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ANAMNESE PEDIÁTRICA: IDENTIFICAÇÃO - Nome; - Data de nascimento; - Idade; - Cor; - Sexo; - Naturalidade/nascionalidade; - Endereço, procedência, telefone; - Tipo de residência (água encanada, esgoto, de madeira, favela, alvenaria *tijolos*, luz elétrica); - Profissão e ocupação; HISTÓRIA CLÍNICA QUEIXA PRINCIPAL (QP): - Motivo da consulta deve ser escrito com as próprias palavras dos pais ou do informante. É, na verdade, o motivo que fez com que a família procurasse o médico. Não deve ser o relato de muitas queixas, e sim da principal. HPMA: - Início da doença, época, forma de evolução, medicações utilizadas e quem as indicou – se houve melhora, surgiram outras manifestações durante a doença?. - Usar linguagem técnica e não omitir informações; - Muitas vezes quando a história parece perder o rumo, surgem novos detalhes importantes; HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP): - Doenças e internações prévias; - Desde infecções na infância até manifestações mais graves; - Devem ser descritos minuciosamente a ocorrência de cirurgias, quadros de alergia, como asma e rinite, assim como o uso habitual de medicamentos ou acidentes acontecidos, reações adversas, entre outras. HISTÓRIA DA GESTAÇÃO, PARTO E NASCIMENTO: - Idade e a saúde da mulher; - Assinalar o estado de saúde da gestante durante a gravidez, grupo sangüíneo e Rh (incompatibilidade sangüínea — Rh — /ABO); - Diabética ou pré- diabética; - Se houve alguma intercorrência durante o parto (sangramento); - Fez pré-natal? - Haviam alterações nos exames complementares? - Doença durante a gravidez (doenças exantemáticas, principalmente rubéola no primeiro trimestre); - Intoxicação alimentar; - Herpes; - Hipertensão arterial; - Toxemia; - Edema; - Toxoplasmose (tem, já teve?); - Hepatite B durante a gravidez (a fim de imunizar o RN nas primeiras 12 horas, com imuno- globulina hiperimune contra hepatite B num músculo e, noutro, a vacina contra hepatite B, no esquema clássico, evitando que ele tenha a doença e assim possa se alimentar ao seio materno); - Síndrome da imunodeficiência adquirida — AIDS (cuidados com a gestante a partir da 14.a semana de gravidez, com AZT, até o parto e com o recém-nascido com AZT, durante 6 semanas, bem como exames complementares, para saber se ele está contaminado ou somente com anticorpos maternos — Cultura de HIV; PCR; Pesquisa do antígeno P24; Imunoglobulinas IgM e IgA anti-HIV e B2 microglobulina; - Anemia falciforme ou outras hemoglobinopatias; - Hipercolesterolemia; - Número de gestações; - Paridade (partos acima de 20 semanas); - Natimortos; - Partos prematuros + motivo dos acontecimentos; - Diabetes na gestante: Se a gestante for diabética, o recém-nato pode apresentar, já nas primeiras horas de vida, alterações metabólicas (hipoglicemia); - Alimentação materna; - Uso de medicamentos; - Cigarro; - Drogas, entre outros - Devem ser descritas a quantidade e a freqüência, pois pode acarretar no RN síndrome de abstinência; - Tipo de parto e o local onde ocorreu; - Epoca da rotura da bolsa; - Presença excessiva de líquido amniótico (poliidrâmnio): Alterações do aparelho digestivo; Alterações do sistema nervoso central; Alterações do diafragma; Alterações genéticas (trissomia do 18, acondroplasia e outras); - Presença escassa de líquido amniótico (oligoidrâmnio) ou a sua ausência (anidrâmnio): Alterações do aparelho urinário; Insuficiência placentária; Crescimento retardado do feto; **O líquido amniótico provém dos organismos materno e fetal, em proporções variáveis. - Parto: Realizado por médico, parteira ou curiosa; Rápido ou demorado: Os partos muito rápidos ou muito demorados favorecem asfixia e hemorragias; Cesariana: existe uma maior freqüência de distúrbios respiratórios, principalmente nos prematuros; **O parto normal é o recomendado, a não ser que exista desproporção cefalopélvica ou outras contra-indicações; Verificar o uso de fórceps (instrumento utilizado para a retirada de um feto por alguma razão em que a contração natural