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1 Economia 8 Prof. Ms. Laerte J. Aliotti e Prof. Ms. Daniel Ribeiro Jr. 8. Política Monetária e Teoria A moeda tem um papel fundamental na sociedade. A teoria monetária aborda um conjunto de instituições e de instrumentos que tem por objetivos: • A transferência de recursos entre unidades superavitárias e deficitárias; • A promoção do desenvolvimento; • O aumento da liquidez de ativos financeiros; • A negociação da propriedade de empresas; • O ajuste do preço dos ativos ao risco; • O aumento da eficiência produtiva dos recursos reais da economia; • A existência de um canal para a condução da política monetária. 8.1 A moeda 8.1.1 Funções: a) Meio de troca; b) Unidade de conta; c) Reserva de valor. 8.1.2 História: ESCAMBO MOEDA MERCADORIA MOEDA SIMBÓLICA Define-se moeda como meio de pagamento, moeda manual e moeda escritural. 2 8.1.3 Agregados monetários Cada país classifica os agregados monetários por ordem de liquidez, no Brasil: M0 = Moeda em poder do público (papel moeda e moedas metálicas). M1 = M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais. M2 = M1 + Fundos do mercado monetário + títulos públicos em poder do público. M3 = M2 + depósitos de caderneta de poupança. M4 = M3 + títulos privados (depósitos a prazo e letras de câmbio) 8.2 Intermediários Financeiros 8.2.1 Intermediários bancários (que criam moeda) São os bancos comerciais e múltiplos e as caixas econômicas. Funções: Intermediação financeira: Refere-se a deslocação de recursos de unidades superavitárias para as deficitárias. Transmutação de ativos: Refere-se a transformação de ativos com características diferentes. Câmara de compensação. Refere-se a intermediação das trocas de moedas ou de liquidez. 8.2.2 Intermediários não-bancários São os intermediários financeiros que não captam recursos por meio dos depósitos à vista e sim por meio de quase-moeda (depósito a prazo, recibos de depósitos, letras de câmbio, etc.) Tais como: Banco de Investimento; Sociedade de crédito Imobiliário; Sociedades de Arrendamento Mercantil; e Sociedades Corretoras e Distribuidoras 3 8.2.3 Autoridades Monetárias a) Conselho Monetário Nacional: É o órgão máximo de todo sistema financeiro e suas principais atribuições são: • Autorização da emissão de papel moeda; • Fixação dos coeficientes de encaixes obrigatórios sobre os depósitos à vista e a prazo; • Regulamentação das operações de redesconto; • Estabelecimento de diretrizes ao Banco Central para operações com títulos públicos; • Regulamentação das operações de câmbio e a política cambial; • Aprovação do orçamento monetário elaborado pelo Banco Central; • Dentre outras. b) Banco Central do Brasil: É o órgão executor da política monetária além de regulamentar as intermediações financeiras, e suas principais atribuições são: •A emissão de moeda; •Recebimento dos depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos depósitos voluntários; •Realização de operações de redesconto de liquidez e seletivo; •Operações de open market; •Controle de crédito e das taxas de juros; •Fiscalização das instituições financeiras e concessão da autorização de funcionamento; •Administração das reservas cambiais do país; •Dentre outras. c) Comissão de Valores Mobiliários: Esta comissão possui caráter normativo, e suas principais atribuições são: • Fiscalizar as Bolsas de Valores; e • Emissão de valores mobiliários negociados nessas instituições ( ações e debêntures) d) Banco do Brasil: Após o Plano Cruzado, este deixou de ser autoridade, embora ainda conserve algumas funções anteriores, tais como: • Câmara de compensação de cheques; • Administrar o Deptº. De Comércio Exterior; • Executar políticas de preços mínimos de produtos agropecuários 4 e) Bancos Comerciais: São instituições , e suas principais funções são: • Receber os depósitos; e • Efetuar empréstimos São obrigados por lei a manter reservas obrigatórias sobre os depósitos à vista fixado pelo Banco Central. Os encaixes voluntários são depositados no Banco Central , com o intuito de atender os desequilíbrios momentâneos de caixa. f) Sistema Financeiro da Habitação g) Bancos de Desenvolvimento h) Bancos de Investimento i) Companhias de Crédito, Financiamento e Investimento j) Instituições auxiliares. 