Buscar

História do Direito FAMÍLIA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

A INSTITUIÇÃO FAMÍLIA por
Coulanges
e
Engels
FUSTEL DE COULANGES
A CIDADE ANTIGA
A família romana e grega, por semelhança, traduzia uma organização política cujo princípio básico era a autoridade, e esta abrangia todos quantos a ela estavam submetidos. 
O “pater familias” era, ao mesmo tempo, chefe político, sacerdote e juiz, constituindo-se, assim, a família como a unidade da sociedade antiga, em contraposição à posição do indivíduo na sociedade moderna. 
A comparação entre crenças e leis mostra que as famílias gregas e romanas foram constituídas e influenciadas por religiões primitivas que estabeleceram o casamento, a autoridade paterna, determinando a linha de parentesco, o direito de propriedade e de sucessão. 
Tendo sido a religião a formadora e conformadora da família enquanto instituição, acabou por exercer influência na concepção e organização das cidades, interferindo em seu governo e, portanto, no princípio da autoridade dela emanado.
Através do conhecimento da família na Antigüidade clássica é que se torna possível a compreensão de suas conseqüências sociológicas, institucionais e suas implicações no direito privado da Antigüidade. 
FRIEDRICH ENGELS
A origem da família, da propriedade privada e do Estado
ANTES... (baseado nos estudos de Morgan)
FAMÍLIA CONSANGÜÍNEA – foi o primeiro progresso.
EXCLUI pais e filhos de relações sexuais recíprocas;
GRUPOS CONJUGAIS classificam-se por gerações – irmãos e irmãs são marido e mulher;
REPRODUÇÃO mútua e endógena.
FAMÍLIA PANALUANA – segundo progresso, ainda selvagem.
EXCLUI as relações entre irmãos;
AGORA relações entre, primos e primas; sobrinhos e sobrinhas
MATRIMÔNIO por grupos;
INSTITUIÇÃO das GENS – círculo fechado de parentes consangüíneos,por linha feminina, que NÃO PODEM se casar uns com os outros.
FAMÍLIA SINDIÁSMICA – (barbárie) já algum matrimônio por pares, convivendo com a poligamia, tornada direito dos homens.
PARA A MULHER, proibições e fidelidade;
NA SUCESSÃO ainda considera a linhagem feminina; mas
VERDADEIRA mãe e verdadeiro pai;
Em conseqüência...
Quanto maior a riqueza, maior o poder e a importância da “gens”;
O HOMEM é o senhor e proprietário – da sua força de trabalho, dos meios de produção, e dos escravos;
EXIGE interferência na ORDEM DE HERANÇA e de hereditariedade, agora não mais feminina;
ABOLIDO o direito materno, substituídopelo direito hereditário paterno;
O TERMO FAMÍLIA:
“fâmulus” – expressão inventada pelos romanos para designar um organismo social onde o CHEFE era o HOMEM que mantinha sob seu poder a mulher,os filhos, os escravos e os animas do rebanho doméstico, com o direito de vida e morte sobre todos – “pater familia”.
O poder paterno é uma das peças fundamentais para se entender a antiga concepção da família, da autoridade, da herança, da propriedade. 
A INSTITUIÇÃO ‘FAMÍLIA’
FAMÍLIA MONOGÂMICA - (civilização) surge entre a fase Média e Superior da Barbárie, e vai promover a GRANDE DERROTA HISTÓRICA DO SEXO FEMININO! (Engels)
PREDOMÍNIO do homem;
PROCRIAR filhos de paternidade INDISCUTÍVEL;
HERDEIROS DIRETOS entram na posse da herança de seu pai;
SÓ O HOMEM pode romper o laço matrimonial;
Para Engels (p.54-55).
A primeira divisão do trabalho é a que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos [...]
O primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre homem e mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino.
A monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, iniciou, juntamente com a escravidão e as riquezas privadas, aquele período, que dura ate nossos dias, no qual cada progresso é simultaneamente um retrocesso relativo, e o bem-estar e o desenvolvimento de uns se verificam às custas da dor e da repressão de outros. É a forma celular da sociedade civilizada [...].
ENTÃO:
“a monogamia foi um grande progresso histórico, embora tenha trazido também, a escravização e a riqueza privadas”.
