Buscar

RESENHA_PSICJUR-n

Prévia do material em texto

FACULDADE DE DIREITO DA FUNDAÇÃO ESCOLA SUPERIOR DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
PSICOLOGIA JURÍDDICA 
PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Renata Maria Dotta Panichi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRENDIZAGEM DESEJADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2010 
Psicologia Jurídica Renata Dotta 
2 
 
É indubitável que uma das primeiras perguntas que o jurista faz a si próprio é o 
significado da Psicologia Jurídica. Esta pergunta justifica-se, estre outras razões , pelo fato 
de que a Psicologia, que a maioria de nós estudou ou estuda no curso secundário, não parecia 
poder abandonar essa pretensão. Muita gente adquiriu, em seus tempos de bacharel, a ideia de 
que esta matéria era pouco conhecida pelos que a ensinaram e /ou a consideraram como uma 
de tantas disciplinas com a esperança de esquecê-las. 
 
Não obstante, a psicologia atual é algo mais do que isso. É uma ciência que 
oferece ferramentas para soluções que até então não existiam e que seriam de extrema 
utilidade e importância para a aplicação do Direito. 
 
Através da Psicologia procura-se entender o comportamento humano, o qual, para 
o Direito, é quase sempre determinado e padronizado, por normas. Normas estas que são 
aplicadas por investigadores que descobriram técnicas diferentes que lhes permitiram chegar a 
diversas concepções para a descrição compreensiva dos fatos e leis da vida atual. Estas se 
caracteriza pela simultânea existência de distintas escolas; cada uma delas em sua esfera digna 
de atenção e respeito. Assim, por exemplo, prevalecem no atual panorama psicológico várias 
escolas sumamente frutíferas especialmente a psicanálise (Freud, Jung, Alexander, Ferenczi) 
e a psicologia de forma (Wertheimer, Köhler, Koffka, Goldstein), tendo em vista que ambas 
descobriram novos problemas e permitiram, mercê do emprego de técnicas especiais, 
catalogar novos fatos e estabelecer a existência de novas relações psíquicas. 
 
Na contemporaneidade a Psicologia Jurídica não se restringe na elaboração de 
psicodiagnóstico, está presente em quase todos os Tribunais de Justiça do país incluindo 
organizações que integram os poderes Judiciário, Executivo e o Ministério Público, em várias 
áreas de atuação: Varas de Família, Infância e Juventude, Práticas de adoção, Conselhos 
Tutelares, prisões, abrigos, unidades de internação, entre outras. 
 
Temos por encontrar a Psicologia Jurídica no Direito da Família onde tem espaço 
obrigatório por lidar com uma instituição social importante que é a base para o exercício da 
cidadania. Ela favorece e fortalece a família sócio afetiva, ressalvando a valorização da 
efetividade nas relações familiares. No Direito Penal ela pesquisa a fundo os processos 
psíquicos do homem delinquente e quais os motivos que o levou a delinquir. No âmbito do 
Direito Geral, segundo Paulo Dourado, ela possibilita descobrir falso testemunho e a 
autoridade dos delitos; colabora na formação da convicção do juiz sobre a veracidade ou 
falsidade do depoimento do delinquente; analisa documentos e fatos em função da 
personalidade de seus autores e a idade do delinquente; indaga as motivações psicológicas das 
decisões judiciais. 
Com a contribuição de psicólogos, dentre outras atividades, são resolvidos 
conflitos familiares, realizadas adoções, solucionadas disputas de guarda, regulamentadas 
visitas de pais e avós, interditadas pessoas que não tem capacidade de gerir seus bens, 
atendidos adolescentes em conflitos com a Lei, acompanhadas execuções de penas, propostas 
no regime penal dos sentenciados. (COSTA, 2001). 
 
 
Psicologia Jurídica Renata Dotta 
3 
 
Considerações finais 
 
Com base nos estudos revisados fica claro que a Psicologia Jurídica é uma área 
em ascensão no Brasil, pois abre caminhos para uma nova possibilidade de atuação e prática 
do profissional de Psicologia. A articulação entre ciência psicológica e Direito surge a fim de 
atender demandas sociais no que concerne a inserção desse profissional nas Organizações de 
Justiça, visando auxiliar nos setores jurídicos, na tomada de decisões. Esse artigo se 
fundamenta a partir de uma revisão teórica sobre a atuação do psicólogo jurídico, suas 
práticas e funções. Espera-se que esse material sirva de subsídio para pesquisas e produção de 
conhecimento científico, bem como para motivação de estudos empíricos com temas 
semelhantes.

Outros materiais

Perguntas Recentes