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e psiquiatras, em particular, estão cien- tes de que 75% das mulheres obtêm pouco ou nenhum prazer no ato sexual." Wallin e Clark... distribuíram questionários a 417 mulheres, a maioria das quais estava casada entre dezessete e dezenove anos. Quase todas tinham filhos, e, aparentemente levavam uma vida normal. Eles queriam saber se essas mulheres experimantavam certas reações normais no ato amoroso, mesmo que não pudessem dizer que gozavam de um orgasmo pleno. Das mulheres que diziam nunca terem tido orgasmos ou o experimentarem raramente, metade delas respondeu que apre- ciava "muito" as relações sexuais. Das mulheres que relataram terem tido alguns orgasmos, dois terços responderam que tinham "muito" prazer em suas relações sexuais.2 109 Nesses anos de aconselhamento matrimonial, principal- mente de casais crentes, já observei que os homens e mulheres crentes experimantam o prazer orgásmico em grau mais elevado que os não crentes. Isso foi confirmado pelo Dr. Herbert J. Miles, que é conselheiro matrimonial há mais de quarenta anos e que efetuou uma pesquisa detalhada entre 151 casais cristãos. Tendo sido essa uma pesquisa bem contro- lada, já que os objetos dela eram: (1) casais jovens; (2) casais que haviam feito cursos de um a quatro anos em universidades evangélicas, e (3) casais que haviam recebido instrução pré- nupcial do Dr. Miles, o resultado revelou que 96,1% das esposas experimentam o "orgasmo de forma indubitável".3 Isso demonstra que existe uma notável diferença entre eles e a média dos casais não crentes. Nossa pesquisa, levada a efeito por 1700 casais que freqüentaram nossos seminários Family Life, e se mostraram dispostos a fazer o teste, não obteve resultados tão favoráveis quanto a dele. Devemos lembrar, porém, que nossa pesquisa abordou um raio maior de idades e cobriu vários estágios de desenvolvimento cristão. Além disso, foi realizada entre pes- soas que tinham recebido pouco ou nenhum aconselhamento pré-nupcial. Apesar disso, 89% das mulheres pesquisadas responderam ter tido experiências orgásmicas. Ê seguro afirmar, então, que, a não ser pelas esposas crentes, a maioria das mulheres não atinge o orgasmo regular- mente, no ato sexual. Na verdade, muitas nem sabem como ele é. O QUE É O ORGASMO? A maioria dos atuais compêndios de educação sexual é escrito por homens. Conseqüentemente são menos acurados, quando tratam de descrever o orgasmo feminino. A Dr.a Marie Robinson é uma psiquiatra, casada, cuja clientela é predominantemente feminina. Ela descreveu o orgasmo femi- nino nos seguintes termos: O orgasmo é a reação fisiológica, que culmina o ato sexual, um clímax belo e natural... Nos instantes que precedem o orgasmo, a tensão muscular eleva-se a um ponto em que, se não fosse pela operação do instinto sexual, ela se tornaria fisicamente insuportável. Os movimentos pélvicos do homem e a movimentação do pênis, para diante e para trás, no interior 110 da vagina, crescem em rapidez e intensidade. Os movimentos pelvicos da mulher também se intensificam e todo o seu corpo procura, a cada movimento, aumentar a maravilhosa sensação que experimenta no interior da vagina. Segundo inúmeras mulheres com quem já debati essa experiência, o prazer é causado mais pela sensação de ter a vagina ocupada ou pela pressão e fricção na superfície posterior. No momento de maior tensão muscular, todas as sensações parecem receber um impulso para cima. A mulher experi- menta esta tensão em um grau tão elevado que lhe parece ser impossível mantê-la por mais tempo. E realmente o é, pois aí então ela é dominada por uma série de espasmos musculares. Esses espasmos ocorrem no interior da vagina, produzindo nela ondas de intenso prazer. Essas ondas se transmitem para o corpo todo, simultaneamente: no tronco, rosto, braços e pernas — e até na planta dos pés. Esses