“uma clara contradição: para um progresso importante, corresponde um retrocesso relativo, e, o bem estar e o desenvolvimento de uns, corresponde à dor e repressão de outros.
O DIREITO DE FAMÍLIA
NO DIREITO ROMANO:
Maior fonte e influência sobre o direito de família moderno;
Direito baseado no poder absoluto do ‘pater familia’;
Até hoje os nomes e as características principais de alguns institutos daquela época: “adoptio”; tutela; curatela; casamento; filiação.
O DIREITO DE FAMÍLIA
NO DIREITO CANÔNICO:
Influencia até hoje os ritos solenes do casamento e seu registro por escrito, seus impedimentos e anulação;
A importância das uniões por “interesse” do Estado (durante o período arcaico da Igreja Romana não era assim);
O DIREITO DE FAMÍLIA
NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO de 1916:
Poder familiar ao homem que era o chefe da família;
Desigualdade entre os filhos nascidos fora e dentro do casamento, e os adotados;
Anulação do casamento por “culpa” da mulher;
Proibido o divórcio por influência da Igreja Católica. Divórcio legal desde 1977.
O DIREITO DE FAMÍLIA
PERFIL CONTEMPORANEO:
A família é o lugar onde se desenvolve a pessoa;
É valor constitucionalmente garantido, baseada no princípio da dignidade humana, ainda que assuma formas diversas da tradicional/cultural;
Tem por finalidade a educação e a promoção daqueles que a ela pertençam;
O DIREITO DE FAMÍLIA
É baseada em três pilares fundantes: liberdade, responsabilidade, solidariedade;
O sangue e os afetos são razões autônomas de justificação, preponderando o afeto constante e espontâneo para fazer a “ligação” entre seus membros;
Pluralidade de formas familiares merecedoras de tutela,a família nuclear não pode mais ser considerada superior em relação às demais;
O DIREITO DE FAMÍLIA
A família não é titular de um interesse separado e autônomo, superior ao do pleno e livre desenvolvimento de cada pessoa;
Porém, a atenção individual a cada membro exige a compresença da responsabilidade, colaboração, solidariedade e reciprocidade;
O DIREITO DE FAMÍLIA
No Código Civil de 2002 e CF de 1988:
Igualdade na responsabilidade e nos direitos;
Igualdade entre os filhos;
União estável igual à entidade familiar;
Base da sociedade, célula social por excelência, núcleo formador da pessoa e onde ela recebe educação, sustento, assistência: desenvolve a personalidade e se estrutura para atingir seus objetivos 
O DIREITO DE FAMÍLIA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988:
Art. 5º., inciso I;
Art. 226, parágrafos 3º., 4º., 5º., 8º.;
Art. 227, parágrafo 6º.;
Art. 229.
CC DE 2002, Livro IV – Do Direito de Família.
Sobre o Casamento: Art. 1511 a 1590;
Sobre o Parentesco: Art. 1591 a 1638;
Sobre o Regime de bens entre os cônjuges: Art. 1639 a 1688;
Sobre os Bens dos filhos menores: Art. 1689 a 1693;
Sobre os Alimentos: Art. 1694 a 1710;
Sobre o Bem de Família: Art. 1711 a 1722;
Sobre a União Estável: Art. 1723 a 1727;
Sobre a Tutela e a Curatela: Art. 1728 a 1783.
O DIREITO DE FAMÍLIA
OBJETO DO DIREITO DE FAMÍLIA:
O entrelaçamento das relações que se originam na família.
Relações que podem ser: patrimoniais (alimentares, herança, meação, hipoteca legal, tutela) e assistenciais (entre cônjuges, pais e filhos, tutor e pupilo, curador e curatelado).
O DIREITO DE FAMÍLIA
CONCEITO JURÍDICO DE FAMÍLIA:
Stricto senso: pais e filhos;
CF, art. 226, § 4º. – só um dos pais faz entidade familiar (família monoparental).
Lato senso: conjunto de pessoas que descendem do mesmo tronco comum (parentes em linha reta ou colateral) e daqueles ligados pelo vínculo de afinidade (decorrente do casamento), ou pelo vínculo civil (decorrente da adoção).
CF, art. 227, § 6º. Equiparou ao parentesco legítimo, proibindo qualquer discriminação.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais