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pela ideologia humanística de nosso sistema educacional na questão do planejamento familiar, que consi- 177 deravam o ato de evitar filhos um gesto patriótico. Contudo, eu suspeitava de que seu verdadeiro motivo (e eu lhes disse isso pessoalmente) era um sentimento egoístico. A essa altura, a mulher ficou irritada, e expôs toda a lavagem cerebral que recebera, soltando a célebre frase das femininistas: "E o que você pensa que eu sou, uma fábrica de bebês? Quero seguir minha carreira." Um jovem pastor, que estudara quase sempre em escolas públicas, afirma: "O texto de Gêneses 1.26 não tem mais validade hoje; o mundo já está superpopuloso. O senhor deveria estar aconselhando as pessoas a reduzirem o número de filhos." Então repliquei: "Quem disse que Gênesis 1.26 é obsoleto? Deus é a única pessoa que pode revogar seus mandamentos, e, que eu saiba, não há nenhum versículo do Novo Testamento que anule o de Gênesis 1.26." Outros ainda apresentam a desculpa de que "os dias em que vivemos são tão terríveis e a situação do mundo é tão sombria, que não temos o direito de dar vida a filhos, para que vivam nessa confusão que nós mesmos criamos." É o argumen- to da falta de fé. As pessoas que apresentam esta tese não lembram que as condições morais do primeiro século, sob o domínio tirano de Roma e a cultura coríntia dos gregos, eram piores do que as nossas. Os filhos dos cristãos do primeiro século conseguiram sobreviver; os nossos também consegui- rão. Mas precisaremos viver diante deles pelos princípios que lhes ensinamos: em obediência aos mandamentos de Deus e na plenitude do Espírito Santo. Nós, pessoalmente, não aceitamos a culpa pela confusão em que o mundo se encontra. Os princípios de Deus, aos quais dedicamos nossa vida, não criaram este problema; foi o fato de a liderança nacional havê-los rejeitado que deu nisso. A aceitação de nosso Senhor e Salvador não deixa a humanidade em desespero, mas, sim, a rejeição dele. Os humanistas repudiaram o plano de Deus para a sua vida e para o destino das nações; portanto, devem aceitar a culpa da degradação moral resultante. RAZÕES PARA SE TER FILHOS Antes de examinarmos as razões para a limitação do número de filhos, e os métodos para isso, gostaríamos de 178 apresentar quatro razões por que os casais crentes devem de- sejar filhos. 1. As crianças são um dom singular de criatividade eterna. Deus condedeu a marido e mulher uma capacidade singular, não concedida a nenhuma outra criatura do universo, isto é, a de produzir outro ser humano com livre arbítrio, uma alma eterna, e a capacidade de transmitir esse dom singular aos seus próprios filhos. Resumindo, marido e mulher têm a capacidade de produzir um ser eterno. Onde essa pessoa vai passar a eternidade fica inteiramente a critério dela. De certo modo, quando um casal crente resolve não ter filhos, estão privando uma criança em potencial de receber a benção em potencial da vida eterna, que Deus determinou que recebesse. A observância do mandamento divino de Gênesis 1.26 soluci- ona este problema. 2. Os filhos são uma bênção para toda a vida. O salmista afirma: "Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre o seu galardão... Feliz o homem que enche deles a sua aljava." (SI 127.3,5.) Por vezes, os homens consideram os filhos como "uma grande responsabilidade", "um peso financeiro", ou "um acidente", mas a Bíblia os considera "uma bênção". Seríamos os últimos a minimizar os problemas e tristezas envolvidos na criação de filhos. Criamos quatro. Perdemos um. E nesse processo, enfrentamos doenças, fracassos, dificul- dades financeiras, e quase todos os tipos de problema que as crianças e jovens podem trazer aos pais. Mas, após vinte e oito anos de matrimônio, podemos afirmar, com toda sinceridade, que as alegrias e bênçãos proporcionadas por nossos filhos valem muito