, em hipótese alguma, ter sido 
imputado aos agentes para que seja possível a desconsideração. 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica na Infração à 
Ordem Econômica 
 
De maneira semelhante à disposição do artigo 28 do CDC, o artigo 18 
da Lei 8.884/1994 (Lei Antitruste) prevê a possibilidade de 
desconsideração da personalidade jurídica no âmbito do Direito 
Econômico. 
 
O professor Gilberto Gomes Bruschi (2009, p. 81) aponta que a 
importância da aplicação da desconsideração da personalidade 
jurídica no Direito Econômico se pauta na coibição da abuso entre as 
empresas que se concentram para restringir a concorrência, afetando 
o direito coletivo. 
 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica no Direito do 
Trabalho 
 
No âmbito do direito do trabalho, apesar de não haver previsão legal 
expressa sobre a desconsideração da personalidade jurídica, aplica-se 
a Teoria Menor, isto é, “[...]basta o não pagamento por parte da 
 
 
sociedade reclamada, para a desconsideração seja determinada” 
(VIDO, 2013, p. 149). 
 
A professora Elisabete Vido, apontando estudo do professor Mauro 
Schiavi, afirma que se aplica ao direito do trabalho a teoria objetiva, 
podendo a desconsideração da personalidade jurídica ocorrer de ofício 
(Art. 878, CLT) mediante decisão interlocutória devidamente 
fundamentada (art. 93, IX, da Constituição Federal/1988). 
 
Dessa forma, a desconsideração da personalidade jurídica para o 
Direito do Trabalho termina por ser a derradeira forma para quitar ou 
diminuir o prejuízo causado ao trabalhador. 
 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica no Direito Civil 
 
De encontro com a aplicação da desconsideração da personalidade 
jurídica até o momento expostas, na seara do Direito Civil, a teoria 
adotada para a aplicação da desconsideração da personalidade 
jurídica é a Teoria Maior. 
 
Por este entendimento e para o Direito Civil, a desconsideração da 
personalidade jurídica é verificada no caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão 
patrimonial. (VIDO, 2013, p. 150). 
 
Caracteriza-se o desvio de finalidade pela utilização da pessoa 
jurídica para a prática de atos distintos de seu objeto social. 
 
Por sua vez, a confusão patrimonial é verificada pela ausência de 
clareza sobre o que é patrimônio da sociedade e o que é patrimônio 
dos sócios. 
 
Como em algumas sociedades são utilizados bens dos sócios para a 
gestão da empresa, sem objetivo de lesar credores, a confusão 
patrimonial, apenas, não é apta a proceder a desconsideração da 
personalidade jurídica, devendo estar presente também o abuso de 
personalidade. 
 
Para o Superior Tribunal de Justiça, deve haver elementos objetivos e 
subjetivos para proceder a desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Desta forma, tem-se que a desconsideração da personalidade jurídica 
no âmbito do Direito Civil e nas relações empresariais exige o abuso 
 
 
da Pessoa Jurídica aliada à insolvência, bem como o desvio de 
finalidade e a confusão patrimonial. 
 
 
Desconsideração inversa 
 
Não apenas a desconsideração é aplicada para atingir os bens dos 
sócios em responsabilidade originária da Pessoa Jurídica. 
 
Na desconsideração inversa, consoante ensinamento da professora 
Elisabete Vido (2013, p. 151), “[...] a obrigação é do sócio, que 
utiliza a pessoa jurídica para proteger bens que fariam parte 
de seu patrimônio [...]” (grifado no original) 
 
 
Procedimento da Desconsideração 
 
A desconsideração da personalidade jurídica pode serrequerida pelo 
interessado ou pelo Ministério Público, não podendo ser declarada de 
ofício (à exceção da sua aplicação pela Justiça do Trabalho). 
 
Pode ser requerida por simples pedido incidente na ação de execução, 
na fase de cumprimento de sentença ou no procedimento falimentar 
não havendo essencialidade de ser requerida por intermédio de ação 
autônoma. 
 
Essencial é que haja o devido processo legal com o contraditório e a 
produção de provas, necessários para que o juiz alcance sua 
convicção. 
 
c. Legislação 
 
O artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, no caput do seu 
artigo 28 e no § 5º prevê as duas hipóteses na qual se aplica a 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 
O art. 82 da Lei 11.101/2005 prevê a responsabilidade dos sócios no 
caso de falência. 
 
O artigo 4º da Lei 9.605/1998 prevê a Teoria Menor, da mesma 
forma como aplicada pelo art. 28§5º, CDC. 
 
