AULA 8 - ERGOGÊNICOS

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Suplementos 
ergogênicos 
 
 PROF. DR. BRUNO GUALANO 
 
 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
O que é bom?... 
…E o que não é? 
300.000 suplementos!!! 
Silver et al., 2001; Goston e Correia, 2010; Bianco et al., 2011; Morrison et al., 2004, Tekin et al., 2004 
40,1% consomem suplementos 
82.9% praticantes de musculação 
 
+1 a 3%... 
 Placebo 
 
 Creatina 
 
 Tamponantes 
 
 Cafeína 
 
 Estudo de caso: "Jack3D” 
 
O que veremos hoje: 
 
 
 “ 
Efeito placebo existe? 
“Em estudos controlados, os efeitos dos 
homeopáticos são semelhantes aos do placebo” 
The Lancet 2005, 366 727-32 
Efeito placebo 
MSSE 38:2159-64 
Efeito placebo: influência 
do investigador 
 
Suplementação de 
creatina 
Wyss et al., 2001 
Creatina – conceitos básicos 
Sistema PCr-CK-Cr 
 
Wallimann et al., 2011 Amino Acids 
0 5 10 15 20 25 
Days to complete loading 
1-2 x 3g 
4 x 3g 
4 x 5g 
Suplementação de creatina: diferentes 
protocolos, mesmos resultados 
dose vs 
 loading time 
from 
Harris 
et al 
1992 
& 
Hultman 
et al 
1996 
Suplementação de creatina 
e desempenho físico 
Adaptado de Gaitanos et al., 1993 
Suplementação de creatina 
e desempenho físico 
Adaptado de Balson et al., 1993 
Suplementação de creatina na 
força e massa magra 
Nissen and Sharp (2003) 
 
Efeitos da suplementação de 
creatina no balanço proteico 
Adaptado de Louis et al., 2003 
Efeitos da suplementação de 
creatina no volume de treino 
 
 Aumento do volume de treino (Volek et al., 
1997, Burke et al., 2003) 
 
 E se o volume de treino for equalizado? 
 
 ... ganhos similares de força máxima, 
volume e massa magra (Syrotuik et al., 2000) 
 
 
A suplementação de creatina 
melhora o desempenho esportivo 
 Modalidades de combates 
 
 Modalidades coletivas 
 
 Provas de curta duração 
 
 Modalidades dependentes de massa 
corporal 
Kreider et al., 2011, Gualano et al., 2011, Branch et al., 2003 
“Por que há tantos 
resultados contraditórios?” 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
low average high 
pre - 
loading 
creatine 
content 
Responsividade à creatina 
increase 
with loading 
Total 
~ 30g 
Total 
~ 56g 
0 - 10g 
Total = increase in body 
pool for a 70kg person 
g/kg 
muscle 
Características do exercício 
Exercícios com duração > 150 s de duração... 
Nenhuma diferença significante. 
Adaptado de Branch et al., 2003 
Características do exercício 
 
* 
* 
* 
* 
* Efeito significante da creatina 
Exercícios com duração < 30 s de duração... 
Adaptado de Branch et al., 2003 
 
 
 
 
 
 
Peso corporal 
* * * 
Efeito estatisticamente significante da Cr 
Efeito estatisticamente não significante da Cr Adaptado de Branch et al., 2003 
Suplementação de creatina: 
efeitos adversos sobre a função 
renal? 
 creatina creatinina (Wiss et al., 2001) 
 
 
 “Excesso que deve ser excretado pelo rim” 
(Ferreira et al., 2005, Kuehl et al., 1998, Edmunds et al., 2001) 
 
 
 
Gualano et al. A suplementação de creatina prejudica a função renal? Rev Bras Med Esporte 2009;14: 68-73 
Efeitos da suplementação de 
creatina sobre a função renal 
 “Jovem “saudável” (24 anos, PA: 152/100) 
apresenta IRA (nefrite intersticial aguda)” 
 
 “Alega consumir mais de 17 tipos de 
suplementos...” 
 
