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sexualmente subestimula- das. Pelos conceitos antigos, assim que o homem penetrava com o pênis ereto na vagina, a responsabilidade do orgasmo fe- minino passava a ser da esposa. Mas acontece que as coisas não se passam assim. Nenhuma mulher pode ser tachada de frígida enquando seu parceiro sexual não lhe fornecer estímulo mecâ- nico suficiente para acionar o reflexo orgásmico. Para a média dos casais, o estímulo necessário consiste de cerca de oito minutos de ato sexual e de 75 a 80 movimentos de penetração pélvica. Isso inclui, naturalmente, um razoável volume de preparação — pelo menos o suficiente para começar a lubrificação natural da vagina — e uma atmosfera emocional de afeição mútua. Sob essas circunstâncias, a mulher em geral deve atingir o orgasmo, a maior parte das vezes em que realiza o ato sexual. Mas, e se ela não conseguir? Então, ela deve estar sofrendo, em certa medida, de uma incapacidade orgásmica (um termo mais exato que frigidez) com base em algum conflito emocio- nal. Mas se o companheiro faz uma penetração rápida, alguns movimentos meio desanimados e um rápido esguicho do líquido seminal, com um pedido de desculpas meio murmura- do, é possível que o problema seja mais dele do que dela. Infelizmente, o homem que não consegue retardar seu orgas- mo e prolongar a ereção por um período de tempo suficiente para satisfazer sua companheira, tem que empregar tempo e esforço, depois, para convencê-la de que a culpa é dela. E, afinal, quando ela se convence disso, essa convicção não soluciona o problema — ele ainda continua com a ejaculação prematura. Seria mais sensato que ele tentasse sanar sua própria dificuldade, em vez de inventar um problema novo — a demora do orgasmo feminino — para provar que ele é normal. 6 Eo Dr. Reuben conclui: "Para os milhões de mulheres da América que não experimentam orgasmo regularmente, a dificuldade orgásmica é uma desgraça." 7 Houve uma época em que a mulher frígida estava conde- nada a passar o resto da vida no desespero da frustração sexual, ou, o que é pior, num estado de constante autodefesa emocional. Tornava-se fria e indiferente para com as expres- sões de afeto do marido, pois quer ela o reconhecesse ou não, ser uma esposa sexualmente frustrada era uma situação emocionalmente traumatizante. Mas, graças a Deus, essa época já passou. As pesquisas modernas provaram claramente 113 que todas as mulheres casadas são capazes de experimentar o êxtase orgásmico. Nenhuma mulher cristã deveria aceitar uma situação insatisfatória. AS CAUSAS E A CURA DA INCAPACIDADE ORGÁSMICA Na melhor das hipóteses, o orgasmo é uma operação complicada, que também é a culminância de muitas ativida- des. Conseqüentemente, o distúrbio de uma ou várias dessas funções pode impedir que a mulher experimente tudo que Deus determinou para ela. Por essa razão, examinaremos as causas mais comuns da dificuldade orgásmica, e ofereceremos sugestões de correções práticas. 1. Ignorância — a média das mulheres conhece melhor o funcionamento de sua máquina de costura do que de seus órgãos reprodutores. Isso não é difícil de entender, quando nos lembramos de que, quando ela recebeu a máquina, esta veio com um manual de intruções para o seu uso; quando surge algum problema, tudo que ela tem a fazer é chamar o técnico para reparar o defeito. Infelizmente, a maioria das mulheres e seus maridos igualmente desinformados nunca leram um bom livro sobre sexo, e quando se vêem a braços com problemas, muitas vezes, são por demais orgulhosos para solicitar auxílio de outrem. E mesmo quando procuram informar-se, a matéria que lêem ou o conselheiro a que recorrem são bastante inadequados. Até alguns anos atrás, a mulher cristã ainda tinha outro problema. Devido à adoção da filosofia humanística pela maioria das publicações que estudavam o sexo, e a total ausência de