O artigo 18 da Lei Antitruste aponta entendimento semelhante àquele 
exposto pelo art. 28 do Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
 
O artigo 50 do Código Civil também prevê a desconsideração da 
personalidade jurídica, mas adota a teoria maior. 
 
O projeto do Novo Código de Processo Civil (nº 8.046/10) dedica os 
artigos 133 à 135 a um incidente sobre a desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
d. Julgados/Informativos 
 
O Superior Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de decidir que o 
encerramento irregular das atividades da sociedade não enseja, por si 
só, a desconsideração da personalidade jurídica, quando do 
julgamento REsp 876974/SP, da 3ª Turma, julgado em 09.08.2007, 
de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, publicado no D.J. em 
27.8.2007, cuja ementa segue abaixo: 
 
COMERCIAL, CIVIL E PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO. 
NECESSIDADE DE QUE O ACÓRDÃO RECORRIDO PADEÇA 
DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. 
DECLARAÇÃO DE DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA. NECESSIDADE DE 
COMPROVAÇÃO DE ABUSO. ENCERRAMENTO DE 
ATIVIDADE SEM BAIXA NA JUNTA COMERCIAL. 
CIRCUNSTÂNCIA INSUFICIENTE À PRESUNÇÃO DE 
FRAUDE OU MÁ-FÉ NA CONDUÇÃO DOS NEGÓCIOS. 
ARTS. 592, II E 596 DO CPC. NORMAS EM BRANCO, QUE 
NÃO DEVEM SER APLICADAS DE FORMA SOLITÁRIA. 
SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE 
LIMITADA. AUSÊNCIA DE ADMINISTRAÇÃO IRREGULAR E 
DO CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO. SÓCIOS NÃO 
RESPONDEM PELO PREJUÍZO SOCIAL. PRECEDENTES. 
- Mesmo se manejados com o intuito de 
prequestionamento, os embargos declaratórios devem 
cogitar de alguma hipótese de omissão, contradição ou 
obscuridade, sob pena de rejeição. 
- A excepcional penetração no âmago da pessoa jurídica, 
com o levantamento do manto que protege essa 
independência patrimonial, exige a presença do 
pressuposto específico do abuso da personalidade jurídica, 
com a finalidade de lesão a direito de terceiro, infração da 
lei ou descumprimento de contrato. 
- O simples fato da recorrida ter encerrado suas atividades 
operacionais e ainda estar inscrita na Junta Comercial não 
 
 
é, por si só, indicativo de que tenha havido fraude ou má-
fé na condução dos seus negócios. 
- Os arts. 592, II e 596 do CPC, esta Turma já decidiu que 
tais dispositivos contêm norma em branco, vinculada a 
outro texto legal, de maneira que não podem - e não 
devem - ser aplicados de forma solitária. Por isso é que 
em ambos existe a expressão “nos termos da lei”. 
- Os sócios de empresa constituída sob a forma de 
sociedade por quotas de responsabilidade limitada não 
respondem pelos prejuízos sociais, desde que não tenha 
havido administração irregular e haja integralização do 
capital social. 
Recurso especial não conhecido. 
(Íntegra do acórdão disponível em: 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.
asp?sSeq=709860&sReg=200601806718&sData=200708
27&formato=PDF). 
 
A nomenclatura Teoria Menor foi adotada pelo STJ quando do 
julgamento do REsp 279273/SP, 3ª Turma, publicado em 29.3.2004, 
de relatoria do Ministro Ari Pargendler e relatoria para acórdão da 
Ministra Nancy Andrighi, cuja ementa segue: 
 
Responsabilidade civil e Direito do consumidor. Recurso 
especial. Shopping Center de Osasco-SP. Explosão. 
Consumidores. Danos materiais e morais. Ministério 
Público. Legitimidade ativa. Pessoa jurídica. 
Desconsideração. Teoria maior e teoria menor. Limite de 
responsabilização dos sócios. Código de Defesa do 
Consumidor. Requisitos. Obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados aos consumidores. Art. 28, § 5º. 
- Considerada a proteção do consumidor um dos pilares da 
ordem econômica, e incumbindo ao Ministério Público a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis, possui o 
Órgão Ministerial legitimidade para atuar em defesa de 
interesses individuais homogêneos de consumidores, 
decorrentes de origem comum. 
- A teoria maior da desconsideração, regra geral no 
sistema jurídico brasileiro, não pode ser aplicada com a 
mera demonstração de estar a pessoa jurídica insolvente 
para o cumprimento de suas obrigações. Exige-se, aqui, 
para além da prova de insolvência, ou a demonstração de 
desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração), 
 
