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DANIEL BUCHMÜLLER 
LEGISLAÇÃO PENAL 
EXTRAVAGANTE 
CURSO DE FORMAÇÃO DE 
SOLDADO DA PMMG 
 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE 
SOLDADO PMMG 
PROFESSOR: DANIEL BUCHMÜLLER 
 
 
 2 /portalcarreiramilitar www.portalcarreiramilitar.com.br 
 
Professor Daniel Buchmüller 
Email: delegado.buchmuller@gmail.com 
 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA: 
1 – Leis Especiais para Concursos - v.12 - Leis Penais Especiais - Volume único. 
Autor: Gabriel Habib. Editora: JUSPODIVM. 
2 – Leis Especiais para Concursos - V.7 - Juizados Especiais Cíveis e Criminais. 
Autor: Maurício Ferreira Cunha. Editora: JUSPODIVM. 
3 – Leis Especiais para Concursos - V.39 - Lei de Drogas. Autor: Fábio Roque 
Araújo e Nestor Távora. Editora: JUSPODIVM. 
4 – Legislação Criminal Especial Comentada. Autores: Renato Brasileiro de Lima 
Editora: JUSPODIVM. 2 PORTALCARREIRAMILITAR.COM.BR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE 
SOLDADO PMMG 
PROFESSOR: DANIEL BUCHMÜLLER 
 
 
 3 /portalcarreiramilitar www.portalcarreiramilitar.com.br 
 
CONTEÚDO PROGAMÉTICO 
1. Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03); 
2. Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89); 
3. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90); 
4. Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95 e 10.259/2001); 
5. Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06); 
6. Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898/65); 
7. Lei de Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90); 
8. Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE 
SOLDADO PMMG 
PROFESSOR: DANIEL BUCHMÜLLER 
 
 
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ESTATUTO DO DESARMAMENTO (Lei nº 10.826/03) 
 
BEM JURÍDICO TUTELADO: 
Em regra, a segurança/incolumidade pública. 
Esta lei prevê, em regra, crimes de perigo abstrato, objetivando tutelar o bem 
jurídico contra agressões ainda em seu estado embrionário, situação em que se 
presume o perigo, não precisando demonstrar, no caso concreto, a existência real de 
perigo. 
Obs: Essa classificação, “crimes de perigo abstrato e crimes de perigo concreto”, 
reflete diretamente no ônus da prova no processo penal, porque no crime de perigo 
abstrato basta a acusação provar a realização da conduta, não sendo necessário 
comprovar que essa conduta gerou um perigo real, direto e efetivo a alguém. Já nos 
crimes de perigo concreto a acusação tem que provar a realização da conduta, mais a 
situação de efetivo perigo gerada. 
Obs: O STJ decidiu que NÃO SE APLICA o Princípio da Insignificância ao crime 
de porte ilegal de arma ou munição (HC 120903/SP, j. 23/02/10). 
 
ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO 
É a arma cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas 
jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército (art. 3º, XVII, do 
Decreto n. 3.665/2000). São aqueles itens de pequeno poder ofensivo, aptos à defesa 
pessoal e do patrimônio, definidos no art. 17 do Decreto n. 3.665/2000. Ex: 
Revólver calibre .32, .38 e pistola calibre .22 e .380. 
 
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO 
É a arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algumas instituições 
de segurança e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas (art. 3º, XXVII, do Decreto 
n. 3.665, de 20-11-2000, que deu nova redação ao Regulamento para a Fiscalização 
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SOLDADO PMMG 
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de Produtos Controlados – R-105). Ex: metralhadoras, pistolas de calibre .9mm, .40, 
.45 etc. 
 
ARMA DE USO PROIBIDO 
Trata-se da arma que não pode ser utilizada em hipótese alguma, ou seja, aquela cuja 
posse ou porte não podem ser autorizados nem mesmo pelas Forças Armadas. 
Canhão e tanque. 
 
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO 
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de 
uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de 
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que 
seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: 
Obs: Caminhão e táxi não são considerados residência e nem local de trabalho. 
Assim, o transporte de arma de fogo de uso permitido em caminhão ou táxi é 
considerado o crime de PORTE DE ARMA DE FOGO – ART. 14. 
Obs: Aquele que mantém arma na empresa, se não for o titular ou responsável legal 
do estabelecimento, a conduta se amolda ao crime de porte ilegal de arma de fogo. 
 
Simulacro de Arma 
A posse de arma de brinquedo ou a utilização de qualquer outro instrumento 
simulador de arma de fogo configura FATO ATÍPICO, por ausência de previsão 
legal. 
 
OMISSÃO DE CAUTELA 
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo 
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SOLDADO PMMG 
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que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. Pena – detenção, de 1 (um) 
a 2 (dois) anos, e multa. 
Obs: Trata-se de crime omissivo próprio e culposo, pois se a entrega da arma de 
fogo, assessório, munição ou explosivo à criança for dolosa, teremos o crime do 
Artigo 16, § único, V da lei 10.826/03. 
Obs: Quando se tratar de omissão de cautela no que tange à arma branca, de 
arremesso ou munição, estaremos diante de contravenção penal, prevista em seu art. 
19, §2º, “c”, do DL 3.688/41, visto a derrogação parcial da omissão de cautela 
prevista na referida lei. 
Obs: Quando se tratar de venda ou fornecimento de arma branca para o menor, 
aplica-se o art. 242 do ECA: 
Art. 242, ECA: “Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer 
forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: Pena – reclusão, de 
três a seis anos.” 
Art. 13, Parágrafo único: Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor 
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de 
registrar ocorrência policial (1) e de comunicar à Polícia Federal (2) perda, furto, 
roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que 
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o 
fato. 
 
O Tipo Penal prevê 2 (duas) condutas: 
a. Deixar de registrar ocorrência policial, e; 
b. Deixar de comunicar à PF sobre furto roubo ou qualquer forma de extravio. 
Obs: Trata-se de crime próprio, visto que exige uma qualidade especial do agente 
em ser proprietário ou diretor de empresa. 
 
