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* 1.10 O caráter temático e argumentativo da dissertação. OBJETIVOS: 1.Reconhecer o caráter temático e argumentativo da dissertação. 2.Reconhecer premissas e conclusões, deduções e induções. * INCENTIVAÇÃO Crie pelo menos dois argumentos favoráveis e dois desfavoráveis para a declaração abaixo. Se a televisão pode influenciar o espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico. * DISSERTAÇÃO PRA QUÊ? A vida cotidiana traz, constantemente, a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma forma de pensar diferente. Dissertação implica discussão de ideias, argumentação, organização do pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. É, entretanto, necessário conhecimento do assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante desse assunto. * E o que é argumentação? Desenvolvimento de um raciocínio com o fim de defender ou repudiar uma tese ou ponto de vista, para convencer um oponente, um interlocutor circunstancial ou a nós próprios. A argumentação desenvolve-se em função de um destinatário, que influencia direta ou indiretamente a forma como evoluem os argumentos propostos. Argumentamos para persuadir alguém que, à partida, não partilha os mesmos pontos de vista ou as mesmas convicções que nós possuímos. Sem ferir a atenção do destinatário da argumentação, esta jamais poderá ser efetiva. É, pois, condição necessária o estabelecimento de um acordo que em nenhum caso pode ser tácito. A argumentação não é um ato de persuasão meramente psicológica de um auditório. * A argumentação não age sobre evidências. O que é evidente não necessita nem de demonstração nem de apresentação de argumentos a favor ou contra. A argumentação não pode ser a afirmação da verdade, porque todo o verdadeiro diálogo nunca esgota a possibilidade de investigação da verdade. Argumentar é procurar coerência onde existe dúvida, mas também pode ser dar sentido a uma absurdidade ou a uma contradição. * Tipos de Argumento Dedutivo - parte de uma verdade geral para afirmações particulares. A verdade da conclusão baseia-se nas premissas. Indutivo – parte dos casos particulares para concluir uma verdade geral. * Exemplos de Argumento Dedutivo Se chove, molha a rua. (premissa) Está chovendo. (premissa) A rua está molhada.(dedução ou conclusão dedutiva) (argumento com problemas) Só há fogo se houver oxigênio. (premissa) Na lua não há oxigênio. (premissa) Logo, na lua não pode haver fogo. (dedução ou conclusão dedutiva) Todos os homens são mortais. (premissa) Sócrates é um homem. (premissa) Sócrates é mortal. (dedução ou conclusão dedutiva) * Exemplos de Argumento Indutivo Se chove, molha a rua. (premissa) A rua está molhada. (premissa) Está chovendo. (indução ou conclusão indutiva) (argumento com problemas) O ouro conduz eletricidade e é um metal. (premissa) O ferro, o zinco, o bronze, a prata também são metais e conduzem eletricidade. (premissa) Logo, todo metal conduz eletricidade. (indução ou conclusão indutiva) * A sala 1 da escola foi pintada de verde. (premissa) As salas 2, 3, 4, 5, 6, também foram pintadas de verde. (premissa) Logo, todas as salas da escola foram pintadas de verde. (indução ou conclusão indutiva) (argumento com problemas) * Antes de qualquer produção textual, convém lembrar alguns pontos importantes para um aprimoramento da escrita: ler mais adquirir o hábito de escrever pontuar adequadamente organizar ideias construir períodos mais curtos * * * DISSERTAÇÃO X ARGUMENTAÇÃO Dissertação e argumentação “têm características próprias. Se a primeira tem como propósito principal expor ou explanar, explicar ou interpretar ideias, a segunda visa sobretudo a convencer, persuadir ou influenciar o leitor ou ouvinte. Na dissertação, expressamos o que sabemos ou acreditamos saber a respeito de determinado assunto; externamos nossa opinião sobre o que é ou nos parece ser. Na argumentação, além disso, procuramos principalmente formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está conosco, de que nós é que estamos de posse da verdade” (Garcia, 1983, p. 370). * CONDIÇÕES DA ARGUMENTAÇÃO Uma das condições da argumentação é que ela deve basear-se em princípios lógicos. Preconceitos, superstições e generalizações fundamentadas em verificações questionáveis não servem como argumentos. A base da argumentação coloca-se em dois elementos fundamentais: “consistência do raciocínio e evidência das provas”. (Idem, p. 371) * TIPOS DE EVIDÊNCIAS Fatos: verificações colhidas através da observação do mundo. Ex.: “Desde o final dos anos 