 
ou a demonstração de confusão patrimonial (teoria 
objetiva da desconsideração). 
- A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso 
ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do 
Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera 
prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento 
de suas obrigações, independentemente da existência de 
desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. 
- Para a teoria menor, o risco empresarial normal às 
atividades econômicas não pode ser suportado pelo 
terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos 
sócios e/ou administradores desta, ainda que estes 
demonstrem conduta administrativa proba, isto é, mesmo 
que não exista qualquer prova capaz de identificar 
conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou 
administradores da pessoa jurídica. 
- A aplicação da teoria menor da desconsideração às 
relações de consumo está calcada na exegese autônoma 
do § 5º do art. 28, do CDC, porquanto a incidência desse 
dispositivo não se subordina à demonstração dos 
requisitos previstos no caput do artigo indicado, mas 
apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa 
jurídica, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados 
aos consumidores. 
- Recursos especiais não conhecidos. 
(Íntegra do acórdão disponível em: 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.
asp?sSeq=112916&sReg=200000971847&sData=200403
29&formato=PDF). 
 
Para o Direito do Trabalho, aplica-se a Teoria Menor na 
desconsideração da personalidade jurídica pelo entendimento de que 
seria dificultosa a prova de abuso da personalidade pelo trabalhador, 
conforme entendimento exposto no Agravo de Petição 02502-1991-
005-02-00 julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, e 
pelo Agravo de Petição 00541/2001 do TRT da 10ª Região. 
 
O STJ, reafirmou sua jurisprudência acerca da desconsideração da 
personalidade jurídica pela insuficiência de bens do devedor aliada ao 
desvio de finalidade e a confusão patrimonial. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. ART. 50 DO 
CÓDIGO CIVIL DE 2002. 1) DISTINÇÃO DE 
RESPONSABILIDADE DE NATUREZA SOCIETÁRIA. 2) 
REQUISITO OBJETIVO E REQUISITO SUBJETIVO. 3) 
 
 
ALEGAÇÃO DE DESPREZO DO ELEMENTO SUBJETIVO 
AFASTADA. 
I - Conceitua-se a desconsideração da pessoa jurídica 
como instituto pelo qual se ignora a existência da pessoa 
jurídica para responsabilizar seus integrantes pelas 
conseqüências de relações jurídicas que a envolvam, 
distinguindo-se a sua natureza da responsabilidade 
contratual societária do sócio da empresa. 
II - O artigo 50 do Código Civil de 2002 exige dois 
requisitos, com ênfasepara o primeiro, objetivo, 
consistente na inexistência de bens no ativo patrimonial 
da empresa suficientes à satisfação do débito e o 
segundo, subjetivo, evidenciado na colocação dos bens 
suscetíveis à execução no patrimônio particular do sócio - 
no caso, sócio-gerente controlador das atividades da 
empresa devedora. 
III - Acórdão cuja fundamentação satisfez aos dois 
requisitos exigidos, resistindo aos argumentos do Recurso 
Especial que alega violação ao artigo 50 do Código Civil de 
2002. 
IV - Recurso Especial improvido. 
(Íntegra do acórdão disponível em: 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.
asp?sSeq=995971&sReg=200901770395&sData=201104
05&formato=PDF). 
 
Ainda acerca da desconsideração da personalidade jurídica no âmbito 
do direito civil, o STJ, através do julgamento do Resp 948117/MS, 
publicado em 3.8.10, de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, assim 
se posiciona: 
 
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 
EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. ART. 50 DO CC/02. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
INVERSA. POSSIBILIDADE. 
I ? A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais 
indicados como violados impede o conhecimento do 
recurso especial. Súmula 211/STJ. 
II ? Os embargos declaratórios têm como objetivo sanear 
eventual obscuridade, contradição ou omissão existentes 
na decisão recorrida. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, 
quando o Tribunal a quo pronuncia-se de forma clara e 
precisa sobre a questão posta nos autos, assentando-se 
em fundamentos suficientes para embasar a decisão, 
como ocorrido na espécie. 
 
