Buscar

Legislação Social e Trabalhista PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 244 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 244 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 244 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

K
LS
LEG
ISLA
Ç
Ã
O
 SO
C
IA
L E TRA
B
A
LH
ISTA
Legislação 
Social e 
Trabalhista
KLS
Evandro Luís Amaral Ribeiro
Legislação social e 
trabalhista
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Ribeiro, Evandro Luís Amaral 
 
 ISBN 978-85-8482-222-5
 1. Direito do trabalho. 2 . Trabalho – Aspectos sociais. I. 
Título.
 CDD 342.6
Ribeiro. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional 
S.A., 2015.
 240 p.
R484L Legislação social e trabalhista / Evandro Luís Amaral 
2015
Editora e Distribuidora Educacional S. A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041 ‑100 — Londrina — PR
e‑mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice‑Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Gerente Sênior de Editoração e Disponibilização de Material Didático: 
Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Coordenação de Produção: André Augusto de Andrade Ramos
Coordenação de Disponibilização: Daniel Roggeri Rosa
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
Unidade 1 | O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
Seção 1.1 - Conhecendo os fundamentos do Direito do Trabalho
Seção 1.2 - O que se deve saber sobre o Contrato Individual de Trabalho 
Seção 1.3 - A pessoa do empregado
Seção 1.4 - A pessoa do empregador
7
11
23
35
51
Sumário
Unidade 2 | O mundo do empregado: salário, equiparação salarial e 
remuneração
Seção 2.1 - O salário e seus elementos constitutivos
Seção 2.2 - Remuneração: tempo, local, forma e garantias 
Seção 2.3 - Proteção ao salário: a equiparação salarial
Seção 2.4 - Da suspensão e interrupção de contrato de trabalho
67
71
83 
97
111
Unidade 3 | Suspensão e interrupção de contrato de trabalho, jornada de 
trabalho e descanso semanal remunerado
Seção 3.1 - Suspensão e interrupção de contrato de trabalho: auxílio 
doença e aposentadoria por invalidez
Seção 3.2 - Aviso prévio, prontidão, sobreaviso e DSR 
Seção 3.3 - Jornada de trabalho 
Seção 3.4 - Repouso semanal remunerado
125
129
141 
153 
165
Unidade 4 | Férias, trabalho da mulher e Direito Coletivo do Trabalho
Seção 4.1 - Férias: períodos aquisitivos
Seção 4.2 - Férias: Comunicação, remuneração, cessação e prescrição 
Seção 4.3 - Trabalho da mulher 
Seção 4.4 - Direito Coletivo do Trabalho
179
183
197 
209 
221
Palavras do autor
Caro aluno, cara aluna,
Você iniciará um estudo sobre o Direito Social do Trabalho. É um ramo do 
Direito muito importante e fundamental para a cidadania e a dignidade da pessoa 
humana. Ele trata da vida das pessoas e dos direitos sociais decorrentes das relações 
de trabalho. Esses direitos estão muito próximos a você e fazem mais parte da 
sua vida e do seu quotidiano do que você pensa. Provavelmente você já deve ter 
assinado um contrato de trabalho na condição de empregado ou empregador, ou 
pelo menos conhece alguém que já o tenha feito. Talvez você seja um trabalhador 
autônomo ou tenha algum familiar nesta condição. Pois bem, então pense comigo: 
como seria importante saber mais sobre essas relações de trabalho, direitos e 
limites, como as leis funcionam e são aplicadas, e o que fazer para defender e 
garantir direitos ou mesmo ampliá-los. As respostas a essas indagações virão no 
decorrer desta unidade curricular, acompanhadas de competências e habilidades 
que serão agregadas à sua formação e que, com certeza, o ajudarão a se destacar 
no mercado de trabalho.
Conhecer o mundo do trabalho, os fundamentos e conceitos jurídicos das 
relações trabalhistas e sua formalização através do contrato de trabalho será o 
objeto de estudo da nossa primeira etapa do curso. Em seguida, você verá todos 
os elementos relacionados ao salário e à remuneração do trabalhador, a razão 
de lhe dar proteção, como a equiparação salarial, e as regras para o seu correto 
pagamento. Operar tecnicamente a lei e conhecer os limites e os direitos de ambos 
os lados significa garantir segurança jurídica às relações de trabalho. 
Nas duas seções seguintes, estudaremos como devemos atuar diante das 
ocorrências que costumam surgir no decorrer da relação trabalhista. Por exemplo, 
o que acontece em caso de afastamento ou de interrupção do trabalho, como 
devem ser pagas as férias ou mesmo o descanso semanal remunerado, quais são 
os direitos coletivos do trabalho e qual deve ser o papel dos sindicatos. As respostas 
a essas questões comporão o conteúdo da nossa disciplina.
Então vamos iniciar já a sua preparação; Não perca tempo. Estude com afinco, 
faça os exercícios e as leituras recomendadas, discuta com seus colegas de turma 
e, sobretudo, mantenha elevado seu interesse sobre esse assunto. Lembre-se: os 
direitos sociais do trabalho são essenciais para a cidadania e a qualificação do 
profissional que o mercado de trabalho exige. Tenha um bom curso e aproveite 
bem. Bom estudo.
Unidade 1
O DIREITO SOCIAL DO 
TRABALHO A SERVIÇO DA 
CIDADANIA
Caro aluno, como você sabe, a economia e geração de riqueza de um 
país está diretamente relacionada à produção e consumo de bens e serviços 
e às condições de emprego. O que você precisa saber é que na base dessa 
estrutura econômica encontra-se o trabalhador, nas mais variadas áreas de 
atuação, gerando os produtos e serviços, produzindo riqueza e recebendo 
em troca uma determinada quantia de dinheiro que lhe possibilita ter acesso 
aos bens de consumo. Toda remuneração deve, portanto, ser compatível ao 
esforço empreendido, mas sabemos que nem sempre foi assim. Conhecer 
profundamente essa relação, seus fundamentos jurídicos, conceitos e normas, 
é essencial para operarmos o direito em defesa do trabalho e dos direitos sociais, 
alicerces da cidadania.
Competência de fundamentos de área
Conhecer os fundamentos jurídicos relacionados às relações trabalhistas e 
previdenciárias. 
Objetivos específicos de aprendizagem
Identificar os fundamentos jurídicos que estruturam o Direito Social do 
Trabalho, suas fontes, princípios, conceitos e instrumentos reguladores da 
relação de trabalho.
Para auxiliar no desenvolvimento da competência anteriormente exposta e 
atender aos objetivos específicos do tema em questão, fundamentos jurídicos 
que estruturam o Direito do Trabalho, destacamos a seguir alguns trechos de 
uma entrevista que ilustram a trajetória do Direito do Trabalho no Brasil. Vejamos:
Convite ao estudo
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
8
(Fonte: Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2015/01/25/da-escravidao-
aos-direitos-trabalhistas/>. Acesso em: 24 mar. 2015)
De acordo com o professor da Faculdade de Economia, 
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo 
(FEA-USP), presidente e um dos fundadores da Associação 
Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho (Ibret), 
Helio Zylberstajn, três momentos marcaram as relações 
de trabalho no Brasil. A saber: a abolição da escravidão, a 
implantação da previdência social e o início da atuação do 
sindicalismo.
Segundo o professor, os direitos trabalhistas só começaram 
a ser respeitados no mundo após a revolução industrial. 
Em maio de 1886, a industrializada cidade de Chicago, nos 
Estados Unidos, foi palco de intensas manifestações para 
reivindicarredução da jornada de trabalho, que chegava a 17 
horas diárias, férias, descanso semanal e aposentadoria. Os 
protestos acabaram resultando em mortes de trabalhadores 
e policiais e, posteriormente, deu origem ao Dia do Trabalho, 
que passou a ser celebrado em 1º de Maio.
No Brasil, esses direitos foram garantidos após a criação da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sancionada pelo 
então presidente da República Getúlio Vargas.
A CLT nada mais foi do que a compilação das medidas que ele 
foi criando conforme aumentavam as reivindicações sindicais. 
Ele começou a converter em leis medidas protetoras como 
salário-mínimo e jornada de trabalho influenciado por países 
europeus. [...]
Com a industrialização do Brasil, começou-se a criar o 
mercado de trabalho. Foi quando Getúlio Vargas, de acordo 
com o sociólogo, passou a tomar uma série de medidas. Entre 
elas a criação da CLT e do Ministério do Trabalho.
Ao longo dos anos houve uma transformação no mercado 
de trabalho e no vínculo empregatício, segundo o professor 
Hélio Zylberstajn. “Hoje, além do trabalho a distância, do 
autônomo e do terceirizado, também existe a horizontalização 
das empresas. Com isso, o trabalho em tempo integral 
foi diminuindo. Nós precisamos reconhecer que há uma 
transformação na forma de contratar trabalhadores. Assim 
como também é necessário promover uma reforma na 
legislação trabalhista, que precisa ser atualizada e reconhecer 
as novas relações do trabalho [...]”.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
9
Agora busque no site do IBGE os dados da pesquisa mensal de emprego no Brasil e 
reflita sobre eles. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/
trabalhoerendimento/pme_nova/pme_201501tm_01.shtm>. Acesso em: 24 mar. 2015.
