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Capacitor de Placas Paralelas Gabriela Ferrão Capelli, Matheus Tavares Santos, Thamires Carvalho Torres, Victor Ribeiro da Cunha – Turma IB Fenômenos Eletromagnéticos Experimental - UNIFESP e-mail:.unifesp.gabrielacapelli@gmail.com, matheus.ts@live.com, thamires.unifesp@gmail.com, victor.ribeirocunha@gmail.com Resumo. A grandeza escalar que determina a quantidade de energia elétrica que pode ser acumulada por uma determinada tensão e pela quantidade de corrente que atravessa um capacitor numa determinada frequência é a capacitância ou capacidade elétrica. Neste experimento, irá ser analisado quantitativamente, através de ferramentas gráficas, a relação entre distância entre as placas do capacitor e o valor da diferença de tensão entre elas, mantendo sempre constante a carga elétrica (Q). Palavras chave: capacitância, capacitor, placas. Introdução Um capacitor é um sistema onde dois materiais condutores estão separados por um material isolante ou imersos no vácuo. [1] Um dos capacitores mais simples é o de placas condutoras paralelas, onde elas estão separadas por uma distância pequena comparada a da sua área. Quando este capacitor é carregado, o campo elétrico fica localizado na região entre as placas, e este campo é uniforme. [1] O módulo E do campo elétrico do capacitor de placas paralelas é dado pela seguinte equação: σ/ ε0 Q/ ε0E = = · A Equação 1: Módulo do Campo Elétrico [1] A carga de um capacitor e a sua diferença de potencial são proporcionais como pode ser visto na equação abaixo: Vq = C Equação 2: Carga de um Capacitor [2] Essa constante de proporcionalidade C é a capacitância do capacitor e ela depende da geometria das placas. A capacitância é uma medida da quantidade de carga que deve ser acumulada nas placas para então produzir uma diferença de potencial. A sua unidade no SI é farad (F). [2] A diferença de potencial entre as duas placas é dada pela seguinte equação: dV = E = 1 ε0 A Qd Equação 3: Diferença de potencial de um Capacitor [1] Através das equações anteriores, é possível obter uma equação para a capacitância de um capacitor de placas paralelas no vácuo: 0C = qV = ε d A Equação 4: Capacitância de um capacitor de placas paralelas no vácuo [1] No vácuo, a capacitância é diretamente proporcional à área da placa e inversamente proporcional à distância entre as placas. Se uma das placas do capacitor for flexível, a capacitância irá variar conforme a variação da distância entre as placas.[1] Se existir um material entre as placas, a capacitância pode variar. No ar sob pressão atmosférica a capacitância difere 0,06% do valor previsto para o vácuo. [1] Procedimento Experimental Primeiramente foi conectada uma fonte a um eletrômetro, conectados um capacitor, cuja distância entre as placas foram devidamente calibradas com distância de 0.5 cm entre elas. O fundo de escala do eletrômetro foi ajustado em 30V e a tensão de saída da fonte em 15V. O capacitor foi carregado e então, variou-se a distância entre as placas (variação crescente) até 9,5 cm. O procedimento foi feito em duas tentativas. Logo após, repetiu-se o procedimento, desta vez com o fundo de escala do eletrômetro ajustado em 100V e a tensão de saída da fonte em 30V. Os dados obtidos em cada tentativa com as diferentes tensões iniciais foram registrados na Tabela 1. Novamente as placas do capacitor foram calibradas, mas desta vez com distância entre elas de 9,5 cm. Ajustou-se o fundo de escala do eletrômetro em 30V e a tensão de saída da fonte em 15V. O capacitor foi carregado e então, variou-se