 
III ? A desconsideração inversa da personalidade jurídica 
caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial 
da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na 
desconsideração da personalidade propriamente dita, 
atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a 
responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio 
controlador. 
IV ? Considerando-se que a finalidade da disregard 
doctrine é combater a utilização indevida do ente 
societário por seus sócios, o que pode ocorrer também 
nos casos em que o sócio controlador esvazia o seu 
patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, 
conclui-se, de uma interpretação teleológica do art. 50 do 
CC/02, ser possível a desconsideração inversa da 
personalidade jurídica, de modo a atingir bens da 
sociedade em razão de dívidas contraídas pelo sócio 
controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos 
na norma. 
V ? A desconsideração da personalidade jurídica configura-
se como medida excepcional. Sua adoção somente é 
recomendada quando forem atendidos os pressupostos 
específicos relacionados com a fraude ou abuso de direito 
estabelecidos no art. 50 do CC/02. Somente se forem 
verificados os requisitos de sua incidência, poderá o juiz, 
no próprio processo de execução, ?levantar o véu? da 
personalidade jurídica para que o ato de expropriação 
atinja os bens da empresa. 
VI ? À luz das provas produzidas, a decisão proferida no 
primeiro grau de jurisdição, entendeu, mediante 
minuciosa fundamentação, pela ocorrência de confusão 
patrimonial e abuso de direito por parte do recorrente, ao 
se utilizar indevidamente de sua empresa para adquirir 
bens de uso particular. 
VII ? Em conclusão, a r. decisão atacada, ao manter a 
decisão proferida no primeiro grau de jurisdição, afigurou-
se escorreita, merecendo assim ser mantida por seus 
próprios fundamentos. 
Recurso especial não provido. 
(Íntegra do acórdão disponível em: 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.
asp?sSeq=985791&sReg=200700452625&sData=201008
03&formato=PDF). 
 
O STJ entende ser cabível embargos do devedor nos casos de 
desconsideração da personalidade jurídica, conforme julgamento do 
 
 
RMS 16274/SP, de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, da 3ª turma, 
publicado em 2.8.2004: 
 
Processo civil. Recurso ordinário em mandado de 
segurança. Desconsideração da personalidade jurídica de 
sociedade empresária. Sócios alcançados pelos efeitos da 
falência. Legitimidade recursal. 
- A aplicação da teoria da desconsideração da 
personalidade jurídica dispensa a propositura de ação 
autônoma para tal. Verificados os pressupostos de sua 
incidência, poderá o Juiz, incidentemente no próprio 
processo de execução (singular ou coletiva), levantar o 
véu da personalidade jurídica para que o ato de 
expropriação atinja os bens particulares de seus sócios, de 
forma a impedir a concretização de fraude à lei ou contra 
terceiros. 
- O sócio alcançado pela desconsideração da 
personalidade jurídica da sociedade empresária torna-se 
parte no processo e assim está legitimado a interpor, 
perante o Juízo de origem, os recursos tidos por cabíveis, 
visando a defesa de seus direitos. 
Recurso ordinário em mandado de segurança a que se 
nega provimento. 
(Íntegra disponível em: 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.
asp?sSeq=421585&sReg=200300609270&sData=200408
02&formato=PDF). 
 
e. Leitura obrigatória 
 
- ROSENVALD, Nelson; CHAVES, Cristiano. Curso de Direito Civil – 1º 
Vol – Parte Geral e LINDB. 11ª ed. rev., ampl. e atual., Salvador/BA: 
Juspodivm, 2013; 
 
- SANTOS, Elisabete Teixeira Vido dos. Curso de Direito Empresarial. 
3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013; 
 
- SANTOS, Maxwel Gomes dos. A Teoria da Desconsideração da 
Personalidade Jurídica no Código Civil de 2002. Revista Eletrônica do 
Curso de Direito da UFSM, Santa Maria, v. 5, n. 1, mar. 2010 
Disponível em: 
http://bdjur.stj.jus.br/xmlui/bitstream/handle/2011/41146/teoria_de
sconsideracao_personalidade_santos.pdf?sequence=1 
 
 
 
 
f. Leitura complementar 
 
- BRUSCHI, Gilberto Gomes. Aspectos Processuais da 
Desconsideração da Personalidade Jurídica. 2ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009; 
 
- COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Civil. 5ª Ed. V.1. São Paulo: 
Saraiva, 2013; 
 
- MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro. São Paulo: Atlas, 
2008; 
 
- MANGONARO, Julio César. A Desconsideração da Personalidade 
Jurídica. Disponível em: 
http://bdjur.stj.jus.br/xmlui/bitstream/handle/2011/35096/desconsid
eravao_personalidade_jur%C3%ADdica_pereira.pdf?sequence=1 
 
- REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 30ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2011; 
 
- SOARES, Paula Pretti. A Desconsideração da Personalidade Jurídica 
nas Ações Oriundas da Relação de Emprego no Direito Processual 
Trabalhista Brasileiro. Disponível em: 
http://bdjur.stj.jus.br/xmlui/bitstream/handle/2011/16597/A_Descon
sidera%C3%A7%C3%A3o_da_Personalidade_Jur%C3%ADdica_nas_
A%C3%A7%C3%B5es.pdf?sequence=1 
 
 
 
 
i COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Empreasarial. 15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, vol. 2, p. 47)

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