O que podemos observar é que o Brasil, país cuja população beira os 200 milhões 
de habitantes, tem aproximadamente 1/8 de sua população na faixa das pessoas 
economicamente ativas (cerca de 24 milhões de pessoas), mas a riqueza gerada através 
do trabalho é praticamente compartilhada com a totalidade da população. Além dos 
direitos sociais básicos garantidos pelo Estado, como educação e saúde, como garantir 
que 100% da população tenha acesso aos demais direitos sociais, como habitação e 
moradia, alimentação e segurança, e ao próprio trabalho? Segundo dados do IBGE, cerca 
de 11,5 milhões de trabalhadores possuem carteira de trabalho assinada. Como ficam os 
direitos daqueles que não possuem carteira de trabalho assinada?
A entrevista em destaque nos lembra de que todos os direitos sociais foram adquiridos 
como resultado de muita luta por parte dos trabalhadores e que as relações de trabalho 
têm mudado ao longo da história. Como ficam, portanto, esses direitos com todas essas 
mudanças? E quais são essas mudanças? As novas relações de trabalho não ensejariam 
um motivo para revermos essa estrutura legal do trabalho?
Precisamos conhecer, portanto, os fundamentos jurídicos que estruturam as relações 
de trabalho, seus conceitos e princípios para então apontarmos algumas considerações 
sobre essas questões.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
10
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
11
Seção 1.1
Conhecendo os fundamentos do direito do trabalho
Caro aluno, vimos no Convite ao Estudo que há uma relação muito próxima entre 
a produção de riqueza do país, a economia e o trabalho. A vida econômica do país e 
das pessoas está diretamente relacionada à condição social do indivíduo, seu acesso 
ao mundo do trabalho, aos bens de consumo e aos direitos. E como está o mundo do 
trabalho hoje? Como estão as relações de trabalho? Por que dizemos que o trabalho 
é um direito social?
Imagine a seguinte situação: Bianca é uma excelente profissional. Já trabalhou em 
vendas, atendimento, serviços auxiliares em escritório e até mesmo como secretária. 
Passou por diversas empresas, mas em nenhuma delas teve um contrato de trabalho 
formalizado com o respectivo registro em carteira de trabalho. A alegação é a 
mesma de sempre: apesar de inteligente e esforçada, não possui diploma técnico 
nem universitário, ou seja, não possui qualificação profissional clara e definida, apenas 
experiências de trabalho. Como ela sempre teve “emprego” e salário, também nunca 
se preocupou. Apenas recentemente, quando decidiu comprar sua casa própria, 
descobriu que não possuía FGTS. Ao refletir sobre sua vida profissional, lembrou 
também que nunca recebeu 1/3 de férias ou mesmo o 13º salário no final do ano, ou 
qualquer outra gratificação ou parcela salarial a mais. Os direitos sociais do trabalho 
conquistados ao longo do tempo não chegaram até a vida de Bianca. 
Como você a ajudaria a resolver seu problema? Antes de tudo, você tem que se 
conscientizar da importância dos direitos sociais conquistados a partir do trabalho. São 
direitos de todos os que trabalham. Por isso, é imprescindível conhecer os direitos, 
seus fundamentos jurídicos, conceitos e princípios. Somente assim é que você poderá 
refletir sobre casos concretos e apontar direções e soluções.
O Direito do Trabalho, tal qual o conhecemos hoje, nasceu para proteger e 
regular as relações de trabalho e emprego, sendo especialmente voltado à pessoa do 
Diálogo aberto 
Não pode faltar
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
12
empregado, que é a parte mais frágil da relação empregado-empregador. 
O empregado é a pessoa despossuída, ou seja, a não detentora dos meios de 
produção, portanto, é aquele sem propriedade, exceto a sua exclusiva força de 
trabalho. Outrora, nos regimes escravagistas, a força de trabalho era extraída do 
escravo mediante coação e emprego de força física. Com o surgimento da indústria 
(Revolução Industrial e pós-revolução industrial), a mesma força de trabalho passou a 
ser extraída do empregado mediante condições de trabalho impostas pelo empregador 
– o novo “senhor”. 
Segundo o professor da FEA/USP, Hélio Zylberstajn, foi justamente o surgimento 
da indústria e daquele modelo de trabalho que possibilitou o desenvolvimento dos 
direitos trabalhistas, conquistados com lutas entre empregados e empregadores, por 
melhores condições de trabalho. A discussão dos direitos dos trabalhadores e dos 
limites às imposições dos empregadores forçou o Estado a criar leis trabalhistas com o 
objetivo de proteger o direito social ao trabalho e os demais direitos dele decorrentes. 
Assim se instituiu a relação tripartite para a construção das leis sobre o trabalho, uma 
relação entre empregado-empregador-Estado.
Pois bem, foi através destas lutas de classe, entre empregado e empregador, que o 
Estado veio a assumir o papel de regulador das relações de trabalho, fixando na lei os 
direitos conquistados para que eles não retroagissem mais e não houvesse desrespeito 
por parte do empregador. 
Para a consolidação desse modelo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
organismo internacional instituído em 1919, por meio do Tratado de Versalhes, foi 
de fundamental importância. Foi ela quem primeiro contribuiu para assegurar que os 
países signatários mantivessem em seus ordenamentos jurídicos internos a mínima 
proteção ao trabalho e ao trabalhador.
O caso brasileiro não foi uma exceção. A nossa história de desenvolvimento dos 
direitos sociais do trabalho foi semelhante ao que ocorreu no mundo. A escravidão 
no Brasil foi extinta com a decretação da Lei Imperial nº 3.353, em 13 de maio de 
1888, a conhecida Lei Áurea. A República, que veio logo em seguida, em 1891, instituiu 
um modelo de Estado cuja base econômica possibilitou o posterior desenvolvimento 
industrial. Foi na década de 1940, justamente, que grandes mudanças aconteceram 
Assimile
Este é o primeiro conceito que você deve saber: os direitos do trabalho 
foram conquistados pelos trabalhadores atravésde lutas e negociações 
com seus empregadores, com a participação do Estado regulador. Essa 
relação tripartite é o elemento fundamental do Direito do Trabalho.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
13
no estado brasileiro. Em meio ao processo de industrialização, o Presidente Vargas 
publicou o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 – a Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT), como forma de proteger os trabalhadores, que já se avolumavam. 
A CLT passou a ser o marco legal de defesa das relações de trabalho, consolidando 
os principais direitos do trabalho, como a caracterização do contrato de trabalho, o 
registro em carteira, a proteção ao salário, a forma de seu pagamento, parcelas que se 
agregam ao salário, direito ao salário mínimo, jornada de trabalho semanal máxima de 
44 horas, descanso semanal remunerado, férias, 13º salário, limite para as horas extras, 
entre outros.
Todos esses direitos são resultados das conquistas dos trabalhadores. São direitos 
sociais porque dizem respeito às condições sociais de trabalho e à qualidade de 
vida do trabalhador, decorrente do seu trabalho. Regular as condições de trabalho é 
garantir direitos sociais.
Regular as relações de trabalho é impor limites ao empregador e dar proteção estatal 
ao empregado e ao vínculo trabalhista, por meio da Lei e de uma justiça especializada 
do trabalho. O objetivo é evitar qualquer resquício daquela história já conhecida, 
dos regimes escravagista e pós-revolução industrial. Essa proteção visa evitar que 
empregador ou qualquer outro tomador do serviço o faça semelhantemente àqueles 
regimes. O objetivo é afastar toda e qualquer apropriação indevida ou desproporcional 
da força de trabalho sem a justa remuneração, em respeito à dimensão social do 
trabalho e ao que ele representa na vida das pessoas trabalhadoras: condição humana 
e cidadania.
Ora, se o Direito do Trabalho tutela direitos sociais que foram conquistados a partir 
das lutas sociais ao longo do tempo e transformados em lei por força do Estado, pode-
Desde a origem do trabalho não escravo, no Brasil e no mundo, o trabalho 
sempre esteve relacionado à condição social do indivíduo, de modo que 
podemos afirmar que o trabalho possui um conceito sociológico. Ele carrega 
um conjunto de conceitos sociais, hoje protegidos por lei. A compreensão 
dessa dimensão jurídico-formal sobre o trabalho é fundamental.
A imposição de limites e obrigações ao empregador nas relações de 
trabalho são a segunda acepção jurídico-formal sobre o trabalho.
Reflita
Reflita
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
14
se dizer que essa relação entre empregado-empregador-Estado é que verdadeiramente 
cria aquelas leis. Então, decorre dessa ideia que a relação tripartite é a verdadeira 
e legítima fonte de criação do Direito do Trabalho. Ou seja, cria materialmente os 
direitos e as leis do trabalho.
As leis trabalhistas formam um conjunto de normas jurídico-sociais que protegem, 
portanto, esses direitos materialmente criados. O caminho é este: o direito material 
é criado (real e concreto) e depois é fixado em lei; ou seja, é dado-lhe forma. Esse 
caminho de construção e constituição das leis do trabalho é muito peculiar e próprio. 