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Obs: O crime se consuma no exato momento que se extinguir o lapso temporal 
previsto na norma e a conduta deve ser dolosa, ou seja, deve ter conhecimento do 
extravio e não comunicar. 
 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO 
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, 
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou 
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
Obs: Trata-se de um TIPO MISTO ALTERNATIVO, pois as condutas previstas são 
fungíveis, e tanto faz o cometimento de uma ou de outra, porque afetam o mesmobem jurídico, havendo único delito, inclusive se o agente realiza mais de uma 
conduta. 
Obs: O parágrafo único diz que o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso 
permitido é inafiançável, porém, este dispositivo foi declarado inconstitucional pelo 
plenário do Supremo Tribunal Federal, que, no julgamento da ADIn 3.112-1, em 2 
de maio de 2007. 
 
DISPARO DE ARMA DE FOGO 
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas 
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha 
como finalidade a prática de outro crime: 
Obs: Trata-se de crime doloso e, independente do número de disparos, haverá crime 
único. 
Obs: Trata-se de um crime expressamente subsidiário, pois havendo crime mais 
grave, o crime de disparo será absorvido. 
 
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Obs: O crime de disparo de arma de fogo absorve os crimes de porte e posse de arma 
de fogo de uso permitido, mas não absorve o crime de porte ilegal de arma de fogo 
de uso restrito. 
Obs: O disparo de arma de fogo em local ermo (desabitado) é atípico, por ausência 
de previsão legal. Ademais, o disparo culposo – acidental – afigura-se também como 
fato atípico. 
 
DIFERENÇAS ENTRE O ART. 15, LEI 10.826/03 E ART. 132, CP: 
1 - O art. 132 traz o perigo a uma pessoa determinada, já no art. 15 da lei 10826/03 o 
perigo é gerado a um número indeterminado de pessoas. 
2 - O art. 15 traz um crime de perigo abstrato e o art. 132, CP traz um crime de 
perigo concreto. 
 
POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, 
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter 
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou 
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Casos de equiparação) 
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma 
de fogo ou artefato; 
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a 
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer 
modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; 
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; 
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, 
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; 
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V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, 
munição ou explosivo a criança ou adolescente; 
Obs: Esse inciso V deve ser praticado de forma dolosa, pois caso seja uma conduta 
culposa teremos o crime de OMISSÃO DE CAUTELA. 
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de 
qualquer forma, munição ou explosivo. 
 
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, 
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer 
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar. 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste 
artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou 
clandestino, inclusive o exercido em residência. 
 
TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a 
qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da 
autoridade competente: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a 
arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. 
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da 
metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 
6º, 7º e 8º desta Lei. 
 
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CASOS ESPECÍFICOS SOBRE O ESTATUTO DO DESARMAMENTO: 
Arma quebrada e incapaz de efetuar disparos: 
Trata-se de crime de perigo abstrato, no entanto, a doutrina e jurisprudência 
admitem que a arma quebrada, como é impossível de atingir o bem jurídico tutelado 
pela norma, se caracteriza como crime impossível. 
 
Porte de arma desmuniciada: 
Segundo STF e 5ª Turma do STJ, é crime, pois estamos diante de crime de perigo 
abstrato, situação em que a probabilidade de dano é presumida pelo tipo penal. 
Contudo, a 6ª Turma do STJ entende que para que se possa caracterizar o crime de 
porte de arma há necessidade de o instrumento estar municiado, pois o tipo penal 
exige a sua eficácia para produzir o dano ao bem jurídico tutelado. 
 
Arma de fogo obsoleta: 
As armas obsoletas, por ausência de potencial ofensivo, não são consideradas arma 
de fogo para efeito de responsabilidade penal por este delito. Trata-se de hipótese de 
crime impossível. Assim, é imprescindível o exame pericial da arma de fogo, 
acessório ou munição, para definir se é de uso permitido ou proibido, ou se obsoleta. 
 
Arma com funcionamento imperfeito: 
Nesse caso, segundo a jurisprudência, trata-se de crime de porte consumado (STF). 
 
Porte da munição sem arma: 
Segundo entendimento atual STJ e STF, não é necessário que haja munição com 
arma, pois o porte de munição, em si, se caracteriza como crime de perigo abstrato. 
 
 
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Porte de arma em Legítima Defesa e Estado de Necessidade: 
Segundo a doutrina e jurisprudência, a legitima defesa e estado necessidade excluem 
a ilicitude também do porte e posse de arma de fogo. 
 
Legítima defesa potencial: 
Ex. Pessoa que porta arma sem autorização porque fora ameaçada pelo vizinho. 
Nesse caso, não podemos falar em legitima defesa, visto que o instituto exige uma 
injusta agressão atual ou iminente e, no caso, não há nenhum dos dois requisitos. 
 
Co-autoria no porte de armas de fogo: 
O crime previsto no artigo 14 da Lei 10.826/2003 é comum, podendo ser cometido 
por qualquer pessoa. Ainda que apenas um dos agentes esteja portando a arma de 
fogo, é possível que os demais tenham concorrido de qualquer forma para a prática 
delituosa, motivo pelo qual devem responder na medida de sua participação, nos 
termos do artigo 29 do Código Penal. 
 
Arma desmontada: 
Segundo a doutrina, a arma desmontada pode caracterizar porte se estiver ao alcance 
do agente, permitindo uma rápida montagem. No entanto, se a arma estiver 
desmontada, porém não estiver ao alcance ou não permitir a montagem em poucos 
segundos, não haverá tipicidade na conduta do agente. 
 
PORTE DE ARMA versus HOMICÍDIO e ROUBO:Segundo entendimento do STJ, o crime de perigo – pelo principio da consunção – 
deve restar absorvido pelo crime de dano. Assim, se o porte de arma foi um meio 
necessário para o homicídio (ou roubo) praticado, estaremos diante da absorção do 
crime de porte pelo crime de homicídio (ou roubo). No entanto, se houver o porte de 
arma em contexto fático distinto, haverá concurso de crimes entre homicídio (ou 
roubo) e porte de arma. 
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Pluralidade de armas - Porte de armas de uso restrito e permitido: 
Não há crime único, podendo haver concurso material, quando, no mesmo contexto 
fático, o agente incide nas condutas dos arts. 14 (porte ilegal de arma de fogo de uso 
permitido) e 16 (posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito) da Lei n. 
10.826/2003. 
 
Adquirir arma de fogo raspada configura também crime de receptação? 
Sim. Ex. infrator adquire uma arma raspada sabendo que é furtada (receptação); 
passa a portar essa arma (art. 16, §ú., IV). Responde pelos dois crimes em concurso 
material, porque os crimes têm objetividades jurídicas distintas e momentos 
consumativos diferentes. 
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, 
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, 
na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular 
da referida arma. 
 
Natureza jurídica da entrega impunível da arma – art. 32: Excludente de 
Punibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEI DE CRIMES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR (Lei 
nº 7.716/89) 
 
Bem jurídico tutelado: 
√ Dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III, CRFB); 
√ Direito à igualdade (art. 5º, inc. I, CRFB). 
 
Competência: 
Justiça comum, Federal (art. 109, CF) ou Estadual. 
 
Ação penal: 
Ação penal pública INCONDICIONADA. 
 
Previsão constitucional: 
“Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV 
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação”. 
“Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo”; 
 
Mandado constitucional de criminalização: 
“Art. 5, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e 
liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei”. 
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Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de 
Discriminação Racial: Promulgada pelo Decreto nº 65.810/69: 
Artigo1º - 1. Para fins da presente Convenção, a expressão "discriminação racial" 
significará toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, 
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular 
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em 
igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos 
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública. 
 
Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010): 
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à 
população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos 
étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais 
formas de intolerância étnica. 
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: 
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou 
preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que 
tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em 
igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos 
político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou 
privada; 
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e 
fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude 
de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; 
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que 
acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; 
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, 
conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga; 
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no 
cumprimento de suas atribuições institucionais; 
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VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e 
pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção 
da igualdade de oportunidades. 
 
Essa lei alterou os arts. 3º, 4º e 20 da Lei nº 7.716/89. 
 
Objeto da Lei nº 7.716/89: 
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou 
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
a) Raça: Conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos são semelhantes e se 
transmitem por hereditariedade. 
b) Cor: Expressão cromática da pele de um indivíduo (cor branca, preta, amarela ou 
vermelha). 
c) Etnia: Comunidade ligada por laços raciais, linguísticos, religiosos e culturais. 
d) Religião: Conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas, 
baseado na fé e devoção a uma divindade à qual se atribui a criação do universo. 
e) Procedência nacional: Lugar ou nação de origem. 
CUIDADO: A discriminação face à OPÇÃO SEXUAL ou ESTADO CIVIL NÃO 
CARACTERIZA crime de RACISMO E NEM MESMO INJÚRIA RACIAL por 
ausência de previsão legal, caracterizando, contudo, o crime de INJÚRIA SIMPLES. 
 
Injúria racial (art. 140, § 3º, CP): 
“Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, 
religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Pena - reclusão de 1 a 3 anos e multa. 
 
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QUESTÃO (Juiz de Direito Substituto, TJ-PA, VUNESP 2014) “X” é negro e 
jogador de futebol profissional. Durante uma partida é chamado pelos torcedores do 
time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no meio do gramado. Caso 
sejam identificados os torcedores, é correto afirmar que, em tese, 
a) responderão pelo crime de preconceito de raça ou de cor, nos termos da Lei n.º 
7.716/89. 
b) responderão pelo crime de racismo, nos termos da Lei n.º 7.716/89. 
c) responderão pelo crime de difamação, nos termos do art. 139 do Código Penal, 
entretanto, com o aumento de pena previsto na Lei n.º 7.716/89. 
d) não responderão por crime algum, tendo em vista que esse tipo de rivalidade entre 
as torcidas é própria dos jogos de futebol,restando apenas a punição na esfera 
administrativa. 
e) responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º do 
Código Penal. 
 
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer 
cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de 
serviços públicos. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, 
cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. 
Pena: reclusão de 2 a 5 anos. 
Obs: Artigo modificado pela lei 12.228/10. 33 
 
QUESTÃO (Oficial de Cartório, PC-RJ, IBFC, 2013) - A Lei n. 7.716/1989, que 
“Define os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor”, dispõe que 
constitui discriminação ou preconceito punível: 
a) Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, 
atender ou receber cliente ou comprador em decorrência das vestes ousadas que 
utiliza. 
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b) Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência 
familiar e social em decorrência da classe social do indivíduo. 
c) Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças 
Armadas em decorrência da orientação sexual do candidato. 
d) Negar ou obstar emprego em empresa privada à pessoa portadora de necessidades 
especiais. 
e) Obstar promoção funcional de servidor da Administração Pública em 
decorrência de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
 
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. 
Pena: reclusão de 2 a 5 anos. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor 
ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: 
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de 
condições com os demais trabalhadores; 
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício 
profissional; 
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, 
especialmente quanto ao salário. 
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, 
incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou 
qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência 
próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas 
exigências. 
 
QUESTÃO (Delegado de Polícia, PC-GO, UEG, 2013) - Múcio, gerente de 
Recursos Humanos de uma empresa privada, durante seleção para preenchimento de 
vaga para secretária executiva, diz na presença de várias pessoas que candidatas de 
origem nordestina não seriam aceitas por não se encaixarem no perfil da empresa. 
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Valéria, uma candidata nordestina, sentindo-se humilhada, retira-se da seleção. Na 
hipótese, Múcio praticou contra Valéria o crime de: 
a) injúria, no caso qualificada, havendo ofendido-lhe a dignidade. 
b) tortura, pois submeteu a candidata a intenso sofrimento mental. 
c) preconceito, por negar ou obstar emprego em empresa privada. 
d) constrangimento ilegal, ao impedir a candidata de participar da seleção. 
 
