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Sociologia – 3° Bimestre Um novo modo de produção? Estado e Sociedade O papel do Estado no Marxismo Para Marx, só aparentemente o Estado visa ao bem comum, estando de fato a serviço da classe dominante. Portanto, o Estado é um mal que deve ser extirpado. Ao lutar contra o poder da burguesia, o proletariado deve destruir o poder estatal, o que não será feito por meios pacíficos, mas pela revolução. Diferentemente dos anarquistas, Marx não considera viável a passagem brusca da sociedade dominada pelo Estado burguês para a sociedade sem Estado, havendo a necessidade de um período de transição. Ditadura do Proletariado A classe operária, organizando-se num partido revolucionário, deve destruir o Estado burguês e criar um novo Estado capaz de suprimir a propriedade privada dos meios de produção. A esse novo Estado dá-se o nome de ditadura do proletariado, uma vez que, segundo Marx, o fortalecimento contínuo da classe operária é indispensável enquanto a burguesia não tiver sido liquidada no mundo inteiro. Socialismo Primeira fase da ditadura do proletariado Supõe a existência do aparelho estatal, da burocracia, do aparelho repressivo e do aparelho jurídico. Nessa fase persiste a luta contra a antiga classe dominante, a fim de evitar a contra revolução. Princípio do socialismo “De cada um, segundo sua capacidade, a cada um, segundo seu trabalho”. Comunismo Segunda fase da ditadura do proletariado. O comunismo se define pela supressão da luta de classes e, consequentemente, pelo desaparecimento do Estado. O desenvolvimento prodigioso das forças produtivas levaria à “era da abundância”, à supressão da divisão do trabalho em tarefas subordinadas (materiais) e tarefas superiores (intelectuais), à ausência de contraste entre cidade e campo e entre indústria e agricultura. Princípio do Comunismo “De cada um, segundo sua capacidade, a cada um, segundo suas necessidades”. Se a passagem para o comunismo significa o desaparecimento das classes, como fica a afirmação que fizemos inicialmente de que, para Marx, a luta de classes é o motor da história? O movimento da história continuaria, pois ela é um processo; só que a luta não mais seria entre a classe dominante e a dominada, mas entre o progresso e as forças conservadores, entre o novo e o velho. O Manifesto do Partido Comunista O Manifesto Comunista, feito por Karl Marx e Frederich Engels, foi publicado pela primeira vez em 1848, com uma linguagem de fácil entendimento e uma estrutura simples (introdução breve, seguida de três capítulos e uma conclusão curta), nele continham os principais ideias do comunismo. Foi escrito a partir de uma reunião entre comunistas de diversas nações, e publicado em diversas línguas. “A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção, e por conseguinte todas as relações sociais. A conservação inalterada dos antigos modos de produção era a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores. A transformação contínua da produção, o abalo incessante de todo o sistema social, a insegurança e o movimento permanentes distinguem a época burguesa de todas as demais. As relações rígidas e enferrujadas, com suas representações e concepções tradicionais, são dissolvidas, e as mais recentes tornam-se antiquadas antes que se consolidem. Tudo que era sólido desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas”. Pg.32. “O que caracteriza o comunismo não é a supressão da propriedade em si, mas a supressão da propriedade burguesa. Porém, a propriedade burguesa moderna constitui a última e mais complexa e expressão do modo de produção e apropriação baseado em antagonismos de classe, na exploração de uma classe por outra. Neste sentido, os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada. Nos acusam, aos comunistas, de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada por meio do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda a liberdade, de toda a atividade e de toda a autonomia individuais. Propriedade adquirida a partir do próprio trabalho!” Medidas que devem ser adotadas no início pelos proletariado 1. Expropriação da propriedade latifundiária e utilização da renda da terra para cobrir despesas do Estado. 2. Imposto fortemente progressivo. 3. Abolição do direito de herança. 4. Confisco da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes. 5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital estatal e monopólio exclusivo. 6. Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado. 7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário. 8. Trabalho obrigatório para todos, constituição de brigadas industriais, especialmente para a agricultura. 9. Organização conjunta da agricultura e da indústria, com o objetivo de eliminar gradualmente a diferença entre cidade e campo. 10. Educação pública e gratuita para todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Integração da educação com a produção material, etc. Pg.46 “No lugar da velha sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surge uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto para o livre desenvolvimento de todos”. Pg.65 “Os comunistas não ocultam suas opiniões e objetivos. Declaram abertamente que seus fins só serão alcançados com a derrubada violenta da ordem social existente. Que as classes dominantes tremam diante de uma revolução comunista. Os proletários não têm nada a perder nela, além de seus grilhões. Têm um mundo a conquistar. Proletários de todos os países, uni-vos!” Nem tudo ocorreu como Marx esperava... Em 1917, eclodiu na Rússia uma revolução de proporções tão amplas quanto a Revolução Francesa de 1789. A Rússia anterior à revolução vivia sob um governo absolutista. Nas grandes cidades já havia certo desenvolvimento industrial, mas a base da economia estava na agricultura. Os bolcheviques chegam ao poder Em outubro de 1917, o Partido Bolchevique, que defendia uma revolução proletária e camponesa que fizesse a imediata transição para o socialismo, colocou-se à frente de um movimento revolucionário e tomou o poder. Seus líderes eram Lenin e Trotski. Com a conquista do poder pelos bolcheviques, teve início a experiência de construção do modo socialista de produção. Em 1922, a Rússia passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Ao contrário do que Marx previa, a primeira revolução socialista ocorreu justamente na Rússia, um país cuja economia ainda não era totalmente capitalista. A ascensão de Stalin Com a morte de Lênin, em 1924, a direção política do partido Comunista foi disputada por duas correntes opostas: a de Leon Trotski, que defendia a propagação da revolução para os países industrializados, bem como maior democracia dentro do partido, e a de Josef Stalin, que propunha a construção do “socialismo num só país”. Refletindo o peso do atraso russo e da burocracia herdada do czarismo, Stalin venceu a disputa. Constituiu-se na Rússia um Estado policial-burocrático, totalitário, que estava longe dos ideais socialistas de Marx e Engels, Lenin e Trotski. Sob o stalinismo, milhões de camponeses morreram no processo de coletivização forçadas das terras. Milhares de dissidentes políticos foram fuzilados ou enviados a campos de concentração. O fim da união Soviética Entre os anos 1980 e 1990, começaram a ocorrer profundas mudanças políticas e econômicas no bloco socialista. Na União Soviética, um novo líder – Mikail Gorbatchev – passou a adotar medidas de liberalização da economia e das relações políticas, permitindo greves, diminuindo acensura e estimulando pequenos avanços da iniciativa privada e de uma economia de mercado. Sob a pressão de grandes movimentos populares, o regime político dos países socialistas do Leste europeu entrou em colapso e foi substituído por formas mais democráticas de poder. Nesse processo, cujo marco simbólico foi a queda do muro de Berlim, amplas reformas políticas foram implementadas, com a criação de novos partidos e a realização de eleições diretas para os principais cargos dirigentes. A economia também passou por profundas mudanças, com a privatização de empresas públicas, a diminuição do controle do Estado sobre a economia e a reativação dos mecanismo de mercado. Além disso, a propriedade privada foi restabelecida em alguns setores, sobretudo na agricultura e no comércio. Como resultado dessas mudanças, a União Soviética deixou de existir em 1991 e todos os países do Leste europeu adotaram a economia de mercado.
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