Na lição do professor Amauri Mascaro Nascimento (2011, p. 242), o Direito do 
Trabalho:
E quais seriam as fontes formais do Direito do Trabalho? Veja no Quadro 1.1 a 
seguir:
[...] foi um avanço porque a teoria dos ordenamentos jurídicos 
dá maior amplitude à visão do direito na medida em que tem um 
conteúdo não só jurídico-normativo, mas sociojurídico ao tratar 
das instituições ou dos grupos existentes na sociedade e sua 
produção normativa quando cuida das fontes do direito.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Leis
Decições 
Judiciais
Decições 
Judiciais
• Constituição Federal de 1988
• CLT
• Leis esparsas
• Sentenças de 1ª instância e de Câmaras Arbitrais
• Acórdãos (sentenças de 2ª instância)
• Jurisprudência
• Instruções Normativas dos órgãos reguladores
• Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho
• Contrato de Trabalho (usos e costumes)
Quadro 1.1 | Fontes formais do Direito do Trabalho
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
15
E como esses direitos são formalizados na relação direta entre empregado e 
empregador? O instrumento responsável por isso é o contrato individual de trabalho.
Vamos destacar os elementos essenciais ao contrato de trabalho e que estão 
previstos na CLT.
O primeiro deles diz respeito à pessoa do empregado. Segundo a CLT, deve ser 
pessoa física. Segundo o Código Civil de 2002, sua terminologia atual é de pessoa 
natural. Pois bem, o contrato de trabalho é pessoal, ou seja, para cada empregado 
(pessoa natural) corresponde um contrato de trabalho com outra pessoa (natural ou 
jurídica). Esse é o princípio da pessoalidade.
O segundo elemento essencial é relacionado à subordinação. É preciso que o 
empregado seja subordinado a quem lhe tome o serviço, o que significa dizer que 
Leia na Constituição Federal de 1988 o artigo 7º e todos os seus incisos 
para conhecer os principais direitos trabalhistas. Veja o direito de 
associação profissional ou sindical (art. 8º), o direito de greve (art. 9º), 
o direito de participação nos colegiados dos órgãos públicos (art. 10) e 
o direito de escolher um representante dos trabalhadores para tratar de 
seus interesses diretamente com os empregadores, nas empresas em que 
houver mais de 200 empregados (art. 11). Esses direitos estão também 
regulados na CLT e em leis esparsas. O artigo 6º aponta o trabalho como 
direito social.
Pesquise mais
Assimile
O Contrato Individual de Trabalho é o instrumento pelo qual uma pessoa 
natural coloca sua força de trabalho à disposição de outra pessoa natural 
ou jurídica, com caráter de subordinação e não eventualidade, mediante 
uma contraprestação pecuniária.
A pessoa natural titular de direitos é indivisível e deve preencher os 
requisitos legais estipulados no Código Civil quanto à sua capacidade 
jurídica. Veja o Título I, do art. 1º ao 21. E sobre a pessoa jurídica, do art. 
40 ao 69.
Pesquise mais
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
16
o empregador detém sobre o empregado poder de comando, de deliberação e 
passagem de ordens e tarefas a serem executadas. Para a CLT, o conceito clássico 
de empregado é o que possui relação de subordinação. Segundo Amauri Mascaro 
(2011, p. 210), “o trabalho profissional disciplinado pelo direito do trabalho clássico é 
o subordinado”. O que significa dizer que o empregado não trabalha em atividade ou 
negócio próprio, mas sim em empresa cujo risco do empreendimento é suportado 
pelo empregador. Por isso, existe a figura do profissional liberal, pois é ele próprio 
quem suporta os riscos da sua atividade, e não outro. 
Outro requisito determina que a atividade laborativa seja realizada pela própria 
pessoa, sem intermediação ou terceirização. O titular do contrato de trabalho é o 
único legitimado a cumpri-lo. Esse é o princípio do direito civil chamado de intuitu 
personae, o que significa dizer que o dever de prestar o serviço é intransferível, 
infungível e personalíssimo. A própria CLT atribui, na lei, a expressão “individual” ao 
contrato de trabalho.
Quanto à atividade profissional desenvolvida, ela é de natureza não eventual 
porque existe uma obrigação de cumprimento de determinada jornada de trabalho, 
uma quantidade de horas a cumprir num determinado espaço de tempo e lugar. A 
execução destas horas com habitualidade imprime uma rotina ao empregado, dá 
continuidade à prestação do serviço e torna a atividade laboral ininterrupta. Por isso, a 
não eventualidade é a perduração no tempo do contrato de trabalho.
Por fim, o contrato é regido pelo princípio da onerosidade. A todo trabalho 
correspondeuma remuneração. A essa contraprestação pelo emprego da força de 
trabalho dá-se o nome de salário.
Estes são, portanto, os elementos fundamentais e requisitos do contrato de 
trabalho (Figura 1.1):
intuitu personae: expressão latina. É o que se refere à própria pessoa. É 
infungível, ou seja, que não pode ser substituído por outro.
Vocabulário 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
17
Por fim, cabe lembrar que os contratos de trabalho possuem natureza semelhante 
aos contratos do Direito Civil, de modo que lhes são aplicados igualmente dois 
importantes princípios: o da boa-fé e o da função social do contrato. A fim de que 
haja segurança jurídica nas relações de trabalho, a boa-fé é condição essencial para 
a efetividade do contrato de trabalho, da mesma forma que a sua finalidade deverá 
atender às finalidades sociais a que se destina.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Figura 1.1 | Contrato Individual de Trabalho
Contrato 
Individual de 
Trabalho
Pessoa 
natural
Não 
eventualidade
Onerosidade
Subordinação
Pessoalidade
Agora convido você para juntos buscarmos a resposta para a situação-problema 
apresentada no início da seção. Vamos fazê-lo considerando os conhecimentos que 
foram construídos.
Lembre-se do caso de Bianca. Para ajudá-la a resolver seu problema, antes de 
tudo, você deve se lembrar dos pontos mais importantes da matéria que revelam os 
fundamentos jurídicos, conceitos e princípios basilares do Direito do Trabalho.
Sem medo de errar
Atenção
Pode ocorrer que um trabalhador tenha passado por diversas empresas 
sem ter com elas um contrato de trabalho formal e por escrito, com o 
respectivo registro em carteira de trabalho. Isso não significa que não 
houve relação de trabalho.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
18
O Contrato Individual de Trabalho é obrigatório, pois é o instrumento 
garantidor dos direitos do trabalho. É ele que vincula uma pessoa 
natural ao tomador de seu serviço, com caráter de subordinação e não 
eventualidade, mediante uma contraprestação pecuniária.
Os direitos das relações de trabalho foram conquistados pelos 
trabalhadores através de lutas e negociações com seus empregadores, 
com a participação do Estado regulador. Por isso, nada justifica a 
negligência de qualquer direito.
Lembre-se
Lembre-se
Atenção!
Muitos direitos, como FGTS, 1/3 de férias, 13º salário, ou qualquer outra 
gratificação ou parcela salarial, podem deixar de ser pagos por falta de 
conhecimento dos direitos do trabalho.
Avançando na prática 
Pratique mais
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que você pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com 
as de seus colegas.
“A greve dos estivadores de 2013”
1. Competência de fundamentos 
de área
Conhecer os fundamentos jurídicos relacionados às relações 
trabalhistas e previdenciárias.
2. Objetivos de aprendizagem
Identificar os fundamentos jurídicos que estruturam o Direito 
Social do Trabalho, suas fontes, princípios, conceitos e 
instrumentos reguladores da relação de trabalho.
3. Conteúdos relacionados
Conceitos, princípios jurídicos, fundamentos e fontes do 
Direito do Trabalho. Conceito do contrato de trabalho e 
relação de emprego. Requisitos do contrato de trabalho.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
19
4. Descrição da SP
Em maio de 2013, uma greve de estivadores paralisou as 
operações no porto de Santos (72 km de São Paulo), o maior 
do país. A paralização teve início às 13h do dia 14/05 e durou 
até a aprovação de Medida Provisória que estabeleceu o 
novo marco regulatório para o setor. O fato é que na manhã 
do dia seguinte à paralização, 14 dos 35 navios atracados 
estavam com as operações totalmente paralisadas por causa 
da greve. Outros 44 navios, carregados com grãos da safra 
agrícola, estavam aguardando para atracar. Segundo informou 
a Codesp, na época, caso a produção agrícola estivesse em 
seu pico, a fila de navios poderia chegar a 75 ou 80. A Medida 
Provisória foi aprovada na Câmara. Disponível em: <http://
economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/15/greve-de-
estivadores-paralisa-operacoes-de-40-dos-navios-no-porto-
de-santos-sp.htm>. Acesso em: 25 mar. 2015.
O que o exemplo anterior nos revela? A forma de solução 
desse conflito de alguma maneira distorce o que acabamos 
de aprender na teoria?
5. Resolução da SP
A greve é um instrumento de luta dos empregados. Portanto, 
a situação de greve dos portuários, ocorrida em 2013, é 
emblemática para nosso estudo, pois revela o conflito entre 
empregados, empregadores e o papel do Estado, semelhante 
ao modo processual de formação do Direito do Trabalho. 
Esse evento provocou prejuízos econômicos consideráveis, 
só não agravados porque não houve perecimento de grãos, 
o que indica que os prejuízos poderiam ter sido maiores, 
segundo a reportagem. A pressão exercida pela possibilidade 
de uma crise econômica acelerou os trabalhos legislativos, 
que duraram 41 horas, e a Câmara dos Deputados acabou 
aprovando a Medida Provisória para a solução da situação-
problema, que foi o novo marco regulatório da categoria. 
É um exemplo claro da relação de forças tripartite.
Pesquise na mídia outros exemplos que demonstram essa 
relação de forças entre empregados, empregadores e Estado. 