a distância entre as placas (variação decrescente) até 0,5 cm. O procedimento também foi realizado em duas tentativas. Novamente o fundo de escala do eletrômetro e a tensão de saída da fonte foram ajustados em 100V e 30V, respectivamente, repetindo o procedimento anterior. Os dados obtidos em cada tentativa com as diferentes tensões iniciais foram registrados na Tabela 2. Em seguida, repetiu-se o procedimento anterior, mas desta vez, somente na tensão inicial de 25V com um material dielétrico entre as placas do capacitor. Os dados obtidos foram registrados na Tabela 3. Resultados Os resultados obtidos experimentalmente estão dispostos nas tabelas 1, 2 e 3. Na tabela 1, constam os valores de tensão que foram obtidos, quando o capacitor foi carregado na distância de 0,5 e suas placas eram afastadas de 1 em 1 cm. . Tabela 1: Distância X Tensão (distância crescente) Distânci a (cm) Tensão (Inicial=15 V) Tensão (Inicial=25 V) Tentativ a 1 Tentativ a 2 Média Tentativ a 1 Tentativ a 2 Média 0,5 15 15 15 25 25 25 1,5 18 19 18,5 30 33 31,5 2,5 17 20 18,5 30 34 32 3,5 18 21 19,5 31 33 32 4,5 18 21 19,5 31 32 31,5 5,5 18 21 19,5 30 32 31 6,5 18 20 19 30 32 31 7,5 18 20 19 30 32 31 8,5 18 20 19 30 32 31 9,5 17 20 18,5 29 32 30,5 O gráfico 1 apresenta as curvas obtidas, utilizando o valor médio de tensão das duas tentativas: Na tabela 2, constam os valor obtidos, quando o capacitor foi carregado na distância de 9,5 cm e suas placas foram aproximadas de 1 em 1 cm. Tabela 2: Distância X Tensão (distância decrescente). Distânci a (cm) Tensão (Inicial=15 V) Tensão (Inicial=25 V) Tentativ a 1 Tentativ a 2 Média Tentativ a 1 Tentativ a 2 Média 9,5 15 15 15 25 25 25 8,5 15 14 14,5 25 24 24,5 7,5 15 13 14 25 24 24,5 6,5 15 13 14 25 24 24,5 5,5 15 13 14 25 24 24,5 4,5 14 13 13,5 24 23 23,5 3,5 14 12 13 24 23 23,5 2,5 13 12 12,5 23 22 22,5 1,5 12 11 11,5 20 21 20,5 0,5 10 9 9,5 17 17 17 O gráfico 2 apresenta as curvas obtidas, utilizando o valor médio de tensão das duas tentativas: Na tabela 3 constam os valores obtidos experimentalmente, quando o capacitor foi carregado na distância de 9,5 com uma tensão de 25 V, suas placas foram aproximadas até a distância de 2,5 (grossura do dielétrico) e entre elas havia um pedaço de isopor (dielétrico): Tabela 3: Tensão X Distância na presença de dielétrico (isopor) Distância (cm) Tensão (V) (Inicial=25 V) Tentativa 1 Tentativa 2 Média 9,5 25 25 25 8,5 25 25 25 7,5 25 25 25 6,5 25 25 25 5,5 25 25 25 4,5 24 25 24,5 3,5 24 24 24 2,5 23 22 22,5 O gráfico 3 apresenta a curva obtida a partir do valor médio de tensão das duas tentativas: Dado que o diâmetro das placas é de d = 17,8 cm, o raio pode ser obtido dividindo esse valor por 2, de forma que r = 8,9 cm. A partir desse valor, a área das placas é calculada através da equação A = π * r2 , sendo assim, tem-se: A = 3,14*(8,9)2 = 248,8455541 cm2 ≅ 248,85 x 10-4m2 O cálculo da capacitância em cada distância pode ser feito pela equação 4, considerando a permissividade elétrica do ar como 8,84 x 10-12 C2.N-1.m2.[1]. É interessante notar que graças à equação 4, a capacitância vai depender apenas da área das placas e da distância entre as placas, e então, não se altera com a mudança de tensão. O cálculo da carga pode ser realizado utilizando a equação 2. Atabela 4 trata dos resultados dessas contas: Tabela 4: Capacitância e carga a cada distância para o ar como meio. Distância (cm) C (pF) Vo=15 V Vo=25 V q (pC) 0,5 43,99 659,85 1099,75 1,5 14,66 271,21 461,79 2,5 8,70 160,95 268,4 3,5 6,28 122,46 200,96 4,5 4,89 95,35 154,35 5,5 4,0 78 124 6,5 3,38 64,22 104,78 7,5 2,93 53,77 90,83 8,5 2,59 49,21 80,29 9,5 2,31 42,74 70,45 O gráfico 4 trata da capacitância pela distância: Com os dados da capacitância é possível traçar um gráfico C x 1/V, como indica o gráfico 5: A capacitância apenas será alterada no caso da presença do poliestireno (isopor), que é um material dielétrico com constante dielétrica k=2,5 [3]. Utilizando a equação da permissividade , oε = 14πk encontra-se que a permissividade do poliestireno é de 0,032 C2.N-1.m2. A tabela 5 trata dos valores de capacitância e carga para o caso do poliestireno: Tabela 5: Capacitância e carga a cada distância para o poliestireno como meio. Distância (cm) C (mF) V (V) q(mC) 2,5 31,74 25 793,5 3,5 22,75 25 568,75 4,5 17,70 25 442,5 5,5 14,47 25 361,75 6,5 12,25 25 306,25 7,5 10,62 24,5 260,19 8,5 9,36 24 224,64 9,5 8,38 22,5 188,55 O gráfico 6 exprime os dados da tabela anterior: Discussão Primeiramente, observando os gráficos (1, 2 e 3) e as tabelas (1, 2 e 3) referentes à tensão pela distância, é possível notar que à medida que a distância entre as placas aumenta, a tensão também aumenta, até atingir um limiar em que se mantém, independente do aumento da distância. Esse resultado está dentro do esperado teoricamente com a análise das equações 2 e 4, e se relaciona com o fato de que a distância é inversamente proporcional à capacitância, que por sua vez é inversamente proporcional à tensão. Ou seja, a distância é diretamente proporcional à tensão. O gráfico 5 reforça ainda mais que a tensão e a capacitância são inversamente proporcionais, batendo com os dados experimentais. Numa simples análise da teoria, com base na equação 4, nota-se que a capacitância também é diretamente proporcional à permissividade elétrica. Os resultados experimentais obtidos, e registrados nas tabelas (4 e 5) e gráficos (4 e 6), nos quais, independente do meio entre as placas, ar ou poliestireno, essa proporcionalidade é confirmada. Comparando os valores de capacitância obtidos nos dois meios, uma diferença considerável é notada, na dimensão do picofarad (pF) para o milifarad (mF). Isso pode ser explicado pela diferença da permissividade elétrica entre o ar e o poliestireno, sendo a primeira muito menor que a segunda. Outra conclusão que se pode tirar dessa diferença grande no ∈o, é que o poliestireno é um meio isolante melhor que o ar, podendo assim armazenar carga em maior quantidade e por mais tempo num capacitor de placas paralelas. Conclusão O resultado esperado para esse experimento de determinar a dependência entre a distância entre as placas de um capacitor e sua capacitância foi alcançado. Neste experimento, pode-se verificar algumas das características dos capacitores de placas paralelas e principalmente o quanto a distância e o meio entre as placas influenciam no valor da capacitância, uma vez que se há a presença de um material isolante entre as placas, a partir dos resultados dos experimentos, observa-se um aumento considerável da capacitância. Foi possível concluir também, que quanto maior for a distância entre as placas, menor será o valor da capacitância do capacitor de placas paralelas. Referências [1]H. D. Young & R. A. Freedman, “Física III: Eletromagnetismo, 12a. ed.” Pearson, São Paulo, Brasil, 2009. [2] Halliday, D. “Fundamentos de Física: Eletromagnetismo, vol 3. 9a. ed.” LTC, 2013. [3] Instituto NBC. “Constante Dielétrica de alguns materiais”. Disponível em: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaq ue/406-constante-dieletrica-de-alguns-materiais.html. Acesso: 17/03/2018
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