valores morais nelas, a maior parte dos crentes tendia a rejeitar todas elas. Isso é uma prática infeliz, pois já descobri que aqueles que tendem a rejeitar essas informações são os que mais necessitam delas. E em adição a isso, "fazer o que nos ocorre naturalmente" é uma medida igualmente inadequada. Nesses últimos anos, algumas publicadoras evangélicas tiveram coragem suficiente para imprimir livros abordando o assunto de maneira franca e aberta. Há dez anos atrás, eu não teria recomendado ao leitor uma só obra neste campo, e por isso escrevi um livro de 138 páginas, dedicado à questão do ajustamento físico, Casados, mas Felizes. Recentemente, vim 114 a saber que os editores estiveram a ponto de não pubhca-lo, por temer que fosse chocante para o público evangélico. Contudo, eles o publicaram e agora a situação mudou de tal forma, que nenhum marido ou esposa cristã deve continuar ignorante quanto às intimidades do ato amoroso, não deve limitar-se a acolher somente os fatos que aprenderam por si mesmos. Ambos devem estudar bons livros de autores cristãos que agora se encontram no mercado. Esses recursos muito farão para eliminar toda ignorância nessa questão, e capacitar ambos os cônjuges para que consigam um nível de comunica- ção franca e sincera acerca do prazer físico. NÃO HÁ MAIS DESCULPAS Alguns anos atrás, a ignorância de certos fatos básicos a respeito do sexo era uma desculpa razoavelmente aceitável para a incapacidade orgásmica, mas isso já passou. Lamenta- velmente, porém, alguns maridos ainda são remanescentes da "Idade das Trevas", como aquele que disse à esposa: "Uma mulher digna não deve atingir o clímax." Mas hoje, as mulheres já sabem das coisas, pois as pesquisas modernas já revelaram que as mulheres, diferentemente dos homens, po- dem experimentar vários ápices orgasmicos num único ato sexual. Isso é difícil para o homem entender, pois após a ejaculação, o ato amoroso encerra-se para ele, pelo menos por um período que vai de uma a vinte e quatro horas (dependen- do da idade, tensão e volume de energias). Testes bem documentados provam que, se a mulher continuar a receber estímulo após o primeiro clímax, pode experimentar quatro, cinco ou até mais orgasmos, sendo que algumas até mencio- nam um recrudescimento de intensidade. Aliás, algumas mulheres não se sentem sexualmente satisfeitas quando expe- rimentam apenas um orgasmo. Se os maridos soubessem desse fato, teriam mais interesse em conduzir a esposa ao orgasmo pelo estímulo manual uma ou duas vezes, antes de procederem à penetração (algumas esposas preferem a estimulação manual após a ejaculação dele). Um homem mal informado poderá temer que, se conduzir a esposa ao clímax pela massagem do clitóris antes da penetração, ela não terá mais nada para dar-lhe. Na verdade, ocorre justamente o contrário. Ele achará a esposa 115 mais excitada sexualmente, e mais interessada em cooperar com ele. Em todos os casamentos que realizo, faço o casal prome- ter-me que, se ao peso das dificuldades pensarem em separar- se, antes de fazê-lo que me procurem para aconselhamento. Provavelmente, esta é a razão para o baixo índice de divórcio (em 450 casamentos oficiados, sabemos apenas de dezessete divórcios). Entre os que buscam auxílio, a causa mais comum de problemas é justamente a incapacidade orgásmica da esposa. Um desses casais procurou-me um mês e meio após o casamento. Depois de conversar com ele durante uma hora, emprestei-lhe vários livros que conservo em meu gabinete com essa finalidade. Três semanas mais tarde, a esposa passou por meu escritório após o culto, trazendo os livros numa sacola de compras. Sorrindo, ela me agradeceu e disse: "Não precisa- mos mais deles." Espero que a leitura deste livro forneça ao leitor as informações necessárias que lhe proporcionarão uma vida sexual saudável e normal, em que se inclua o êxtase orgásmico tanto para o marido como