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Prova - Questões Sociais Contemporâneas

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USP/FEA/EAE 
EAE 524 – Questões Sociais Contemporâneas 
Prof. Dr. Paulo de Tarso Soares 
 
Verificação de aprendizagem 
 
Todos os comentários, obviamente, só terão validade se feitos com base exclusivamente 
na literatura tratada na disciplina. Não se está avaliando o que o aluno conhece sobre o 
tema e sim se ele aprendeu o que foi lecionado na disciplina. Não se esqueçam de que 
repetir o enunciado com palavras diferentes não constitui um comentário, uma 
avaliação. Comentar exige dizer se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justificar por 
que foi dito que ela é falsa ou verdadeira. 
 
1ª. Questão - comente a afirmativa: “O trabalhador característico do capitalismo 
desenvolvido, segundo Marx, no Grundrisse, não é o operário de macacão na linha de 
produção.". 
 
2ª. Questão - comente a afirmativa (se é falsa e os motivos): “A globalização, ocorrida desde 
os anos 1970, mostra o equívoco da análise de Lênin sobre a fase monopólica do 
capitalismo.”. 
 
3ª. Questão - comente a afirmativa: “Marx não definiu, ou melhor, não deu qualquer 
indicação de como seria o comunismo, a culminação do processo de socialização do 
trabalho, de como seria o homem no comunismo, de quais relações presidiriam a sociedade, 
porque não tinha estofo intelectual para tal ou porque preferiu se concentrar na tarefa de 
destruir o capitalismo, deixando para seus seguidores, que o fizeram, tal empreitada.”. 
 
4ª. Questão - comente o seguinte comentário feito, em 25/11/2011, por Marx Gehringer, na 
rádio CBN-SP, acessível em: 
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/max-gehringer/2011/11/25/AS-REGRAS-DE-
COMPORTAMENTO-DO-MUNDO-CORPORATIVO-POLITICAMENTE-CORRETO.htm 
Não se esqueçam de explicitar a frase/trecho que está sendo enfatizado e de fazer referência 
nominal do autor em que se está fundamentando. A ausência de tal referência afetará 
negativamente a avaliação feita pelo professor, pois a avaliação não é do conhecimento geral 
do aluno e sim da compreensão e destreza dos/com os textos tratados no curso. Lembro que 
apertando a tecla <Ctrl> e clicando com o cursor em cima do endereço, automaticamente se 
acessa o referido comentário. 
 