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, 
atender ou receber cliente ou comprador. 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em 
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. 
Pena: reclusão de três a cinco anos. 
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de 18 anos a pena é agravada 
de 1/3. 
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou 
qualquer estabelecimento similar. 
Pena: reclusão de 3 a 5 anos. 
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, 
ou locais semelhantes abertos ao público. 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, 
casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público. 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, 
barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas 
finalidades. 
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Pena: reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e 
elevadores ou escada de acesso aos mesmos: 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios 
barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido. 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das 
Forças Armadas. 
Pena: reclusão de 2 a 4 anos. 
√ Art. 142, CRFB 
√ Se o acesso negado for a cargo ao serviço militar estadual ou distrital, o crime será 
o do art. 3º. 
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência 
familiar e social. 
Pena: reclusão de 2 a 4 anos. 
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, 
etnia, religião ou procedência nacional. 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos e multa. 
√ Especial em relação ao crime do art. 286, CP (incitação ao crime). 
Obs: Proferir manifestação de natureza discriminatória em relação aos homossexuais 
NÃO configura o crime do art. 20 da Lei n. 7.716/86, sendo conduta atípica, pois ela 
não estava relacionada a qualquer indivíduo, mas sim a opção sexual em si. 
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, 
distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de 
divulgação do nazismo. 
Pena: reclusão de 2 a 5 anos e multa. 
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§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios 
de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: Pena: reclusão de 2 a 5 
anos e multa. 
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério 
Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de 
desobediência: 
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material 
respectivo; 
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou 
da publicação por qualquer meio; 
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede 
mundial de computadores. 
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado 
da decisão, a destruição do material apreendido. 
√ Efeito automático da condenação 
 
Efeitos da condenação: 
a) Efeito automático (art. 20, § 4º): 
Destruição do material apreendido do delito cometido “por intermédio dos meios de 
comunicação social ou publicação de qualquer natureza”. 
 
b) Efeito não automático (arts. 16 e 18): 
- Perda do cargo ou função pública, para o servidor público; 
- Suspensão do funcionamento do estabelecimento particular, por prazo não superior 
a 3 meses. 
 
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RACISMO INJÚRIA RACIAL 
Bem jurídico: Igualdade e 
pluralidade 
Bem Jurídico: Honra subjetiva 
Ofensa dirigida à coletividade Ofensa dirigida à pessoa específica 
Crime inafiançável e imprescritível Crime Afiançável e Prescritível 
Ação Penal Pública Inconcidionada Ação Penal Pública Concidionada 
CUIDADO: RACISMO NÃO É CRIME HEDIONDO! 
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Lei nº 
8.069/90) 
Os direitos da criança e do adolescente vêm previstos primeiramente na Constituição 
Federal (art. 227), no capítulo destinado à família, à criança, ao adolescente e ao 
idoso. Posteriormente, foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 
8.069/1990), que adotou a Teoria da Proteção Integral, com o reconhecimento de 
direitos especiais e específicos de toda criança e adolescente. 
Obs: Criança e adolescente não praticam crime, mas sim ATO INFRACIONAL. 
 
ATO INFRACIONAL 
O ato infracional é conduta descrita como crime ou contravenção penal. Significa 
dizer que se a conduta do adolescente não corresponder a um crime ou contravenção 
não é ato infracional. (Art. 103 do ECA). 
A) Conceito de criança: É a pessoa que possui até doze anos de idade incompletos 
(artigo 2º, primeira parte, da Lei 8069/90). 
B) Conceito de adolescente: É a pessoa que possui entre doze e dezoito anos de 
idade incompletos (artigo 2º, segunda parte, da Lei 8069/90). 
Obs.: O menor de 18 anos emancipado continua sendo penalmente inimputável. 
O art. 27 traz um aspecto puramente biológico, caracterizando a imputabilidade aos 
menores de 18 anos. (art. 228, CF e no art. 104 do ECA). 
Obs: Segundo art. 105 do ECA, a criança, ao praticar ato infracional, tem como 
sanção a MEDIDA PROTETIVA. A criança pratica ato infracional, mas jamais 
sofrerá MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA. O adolescente que pratica ato infracional é 
quem sofre medida socioeducativa, podendo ser cumulada ainda com medida 
protetiva. 
 
O que acontece se uma CRIANÇA pratica ato infracional? 
1) Deverá ser encaminhada ao Conselho Tutelar (art. 136, I, do ECA). 
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2) O Conselho Tutelar poderá aplicar à criança as medidas protetivas previstas no 
art. 101, I a VII, do ECA. 
3) Para a aplicação das medidas protetivas previstas no art. 101, I a VII do ECA, o 
Conselho Tutelar não precisa da intervenção do Poder Judiciário, que somente será 
necessária nas hipóteses de “inclusão em programa de acolhimento familiar” (inciso 
VIII) e “colocação em família substituta” (inciso IX). 
Obs: De acordo com o artigo 121, §5º do ECA o adolescente poderá cumprir a 
medida sócio-educativa até os 21 anos de idade, momento em que terá sua liberação 
compulsória. 
Obs: O período máximo de internação, conforme artigo 121, §3º, é de 3 anos. 
Obs: O adolescente NÃO é preso e sim APREENDIDO. 
 
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias: 
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação 
ou meio equivalente; 
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e 
testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa; 
III - defesa técnica por advogado; 
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei; 
 V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; 
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do 
procedimento. 
 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO: 
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre 
que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
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II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III - em razão de sua conduta. 
 
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino 
fundamental; 
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e 
promoção da família, da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, 
de 2016) V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em 
regime hospitalar ou ambulatorial; 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento 
a alcoólatras e toxicômanos; 
VII - acolhimento institucional; 
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; 
IX - colocação em família substituta. 
 
MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS: 
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá 
aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
I - advertência; 
II - obrigação de reparar o dano; 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - liberdade assistida; 
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V - inserção em regime de semi-liberdade; 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 
 
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 
pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da 
infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127. 
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da 
materialidade e indícios suficientes da autoria. 
 
INTERNAÇÃO PROVISÓRIA 
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo 
de quarenta e cinco dias. 
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios 
suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da 
medida. 
 
ADVERTÊNCIA: 
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo 
e assinada. 
 
OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO: 
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade 
poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o 
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. 
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser 
substituída por outra adequada. 
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE: 
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas 
gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a 
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem 
como em programas comunitários ou governamentais. 
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, 
devendo ser cumpridas durantejornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, 
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à 
escola ou à jornada normal de trabalho. 
 
LIBERDADE ASSISTIDA: 
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais 
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. 
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual 
poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento. 
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a 
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o 
orientador, o Ministério Público e o defensor. 
 
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade 
competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros: 
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e 
inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e 
assistência social; 
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, 
promovendo, inclusive, sua matrícula; 
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no 
mercado de trabalho; 
IV - apresentar relatório do caso. 
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REGIME DE SEMI-LIBERDADE: 
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como 
forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades 
externas, independentemente de autorização judicial. 
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que 
possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. 
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as 
disposições relativas à internação. 
 
INTERNAÇÃO: 
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios 
de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento. 
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica 
da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. 
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser 
reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. 
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. 
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser 
liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida. 
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: 
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa; 
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; 
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. 
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§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser 
superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido 
processo legal. 
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, 
em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por 
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. 
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão 
obrigatórias atividades pedagógicas. 
 
CONSELHO TUTELAR: 
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, 
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do 
adolescente, definidos nesta Lei. 
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os 
seguintes requisitos: 
I - reconhecida idoneidade moral; 
II - idade superior a vinte e um anos; 
III - residir no município. 
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público 
relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. 
 
ATENÇÃO ÀS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR: Art. 136 do ECA. 
 
DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A 
ADOLESCENTE: 
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, 
encaminhado à autoridade judiciária. (JUIZ) 
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Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, 
encaminhado à autoridade policial competente. (DELEGADO DE POLÍCIA) 
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou 
grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, 
parágrafo único, e 107, deverá: 
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente; 
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; 
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e 
autoria da infração. 
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser 
substituída por boletim de ocorrência circunstanciada. 
 
PODE O ADOLESCENTE ANDAR EM VIATURA E SER ALGEMADO? 
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser 
conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em 
condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade 
física ou mental, sob pena de responsabilidade. 
Obs: Dependendo do caso, essa regra pode ser relativizada. 
 
Pode utilizar algema: Deve-se aplicar o que dispõe a Sumula Vinculante nº 11 do 
STF. 
S.V. 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de 
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do 
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
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REALIZADA A OITIVA INFORMAL, O PROMOTOR TERÁ 03 OPÇÕES 
(ARTIGO 180 DO ECA): 
1. Promover o arquivamento; 
Quando verificada a inexistência de ato infracional ou verificada que a autoria foi 
diversa deverá arquivar. 
2. Conceder remissão (art. 126/128 do ECA); 
A remissão é um perdão que pode ser concedida pelo MP ou pelo Juiz. Se for 
concedida pelo MP será uma forma de exclusão do processo, e quando concedida 
pelo juiz caracterizar-se-á forma de suspensão ou de extinção do processo, pois já 
haverá processo. 
3. Oferecer representação. 
É a denúncia do Processo Penal comum. 
 
DOS CRIMES EM ESPÉCIE: 
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o 
adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal. 
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do 
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. 
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada. 
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendoà sua 
apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da 
autoridade judiciária competente: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem 
observância das formalidades legais. 
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou 
adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à 
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: 
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Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a 
vexame ou a constrangimento 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em 
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto: 
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. 
Obs: Mais extenso do que o artigo 249 do Código Penal. 
 
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou 
adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o 
fito de obter lucro: 
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
TRÁFICO DE PESSOAS: Lei 13.344/16: 
Art. 149-A - Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou 
acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a 
finalidade de: 
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; 
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; 
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; 
IV - adoção ilegal; ou 
V - exploração sexual. 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
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§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: 
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a 
pretexto de exercê-las; 
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com 
deficiência; 
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de 
hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade 
hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou 
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. 
 
PORNOGRAFIA INFANTIL: 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer 
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha 
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou 
divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou 
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito 
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou 
outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica 
envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
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Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo 
explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de 
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de 
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de 
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, 
outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: 
(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) 
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime 
mais grave. 
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 
2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: 
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa. 
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com 
ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 
(2015-FGV - Prefeitura de Cuiabá – MT – Técnico de Nível Superior) 
Pedro, com 11 anos de idade, e Paulo, com 12, foram encontrados no banheiro de 
uma escola pública, quebrando os espelhos e as tampas dos vasos sanitários. 
À luz do ordenamento jurídico vigente, assinale a opção que indica a medida a ser 
adotada pela Direção Escolar. 
a) Os alunos praticaram ato infracional. Assim, deverão ser encaminhados para a 
Delegacia Especializada, para a apuração de suas responsabilidades. 
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b) Os alunos praticaram ato infracional. Pedro deverá ser encaminhado ao 
Conselho Tutelar e Paulo, para a Delegacia Especializada. (Art. 136, I, ECA) 
c) Os alunos não praticaram ato infracional. Assim, deverão ser encaminhados ao 
Conselho Tutelar, para a aplicação de medidas de proteção. 
d) Os alunos não praticaram ato infracional. Assim, a Direção Escolar deverá 
resolver internamente o problema, convocando os pais ou responsáveis, para que a 
conduta não se repita. 
e) Os alunos praticaram ato infracional. Assim, deverão ser encaminhados ao 
Conselho Tutelar, para a aplicação das medidas de proteção. 
 