Você vai se surpreender ao perceber que essa prática é 
recorrente e totalmente pertinente na democracia.
As leis trabalhistas formam um conjunto de normas jurídico-sociais que 
protegem os direitos materialmente criados
Lembre-se
Faça você mesmo
Tente elencar todos os direitos citados nesta seção. Por que dizemos 
que eles são direitos materiais? 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
20
Faça valer a pena
1. É possível haver contrato de trabalho não oneroso?
4. Um dos princípios basilares do ordenamento jurídico brasileiro, é o 
princípio da dignidade humana. Nesse aspecto, dentro do que cabe 
ao direito do trabalho, essa área tem por fundamento a dignidade do 
trabalhador, isto é, a promoção de um trabalho digno e igualitário a 
todos os trabalhadores. Por isso, aclama-se a CLT como um avanço, pois 
além de ter regulado as condições de trabalho, ampliando direitos do 
trabalhador; impôs limites ao empregador, que se afasta da exploração 
excessiva, remunerando o trabalho adequadamente.
Tendo o texto acima como base, é correto afirmar que:
I - Serão anuláveis os atos praticados com o objetivo de impedir ou fraudar 
a aplicação dos preceitos contidos na CLT.
II - A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção 
3. Podemos dizer que as normas que regem o direito do trabalho não são 
apenas produtos da atividade legislativa do Estado, mas resultados das 
lutas entre os diversos grupos e setores profissionais e econômicos da 
sociedade, motivo pelo qual afirmamos que essas normas possuem um 
conteúdo sociojurídico. Desse modo, é possível dizer que:
a) A afirmação está correta porque as instituições e os grupos existentes 
na sociedade, como sindicatos dos trabalhadores, ao discutirem direitos, 
produzem conteúdos de verdadeiras normas jurídicas.
b) A afirmação está correta porque tanto empregados quanto 
empregadores têm liberdade para contratar, de modo que o contrato 
de trabalho faz lei entre as partes, não necessitando de quaisquer outras 
normas jurídicas para regular a relação.
c) A afirmação está incorreta porque a produção normativa de leis, em 
matéria de fontes do direito, é atribuição do Estado, pois vivemos no 
modelo republicano e democrático, com divisão dos poderes, e somente 
o legislativo pode criar leis.
d) A afirmação está incorreta sob o ponto de vista das lutas sociais porque 
osdireitos defendidos foram transformados em lei, na CLT, que só foi 
reconhecida após a promulgação da Constituição Federal de 1988.
e) A afirmação está correta porque a função social das instituições é 
promover o bem comum, entre eles a assistência social aos trabalhadores.
2. Por que dizemos que o contrato de trabalho é intuitu personae?
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
21
6. O contrato individual de trabalho é um instrumento que cria relação 
jurídica e deve ser celebrado entre empregado e empregador. Dentre 
suas principais características, podemos dizer que é requisito do contrato 
de trabalho:
5. A Constituição Federal de 1988 elencou alguns direitos aplicados 
à relação de trabalho. Quanto a esses direitos, podemos afirmar 
corretamente que:
a) São direitos sociais dos trabalhadores apenas aqueles elencados 
no artigo 6º: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, 
segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e 
assistência aos desamparados.
b) Os trabalhadores poderão fazer uso do direito de associação profissional 
ou sindical e do direito de greve desde que autorizados pelo empregador 
e quando as condições de trabalho não atenderem às suas necessidades.
c) O salário é um direito garantido no artigo 7º da Constituição, motivo pelo 
qual ele é devido, mesmo quando se trata de atividade laboral filantrópica 
ou benemérita, exercida por meio de entidade sem fins lucrativos, como 
também aos sacerdotes e religiosos.
d) O direito de participação nos colegiados dos órgãos públicos em que 
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão 
e deliberação será exercido por meio de representante eleito, podendo 
ser ele deputado estadual ou federal.
e) Os trabalhadores poderão escolher um representante para tratar de 
seus interesses diretamente com os empregadores nas empresas em que 
houver mais de 200 empregados.
de sexo.
III – Os preceitos constantes na CLT, salvo quando for o caso, 
expressamente determinado em contrário, não se aplicam, dentre outros, 
aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os 
que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, 
no âmbito residencial destas,
 
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
e) Nenhuma das assertivas estão corretas.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
22
7. Considerando os princípios aplicáveis ao Direito Civil e o Direito do 
Trabalho, especialmente quando nos referimos à teoria dos contratos, é 
correto afirmar que o contrato individual de trabalho:
a) Assemelha-se aos contratos do direito civil, pois ambos gozam dos 
princípios da boa-fé e da função social do contrato.
b) Assemelha-se aos contratos do direito civil, pois ambos gozam dos 
princípios da boa-fé e da função da efetividade quanto ao objeto.
c) Assemelha-se aos contratos do direito civil, pois ambos regulam a 
relação de subordinação, pessoalidade, onerosidade e eventualidade.
d) Assemelha-se aos contratos do direito civil, pois ambos gozam do 
princípio da função social, motivo pelo qual serão sempre cumpridos 
integralmente pelas partes.
e) Não se assemelha aos contratos do direito civil, porque são instrumentos 
regidos por leis diferentes e guardam cada um sua autonomia e 
especificidade.
a) A subordinação entre o empregador e a CLT.
b) A pessoalidade do contrato.
c) A capacidade jurídica do empregado acima de 14 anos.
d) A onerosidade de forma facultativa.
e) A execução terceirizada do serviço, desde que em nome do empregado.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
23
Seção 1.2
O que se deve saber sobre o contrato individual de 
trabalho
Vimos na aula anterior os princípios do Direito do Trabalho e o quanto eles são 
essenciais na relação de trabalho, tanto para o empregado quanto para o empregador. 
Lembre-se de que o Direito do Trabalho se estruturou através de reivindicações sociais 
dos trabalhadores (empregados) que fizeram com que os direitos se desenvolvessem 
e se fixassem em leis que hoje regulam as relações de trabalho.
Outro aspecto que você deverá lembrar, e que destacamos no Convite ao Estudo, 
diz respeito aos atuais desafios do Direito do Trabalho. Na entrevista do professor Hélio 
Zylberstajn, ele aponta para uma transformação no mercado de trabalho e no vínculo 
empregatício ao longo dos anos, desde a publicação da CLT, na década de 1940. Há 
uma transformação na forma de contratar trabalhadores. Diante disso, como devem 
estar os contratos de trabalho e os direitos sociais tão arduamente conquistados? E no 
caso dos trabalhadores que estão em atividade sem Contrato de Trabalho ou Carteira 
de Trabalho assinada, na informalidade, como estão os seus direitos? Valem para 
esses, ainda assim, os requisitos do contrato de trabalho?
Imagine uma diarista que realiza trabalho de faxina em lugares diferentes, seja em 
residência familiar ou em escritório comercial. Seus contratos de trabalho geralmente 
são verbais. Assim sendo, são todos válidos? Quais seriam as características ou os 
requisitos necessários para você identificar a existência de uma relação de trabalho 
de forma a lhe garantir os mesmos direitos que para aquele que possui contrato de 
trabalho escrito?
E se a mesma faxineira trabalhasse em um ambiente cuja atividade-fim é ilegal, 
como uma clínica de aborto. O seu trabalho seria reconhecido pela lei como legal? 
Ela teria direitos em razão do seu trabalho? Então, colocamo-nos diante do desafio de, 
além de reconhecer se há vínculo empregatício, saber se esse vínculo é lícito e se é 
válido perante a lei.
O fato é que as relações humanas estão se modificando rapidamente e as 
Diálogo aberto 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
24
relações de trabalho têm acompanhado essas mudanças, como apontou o professor 
Zylberstajn. E nós, como operadores do direito, na área jurídica ou administrativa, 
como empregados ou empregadores, precisamos dos conhecimentos jurídicos e 
técnicos necessários para enfrentar essas situações. 
Vamos a eles, então.
Como vimos, o contrato individual de trabalho requer alguns requisitos para sua 
caracterização e validade, nos termos da CLT. Do ponto de vista da legislação civil, ele 
é um instrumento dotado de eficácia jurídica, motivo pelo qual deve seguir igualmente 
os comandos da lei civil. O direito opera como um conjunto sistêmico de normas, 
por isso, o Direito Civil se comunica com o Direito do Trabalho e vice-versa, tal como 
vimos na seção anterior, em que observamos várias normas da legislação civil que se 
aplicam ao direito trabalhista.
No mundo do trabalho, os contratos assemelham-se aos negócios jurídicos. 
Negócios jurídicos são atos da vida humana que vinculam as pessoas por meio de um 
acordo entre as partes, objetivando atingir um determinado fim. Como regra geral, 
esse fim é equitativo e benéfico para ambas as partes. No negócio jurídico, os direitos 
e as obrigações são distribuídos entre as partes de forma recíproca e equitativa ou 
não, a depender da convenção entre as partes. O princípio fundamental do contrato é 
estabelecer equilíbrio entre as partes, conforme o direito que lhes cabe ou compete. 
Não pode faltar
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Figura 1.2 | Contrato de trabalho
→
Contrato de 
Trabalho: condição 
mais benéfica ao 
empregado
Justiça
 aristotélica
Princípios 
gerais do 
contrato
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
25
É a justiça aristotélica: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Como 
o empregado é sempre a parte hipossuficiente da relação de trabalho,o contrato ser-
lhe-á sempre mais benéfico. É o princípio da condição mais benéfica ao empregado.