5ª. Questão - comente o texto abaixo reproduzido, escrito por Ferreira Gullar, publicado no 
jornal Folha de São Paulo, Caderno Ilustrada, em 13/11/2011, p. E10. Não se esqueçam de, a 
cada ponto criticado, explicitar o texto e o autor que está sendo tomado como referência. A 
ausência de tal referência afetará negativamente a avaliação feita pelo professor, pois a 
avaliação não é do conhecimento geral do aluno e sim da compreensão e destreza dos/com os 
textos tratados no curso. Lembro que não se trata de dizer se as teses defendidas pelo autor 
estão certas ou erradas. Não é disso que aqui se trata. Tampouco se trata de saber se o autor 
do texto imagina estar expondo uma idéia/avaliação original ou se ele tem consciência de que 
esse tipo de análise faz parte de um corpo teórico consolidado na literatura. Trata-se, por 
conseguinte, simplesmente, de verificar se o aluno consegue estabelecer ou de negar a 
existência de uma relação entre os comentários de Ferreira Gullar sobre o PT e a literatura 
tratada neste curso. 
“A política como farsa 
Como esse é o espírito do governo petista, todos os seus integrantes dançam ao som da 
mesma música 
Todos sabemos que a sinceridade não é uma qualidade muito comum nos políticos, 
mesmo porque, se o candidato disser francamente o que pensa, provocará mais desagrado 
que agrado. Pelo sim, pelo não, prefere dourar a pílula. Mas isso não significa que a política 
seja, como há quem afirme, a arte de enganar os ingênuos. Se até Deus, segundo dizem, se vê 
obrigado a escrever certo por linhas tortas, imaginem um pobre mortal. 
Mas, sem dúvida, há os que exageram, e eu incluo entre estes -sem lhes dar 
exclusividade- o pessoal do Lula. Antes de chegar ao governo, era contra tudo o que 
qualquer outro partido propunha, chegando ao ponto de se negar a assinar a Constituição 
de 1989 -chamada por Ulysses Guimarães de "Constituição cidadã"-, que veio restaurar a 
democracia no Brasil. 
E só para ser do contra, aliás, não só: também para fazer de conta que era o verdadeiro 
defensor dos direitos do povo. 
Essa mesma postura, de quem joga para a arquibancada, levou os petistas a denunciar 
os programas Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, do governo Fernando Henrique, como uma 
espécie de esmola que humilhava os trabalhadores e os pobres em geral. Quando chegaram 
ao poder, fundiram os dois programas num só -o Bolsa Família- e deles se apropriaram. 
Podiam admitir que haviam errado, mas, pelo contrário, fingem que era uma criação 
original sua. Do mesmo modo agiram com relação ao Plano Real, à Lei de Responsabilidade 
Fiscal e a tudo o mais que combateram e passaram a usar, como se os tivessem criado. 
Claro que quem assim age tem que estar mal na roupa, sempre tendo que fazer de conta, já 
que tem o rabo preso. 
Confesso que, até bem pouco tempo atrás, não tinha visto as coisas por esse ângulo, 
embora me chamasse a atenção o modo como se comportavam os membros do governo Lula. 
Guido Mantega, por exemplo, jamais fala como deveria falar um ministro de Estado. 
Pelo contrário, todo pronunciamento seu é sempre um autoelogio, exaltação à política 
econômica do governo, às vezes até afirmando, cabotinamente, ser ela superior à de todo e 
qualquer país do mundo. 
Nessa mesma linha foi o lamentável pronunciamento da presidente Dilma, em viagem 
recente pelo exterior. Sem o devido respeito que um chefe de governo deve ter com os de 
outros países, criticou-lhes a política econômica e os aconselhou a aprender conosco a 
governar... Na verdade, mais uma vez jogava para a plateia, visando levar a opinião pública 
brasileira a orgulhar-se do governo petista, incomparável e único no mundo. 
É atitude própria aos "salvadores da pátria" que, em nossa época, após a queda do 
Muro de Berlim, empurrou parte da esquerda latino-americana -a menos democrática- a 
uma espécie de neopopulismo que, não por acaso, alcança os limites da enganação. E não 
poderia ser de outro modo, uma vez que está obrigada a representar uma farsa: fazer-se de 
anticapitalista quando, na verdade, o favorece; fazer-se de democrática, quando, de fato, 
não aceita a alternância no poder e abomina a liberdade de imprensa. 
Como esse é o espírito do governo petista, todos os seus integrantes dançam ao som da 
mesma música, obedecendo à batuta do maestro. Exemplo disso foi a posse do novo ministro 
do Esporte, que substituiu Orlando Silva, demitido por suspeita de corrupção, como atesta o 
processo aberto contra ele pelo STF. Para surpresa de todos, esse ato se transformou numa 
exaltação ao ministro demitido, que foi elogiado por Dilma e aplaudido de pé pelos 
presentes. Uma comédia. 
Um fato muito grave atinge o cerne vital desse sistema de poder: a descoberta de um 
câncer na laringe de Lula. O país inteiro se assustou, é claro. É verdade que hoje muitos 
tipos de câncer são curáveis; apesar disso, constatar que alguém está com um tumor maligno 
não é propriamente uma boa notícia. 
É o que todo mundo pensa. Não obstante, parece que, no caso de Lula, é diferente. Da 
equipe médica à presidente Dilma e ao ministro Mantega, todos afirmam sorridentes que 
Lula está ótimo, alegre, mais bem-disposto do que nunca. 
Até hoje, não tinha visto um diagnóstico de câncer ser tão bem recebido. Parece até que 
Lula acaba de ganhar o grande prêmio da loteria.”.

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