 
(2014/FGV - Analista Judiciário – TJ-RJ) 
Ao passar pela rua e observar que um adolescente furtou a bolsa de uma senhora, o 
Comissário corre e o apreende. Em seguida, deverá o Comissário: 
a) encaminhar o infrator diretamente ao fórum local, para ser apresentado ao Juiz de 
Direito competente; 
b) encaminhar o adolescente ao Ministério Público; 
c) dirigir-se ao Conselho Tutelar; 
d) encaminhar o adolescente à autoridade policial; (Art. 172, ECA) 
e) entregar o adolescente aos seus pais ou responsáveis, que firmarão o compromisso 
de apresentá-lo oportunamente em juízo. 
 
(2016/FEPESE - Agente de Segurança Sócioeducativo – Santa Catarina) 
São atribuições do Conselho Tutelar conforme disposto no artigo 136 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente: 
1. Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração 
administrativa ou penal contra os direitos da criança ou do adolescente. 
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2. Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência.3. Aplicar a medida de proteção prevista no artigo 101, inciso IX, que consiste em 
colocação em família substituta. 
4. Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para 
planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente. 
a) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. 
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. 
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. (Art. 136, ECA) 
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4. 
e) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. 
 
(2016/FGV – Analista Processual do MP-RJ) 
Pablo, adolescente de 15 (quinze) anos, subtraiu para si uma bolsa contendo 
documentos pessoais, aparelho de telefone celular e dinheiro em espécie da idosa 
Joana, em via pública, no Centro do Rio de Janeiro, mediante grave ameaça pelo 
emprego de arma de fogo e violência consistente em uma coronhada na cabeça da 
vítima. Policiais Militares foram alertados e, após diligência que durou uma hora, 
encontraram o menor com os objetos da vítima e com a arma de fogo. O menor foi 
levado à delegacia, onde foram adotadas as medidas de praxe, inclusive sendo 
juntado documento informando que o adolescente já cometera outros três atos 
ilícitos nas mesmas circunstâncias. Ao receber o procedimento e cumpridas as 
formalidades legais, o Promotor de Justiça da Infância e Juventude deverá: 
a) oferecer denúncia em face de Pablo e requerer sua prisão preventiva; 
b) oferecer denúncia em face de Pablo e requerer o relaxamento de sua prisão em 
flagrante; 
c) oferecer representação pela prática de ato infracional em face de Pablo e requerer 
sua prisão preventiva; 
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d) oferecer representação pela prática de ato infracional em face de Pablo e 
requerer sua internação provisória; (Art. 108 e 180, III do ECA) 
e) conceder remissão a Pablo e determinar seu encaminhamento para cumprimento 
de medida protetiva. 
 
(2015/FAURGS – Outorga de Delegação de Serviços Notariais) Assinale a 
alternativa que apresenta afirmação correta em relação às regras previstas na Lei nº 
8.069/90. a) Considera-se criança a pessoa até doze anos de idade completos, e 
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
b) A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, 
preferencialmente admissível na modalidade de adoção. 
c) O adotante há de ser, pelo menos, quatorze anos mais velho do que o adotando. 
d) A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo 
de quarenta e cinco dias. (Art. 108 do ECA). 
 
(2015/CEPS – UFPA – Assistente de Aluno) 
Raimundinho, adolescente de 13 anos, foi visto pelo vizinho furtando-lhe seu rádio, 
fugindo com o aparelho. Dois dias depois, o vizinho acionou a polícia, que procurou 
Raimundinho e o prendeu, já sem o rádio. Nesse caso, a polícia: 
a) agiu certo, porque malandro merece cadeia. 
b) não agiu certo, porque o dono do rádio já tinha brigado com ele muitas vezes. 
c) agiu certo, porque o adolescente causou prejuízos à sociedade. 
d) não agiu certo, porque nenhum adolescente será privado de sua liberdade 
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente. (Art. 106 do ECA). 
e) não agiu certo, porque Raimundinho pode fazer o que quiser por ser menor de 
idade. 
 
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(2011/FCC – TJ-PE – Juiz de Direito) 
No que concerne aos crimes praticados contra a criança e o adolescente, 
estabelecidos na Lei nº 8.069/90, é correto afirmar que: 
a) não se aplicam as normas da Parte Geral do Código Penal. 
b) são tipificadas apenas condutas comissivas. 
c) não há previsão de delito culposo. 
d) são de ação pública incondicionada. (Art. 227 do ECA). 
e) são sempre apenados com reclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (Lei nº 9.099/95 e 10.259/01) 
 
No bojo do processo penal, o juizado especial trouxe novo procedimento. Impende 
destacar que o JECRIM não faz parte de justiça especial, mas sim, uma das 
modalidades da justiça comum. 
 
O procedimento no processo penal se divide em: 
A) Comum Ordinário: crime com pena máxima igual ou superior a 4 anos; Sumário: 
crime com pena máxima inferior a 4 anos; Sumaríssimo: crime de menor potencial 
ofensivo, ou seja, para contravenções penais e crimes com pena máxima de até 2 
anos. 
B) Especiais: previstos no CPP e previstos em Legislação Especial. 
Obs: As contravenções penais, mesmo com pena superior a 2 anos, são consideradas 
IMPO, como é o caso das previstas nos arts. 45, 53, e 54 da LCP. (Art. 61) 
Obs: Quando há concurso de crimes, e as penas máximas somadas superam 2 anos, 
os crimes serão julgados pelo rito sumário, mas quanto aos crimes de menor 
potencial ofensivo serão aplicadas as medidas despenalizadoras. (Art. 60, § único) 
 
EXCEÇÃO: ESTATUTO DO IDOSO (ART. 94 da LEI 10.741/03). A lei 10.741/03 
diz que aos crimes com pena máxima de até 4 anos aplica‐se a lei dos juizados. 
Assim, aos crimes previstos na lei 10.741/03 cuja pena máxima não ultrapasse 4 
anos, será aplicável o procedimento sumaríssimo previsto na lei dos juizados 
especiais. 
Obs: As Contravenções Penais não são julgadas nos Juizados Especiais Federais. 
(Art. 109, IV da Constituição Federal). 
 