Outro aspecto importante diz respeito a sua validade jurídica, ao que se vincula a 
sua efetividade. Para serem juridicamente válidos, os negócios jurídicos e os contratos 
devem atender a determinados requisitos legais, sob pena de nulidade. Sem validade. o 
contrato não produzirá qualquer efeito no mundo real, ou seja, não gerará obrigações, 
não imporá limites às partes nem permitirá às partes que o cumpram. O contrato de 
trabalho deve estar de acordo com o seguinte comando legal:
A condição de agente capaz está relacionada à menoridade, que cessa aos 18 anos 
completos, ocasião em que a pessoa se habilita à prática de todos os atos da vida civil; 
ou aos 16 anos completos, para aquele que se estabeleceu civil ou comercialmente, 
ou tenha relação de emprego, desde que em função disso tenha economia própria.
Como vimos, o empregado deve ser a pessoa natural e o empregador a pessoa 
natural ou jurídica, desde que seja a pessoa que assume os riscos da atividade 
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Esses são os 
requisitos básicos quanto à capacidade dos agentes para que o contrato de trabalho 
seja juridicamente válido.
Quanto ao objeto, a prestação do serviço em si deve ser atividade laboral lícita. 
Nenhum contrato de trabalho terá validade jurídica caso o serviço a ser prestado seja 
contrário à lei. É como se você contratasse alguém para cultivar plantas psicotrópicas 
ilegais ou para praticar aborto, por exemplo.
Já a forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei diz respeito à forma como se 
deu a contratação. A CLT caracteriza como havido o contrato de trabalho mediante 
qualquer estipulação ou acordo realizado entre as partes. Por isso, admite a CLT que 
ele possa ser explícito ou tácito, por escrito ou verbal. O princípio vigente é o da boa-
fé, esteja presente o ânimo ou a vontade de se ver realizado determinado serviço 
mediante uma contraprestação.
Art. 104, Código Civil
Agente capaz Objeto lícito Forma prescrita em lei
Assimile
O contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, escrito 
ou verbal, correspondente à relação de trabalho e emprego.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
26
Informe-se mais sobre a teoria dos contratos.
Agora podemos nos perguntar o que aconteceria se o contrato individual de 
trabalho deixasse de atender aos requisitos legais anteriormente apontados. Vejamos:
A nulidade do objeto contratual torna nulo o próprio contrato, bem como todos 
os efeitos dele decorrentes. A nulidade opera eficácia ex tunc, ou seja, a nulidade 
retroagirá até a data de origem do contrato a fim de alcançar todos os atos praticados 
em função daquele contrato nulo.
No entanto, pode acontecer que determinado ato ou contrato não seja nulo, mas 
Sobre este assunto, leia os artigos correspondentes na CLT: artigos 442 e 
443. E sobre as hipóteses de ilicitude dos contratos, veja o artigo 166 do 
Código Civil.
Pesquise mais
Exemplificando
Tícia, uma diarista profissional, faz faxina uma vez por semana 
numa determinada clínica médica. Sabe-se que esta clínica atua na 
clandestinidade na prática de aborto, que é uma atividade ilícita perante 
a legislação brasileira. Pois bem, o art. 166 do Código Civil determina que 
todo ato ilícito é nulo de pleno direito. Ora, o trabalho de Tícia nesta clínica 
será considerado igualmente ilícito e, portanto, nulo? Isso significa que ela 
não terá acesso a seus direitos trabalhistas? A atividade de faxina não se 
comunica diretamente com a atividade-fim e ilícita da clínica, portanto, 
seu trabalho é válido e seu contrato de trabalho surtirá todos os efeitos 
na esfera trabalhista. No entanto, caso Tícia atue de qualquer forma, ainda 
que meramente em auxílio, na prática de aborto, esta atividade será ilícita 
e nulo será seu contrato de trabalho, porque nulo será o objeto.
Ex tunc: do latim, significa “desde o início”; aplicado no direito, significa 
dizer que uma coisa valerá ou não valerá desde sua origem.
Ex nunc: do latim, significa “a partir de agora”; aplicado no direito, significa 
dizer que uma coisa valerá ou não valerá daquele momento em diante.
Vocabulário 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
27
apenas anulável. Isso ocorre quando o contrato versar não sobre matéria ilícita, mas 
sobre matéria apenas proibida por lei. Neste caso, o contrato será anulável e os efeitos 
operarão eficácia ex nunc. O que significa dizer que todos os atos praticados até a 
declaração da sua anulação deverão ser considerados como se válidos fossem.
Em havendo a prática de ato com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a 
aplicação dos preceitos contidos na CLT, esses atos serão nulos de pleno direito. É o 
que dispõe o art. 9º da CLT.
A CLT, em seu art. 443, prevê também outro importante elemento essencial no 
contrato de trabalho, que é a temporalidade. Os contratos deverão ser celebrados 
por prazo determinado ou por prazo indeterminado. A regra geral é a contratação por 
prazo indeterminado. 
No dizer de Amauri Mascaro (2011, p. 867), “por duração indeterminada o que 
se deve entender é que o empregado foi admitido sem previsão do termo final do 
contrato, que vigerá até que se desconstitua por meio de uma das suas formas normais 
de extinção”.
Em relação ao contrato de trabalho por prazo determinado, sua duração dependerá 
de prazo estipulado no próprio contrato ou de termo assinalado para seu fim. 
Segundo a CLT, esse prazo será de no máximo 2 (dois) anos, e no caso do contrato 
de experiência, de 90 (noventa) dias. Caso o contrato venha a ser prorrogado, tácita 
ou expressamente, por mais de uma vez, dentro desses prazos, passará a vigorar por 
prazo indeterminado.
Faça você mesmo
Hermínia, com 16 anos completos, foi admitida como caixa num 
determinado supermercado. Trabalha oito horas diárias, das 15 às 24h, 
com intervalo de uma hora para o jantar. Segundo disposição do inciso 
XXXIII do art. 7º da Constituição Federal de 1988, e o art. 404 da CLT, o 
trabalho noturno, compreendido entre 22 e 5h, é proibido para menores. 
O que acontecerá com o contrato de trabalho de Hermínia?
Assimile
São três as hipóteses de contrato de trabalho por prazo determinado (art. 
443, § 2º, da CLT):
a) De serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação 
do prazo; 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
28
b) De atividades empresariais de caráter transitório;
c) De contrato de experiência.
Essas hipóteses possuem eficácia jurídica de dar validade à condição ou termo que 
estipula o prazo determinado no contrato de trabalho. Por isso, a sua não observância 
implicará apenas a nulidade da sua cláusula contratual, e não do contrato como um todo.
Merece destaque o contrato de trabalho temporário, regido pela Lei nº 6.019/1974. 
Nessa modalidade o prazo é previamente sabido como determinado, mas seu termo 
final é incerto, o que é diferente das outras modalidades de contrato por prazo 
determinado.
Essa modalidade de contratação ocorre mediante a intermediação de empresa 
prestadora de mão de obra que aloca trabalhadores em postos de trabalho específicos do 
tomador de serviços, para executarem atividade de forma temporária, para cobrir férias de 
algum empregado ou para atender ao repentino aumento de uma demanda sazonal. Ela 
não gera vínculo algum entre o empregado temporário e o tomador do serviço. Seu prazo 
de vigência é de três meses, e quando autorizado pelo Ministério do Trabalho, poderá ser 
de seis meses.
Nosso último tópico desta seção de estudo diz respeito à concorrência desleal. 
Recorrendo ao artigo 454 da CLT, vemos que no caso das invenções desenvolvidas pelo 
empregado, resultantes de seu esforço pessoal, mesmo tendopara tanto se utilizado dos 
equipamentos do empregador, o invento será de propriedade comum, em partes iguais, 
exceto se o contrato de trabalho previr outra destinação, como ocorre geralmente em 
contratos que envolvem pesquisa científica. Pode o empregador explorar o invento pelo 
prazo de um ano, a partir da data da concessão da patente, sob pena de reverter em favor 
do empregado a plena propriedade do invento.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Figura 1.3 | Modalidades de contratos de trabalho
Modalidades de contratos por prazo determinado:
Lei de estímulo aos novos empregos (Lei nº 9.601/1998)
Obra certa (Lei nº 2.959/1956) e Safra (art. 14, Lei nº 5.889/1973)
Artista (Lei nº 6.533/1978) e Atleta profissional (Lei nº 9.615/1998)
Contratado ou transferido para trabalho no exterior (Lei nº 7.064/1982)
Contrato de experiência
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
29
O contrato de trabalho poderá resguardar essa situação impondo ao empregado uma 
cláusula de barreira, de não concorrência. Referida cláusula, quando infringida, enseja 
rescisão contratual por justa causa. Sua infração se caracteriza quando o empregado 
pratica habitualmente e sem permissão do empregador negociação sobre o produto, ou 
quando, já tendo deixado os quadros da empresa, estabelece-se em concorrência desleal 
usando dos mesmos procedimentos protegidos por lei, ou revelando-os a terceiros, a cujo 
respeito devia guardar sigilo. É o que dispõe a alínea “c” do artigo 482 da CLT.