mais que quaisquer sacrifícios feitos. Aliás, eu e minha esposa estamos de acordo no fato de que não existe alegria maior que ver nossos filhos andando na verdade. Eles e os netos que nos deram constituem nossa maior bênção, em termos de seres humanos. Alguém já disse que, segundo a tradição judaica, a "aljava" de flechas (v. 5) era em número de cinco. Se isso for verdade, será que a bênção de que Deus fala aqui não abrangerá pelo menos cinco filhos? Recentemente, realizei um casamento, e a noiva me disse que queria seis filhos: "Na minha família somos seis irmãos, e foi tudo tão bom, que eu gostaria de ter os meus seis." 3. Os filhos são uma prova tangível do amor do casal. Gerar filhos não é apenas um ato biológico. Quando o casal se 179 torna "uma só carne", os dois unem seus gens, na maneira por Deus estipulada, e produzem uma pessoa de uma só carne, que é uma combinação dos dois. Portanto, o plano de Deus era que os filhos fossem uma manifestação do amor dos pais. Felizmente, ainda há crianças que são assim consideradas pelos seus progenitores, são uma "herança" que proporciona "bênção". Somente a paternidade possibilita ao indivíduo enxergar alguns traços da pessoa amada ligados aos seus, em outro ser humano. 4. Os filhos realizam um desígnio de nossa mente. Deus nunca ordena ao homem que faça nada que não esteja de acordo com sua estrutura mental. O melhor modo de se descobrir os mecanismos mentais do homem é estudar os mandamentos de Deus na Bíblia. Pois ele colocou na mente do homem uma estrutura psíquica que só opera harmonicamente quando este obedece aos seus mandamentos. Damos a isto o nome de "ato natural". Ê "natural" ao homem casar, gerar filhos, e tornar-se avô. Seria preciso que a mente humana fosse seriamente modificada, para achar antinatural ser pai ou mãe. Deus conferiu à psique do homem certos instintos que operam em harmonia com os mandamentos dele, e isto produz aquela sensação de equilíbrio natural tão necessária a uma vida feliz. A paternidade é um desses instintos. Quanto aos casais que não podem ter filhos, "a graça de Deus lhes basta". Mas, para aqueles que se recusam egoisticamente a gerar filhos, o desejo humano natural de viver em família resultará numa vida vazia e frustrada. O principal inimigo da felicidade é o interesse próprio. Nada melhor para uma pessoa amadurecer e sair das limita- ções do egoísmo, do que ter sob sua guarda um filho seu. O fato de que muitos adultos nunca atingem a maturidade ou de que são cruéis para com os filhos não altera a verdade de que, para a maior parte deles, os filhos são uma bênção da qual necessitam para realizar não somente seu destino, mas, também, seu objetivo na vida. PATERNIDADE PLANEJADA A vista do que dissemos acima, o leitor pode pensar que rejeitamos todo e qualquer planejamento familiar, mas isso não é verdade. A Bíblia não diz nada sobre o número de filhos que cada pessoa deve ter aqui na terra. Deus deixa a nosso 180 critério esta decisão. Nós, pessoalmente, cremos que ele não é contrário à limitação de filhos, mas cremos também que ele é contrário à supressão total deles. Quase todos os crentes hoje parecem aceitar a idéia de limitar o número de filhos. Por que afirmamos isso? Segundo a ciência médica, uma mulher normal, se não utilizar nenhum tipo de controle, pode ter até vinte filhos durante os anos de fertilidade. E como nunca encontramos uma família com vinte filhos, concluímos que todos estão utilizando um ou outro meio para redução desse número. Encarando o fato de modo realístico, cremos que cada casal deve colocar no mundo, com oração e planejamento, o número de filhos que julga poder educar corretamente para servir a Deus, recebendo cada um como uma dádiva dele. MÉTODOS DE CONTROLE DE NATALIDADE Os métodos de controle de natalidade podem ser de dois tipos: reversíveis ou irreversíveis. Consideraremos, primeira- mente,