espasmos que sacodem todo o corpo convergindo na vagina, representam e constituem o verdadeiro orgasmo. Nesse momento, a cabeça se encurva para trás e a extremidade pélvica como que se volta para diante e para o alto, numa tentativa de obter a maior penetração possível do pênis. Esses espasmos duram alguns segundos, na maioria das mulheres, embora essa duração varie de pessoa para pessoa, e em algumas delas possam chegar a um minuto ou mais, conquanto vão decrescendo de intensidade. Muitas mulheres conseguem repetir isso duas ou três vezes antes que o companheiro atinja o orgasmo. Neurológica e psicologicamente, está aberto o caminho para outro orgasmo, e se o marido continuar com a ativação, ela poderá reagir adequadamente. Já ouvi de algumas mulheres que o último orgasmo, por vezes, é mais intenso e satisfatório que o primeiro. Assim que a esposa se satisfaz nessa experiência orgásmica, ela relaxa a tensão muscular e neurológica acumulada durante o período de preparação. Quando alcança satisfação completa, sua movimentação cessa, e pouco depois a pressão sangüínea, e pulsação, a secreção glandular, a tensão muscular e todas as modificações físicas que ocorrem e que caracterizam o excita- mento sexual, voltam às condições normais, ou até subnormais. Tem havido estudos detalhados das reações físicas tanto dos homens quanto das mulheres durante o ato sexual. Creio ser importante entender que, até nos menores detalhes, inclu- sive no orgasmo, as reações e a experiência subjetiva do prazer são paralelas nos dois sexos. As diferenças dignas de nota são que a mulher reage mais lentamente que o homem ao estímulo 111 externo, e o orgasmo masculino é caracterizado pela ejacula- ção do líquido seminal no interior da vagina. A plena satisfação sexual é seguida de um estado de calma total. O corpo sente-se absolutamente sereno. Psicologicamen- te a pessoa se sente completamente satisfeita, em paz com o mundo e com tudo que há nele. A mulher, em particular, sente-se mais amorosa para com o companheiro que lhe proporcionou tanto gozo, e lhe deu esse arrebatamento de êxtase. Muitas vezes, ela deseja abraçá-lo durante algum tempo, e permanecer um pouco mais ao "clarão" que vai-se apagando. Como o leitor pode ver por essa descrição, o orgasmo é uma experiência fortíssima. Não existe outra experiência fisiológica ou psicológica que se compare à sua intensidade extasiante ou ao tremendo prazer que proporciona, É uma experiência singular. 4 FRIGIDEZ OU INCAPACIDADE ORGÁSMICA? Muitas mulheres, erroneamente, chegam à mesma conclu- são a que chegou uma senhora com quem falei. Diane pensava que era frigida. Entretanto, não o era. Estava casada havia talvez quinze anos quando me disse: "Embora eu aprecie o ato amoroso, não obtenho muita vantagem dele, a não ser a proximidade de meu marido." Grande parte da literatura que estuda o assunto tacha de frígidas todas as mulheres que têm dificuldades em atingir o orgasmo, mas isso não é correto. A Dr. a Robinson definiu a questão de forma excelente: A frigidez sexual é a incapacidade de desfrutar do amor físico até os limites da sua potencialidade. A mulher frigida, em grau maior ou menor, é aquela que bloqueou sua capaci- dade sexual. Geralmente, ela não consegue experimentar o orgasmo. Quando chega a ter um, ele é fraco e insatisfatório. Muitas mulheres frígidas, porém, não apenas não experimen- tam o orgasmo, mas também não possuem a capacidade de sentir o menor excitamento sexual. Para algumas delas, o ato sexual é doloroso.5 Podemos, portanto, definir a frigidez como a ausência total do desejo de praticar ou desfrutar do ato sexual. O Dr. David Reuben, autor de três best-sellers sobre a sexualidade reluta em tachar de frigidez a esta condição, e assim cunhou a expressão incapacidade orgásmica. 112 Muitas das mulheres que foram diagnosticadas como sendo frígidas, são, na realidade,