O direito nada mais faz do que resguardar o acréscimo trazido pelo 
empregado à empresa, da mesma forma que, inversamente, resguarda o 
empregador quanto ao seu uso. É sabido que o invento é facilitado pelo 
acesso do empregado às tecnologias e equipamentos de propriedade do 
empregador. O princípio do direito é de proteger a propriedade e equilibrar 
as forças entre as partes, donde se depreende que é natural também que 
o empregador tenha garantias de que seu negócio possa continuar em 
atividade, sem perigo de ver seu segredo profissional devassado ou revelado.
Reflita
Agora convido você para juntos buscarmos a resposta para a situação-problema 
apresentada no início da seção. Vamos fazê-lo considerando os conhecimentos que 
foram construídos.
Lembre-se do caso de Tícia, nossa diarista que realiza trabalho de faxina em lugares 
diferentes: em residências familiares e em escritórios comerciais. Em todos eles, seus 
contratos de trabalho são verbais. Já sabemos que todos são válidos. Mas como isso 
se opera juridicamente? Se você tivesse que provar, ou justificar, como você faria?
Sem medo de errar
Atenção!
Um dos princípios que rege o contrato de trabalho é o da boa-fé. As 
manifestações de vontade das pessoas, inclusive ao contratar verbalmente, 
têm a presunção da boa-fé.
O contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, escrito ou 
Lembre-se
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
30
verbal, correspondente à relação de trabalho e emprego. É o que afirmam 
os artigos 442 e 443 da CLT.
Atenção!
É essencial que a relação trabalhista estabelecida e contida no contrato 
de trabalho seja empenhada por pessoas com capacidade jurídica, tenha 
objeto lícito e forma contratual prescrita ou não defesa em lei.
Os requisitos de validade do contrato estão previstos no art. 104 do Código 
Civil, que deve ser entendido juntamente com outros dispositivos da CLT, 
a fim de se identificar, na relação trabalhista, a figura do empregador, 
do empregado, quais as atividades laborais contratadas, a forma desse 
contrato e suas cláusulas, bem como o prazo de duração do contrato.
Lembre-se
Avançando na prática 
Pratique mais
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que você pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com 
as de seus colegas.
“Trabalho sazonal”
1. Competência de fundamentos 
de área
Conhecer os fundamentos jurídicos relacionados às relações 
trabalhistas e previdenciárias.
2. Objetivos de aprendizagem
Identificar os fundamentos jurídicos que estruturam o 
Contrato Individual de Trabalho.
3. Conteúdos relacionados
Conceito de Contrato Individual de Trabalho. Requisitos de 
validade. Modalidades de contrato quanto ao prazo.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
31
4. Descrição da SP
A rede de lojas Pra Você atua no varejo comercializando 
produtos inovadores. Seu gerente comercial, em face à 
proximidade das festas de final de ano, autorizou cada loja da 
rede a contratar até 5 (cinco) vendedoras, entre 16 e 18 anos, 
para atuarem na venda de aparelhos de celulares.
Determinada loja da rede, de número “71”, realizou as 
contratações autorizadas através de intermediação de 
empresa especializada. As vendedoras trabalharam entre os 
dias 20 de novembro e 05 de janeiro do ano seguinte, data 
em que foram dispensadas. No entanto, uma das vendedoras 
foi convidada pelo gerente de loja a permanecer no emprego, 
dado o seu bom desempenho e postura, o que acabou 
acontecendo. Realizou-se novo contrato de trabalho, sem 
a intervenção da empresa intermediadora. A vendedora 
permaneceu no trabalho por quase 3 meses e depois foi 
dispensada.
Com base nos fatos anteriormente narrados, as contratações 
foram realizadas juridicamente da forma correta?
5. Resolução da SP
A loja de nº “71” realizou o procedimento correto. As cinco 
contratações autorizadas pelo gerente comercial da rede foram 
realizadas mediante intermediação de empresa prestadora de 
mão de obra, o que se justifica pela necessidade sazonal do 
serviço. Quanto à segunda contratação, a loja procedeu de 
forma correta, podendo esse contrato posterior ser celebrado 
na modalidade de prazo determinado ou indeterminado. Se 
for por prazo determinado, é condição obrigatória a presença 
de cláusula contratual indicando o termo fim do contrato. 
Se for celebrado na modalidade convencional, de prazo 
indeterminado, tanto a contratação quanto a dispensa estão 
corretas, porque esta última tem o prazo de 90 dias para 
experiência (trabalhou por quase 3 meses). Ressalta-se que 3 
meses não são a mesma coisa que 90 dias para efeitos legais. 
Por fim, há que se verificar que, como se trata de menor 
(trabalhadora entre 16 e 18 anos), em ambos os contratos 
é preciso ter a anuência dos pais ou responsáveis para se 
atender à necessidade legal da capacidade jurídica.
A forma privilegiada do contrato de trabalho na CLT é por prazo 
indeterminado, mas é admitida a possibilidade de contratação por prazo 
determinado quando se conhece o prazo fim.
Lembre-se
Faça você mesmo
A Faculdade Rumo Certo precisa contratar urgentemente um professor 
de Literatura para cobrir viagem de seu professor titular, que fará pós-
graduação na Grécia e ficará afastado por dois semestres letivos. A 
Diretoria poderá realizar esta contratação da seguinte forma:
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
32
a) Contrato por prazo indeterminado, pois a Faculdade não sabe ao certo 
se o professor ficará fora apenas durante os dois semestres ou por mais 
tempo;
b) Contrato por prazo determinado, pois que se conhece o prazo final 
e justifica-se a temporalidade por aplicação do § 2º do art. 443 da CLT;
c) Contrato por prazo determinado, pois que o conhecimento do prazo 
final é irrelevante, importando apenas que seja realizado por intermediação 
de empresa prestadora de serviço;
d) Contrato por prazo indeterminado, porque os dois semestres letivos 
corresponderão exatamente ao período de experiência;
e) Contrato temporário, porque a necessidade de intermediação de 
empresa prestadora de mão de obra é imprescindível nessa modalidade.
Faça valer a pena
1. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo37, inciso II, prevê que 
toda contratação de pessoal na Administração Pública se dará mediante 
prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, 
salvo para os cargos em comissão de livre nomeação e exoneração. 
Confrontando essa norma constitucional com o elenco do artigo 104 do 
Código Civil, que princípio comum poderíamos destacar?
2. Determinada faxineira desenvolvia sua atividade profissional de limpeza 
em casa de prostituição. Depois de certo tempo foi despedida. Como seu 
contrato de trabalho era verbal, não recebeu sua justa indenização e verbas 
rescisórias trabalhistas. Em razão disso, ajuizou ação contra a dona do 
estabelecimento. Em sua defesa, a empregadora alegou que nada lhe devia, 
por se tratar de ambiente voltado à prostituição, atividade ilícita, e que por 
força do artigo 104 do Código Civil, todos os atos decorrentes do contrato 
são nulos. Você, como julgador do caso, decidiria esta lide de que maneira?
3. Os requisitos de validade do negócio jurídico estão previstos no Código 
Civil e dizem respeito ao agente capaz, ao objeto lícito e à forma prescrita 
ou não defesa em lei.
Diante disso, é correto afirmar que:
I – Basta que ou o empregado ou o empregador satisfaça a condição da 
capacidade, prevista na lei civil, para que o contrato seja válido.
II – É permitido pela CLT que o contrato de trabalho seja tácito ou verbal, 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
33
4. No mundo do trabalho, os contratos assemelham-se aos negócios 
jurídicos. Esses, por sua vez, são atos da vida humana, que vinculam 
as pessoas por meio de um acordo entre as partes, objetivando um 
determinado fim.
Sobre o contrato de trabalho, analise as assertivas abaixo e assinale a 
alternativa correta:
I – Os contratos tem como objetivo estabelecer equilíbrio entre as partes. 
Quando se trata do contrato de trabalho, o empregado é sempre a parte 
hipossuficiente da relação de trabalho, e o contrato serlhe-á sempre mais 
benéfico. Isso se denomina princípio da condição menos benéfica ao 
empregador.
II – Os contratos, para serem juridicamente válidos, devem atender a 
determinados requisitos legais, sob pena de nulidade. Esses requisitos 
estão listados no artigo 104 do Código Civil, e compreendem agente 
capaz, objeto lícito e forma não prescrita em lei. 
III – A CLT admite que o contrato de trabalho pode ser explícito ou tácito, 
por escrito ou verbal, o que se relaciona ao requisito de validade dos 
negócios jurídicos sob a necessidade de forma não prescrita em lei. 
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) Apenas I.
sem que isso contrarie o disposto no Código Civil quanto à necessidade 
da forma prescrita ou não defesa em lei.
III – O empregador poderá se estabelecer a partir dos 16 anos, desde que 
tenha economia própria.
IV – O maior de 18 anos está habilitado para todos os atos da vida civil, 
inclusive contratar empregados.
a) As alternativas I e III estão corretas, apenas.
b) As alternativas II e IV estão corretas, apenas.
c) As alternativas I, II e III estão corretas.
d) As alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
34
6. O Contrato de Trabalho vige sob o princípio da boa-fé e da função social. 
Assim, o empregador terá garantida a inviolabilidade da sua propriedade 
e de seu segredo profissional, fazendo constar no contrato este princípio. 
Nesse sentido, a colocação da cláusula de não concorrência no contrato 
serviria para:
a) Impedir que outros empregadores contratem os mesmos empregados.
b) Proibir o empregado de se demitir para trabalhar em outra empresa.
c) Impedir que o empregado revele segredo industrial.
d) Forçar o empregador a manter sigilo sobre o segredo de seus produtos.
e) Proteger a propriedade do empregado.