SÃO INCOMPATÍVEIS COM O RITO SUMARÍSSIMO: 
1. Causas com necessidade de citação por edital; (Art. 66, § único) 
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2. Causas complexas; (Art. 77, §2º) 
3. Os crimes de violência domestica ou familiar contra a mulher. (Art. 41 da lei 
11.340/06) 
4. Crimes militares. (Art. 90-A) 
 
Princípios formadores do Juizado Especial: celeridade; informalidade; oralidade e 
economia processual. (Art. 62). 
 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL: 
O Juizado Especial adotou a TEORIA DA ATIVIDADE, ou seja, a competência é 
determinada pelo local onde fora realizada a ação ou omissão. Art. 63: A 
competência do juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração 
penal. 
 
A LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS TRAZ TRÊS FASES: 
1ª Fase Preliminar – fase de delegacia; 
2ª Fase de Audiência Preliminar – jurisdicional; 
3ª Audiência e Instrução – procedimento sumaríssimo propriamente dito. 
 
1ª Fase Preliminar – fase de Delegacia: 
Nesta fase não há INQUÉRITO POLICIAL, mas sim TERMO 
CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA, sendo um documento simplório com 
informações básicas acerca do delito, apresentando a qualificação da vitima, do 
suposto autor e a narrativa do fato. 
Obs: A lavratura de TCO, segundo entendimento majoritário, é atribuição exclusiva 
do DELEGADO DE POLÍCIA. 
 
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Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo 
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a 
vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavraturado termo, for imediatamente 
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se 
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, 
o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio 
ou local de convivência com a vítima. 
Obs: Se o autor se recusar a assinar o termo de compromisso, ele não está mais 
coberto pela Lei 9.099 e o procedimento preconizado pelo CPP deve ser aplicado, ou 
seja, deve ser lavrado o Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD), com 
arbitramento de fiança, caso seja cabível. 
Obs: (Art. 28 Lei de Drogas) O usuário não pode ficar preso de nenhuma forma, 
mesmo que não assine o termo de comparecimento ao JECRIM, em razão do 
princípio da proporcionalidade, devendo, contudo, ser lavrado o TCO. 
 
2ª Fase de Audiência Preliminar – Jurisdicional: 
Quando o delegado encaminha o TCO ao Juizado, será designada uma audiência 
preliminar. É uma audiência que antecede a existência da ação penal, nem mesmo 
existe processo, ainda não houve o recebimento da denúncia. O suposto autor do fato 
e a vitima são notificados para comparecerem à audiência, podendo se apresentar 
com advogado ou não. Se não vierem com advogado será designado advogado ad 
hoc, ou seja, somente para aquele ato específico. 
 
COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS: Na audiência preliminar o objetivo 
precípuo é a composição dos danos, sendo o primeiro instituto despenalizador. A 
composição civil, acordo entre ofensor e vítima, geralmente envolve pecúnia. 
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o 
autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus 
advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da 
aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. 86 
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Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo 
Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo 
civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal 
pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao 
direito de queixa ou representação. (EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE) 
Obs: O crime de ação penal pública incondicionada não é mencionado pelo art. 74, 
parágrafo único da Lei n° 9.099/95. Todavia, isso não significa que a composição 
dos danos civis não possa ocorrer nesses crimes. 
Nesse caso não haverá a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE! 
 
TRANSAÇÃO PENAL – ART. 76: 
Não obtida a composição dos danos ou obtida em crime de AÇÃO PENAL 
PUBLICA INCONDICIONADA dar-se-á prosseguimento ao processo, podendo o 
MP propor a transação penal. 
De acordo com o art. 76 a transação penal é utilizada para crimes de ação penal 
pública. A transação penal diz respeito à propositura imediata do MP em aplicar 
medida restritiva de direitos ou multa como condição de não oferecer a denúncia. 
Art. 76, § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá 
reduzi-la até a metade. 
Obs: A transação penal não tem natureza de pena, pois não existe processo, não 
havendo nem contraditório e nem ampla defesa. O entendimento é que a transação 
penal não caracteriza assunção de culpa pelo delito, e por consequência, não 
configura reincidência e maus antecedentes criminal. (Art. 76, §§4º e 6º) 
 
Requisitos para adoção da transação penal: 
Art. 76, § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
- ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de 
liberdade, por sentença definitiva; 
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II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela 
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; 
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da 
medida. 
Obs: Se o MP propõe a transação penal e o sujeito aceita, mas não a cumpre, nasce 
ao MP o direito de oferecer a denúncia. Mas, a denúncia somente poderá ser 
oferecida, em caso de descumprimento, se dentro do prazo prescricional do delito, 
visto que a transação penal não suspende a prescrição. 
Obs: Da sentença que homologa a transação penal cabe recurso de apelação. (art. 76, 
§5º) 
 
3ª Audiência e Instrução – Procedimento Sumaríssimo propriamente dito: 
Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor (defesa preliminar) para 
responder à acusação. A defesa preliminar deve ser apresentada entre o oferecimento 
e o recebimento da peça acusatória. 
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à 
acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, 
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos 
debates orais e à prolação da sentença. 
Obs: Da rejeição da denuncia ou queixa é cabível APELAÇÃO direcionada à turma 
recursal. Da decisão de recebimento da denuncia ou queixa não cabe recurso, 
cabendo tão somente impetração do remédio constitucional de Habeas Corpus 
direcionado para a Turma Recursal. 
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, 
que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro 
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença 
pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual 
constarão as razões e o pedido do recorrente. 
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§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO – SURSIS (Art. 89) 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, 
abrangidas ou não por esta lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá 
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não 
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os 
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do 
Código Penal). 
Obs: Cabe SURSIS PROCESSUAL mesmo diante de infrações do procedimento do 
rito sumário. Se tivermos uma pena de 06 meses a 3 anos, caberá SURSIS, mesmo 
que o crime não seja de competência do JECRIM. 
 