não é suficiente); Parto prematuro - maior freqüência de: Asfixia; Síndrome de desconforto respiratório tipo I (membrana hialina); Hipoglicemia de mães diabéticas ou pré-diabéticas; Hemorragia; Parto pós-maturo - maior freqüência de: Asfixia (pode acarretar atraso no desenvolvimento psicomotor, entre outras seqüelas); - Epoca da última menstruação (para calcular a idade gestacional); - RN pré-termo: Menos de 37 semanas; - RN pós-maturo: Mais de 42 semanas; - RN a termo: 37 semanas completas - 42 semanas incompletas; - Avaliação da placenta: Tamanho; Peso; Existência de calcificações - que podem prejudicar a oxigenação do concepto, podendo levar a distúrbios respiratórios variáveis nas primeiras horas após o parto. - Verificar infecção materna pós-parto; - Verificar infecção de recém-nascido pós-parto; - Peso do RN; - Tamanho do RN; - Verificar grau de atividade do recém-nascido ao nascimento através do Apgar - Na ausência do pediatra, tentar, posteriormente, através de dados clínicos, verificar atividade do neonato, a presença de circular de cordão, cianose, se foi utilizado oxigênio e o tempo de internação; - Verificar anormalidades nos primeiros dias de vida: Convulsões; Abalos; Cianose; Hemorragia; Icterícia; Palidez; Hiper ou hipotermia; Vômitos; Distúrbios respiratórios ou alimentares; Malformações; Doenças congênitas; Tempo de permanência no berçário; - Descrever os exames realizados ou solicitados de rotina, como o rastreamento de doenças (teste do pezinho); - Usa-se muito o índice Apgar, no 1°, 5° e 10° minutos após o nascimento. Ele é de grande utilidade na avaliação clínica do recém-nascido; - De acordo com o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas: 1. O índice é útil na avaliação clínica do recém-nascido; 2. Isolado não deve ser utilizado como evidência de que a lesão neurológica foi causada por hipoxia ou tratamento inadequado durante o parto; 3. Para que uma lesão neurológica aguda possa ser relacionada com o quadro de “asfixia” surgido próximo do nascimento, deverão estar presentes os seguintes parâmetros: a)Acentuada acidemia metabólica ou mista (pH 7,00) numa amostra de sangue; b) Índice de Apgar de 0 a 3 durante mais de 5 minutos; c) Manifestações neurológicas, isto é, convulsão, coma ou hipotonia muscular; d) Evidência de disfunção multiorgânica, isto é, cardiovascular, gastrintestinal, hematológica, pulmonar ou renal; *O uso do índice de Apgar tem levado a uma definição errada de asfixia. Além disso, os parâmetros são parcialmente dependentes da maturidade fisiológica do RN. Assim, um pré-termo saudável sem evidências de anoxia, acidemia e depressão cerebral pode ter uma baixa pontuação apenas devido à sua imaturidade; *O índice de Apgar também pode ser influenciado por medicamentos administrados à gestante ou por algumas situações clínicas do próprio RN. Por conseguinte, considerar um baixo índice sinônimo de asfixia ou hipoxemia é incorreto. Asfixia: O termo deve ser reservado para descrever uma combinação de acidemia, hipoxia e acidose metabólica, causadora de lesão. Nelson e Ellenberg, em 75% das crianças com paralisia cerebral, verificaram que o índice de Apgar foi normal no momento do nascimento. Por conseguinte, o índice de Apgar não deverá ser usado isoladamente como evidência de que a lesão neurológica foi causada por hipoxia ou terapêutica intraparto inadequada. HISTÓRIA ALIMENTAR - Amamentação: Foi amamentado ao seio exclusivamente? Se sim, até quando? Desmame precoce ou tardio? Por quê? -Idade de início do complemento, quais foram os alimentos introduzidos e o motivo; - Criança maior: Freqüência de alimentos protéicos;Qualidade da alimentação; Alimentação atual; Número de refeições, discriminando-as; - Existência de intolerância ou alergia alimentar; - Refluxo fisiológico ou patológico; . HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO - Quando (marcos importantes)? Sorriu; Sustentou a cabeça; Sentou sem apoio; Engatinhou; Ficou de pé sozinho; Andou; Para avaliar a maturidade, devemos usar o método de Capurro Desenvolvimento