7. As nulidades do contrato de trabalho alcançam os atos praticados em 
função dele. Diante deste corolário, é correto afirmar que:
a) Os atos anulados operarão efeitos ex tunc e ex nunc, o que significa 
que a nulidade retroagirá à origem do contrato para anulá-lo e a todos os 
demais atos praticados em sua vigência.
b) As nulidades aplicam-se no caso em que o contrato de trabalho versou 
sobre objeto proibido pela lei, sendo considerados nulos todos os seus 
atos e, portanto, não gerando qualquer indenização ao empregado.
c) Os atos anulados de determinado empregado implicam a anulação 
também dos atos do empregador somente se ele tiver menos de 18 anos.
d) Caso o empregador tenha se beneficiado do trabalho de empregado 
cujo contrato fora anulado, não precisará indenizar o empregado, pois o 
serviço fora executado normalmente, como se o contrato vigesse.
e) O trabalho de empregado maior de 16 anos e menor de 18 anos não 
poderá ser realizado no período noturno, sob pena dele ser anulado.
5. O contrato de trabalho para execução de atividades empresariais de 
caráter transitório e os chamados contratos de experiência são requisitos 
do contrato:
a) Temporário.
b) Por prazo determinado.
c) Por prazo indeterminado.
d) Avulso.
e) Verbal.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
35
Seção 1.3
A pessoa do empregado
Já estudamos a formação do Direito do Trabalho, suas fontes de criação de normas 
e os fundamentos jurídicos da relação de trabalho, as modalidades de contratação, 
os limites impostos ao empregador e os principais direitos dos trabalhadores 
empregados. Vimos que o contrato individual de trabalho é o instrumento essencial 
para a caracterização da relação trabalhista, sendo ele escrito ou verbal, expresso ou 
tácito.
Sobre a validade dos contratos, estabelecemos uma relação com o direito 
civil, do qual emprestamos alguns princípios e conceitos sobre a teoria geral dos 
contratos, especialmente quanto à sua validade jurídica e causas de nulidade ou 
anulabilidade, que juntamente com os requisitos essenciais do contrato individual de 
trabalho, previstos na CLT, além de formalizar a relação jurídica entre empregado e 
empregador, caracterizam o modelo de relação de trabalho, imprescindível para a 
identificação e defesa dos seus direitos e deveres. Vale lembrar que o empregado é a 
parte hipossuficiente da relação, motivo pelo qual ele recebe proteção especial da lei.
Pois bem, assim como vimos as modalidades de contrato de trabalho, precisamos 
estudar agora a figura do empregado e conhecer suas características. Você vai 
descobrir que há formas diferentes da pessoa se constituir como empregado e de 
prestar seus serviços.
 Por exemplo, pense na seguinte situação hipotética: Marco Túlio é engenheiro de 
materiais e trabalha para uma empresa elaborando laudos técnicos sobre estruturas 
de ligas metálicas. Ele tem a obrigação de visitar as obras de construção civil da 
empresa e a linha de produção dos materiais que utiliza, que é própria, além de fazer 
medições e testes com materiais, mas todo o resto do trabalho – a elaboração dos 
laudos propriamente dita – Marco Túlio faz de sua casa. Ao final da semana, envia os 
referidos laudos por e-mail ao seu chefe. Ele possui contrato de trabalho expresso e 
recebe sua remuneração regularmente. Como isso é juridicamente possível? Ele é um 
“empregado” comum? Há algo de especial em seu vínculo?
Vamos agora verificar quais são as modalidades de empregado permitidas em lei e 
Diálogo aberto 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
36
as respectivas formas de prestação do serviço. Lembre-se: o mundo está mudando, e 
rápido. Você precisa saber cada vez mais.
Primeiramente, destaca-se que o novo Código Civil de 2002 alterou a nomenclatura 
de pessoa física para pessoa natural. Essa alteração não foi feita na CLT. O empregado 
é, portanto, pessoa natural.
A segunda observação a serfeita diz respeito à expressão “serviços de natureza 
não eventual”. Mas, a própria lei criou a figura do trabalho eventual, portanto, a 
modalidade de trabalho e de empregado “eventual” existe. Vamos entendê-la como 
excepcionalidade.
A expressão “dependência” é genérica, pois pode se aplicar a vários aspectos da vida 
das pessoas, seja na dependência econômica ou financeira, emotiva ou psicológica, 
material ou intelectual, moral ou social etc. Para a relação de trabalho, devemos fixar o 
seu conteúdo com a ideia de subordinação econômica, ou seja, a existência de salário 
é condição essencial para a definição de empregado. No próprio artigo encontramos 
a expressão “mediante salário”. 
Agora, pensando num conceito mais amplo à figura do empregado, recorremos 
aos conceitos dos professores Amauri Mascaro (2011, p. 645) e Sérgio Pinto Martins 
(2009, p. 134), respectivamente.
O conceito de empregado é dado pelo artigo 3º da CLT. Vamos analisá-lo.
Não pode faltar
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços 
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário. 
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego 
e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e 
manual.
Reflita
Assimile
Empregado é a pessoa física que com pessoalidade e ânimo de emprego 
trabalha subordinadamente e de modo não eventual para outrem, de 
quem recebe salário. 
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
37
O empregado em domicílio e o teletrabalho
O trabalho em domicílio é aquele realizado por uma pessoa em sua própria casa 
ou em local da sua escolha, conforme conceito expresso na Convenção 177 da OIT.
Este tipo de trabalho parece manter características remanescentes do trabalho 
artesanal e caseiro, daquele em razão de arte ou ofício. Para sua caracterização é 
necessário que o trabalho produza alguma remuneração e o esforço resulte em 
produto ou serviço, conforme solicitado pelo empregador, independentemente 
E quais seriam as suas modalidades? Vejamos.
O empregado eleito diretor
Essa modalidade encontra vasta discussão sobre sua natureza e condição 
definitiva – trata-se de empregado ou de profissional prestador de serviço sem vínculo 
empregatício. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula 269, diz que 
o empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho 
suspenso, não se computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer 
a subordinação jurídica inerente à relação de emprego. Isso significa que o empregado 
diretor está sujeito às ordens do Conselho da Administração, Presidência ou qualquer 
outra instância superior. Permanece o vínculo de subordinação e é juridicamente um 
empregado, pois seu cargo de diretor não possui autonomia. No mesmo sentido, 
se for submetido a cumprimento de horário ou se sua remuneração for através de 
salário, e não por honorários, com reajuste por dissídio coletivo da categoria, será 
caracterizado o vínculo de contrato de trabalho de empregado.
A outra orientação refere-se ao fato do empregado ser elevado à condição de 
diretor, por eleição da assembleia geral da sociedade empregadora, sem que isso 
determine a perda daquela qualidade, exceto se for comprovado que ele é proprietário 
de ações que configurem vultoso capital. A qualidade de proprietário de ações deve 
ser o motivo determinante de sua investidura (TST, Pleno, Ac. 2.294/78 – Proc. E-RR 
66276, j. 23-10-78, rel. Min. Raymundo de Souza Moura, DJ, 16-3-79, p. 1.846).
Pessoa física que presta serviços de natureza contínua a empregador, sob 
subordinação deste, mediante pagamento de salário e pessoalmente.
Assimile
O nome dado ao cargo pouco importa, o que importa mesmo 
é a condição a que ele [o trabalhador] está submetido e qual é a sua 
autonomia em relação à empresa (MARTINS, 2009, p. 147).
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
38
de quem lhe forneça os equipamentos, materiais ou outros insumos. No entanto, 
caso esse trabalhador desenvolva atividade de forma que lhe possibilite certo grau 
de autonomia e independência econômica, ele será considerado trabalhador 
independente, autônomo, na conformidade da legislação vigente.
Do contrário, o trabalhador em domicílio estará subordinado ao empregador, de 
quem receberá salário, por tarefa ou mensalmente, e executará atividade conforme 
estabelecido no contrato de trabalho. Ou seja, presentes os elementos do contrato de 
trabalho, temos a figura do trabalhador em domicílio, e não do autônomo.
Hoje em dia, o uso de tecnologias e da internet tem facilitado o surgimento da 
figura do empregado que desenvolve sua atividade laboral em sua própria residência: 
é a modalidade do teletrabalho. 
Fique atento para o parágrafo único do art. 6º da CLT, pois os meios telemáticos e 
informatizados de comando, controle e supervisão também se equiparam aos meios 
pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio, ou seja, 
mantém-se a subordinação.
Assimile
Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do 
empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a 
distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação 
de emprego (CLT, art. 6º). 
É devido o salário mínimo ao trabalhador em domicílio, considerado este 
trabalho como o executado na habitação do empregado ou em oficina 
de família, por conta de empregador que o remunere (CLT, art. 83).
No teletrabalho, a prestação de serviço a distância faz com que se evitem 
deslocamentos do empregado até a empresa, poupando tempo e 
aumentando a flexibilidade na execução das atividades. Para o empregador, 
representa redução de custos com infraestrutura e diminuição dos riscos 
de deslocamento do seu empregado, além de ampliar, pelo uso da 
internet, o alcance a novos mercados e clientes. O teletrabalho pode ser 
um fator decisivo para o aumento da produtividade. 