60, já se predizia o surgimento de serviços públicos de informação. Mas, a convergência entre as diferentes técnicas ainda não era satisfatória. A França desempenhou um papel pioneiro com a fibra ótica e o videofone de Biarritz, a rede Transpac de comunicação por pacotes e, sobretudo, os * serviços Teletel com o advento do célebre Minitel. Entretanto, esse sistema francês revelou se pouco exportável em razão da fraca qualidade do terminal, da lentidão dos sistemas e da dificuldade da conexão em grande velocidade aos microcomputadores. De todo modo, a experiência do Minitel – seguida, não com tanto sucesso, no mundo inteiro (no Brasil, esses serviços, sob o nome de “videotexto”, encontraram alguma expansão nos anos 80 [...] – demonstrou que existia uma demanda do público * e das empresas em relação a serviços interativos de informação on-line (anuários, imprensa, bancos, serviços administrativos, jogos, transmissão de mensagens, telecompras, turismo, reservas de passagens ou ingressos)”. (SANTAELLA, Lucia. Cultura e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003, p. 85). * Exemplos: “são fatos típicos ou representativos de determinada situação” (Garcia, 1983, p. 372). Ex.: “[...] em 1953, a descoberta do DNA, o código da vida, impulsionaria o salto para a biologia molecular, hoje tão cortejada. O desenho do chip, em 1957, permitirá a redução dos computadores dinossauros aos micros abelhas atuais. Nesse mesmo ano, o sputinik soviético revoluciona a astronáutica e as telecomunicações. O self service, acoplado ao marketing e à publicidade em alta rotação, consagra o consumo massivo. A pílula, o rock, o motel, a minissaia – liberadores * que emergem nos anos 60 – preparam a paisagem desolada da civilização industrial para a quermesse eletrônica pós-industrial.” (SANTOS, Jair Ferreira de. O que é pós moderno. São Paulo: Brasiliense, 2006.) Ilustrações: “Quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e entremeada de descrições, tem-se a ilustração. Há duas espécies de ilustração: a hipotética e a real. A primeira, como o nome o diz, é invenção, é hipótese: narra o que poderia acontecer ou provavelmente acontecerá em determinadas circunstâncias. Mas, nem por ser imaginária, prescinde da condição de verossimilhança e de consistência, para não falar da adequação à ideia que se defende.” * “A ilustração real descreve ou narra em detalhes um fato verdadeiro. Mais eficaz, mais persuasiva do que a hipotética, ela vale por si mesma como prova.” (Garcia, 1983, p. 372-3). * Exemplo de ilustração: “Algumas reportagens recentes chamam a atenção para um outro aspecto desse novo mundo da internet. A primeira delas, “P&G launching social networking Web sites to connect more with consumers”, é sobre o projeto da Procter@Gamble Co. para conhecer hábitos e interesses de seus virtuais consumidores. Por meiode fóruns on-line, mulheres contam e escutam histórias de suas vidas, tais como câncer no seio, carreiras e entretenimento. ‘Não se trata de vender produtos. É para uma melhor compreensão * dos consumidores e aprender sobre suas necessidade e hábitos. Quanto mais aprendemos sobre estes consumidores, mais isto permitirá criar melhores produtos para suas necessidades’, diz o analista de marketing da empresa.” (PINHEIRO, M. A. “Comunicação, consumo e produção de si” In: COUTINHO, Iluska. & SILVEIRA JR. Potiguara M. da. Comunicação: tecnologia e identidade. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007). * Dados estatísticos: compõem-se de números, percentuais, tabelas, que comprovam determinado argumento. Ex.: “Três quartos dos brasileiros – ou exatos 76% - dizem querer que o consumo de maconha siga proibido por lei, segundo pesquisa Datafolha. Os que defendem que o uso não seja tratado como crime somam 20%.” (Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, p. C1, 06/04/2008). * Testemunho: trata-se, em geral, da afirmação de uma autoridade competente que apoia o argumento apresentado. Ex.: “A gerente de resíduos perigosos da Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso, diz que ‘causa surpresa a afirmação de que o Brasil importa lixo eletrônico, já que a importação de bens de consumo usados é proibida pela Portaria DECEX/MDIC n. 08, de maio de 1991’”. (PIOVEZA, Stefhanie. Importação de lixo é ‘surpresa’, diz MMA. Folha de São Paulo, Caderno Informática, p. F4, 04/02/2009). * Referência Bibliográfica: GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1983.) * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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