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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * Revisando... Aula 2.8 ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NARRATIVA (NARRADOR, PERSONAGEM, ESPAÇO, TEMPO E ENREDO): UMA ABORDAGEM ENUNCIATIVA DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO * * * Importante lembrar :ENREDO O enredo(ação ou trama) corresponde à maneira como a história se desenrola, aos “arranjos” narrativos que cercam as personagens, e às situações que as envolvem. Essa articulação pode revelar o núcleo temático da matéria narrada, seja ela real ou ficcional; assim, falamos em enredo cujas temáticas podem ser conflitos passionais, casos de mistério ou terror, dramas sociais, experiências existenciais, ficção científica etc. * * * O texto narrativo resulta, portanto, de duas articulações: a história (seqüência de fatos) e o enredo (organização dos fatos). Dessa forma, o enredo é a maneira como o narrador organiza os dados que a história oferece. Observe como na contextualização de DOMINGO NO PARQUE- GILBERTO GIL.mp3, os arranjos formais – versificação, rima, estrofe e refrão – e a organização dos fatos, articulando personagens, tempo, espaço e ação, proporcionam dimensão e expressividade a um episódio que seria, como notícia de jornal, apenas corriqueiro. * * * Domingo no Parque (Gilberto Gil) Exposição: identificação das personagens O rei da brincadeira – ê José O rei da confusão – ê João Um trabalhava na feira – ê José Outro na construção – ê João * * * Desenvolvimento: encadeamento de ações A semana passada, no fim da semana, João resolveu não brigar. No domingo de tarde saiu apressado E não foi pra ribeira jogar Capoeira não foi pra lá, pra ribeira, Foi namorar. O José como sempre, no fim da semana Guardou a barraca e sumiu. Foi fazer, no domingo, um passeio no parque, Lá perto da boca do rio. Foi no parque que ele avistou Juliana, * * * Foi que ele viu Juliana na roda com João, Uma rosa e um sorvete na mão. Juliana, seu sonho, uma ilusão, Juliana e o amigo João. Complicação: ponto de tensão O espinho da rosa feriu Zé E o sorvete gelou seu coração. O sorvete e a rosa – oi José A rosa e o sorvete – oi José Oi dançando no peito – oi José Do José brincalhão – oi José * * * O sorvete e a rosa – oi José A rosa e o sorvete – oi José Oi girando na mente – oi José Do José brincalhão – oi José Juliana girando – oi girando Oi na roda gigante – oi girando Oi na roda gigante – oi girando O amigo João – oi João O sorvete é morango – é vermelho Oi girando e a rosa – é vermelha Oi girando, girando – é vermelha * * * Clímax: ponto de maior tensão Oi girando, girando – olha a faca Olha o sangue na mão – ê José Juliana no chão – ê José Outro corpo caído – ê José Seu amigo João – ê José Desfecho Amanhã não tem feira – ê José Não tem mais construção – ê João Não tem mais brincadeira – ê José Não tem confusão – ê João. * * * Tempo: cronológico, especificado, no texto, como domingo. Espaço: no parque. Narrador: observador; texto narrado em 3a. pessoa. Enredo: um crime passional praticado por José contra o próprio amigo, João. O assassino viu Juliana, a mulher pela qual era apaixonado, passeando no parque de diversões com esse amigo. Assim como João, Juliana foi esfaqueada por José. * * * Dando continuidade a gêneros textuais Leia o texto a seguir com bastante atenção!! * * * Recado ao senhor 903 Vizinho – quem fala aqui é o homem do 1003. recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dos números, dois números empilhados entre dezenas de outros. * * * Eu , 1003, me limito a leste pelo 1005, a oeste pelo 1001, ao sul pelo Oceano Atlântico, ao norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos, apenas eu o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão; ao meu número) será convidado a se retirar as 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois as 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. * * * Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio. ... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou.” E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela.” E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz. Rubem Braga, janeiro 1953 Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * A Crônica Objetivos: Reconhecer a estrutura e a funcionalidade do gênero textual crônica * * * Crônica: gênero híbrido A crônica é um gênero textual que oscila entre literatura e jornalismo e, antes de ser publicada em livro, costuma ser veiculada em jornal ou revista. A crônica quase sempre é um texto curto, com poucas personagens, que se inicia quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer. Por essa razão, nesse gênero textual o tempo e o espaço são limitados. Em uma crônica, o narrador pode ser observador ou personagem. O cronista costuma ter sua atenção voltada para fatos do dia-a-dia ou veiculado em notícias de jornal e os registra com humor, sensibilidade, crítica e poesia. Como a maioria dos gêneros ficcionais, a crônica pode ser narrada no presente ou no pretérito. Emprega geralmente uma linguagem simples e direta, próxima do leitor. * * * Características da crônica argumentativa É um texto que apresenta o ponto de vista do cronista sobre um assunto do cotidiano, geralmente polêmico; trata o tema de forma subjetiva, marcada pela sensibilidade e pelas emoções do cronista; Expõe argumentos que fundamentam a opinião do cronista; não se limita a narrar um fato de modo particular Pode apresentar uma conclusão-síntese, que retoma as idéias do texto e confirma o ponto de vista defendido; A linguagem pode ser criativa e figurada, geralmente de acordo com a variedade padrão, formal ou informal, da língua.ARNALDOJABOURcomenta- Deputadosnafarradocombustível.pps
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