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, 
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a 
período de prova, sob as seguintes condições: 
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
II - proibição de frequentar determinados lugares; 
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; 
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e 
justificar suas atividades. 
Obs: O Juiz poderá especificar outras condições a que ficam subordinadas a 
suspensão, desde que adequadas ao fato e a situação pessoal do acusado. 
 
Requisitos para concessão da suspensão condicional do processo:Crimes com pena mínima igual ou inferior a 1 ano; 
2. Não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime. Não 
abrange contravenção; 
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3. Presentes as demais condições da suspensão condicional da pena. 
Obs: “Não estar sendo processado” não viola a presunção de inocência. 
Obs: Cumpridas todas as condições propostas na suspensão condicional do processo 
estará extinto o processo e, por conseguinte, extinta estará também a punibilidade. 
Não se trata de absolvição! 
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser 
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do 
dano. 
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso 
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 
 
(FGV – OAB 2011.1) 
À luz da lei que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95), 
assinale a alternativa correta: 
a) A competência do juizado será determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração penal. 
b) A citação será pessoal e se fará no próprio juizado, sempre que possível, ou por 
edital. 
c) O instituto da transação penal pode ser concedido pelo juiz sem a anuência do 
Ministério Público. 
d) Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso 
de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de 
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
 
(FGV – OAB 2012.4) 
Assinale a alternativa que apresenta dois institutos despenalizadores previstos na lei 
dos Juizados Especiais: 
a) Suspensão condicional da pena privativa de liberdade e transação penal; 
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b) Transação Penal e Livramento condicional; 
c) Composição civil extintiva da punibilidade e suspensão condicional do 
processo; 
d) Sursis e pena restritiva de direitos substitutiva da privativa de liberdade. 
 
(CESPE – PCGO) 
Por ter praticado infração penal contra Lúcio, Ana foi presa em flagrante e 
conduzida à delegacia, onde se constatou que o tipo penal correspondente à infração 
praticada por Ana prevê pena máxima de dois anos e multa. Nessa situação 
hipotética, a autoridade policial deverá: 
a) exigir o pagamento da fiança, devido ao fato de o crime admitir pena de multa. 
b) instaurar IP mediante a lavratura do auto de prisão em flagrante. 
c) converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, por não se tratar de crime de 
menor potencial ofensivo. 
d) lavrar termo circunstanciado e encaminhá-lo ao juizado juntamente com a 
autora do fato e a vítima. 
e) encaminhar imediatamente as partes ao juizado, para audiência de conciliação. 
 
(2013 – TJPR – Assistente Social) 
Acerca dos Juizados Especial Criminais do Estado, conforme disciplina da Lei nº 
9.099/1995, assinale a alternativa correta.: 
a) O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, 
tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações 
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e 
continência; 
b) Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos da 
Lei nº 9.099/1995, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 10 (dez) anos, cumulada ou não com multa. 
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c) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da 
formalidade, rigidez processual e segurança jurídica, objetivando, sempre que 
possível, a aplicação de pena privativa de liberdade. 
d) Os atos processuais serão secretos e somente poderão realizar-se em horário 
diurno. 
 
(2013 – CESPE – TJPB – Juiz Leigo) 
A respeito do procedimento sumaríssimo criminal e respectivos recursos, assinale a 
opção correta. 
a) Oferecida a denúncia, o acusado deve receber documento com a designação de 
dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, na qual ocorrerá a sua citação 
pessoal. 
b) Recebida a denúncia ou queixa, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de 
acusação e defesa, interrogando-se, necessariamente, a seguir, o acusado e passando-
se imediatamente aos debates orais e à apresentação de memoriais. 
c) Se a complexidade do caso não permitir o imediato oferecimento da denúncia, 
que deve ser oferecida por escrito, o MP deverá requerer ao juiz a realização de 
diligências imprescindíveis. 
d) Da decisão de rejeição da queixa cabe apelação, que poderá ser julgada por 
turma composta de três juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, 
reunidos na sede do juizado. 
 
 
 
 
 
 
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LEI DE DROGAS (Lei nº 11343/06) 
 
Conceito de Drogas: (Norma Penal em Branco Heterogênea) 
Para efeito da lei de drogas, será considerada droga aquela substância que estiver 
prevista na portaria 344/98 da SVS/MS. Logo, para que o agente responda por 
tráfico de drogas, o princípio ativo da substância deverá estar previsto na citada 
portaria. 
 
• Art. 33 da lei 11.343/06 Vs. Art. 243 do ECA: 
Prevalece a lei de drogas pois, pelo princípio da especialidade, é especial em relação 
ao ECA. 
Obs: Venda de cola de sapateiro – Aplica-se o ECA, pois a cola de sapateiro não 
está na Portaria 344/98. 
 
Artigo 28 – “Porte de drogas para consumo pessoal” 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
§ 1 o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, 
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de 
substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 
§ 2 o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à 
(1) natureza e à quantidade da substância apreendida, ao (2) local e às condições em 
que se desenvolveu a ação, às (3) circunstâncias sociais e pessoais, bem como à (4) 
conduta e aos antecedentes do agente. 
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§ 3 o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas 
pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 
§ 4 o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste 
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 
 
Vedação da prisão em flagrante: 
Não caberá a prisão em flagrante do autuado por porte de drogas para consumo 
pessoal, uma vez que, quando da sentença condenatória também não será possível a 
pena privativa de liberdade. Logo, pelo princípio da proporcionalidade, se não pode 
prender depois também não o poderá antes. 
Art. 48, § 2 o - Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá 
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente

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