Reflita
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
39
O trabalhador avulso
É considerado trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços 
de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício e com a 
intermediação obrigatória de um gestor de mão de obra (Decreto nº 3.048/1999, art. 
9º, inciso VI). Ele se diferencia do trabalhador eventual e, segundo Instrução Normativa 
da Receita Federal do Brasil – IN RFB nº 971/2009, pode ser portuário ou não portuário. 
O empregado aprendiz
A principal característica do empregado aprendiz é a sua vinculação com a 
escola e sua inscrição em programa de aprendizagem técnico-profissional na 
indústria, comércio ou trabalho rural. Suas atividades laborais devem respeitar o seu 
desenvolvimento físico, moral e psicológico. O aprendiz deve executar com zelo e 
diligência as tarefas necessárias à sua formação.
Outra característica é que o contrato de trabalho deve ser realizado por escrito 
e por prazo máximo de dois anos. A validade do contrato de empregado aprendiz 
depende de anotação na CTPS, de matrícula em instituição de ensino e de frequência 
na escola. O empregador deverá cuidar para que o aprendiz tenha acesso à escola, 
não podendo sobrepesar seu horário de trabalho nem lhe atribuir atividade diversa 
à do seu aprendizado ou condição física. O empregado aprendiz faz jus ao salário 
mínimo.
O empregado aprendiz
A principal característica do empregado aprendiz é a sua vinculação com a 
escola e sua inscrição em programa de aprendizagem técnico-profissional na 
indústria, comércio ou trabalho rural. Suas atividades laborais devem respeitar o seu 
desenvolvimento físico, moral e psicológico. O aprendiz deve executar com zelo e 
diligência as tarefas necessárias à sua formação.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).Quadro 1.2 | Critério de idade
Idade máxima: 24 anos 
(art. 428, CLT)
Idade mínima: 14 anos 
(art. 7º, inciso XXXIII, CF/88)
Critério de idade
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
40
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Figura 1.4 | O trabalhador avulso
Ausência 
de vínculo
Sindicato ou
OGMO
Empresa Avulso
Contrato Mão de obra
Na intermediação com o tomador de serviços está o sindicato ou entidade ou 
Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), formando uma relação triangular, como 
mostra a Figura 1.4. Essa relação triangular não significa subordinação do trabalhador 
avulso ao tomador de serviços ou ao OGMO, mas é este último o responsável pela 
remuneração do empregado, ou seja, o tomador de serviços paga à entidade terceira o 
valor correspondente à prestação de serviços e esta faz o rateio entre os trabalhadores 
avulsos que realizaram o serviço, na medida da participação de cada um.
Por essa razão, reveste-se os trabalhadores avulsos da característica de não 
personificação do contrato e da atividade desenvolvida. A partir do momento que o 
OGMO tem a obrigação de realizar o serviço, deverá escalar o trabalhador avulso para 
realizá-lo. 
O pagamento do trabalhador avulso deve ser feito no prazo de 48 horas após o 
término do serviço. É garantido a ele o direito a férias, descanso semanal remunerado 
e salário-família. Ao trabalhador portuário é garantido o direito ao recebimento do 13º 
salário e FGTS.
Conheça mais sobre o trabalhador avulso: CF/1988, art. 7º, inciso XXXIV; 
Lei nº 12.815/2013; Lei nº 9.719/1998 (pagamento e intervalo de 11 horas 
entre jornadas); Lei nº 7.002/1982 (jornada noturna de 6 horas com 
adicional de 50%); Lei nº 8.036/1990 (FGTS); Decreto nº 53.153/1963 
(salário-família); Decreto nº 80.271/1977 (férias) e Decreto nº 63.912/1968 
(13º salário).
Pesquise mais
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
41
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Curso Superior
Curso de Educação Profissional
Curso de Ensino Médio
Curso de Educação Especial
Ensino Fundamental (anos finais), na modalidade 
profissional da educação de jovens e adultos
Quadro 1.3 | Estágio
A exigência legal para se caracterizar o estágio é de que o educando esteja 
frequentando qualquer um dos ensinos regulares de educação. Ele pode ser realizado 
na modalidade obrigatória ou não obrigatória. 
O estágio obrigatório ocorre por exigência curricular do próprio curso de formação, 
que dele depende para a sua conclusão e respectiva expedição do diploma de 
formação técnica (ensino médio) ou tecnológica, licenciatura ou bacharelado (nível 
superior).
Já o estágio não obrigatório é aquele que o aluno poderá executar livremente, 
desde que em área da sua formação escolar. É uma faculdade e seu cumprimento 
agregará conhecimento pessoal e experiência.
Em ambas as modalidades não há contrato de trabalho entre o educando e a 
empresa. Há, na verdade, o termo de convênio de concessão de estágio celebrado 
entre a instituição de ensino e a empresa e o termo de compromisso celebrado entre 
a empresa e o estagiário. Veja no Quadro 1.4 as responsabilidades de cada parte.
A lei impõe algumas obrigações às Instituições de Ensino e às Empresas, bem 
O estagiário
O estagiário é a pessoa em processo de formação que é integrada ao ambiente 
de trabalho para complementar sua formação escolar. Ele não é empregado nem se 
confunde com o aprendiz.
Assimile
Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no 
ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de 
educandos (art. 1º da Lei nº 11.788/2008).
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
42
como limite ao número de estagiários que ela poderá contratar, de acordo com o 
número de empregados.
O objetivo é evitar que a empresa deixe de contratar trabalhadores celetistas e em 
seu lugar contrate apenas estagiários, o que apresentaria flagrante desvirtuamento do 
estágio, pois colocaria o estagiário no lugar do empregado como mão de obra. Por 
fim, o empregador deve reservar 10% das vagas de estágio para estagiários portadores 
de necessidades especiais.
Outras características importantes do estágio: o encerramento do curso de 
formação impede a realização do estágio; o prazo máximo de validade do termo de 
compromisso é de dois anos, exceto quando se tratar de portador de deficiência; 
o pagamento de uma bolsa é compulsório apenas para o estágio não obrigatório e 
o empregador deverá recolher tributação social sobre o valor que exceder o limite 
de isenção; a empresa deverá pagar o auxílio transporte e facultativamente o auxílio 
alimentação e saúde; qualquer pagamento de benefício não gera vínculo empregatício 
entre o estagiário e a empresa; a jornada de trabalho não pode exceder a trinta horas 
semanais e o termo de compromisso dispensa qualquer anotação na CTPS.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Quadro 1.4 | Obrigações da IE e da empresa
Quadro 1.5 | Número de empregados/estagiários
Da instituição de ensino
Elaborar plano de 
atividades.
Indicar professor 
orientador.
Verificar se a empresa 
possui instalações 
adequadas.
Elaborar normas de 
avaliação do estágio 
e cobrar relatórios do 
estagiário.
Da empresa
Indicar profissional para 
acompanhar o estagiário.
Enviar à instituiçao de 
ensino relatório semestral 
sobre o estágio.
Garantir o transporte 
e seguro de acidentes 
pessoais do estagiário.
Pagar a bolsa estágio, 
quando for o caso.
Número de 
empregados
Número de 
estagiários
1 a 5 1
6 a 10 2
11 a 25 5
26 ou mais 20%
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
43
No entanto, como prevê a Lei nº 4.886/1965, o autônomo está analogamente 
sujeito ao artigo 482 da CLT, que trata da rescisão contratual por justa causa, sendo 
seu contrato por prazo determinado ou indeterminado.
Por fim, vale ressaltar que a contribuição social é de sua exclusiva responsabilidade, 
nos termos do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212/1991, e sua atividade independe de 
prévio registro no órgão público fiscalizador competente.
O trabalhador autônomo
É a pessoa natural que exerce por conta própria atividade econômica com ou sem 
fins lucrativos.
A lei não exige que o trabalhador autônomo tenha diploma de curso técnico ou 
superior, diferentemente do profissional liberal. Ele pode atuar no interesse de um 
tomador de serviços sem, contudo, a ele se subordinar. A atividade deve ser habitual, 
caso contrário, poder-se-á dizer que se trata de trabalhador avulso.
Exemplificando
Veja o caso do vendedor (ou do representante comercial autônomo). 
O primeiro requisito caracterizador do autônomo é a ausência de 
subordinação, prestando ele o serviço a um único empregador ou a 
vários ao mesmo tempo. Ele deve ser independente e assumir os riscos 
da sua atividade, ou seja, comprometer-se diretamente com o próprio 
resultado da atividade. Como ele faz a intermediação entre o produtor 
e o consumidor final, sua remuneração é proveniente de honorários ou 
comissão de venda. E como assume os riscos da atividade, faculta-lhe 
fixar o preço final do produto, embutir comissão, dar desconto e negociar 
prazo para pagamento – esse é o exercício da sua autonomia.
Faça você mesmo
Os advogados, médicos, engenheiros, contadores, economistas, artistas 
etc., são considerados como profissionais liberais. Quando eles são 
autônomos e quando são empregados? Quais seriam os requisitos a 
serem verificados?
Resposta: a existência de subordinação e o grau de autonomia sobre o 
risco da atividade.
O Direito Social do Trabalho a Serviço da Cidadania
U1
44
O trabalhador eventual
É a pessoa natural que presta serviços de natureza urbana ou rural, de caráter 
esporádico, ocasional ou fortuito,

Outros materiais