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TAREFA FICHAMENTO - Em direção à uma profissão, não à um ofício

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Fichamento do Texto:
 
 Rumo a uma profissão, não a um ofício
No texto, o autor, baseado em sua experiência profissional, diz que o educador físico não tem um embasamento teórico ou alguma justificativa para o que faz.
O autor diz que o problema de se ter uma ausência de um campo básico para a educação física é antigo e que não houve tentativas para desenvolver um corpo de conhecimento devido aos profissionais da área que resistem em reestruturar a profissão e adicionar ao currículo um corpo adequado de conhecimento, pois eles são incapazes de enxergar a influência da teoria na hora de se ensinar educação física na escola.
Fazendo uma crítica aos “profissionais” da educação física, o autor diz que estes deveriam saber o conceito de profissão, utilizando as palavras de Whitehead, que diz que “...a teoria baseada na compreensão é essencial para uma profissão.”, e que um ofício é “uma vocação baseada em atividades habituais e modificadas pelas tentativas e erros do indivíduo...”.
O autor enfatiza que embora possa haver vantagens práticas a este sistema de ensino, segundo Weiss, “Resta pouco espaço para a crítica, e praticamente nenhuma para aqueles que são jovens. Criatividade, ousadia e visão - embora não desconhecida - porque estes não são incentivados e raramente são encontrados depois de um tempo.”
 Muitos profissionais que expressam seu interesse nos fenômenos do esporte e outros campos da educação física são mal vistos por seus colegas, pois estes acreditam que é apenas uma maneira de receber prestígios acadêmicos maiores, o que é uma visão errada, segundo o autor, pois a necessidade do campo teórico no campo da educação física pode trazer prestígio acadêmico não só para o indivíduo apenas, mas para todo o campo, formando a base de autenticação profissional. 
Achar que o status ocupacional será elevado pelo reconhecimento universal de algum corpo bem definido é ingênuo comparado com os fatos que regem a ordem hierárquica das profissões. As profissões que têm conhecimento relevante sobre a vida ou a morte no contexto social têm o mais alto status. Antigamente, eram essas medicina, direito e o sacerdócio. Atualmente, profissões centradas na área biológica, como a engenharia genética, estão em ascendência.
Outro fator que contribui para a hierarquia profissional é o status de seus clientes, se estes procuram o profissional por causa de sua reputação elevada ou por ser obrigado a fazê-lo. Esse e outros fatores atuam em combinação com a qualidade do profissional, avaliando o seu período de formação pós-graduada e a gama de suas atividades profissionais. Essa hierarquia existe dentro e entre as profissões. No campo educacional Jackson diz que “o prestígio é distribuído em toda a profissão de aprendizagem de acordo com a qualidade [...] e as conseqüentes dificuldades envolvidas em alcançá-lo...”.
Similarmente, no campo dos assuntos, os altos status são concedidos para professores de física ou matemática, que ensinam algo “misterioso”, que poucas pessoas conseguem dominar. Já o educador físico tem um status mais baixo, já que as pessoas parecem conhecer o que ele/ela irá ensinar.
Analisando todo este contexto, o autor chega à conclusão que em relação às profissões de elite, professores de educação física não tem probabilidade de melhorar o seu prestígio público mas, que o fato de nosso status ser baixo não deve nos perturbar pois esta é uma avaliação não-oficial e geralmente subconsciente da capacidade de uma profissão.
A necessidade de desenvolver um corpo de conhecimento básico de educação física não é uma questão de prestígio, mas uma necessidade de aprimorar o atendimento profissional.
Analistas propõem uma lista de características únicas como indicadores qualificáveis da proximidade de um determinado grupo profissional para alcançar o pleno reconhecimento como uma profissão.
Segundo Harries-Jenkins: “É essa ligação da habilidade profissional com o domínio ou coincidência da teoria subjacente que é a verdadeira diferença entre as competências exigidas dos membros de um grupo altamente profissionalizado e outros grupos menos profissionalizados. “
Harries-Jenkins também observa que a exigência de um treinamento é o pré-requisito para alcançar um status profissional que muitas vezes é maior do que a preparação dada por muitas profissões.
Em nossa sociedade moderna, o processo de profissionalização requer um corpo de teoria sistemática e as habilidades necessárias à prática profissional e é obtido pelos indivíduos em um ambiente acadêmico formal.
Os educadores físicos são treinados em uma universidade ou faculdade onde recebem o bacharel para o domínio dos requisitos para a especialização em educação física. A maioria destes programas são de ordem técnica ao invés de acadêmico e teórico.
O autor vê tudo isso como algo muito confuso, pois, se educação física for considerado em paralelo com as outras disciplinas escolares, isso implica na existência de um campo de conhecimento, assim como é o caso de qualquer outra disciplina ensinada na escola.
Kroll (1971) faz uma analogia quando compara o curso de educação física ao de formação de clérigos, mostrando que não adianta ter aulas que meramente descrevem uma análise do trabalho se não aprenderem teologia.
O autor diz que nosso chamado programa de preparação profissional lidam quase que inteiramente com o foco educacional da profissão sem a devida consideração ao conteúdo da matéria de atividade física em si.
Infelizmente, a imagem pública da nossa profissão como um ofício já está bem formulada e, segundo o autor, essa imagem será difícil de ser mudada, já que por tanto tempo os estudantes de educação física só foram treinados em um currículo ditado pelo que acontece na escola pública.
É preciso ter um conhecimento, algum tipo de esquema conceitual para elevar-se o nível de apenas possuir uma colocação de fatos desconexos, opiniões ou habilidades.
Para atender as exigências da sociedade que está sempre em constante mudança, a profissão deve encorajar a formulação de um campo para aumentar a oportunidade da entrada acadêmica em seus programas de estudo.
Chega um momento crítico na vida de todas as organizações e instituições quando a necessidade de passar por uma mudança súbita e extensa é aparente. E educação física chegou nesse ponto. A geração anterior de especialistas não vêem uma necessidade de organizar uma área de assunto básico para sua prática profissional. Mas a educação física do futuro, trabalhando com uma sociedade intelectual e tecnologicamente avançada, terá de acelerar o progresso em direção a uma compreensão mais completa de si mesmo e, só assim, será possível responder como uma Profissão.
Referências Bibliográficas:
Harries-Jenkins, A. Professionals in organizations.
In J. A. Jackson (Ed.), Professions and professionalization.
Cambridge: The University Press (1970), 53-107.
Jackson, J. A. Professions and Professionalization.
Cambridge: The University Press, 1970.
Morford, W. R. Toward a Profession, not a Craft. 
Quest, Maryland, n.18, p.88-93, 1972
Whitehead, A. N. Adventures of ideas. 
New York: Macmillan Co., 1933.
Weiss, P. Sport a philosophic inquiry. 
Carbondale: Southern Illinois University Press
(Arcturus Books ed.), 1971.

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