8.3 A Política Monetária 8.3.1 Oferta da moeda a) A oferta de moeda se dá através das autoridades monetárias (emissões) e pelos bancos. b) Os bancos não emitem moeda, no entanto, podem criar ou destruir moeda. Instrumentos de política: Reserva técnica. Reservas obrigatórias. Política de redesconto. Operações com mercado aberto. Obs.: O multiplicador bancário. 5 8.3.2 Demanda da moeda A demanda de moeda pela coletividade, que o setor privado (não bancário) retém, em geral, as famílias e empresas. Razões da demanda: Transações; Precaução; e Especulação. MV = PY Onde: M = Quantidade de moeda na economia. V = Velocidade-renda da meda. P = Nível geral de preços. Y = nível de Renda Nacional real 8.3.3 Multiplicador Suposição: a. Emissão primária da moeda pelo Banco Central = $ 100.000,00; b. As pessoas depositam nos bancos; c. Os bancos mantém as reservas técnicas, compulsórias e voluntárias de 40%; e d. Os bancos retém o necessário para cobrir as reservas e emprestarão o restante. Então: O multiplicador é dado pelo inverso da porcentagem da reserva bancária. m = 1/r 60.000 36.000 21.600 12.960 7.776 11.664 40.000 24.000 14.400 8.640 5.184 7.776 100.000 60.000 36.000 21.600 12.960 14.440 A B C D E Demais bancos Banco Depósito a vista Reserva dos Bancos Empréstimos Total 250.000 100.000 150.000 6 Na demonstração anterior, não é considerado a retenção de moeda em poder do público e das empresas. Quando as pessoas físicas e jurídicas retém moeda esta não é depositada nos bancos. A fórmula mais conhecida de multiplicador é o da base monetária, considerando a soma da moeda em poder do público e das reservas bancárias. Então: P = saldo da moeda em poder do público; R = total das reservas bancárias; D = saldo dos depósitos avista; M = saldo dos meios de pagamento ( = P + D ); B = saldo das base monetária ( = P + R ); e Sabendo que os meios de pagamento são um múltiplo da base monetária , temos: M = mB portanto: m = M / B Observação: 8.4 Taxa de Juros Exerce um papel estratégico nas decisões dos mais variados agentes econômicos. No mercado internacional No mercado doméstico Taxa de Juros Nominal: é um pagamento expresso em porcentagem, mensal, trimestral, anual, etc., que um tomador de empréstimos faz ao poupador em troca do uso de uma determinada quantia de dinheiro. Taxa de Juros Real: é um pagamento, já descontada a inflação. 8.5 Política monetária e seus instrumentos: M1 = Papel Moeda em poder do público + Depósitos a Vista do público nos bancos Oferta de moeda Serviço de Liquidação e Custódia. Órgão responsável: Copom- Comitê de política monetária Taxa básica de juros SELIC Reservas Compulsórias dos bancos Recolhimento compulsório dos bancos junto ao banco central 7 Redesconto Bancário Banco Central é o Banco dos Bancos Redesconto Bancário Banco Central é o Banco dos Bancos Assistência financeira de liquidez Volumes de empréstimos dos bancos e prazos de financiamento Volumes de empréstimos dos bancos e prazos de financiamento Controle e seleção do crédito “Open Market” – Efeitos imediatos sobre M1. Operações de compra e venda de títulos públicos federais Mecanismo de funcionamento da política monetária Instrumento P. M. Expansiva P. M.Restritiva • M1 – oferta de moeda • Taxa básica de juros – SELIC • Taxas dede recolhimento compulsório • Oferta crédito •• Operações