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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * 1.10 - A conjunção e o estabelecimento de relações semânticas e lógicas OBJETIVO: Reconhecer a conjunção em suas relações semânticas e lógicas * * * Texto motivador - Um argumento cínico (1) Certamente nunca terá faltado aos sonegadores de todos os tempos e lugares o confortável pretexto de que o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores incompetentes e desonestos. (2) Como pretexto, a invocação é insuperável e tem mesmo a cor e os traços do mais apurado civismo. (3) Como argumento, no entanto, é cínica e improcedente. (4) Cínica porque a sonegação, que nesse caso se pratica, não é compensada por qualquer sacrifício ou contribuição que atenda à necessidade de recursos imanente a todos os erários, sejam eles bem ou mal administrados. (5) Ora, sem recursos obtidos da comunidade não há policiamento, não há transportes, não há escolas ou hospitais. (6) E sem serviços públicos essenciais, não há Estado e não pode haver sociedade política. (7) Improcedente porque a sonegação, longe de fazer melhores os maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio, além de agravar a carga tributária dos que não querem e dos que, mesmo querendo, não têm como dela fugir — os que vivem de salário, por exemplo. (...) (8) É muito cômodo, mas não deixa de ser, no fundo, uma hipocrisia, reclamar contra o mau uso dos dinheiros públicos para cuja formação não tenhamos colaborado. (9) Ou não tenhamos colaborado na proporção da nossa renda. VILLELA. João Baptista. Veja. 25 set. 1985. (com adaptações) * * * Observe como se relacionam os períodos do texto: (1) Certamente nunca terá faltado aos sonegadores de todos os tempos e lugares o confortável pretexto de que o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores incompetentes e desonestos. (2) Como pretexto, a invocação é insuperável e tem mesmo a cor e os traços do mais apurado civismo. (1) Inicia-se o texto com a exposição do argumento utilizado pelos sonegadores para não se pagar impostos: “parar nas mãos de administradores incompetentes e desonestos”. (2) O autor reconhece que, tomada como pretexto, a justificativa apresentada pelos sonegadores possui até espírito cívico. * * * (3) Como argumento, no entanto, é cínica e improcedente. (4) Cínica porque a sonegação, que nesse caso se pratica, não é compensada por qualquer sacrifício ou contribuição que atenda à necessidade de recursos imanente a todos os erários, sejam eles bem ou mal administrados. (3) A expressão “no entanto” estabelece uma relação de oposição entre o que foi dito no período anterior (como pretexto, a justificativa para se sonegar impostos é insuperável e possui espírito cívico) e o que será dito a seguir (como argumento, além de ser cínica, não procede). (4) Através da conjunção “porque”, o produtor do texto apresenta o motivo pelo qual considera a justificativa cínica: os sonegadores não substituem a sonegação por outra forma de contribuição que atenda às necessidades do Estado. * * * (5) Ora, sem recursos obtidos da comunidade não há policiamento, não há transportes, não há escolas ou hospitais. (6) E sem serviços públicos essenciais, não há Estado e não pode haver sociedade política. (5) Ao utilizar o conectivo “ora”, o enunciador inicia uma argumentação contrária à idéia de o Estado poder sobreviver sem os recursos obtidos da comunidade. (6) Ao introduzir o período, a conjunção “e” acrescenta mais um argumento em relação ao que se afirmou no período anterior: sem impostos não há serviços públicos essenciais – policiamento, escolas, transportes e hospitais – a propósito, esses serviços públicos é que fazem o Estado. * * * (7) Improcedente porque a sonegação, longe de fazer melhores os maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio, além de agravar a carga tributária dos que não querem e dos que, mesmo querendo, não têm como dela fugir — os que vivem de salário, por exemplo. (7) Após apresentar o argumento dos sonegadores como cínico, o autor o apresenta também como improcedente (3º período). Ele justifica a improcedência, usando o conectivo “porque”, isto é, já que não contribui para a melhoria de maus governos, a sonegação é improcedente. Ainda no mesmo período, a expressão “além de” acrescenta mais um argumento a favor da improcedência da sonegação: eleva a tributação dos que não têm como fugir dela, os assalariados, por exemplo. * * * (8) É muito cômodo, mas não deixa de ser, no fundo, uma hipocrisia, reclamar contra o mau uso dos dinheiros públicos para cuja formação não tenhamos colaborado. (9) Ou não tenhamos colaborado na proporção da nossa renda. (9) A conjunção “ou” introduz um período que apresenta uma outra atitude também hipócrita: reclamar do mau uso do dinheiro se nossa contribuição foi abaixo do que deveria. (8) A conjunção “mas” estabelece uma relação de oposição entre o fato de ser cômodo reclamar do mau uso do dinheiro público e também ser hipocrisia reclamar, visto que não se colaborou com a arrecadação desse dinheiro. Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * 1.10 - A conjunção e o estabelecimento de relações semânticas e lógicas – Parte II * * * Conjunção - Palavra Relacional “Adoro a África. Sei muitas coisas sobre ela procuro obter informações em livros e na Internet.” pois * * * Trabalhando o valor discursivo dos conectivos... I - Vá visitá-lo e não deixe de dar-lhe um abraço. - O clima estava tenso e João teve medo. - Fui à cozinha para comer e vi as panelas vazias. - Maria chorou, e chorou, e chorou. Coitadinha! Acréscimo Conseqüência Oposição Ênfase * * * II - O homem não é só matéria, mas tem alma. - O curso era interessante, mas caro demais. - João perdeu o ano, mas recuperou a saúde. - José não trabalhou hoje, mas já tinha licença. - Fiz todos os trabalhos, mas não o de Inglês. Inclusão Compensação Justificativa Exclusão Objeção * * * III - Estudei como um louco para as provas. - Estudei como o professor orientou. - Como você não foi lá em casa, não estudei. IV - Desde que ele se foi, nunca mais ligou. - Tirarão boas notas, desde que estudem. Comparação Conformidade Causa Tempo Condição * * * IV - Pedrinho: - A prova de Ciências será hoje e Maria nem começou a estudar, mamãe. Mãe: - Pois Maria há de ouvir quando o pai chegar. Ameaça Conseqüência - Afonso: - Aparecida anda muito calada. - Aparecida: - É melhor ser muda, pois ninguém me compreende nesta casa. - Fiscal: - Tem documento? - Vendedor: - Não , mas vou tirar amanhã. - Fiscal: - Pois já está preso hoje. Causa * * * Trabalhando a reescritura... VII – Alguns remédios saíram do mercado quando publicaram sua proibição. Alguns remédios saíram do mercado desde que publicaram sua proibição. VIII – Se houver um desconto, viajaremos na primeira classe. Viajaremos na primeira classe contanto que haja um desconto. Tempo Condição * * * Trabalhando a reescritura... IX - Vocês tinham obrigação de tirar uma boa nota, pois a prova estava fácil. - A prova estava fácil; logo, vocês tinham - Fiquei estudando nas férias; logo, fui bem nas provas. obrigação de tirar uma boa nota. X - Fui bem nas provas, pois fiquei estudando nas férias. Explicação Causa * * * Atenção para algumas incoerências!!! Oposição Causa o talento do artista, a platéia o aplaudiu de pé. - Foi um técnico de sucesso, nunca conseguiu sua reputação. - Embora reconhecesse pois - Visto que reconheceu mas
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