 “...incluindo creatina (2,1g/d)” 
 
 “nefrite intersticial induzida por creatina como 
um diagnóstico diferencial para IRA em atletas” 
 
Thorsteinsdottir et al., 2006 J Ren Nutr. 16(4):341-5 
De onde vêm as “evidências”? 
De onde vêm as “evidências”? 
 “Fisiculturista (22 anos) apresenta síndrome 
nefrótica” 
 
 “tomando continuamente metandiona em alta 
quantidade” 
 
 “o paciente também consumia 200 g/d de creatina” 
 
 “os autores chamam atenção para o papel da 
creatina na insuficiência renal” 
 
 Revai et al., 2003. Orv Hetil. 144(49):2425-7 (artigo em húngaro) 
Há evidências de que a 
suplementação de creatina é 
segura em longo prazo e em 
populações de risco? 
Glomerular filtration rate in healthy humans 
(plasma Cystatin-C determination) 
(UNPUBLISHED data from JR Poortmans and C. Kim) 
50
75
100
125
150
G
lo
m
er
u
la
r 
fi
lt
ra
ti
on
 r
at
e
(m
l/
m
in
)
control < 1y 1-2y 3-4y 5-10y
creatine supplementation
Resting condition
 
Cortesia Prof Jacques Poortmans 
Upper normal limit 
Efeitos da suplementação de 
creatina em idosos 
 
Neves-Jr et al. Appl Physiol Nutr Metabol 36(3):419-22. 
 
 
Efeitos da suplementação de 
creatina em indivíduo com rim único 
Gualano et al. 2010; Am J Kidney Dis 55(3):7-9 
Efeitos da suplementação de 
creatina em diabéticos 
Gualano et al., Eur J Appl Physiol 2011 May;111(5):749-56 
Efeitos da suplementação de 
creatina em praticantes de 
musculação sob dieta hiperproteica 
 
Lugaresi et al., 2013 
Há com o que se preocupar? 
 
Geyer et al., 2008 
Suplementação de creatina: 
implicações à saúde 
 
Gualano et al., 2010. Exploring the therapeutic role of creatine supplementation. Amino Acids. 38(1):31-44. 
Gualano et al., 2011. In sickness and in health: the widespread application of creatine supplementation. Amino Acids (in press). 
Wallimman et al., 2011. The creatine kinase system and pleiotropic effects of creatine. Amino Acids 40:1271–1296. 
Suplementação de creatina: 
implicações à saúde 
 
Em suma 
 
 A suplementação de creatina (3 a 20 
g/d) é ergogênica em atividades de 
altíssima intensidade (<30s) 
 
 A suplementação de creatina é segura. 
 
 
 Dúvidas? 
Suplementação de 
tamponantes e cafeína 
A acidose provoca fadiga 
 
Mecanismos de tamponamento 
CHO Lactato + H+ 
 
 
TAMPÕES DINÂMICOS 
a) MCT 
b) NHE 
c) NBC 
 
 
 
TAMPÕES FÍSICO-
QUÍMICOS 
a) Fosfato 
b) Bicarbonato 
 c) Peptídeos 
 
Suplementação de 
bicarbonato de sódio 
Suplementação de NaHCO3 
 Judocas de elite (n=36) 
 
 NaHCO3 = 0,3g/kg (90 a 120 min 
antes do teste) 
 
 Cross-over, duplo-cego 
 
 1) Wingate; 2) SJFT; 3) Análise de luta 
 
 
Artioli et al., 2007 IJSNEM 
Wingate 
 
Artioli et al., 2007 IJSNEM 
Wingate 
 
SJFT 
Artioli et al., 2007 IJSNEM 
Artioli et al., 2007 IJSNEM 
SJFT 
 
Artioli et al., 2006 RBME 
Análise de luta 
Artioli et al. RBME 2006 
lactato sangüíneo 
Suplementação de NaHCO3 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
Suplementação de NaHCO3: 
mecanismo de ação 
30 
35 
40 
45 
50 
55 
60 
65 
70 
75 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 
T
W
D
 (
k
J
) 
Participants 
Individual TWD (kJ) in the CCT110% in both P (●) and SB (●). Participants 18 – 21 
are the participants who experienced gastrointestinal symptoms. 
Cortesia Bryan Saunders 
30 
35 
40 
45 
50 
55 
60 
65 
70 
75 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 
T
W
D
 (
k
J
) 
ParticipantsIndividual TWD (kJ) in the CCT110% in both P (●) and SB (●). Participants 18 – 21 
are the participants who experienced gastrointestinal symptoms. 
Cortesia Bryan Saunders 
 
Suplementação de 
beta-alanina 
HISTIDINA (50µM) ß-ALANINA (<2µM) 
ß-alanina 
(fígado) Carnosina, anserina 
(dieta) 
CARNOSINA 
(Carnosina Sintetase) 
 
Artioli, et al., 2010; Sale et al., 2010; Derave et al., 2010 
Beta-alanina & carnosina 
Carnosinase 
O treinamento aumenta 
carnosina intramuscular? 
Tallon et al., 2005 
20 
25 
30 
35 
T nT 
0 2 4 0 2 4 
m
m
o
l/
k
g
 d
m
 
T nT 
T + ßa nT + ßa 
0 2 4 0 2 4 
* 
** 
* 
* 
T+ßa nT+ ßa 
O treinamento aumenta 
carnosina intramuscular? 
Kendrick et al., 2009 
ß-Ala 
0 
20 
40 
Placebo 
0w 
4w 
10w 
Carnosine 
mmol/kg dm 
0 
20 * 
Mean (SE) 
** 
80% 
A suplementação de beta-alanina 
aumenta carnosina intramuscular 
59% 
Hill et al., 2007 
Cápsulas de absorção lenta 
4 – 6,4 g/d 
400-800 mg/dose (4-8 doses/d) 
Hipótese para a ação 
ergogênica da beta-alanina 
 
Artioli et al., 2010 
A suplementação de beta-alanina 
melhora o desempenho anaeróbio 
Δ 
Trabalho 
 (kJ) 
Placebo 
40 
50 
60 
70 
80 
0 10 20 30 40 
 Carnosina (mmol.kg-1 dm) 
ß-Alan 
 
40 
50 
60 
70 
80 
10 20 
30 40 
sem 0 
sem 4 
sem 10 
10 20 30 40 0 
 Carnosina (mmol.kg-1 dm) 
Hill et al., 2007 
Sale et al., 2013 
Evidência da ação ergogênica 
da beta-alanina em função da 
característica do exercício 
 
Hobson et al., 2012 
Evidência da ação ergogênica 
da beta-alanina sobre o 
desempenho físico e esportivo 
 
Hobson et al., 2012 
A suplementação de beta-alanina 
melhora o desempenho de 100 e 
200m na natação 
 
Painelli et al., (in press) 
-2.8 s (~2%) 
-1.3 s (~2%) 
O significado de “2,8 seg” no 
mundo real… 
 1:42.96 New W.R. +1.89s 
+2,18s 
Beijing Olympic Games – Final 200m freestyle 
Optimização da capacidade 
tamponante com beta-alanina 
+ bicarbonato de sódio 
 
Tobias et al., (in press) a – diferente de PL+PL; b – diferente de todos 
Efeitos adversos da 
suplementação de beta-alanina? 
Adaptado de Harris et al., 2006 
Parestesia 
Suplementação de 
cafeína 
A cafeína melhora o desempenho 
físico-esportivo 
 Reduz percepção de esforço 
 
 Aumenta o disparo neural 
 
 Aumenta o recrutamento de fibras 
 
 Reduz acúmulo intersticial de potássio 
 
 
Hespel et al., 2006 
A cafeína melhora o desempenho 
físico-esportivo 
 
 
 
Hespel et al., 2006 
A cafeína possui efeitos 
colaterais 
 
 Insônia 
 Diarreia 
 Dor de cabeça 
 Taquicardia 
 Abstinência 
 
 
Australian Institute of Sports, Sports Nutrition, 2012 
Efeito placebo 
Med Sci Sports Exerc 38:2159-64 
Em suma 
 Suplementos de NaHCO3 (até 0,3 g/Kg) e beta-
alanina (até 6,4 g/d) podem ser (sinergicamente) 
ergogênicos em atividades acidóticas (>60s e <5 min) 
 
 A suplementação de cafeína (a partir de 2 mg/Kg) 
melhora o desempenho físico-esportivo em diversas 
condições, porém o “efeito placebo” não pode ser 
desconsiderado 
 
 Cuidado: efeitos adversos relacionados à NaHCO3, 
beta-alanina e cafeína 
Mensagem para casa! 
 1) Suplementos que não foram discutidos hoje: 
 
 a) não são comprovadamente ergogênicos 
 b) são comprovadamente não ergogênicos 
 c) são combinações de ergogênicos 
 d) não são suplementos, mas sim doping 
 
Case: “Jack 3D” 
OU GERÂNEO… 
DOPING! 
EFETIVOS! EFEITOS 
ADVERSOS! 
Mensagem para casa! 
 1) Suplementos que não foram discutidos hoje: 
 
 a) não são comprovadamente ergogênicos 
 b) são comprovadamente não ergogênicos 
 c) são combinações de ergogênicos 
 d) não são suplementos, mas sim doping 
 
 2) Suplementos eficazes são raros e 
promovem benefícios marginais