com títulos públicos •Aumento •Redução •Redução •Aumento •BACEN compra •Redução •Aumento •Aumento •Redução •BACEN vende P. M. EXPANSIVA: Aumento do Investimento, do PIB, do Emprego, da Renda Nacional, do Consumo e da Inflação. P. M. RESTRITIVA: Redução do Investimento, do PIB, do Emprego, da Renda Nacional, do Consumo e da Inflação. EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA SOBRE A ECONOMIA REAL 8 O EFEITO CROWDING – OUT O efeito crowding – out pode ser entendido assim: enquanto um acréscimo dos gastos governamentais (G) causa um impacto expansionista na Renda Nacional (Y), o modo de financiar essas despesas pode provocar efeitos compensatórios, parcial e total, que reduzem o impacto inicial. A esse respeito, convém destacar, que os déficits orçamentários decorrentes de uma política fiscal, deverão serem cobertos unicamente pelo lançamento de títulos pela dívida pública e não através de emissão monetária, fato que poderá provocar um aumento da taxa de juros(i) e conseqüentemente queda dos investimentos privados(I). O equilíbrio simultâneo dos mercados Real e Monetário exige que a taxa de juros e o nível de renda nacional sejam idênticos em ambos mercados. Essa condição não existe se a mesma taxa de juros de equilíbrio concorre nos dois mercados em diferentes níveis de renda ou se o mesmo nível de renda ocorrer em ambos mercados à taxa de juros diferentes. 8.6 Números Índices Número-índice de preços é uma estatística que visa medir a variação relativa de preços de um agregado de bens e serviços em uma seqüência de períodos de tempo. Principais indicadores: INPC- r – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Restrito (IBGE): Famílias de 1 a 8 salários mínimos e de 10 regiões metropolitanas mais Brasília. Concorrem: alimentação, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte e comunicação, saúde e cuidados pessoais e outras despesas pessoais. 9 IPC- a – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IBGE): Famílias de 1 a 40 salários mínimos e de 10 regiões metropolitanas mais Brasília. Concorrem: alimentação, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte e comunicação, saúde e cuidados pessoais e outras despesas pessoais. IPC - FIPE – Índice de Preços ao Consumidor da FIPE: Famílias de 1 a 20 salários mínimos de 1200 unidades familiares da região metropolitana de São Paulo. IGP da FGV – Índice Geral de Preços: É uma combinação do IPA – Índice de Preços por Atacado,IPC-BR – Índice de Preços ao Consumidor – Brasil e o INCC – Índice Nacional de construção Civil. IGP = 0,6 IPA + 0,3 IPC-BR + 0,1 INCC IPA – Índice de Preços no Atacado (FGV): Combinação dos preços de bens de consumo e duráveis. IPC – BR – Índice de Preços no Atacado para o Brasil (FGV): Combinação dos preços de bens e serviços, tais como: alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação e recreação, transportes e despesas diversas. INCC – Índice Nacional de Custo da Construção(FGV): Combinação dos preços de materiais, serviços e mão de obra de 18 capitais. IGP – M – Índice Geral de Preços – Mercado (FGV): Voltado para a comunidade financeira. Bibliografia: NOGAMI, Otto e PASSOS, Carlos Roberto. Princípios de Economia. São Paulo: Editora Thompson Pioneira, 2001. VASCONCELOS, Marco Antonio e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Editora saraiva, 2000. EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de Economia. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. SAMUELSON, P. A. Introdução à Análise Econômica I e II. Rio de Janeiro: Agir, 1975. MORCILIO, F. M. e TROSTER, R. L. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 1994. JORGE, F. T. e MOREIRA, J. O. C. Economia: Notas Introdutórias. São Paulo: Ed. Atlas, 2ª ed. 2000.
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