comportamental: Sono (aspectos qualitativos e quantitativos) Aspectos qualitativos: Erros de orientação: Dorme de dia; Dorme na cama dos pais; Medo do escuro; Distúrbios que possam estar ligados à disritmia cerebral — terror noturno, sonambulismo; Apnéia durante o sono; Aspectos quantitativos: Na primeira semana de vida, o RN dorme cerca de 16 horas, dia e noite; Com 1 mês, o lactente também dorme dia e noite, cerca de 13 horas; A partir dos 2/3 anos de idade, dorme praticamente apenas à noite, em torno de 13 a 12 horas; Dos 9 aos 18/21 anos, final da adolescência, necessita dormir em torno de 10 a 8 horas, à noite; Quando começou a controlar os esfíncteres — vesical e anal; Enurese (liberação involuntária de urina) noturna (na cama) e/ou diurna; Perguntar sobre agressividade ou passividade; Presença de negativismo; Hiperatividade; Adaptação social: Emotividade; Hábitos diários; Relações com a família e com outras crianças; Desempenho escolar; Gosta ou não e faz ou não atividades físicas; Adolescente ou, às vezes, mesmo escolar: Fuma; Bebe; Usa ou usou tóxicos; Atividade sexual - se usa camisinha; HISTÓRIA DAS VACINAÇÕES Quais as vacinas recebidas; Complicações; Cicatriz do BCG; Sempre conferir a cartela de vacinações - ver se todas estão em dia; HISTÓRIA FAMILIAR (ASCENDENTES E DESCENDENTES) Doenças nos ascendentes: Miopia; Hipertensão arterial; Diabetes; Asma; Doenças mentais; Anemia falciforme ou outra hemoglobinopatia; Arteriosclerose; Hipercolesterolemia; AIDS; Hepatite B e outras; Verificar doenças em irmãos; Idade; Saúde; Se falecidos, qual a causa do óbito; *Nesse momento, é importante associarmos as doenças na família, para verificar a possibilidade de a criança as ter recebido hereditariamente. HISTÓRIA SOCIAL Perfil socioeconômico: Estrutura familiar; Ambiente em que vive a criança; Condições de habitação; Zona rural ou urbana; Apartamento; Casa de alvenaria; Favela; Casa de cômodos; Número de cômodos; Condições de saneamento; Agua de rede; Poço; Bica coletiva; Número de pontos de água — bicas; Filtro; Esgoto ligado à rede; Fossa; Poluição ambiental: Fábricas; Poluentes; Vala negra; Luz elétrica; Quintal de terra; Trabalho; Número de pessoas que trabalham; Orçamento familiar; Profissões; Escolaridade; Nível de instrução dos pais; Escolaridade dos filhos; Se estiver na creche ou na escola: Perguntar sobre o relacionamento com as outras crianças; Se já́ estuda; Se tem facilidade de aprendizagem; Classe atual; Notas obtidas; Conceito com professores e colegas; Vê e ouve bem; Tipo de união do casal; Verificar a presença de animais domésticos; Verificar tabagismo, drogas, tóxicos; Verificar se tem banho de rio; Dr. Abel: Pessoal, isso foi o que anotei sobre o que foi dito. Caso haja complementações, peço que avisem. Abraço! Observações feitas pelo professor após a apresentação: É considerado febre temperatura a partir de 37,8ºC axilar. Rn é comum apresentar hipotermia ao invés da febre; deve-se confiar na mãe, internar e solicitar: Hemograma, hemocultura, pcr, urocultura, líquor, cultura de líquor e rx de tórax. 28 dias a 3 meses - Observar 24 horas (ambulatorialmente) Solicitar hemograma, urina I, rx de tórax, curva térmica (aferir temperatura de 3 em 3 horas) Se a febre for de difícil controle de temperatura, deve-se colher liquor. 3m a 6m Febre com exame físico normal - observação em casa por 48h e retorna, orientando a mãe sobre os sinais de alerta. No 3º dia retorno para conferir se está melhor. Se continuar com febre, solicitar: hemograma, urina tipo I e rx de tórax. 6m Febre com exame físico normal - observação em casa por 72 horas, orientando mãe sobre os sinais de alerta. Retorno no 4º dia para conferir se está melhor. Se ainda apresentar febre, solicitar: hemograma, urina tipo I e rx de tórax. MEDICAÇÃO: 6m a 5a (é a idade de pico para convulsão febril) Sempre medicar Febre, sendo mais utilizado: 1º Dipirona; 2º Paracetamol (ambos na dosagem de 1 gota/Kg com máximo de 40 gotas, de 6/6h se tiver febre). Não usar AAS Convulsão febril - Convulsão + febre (Obs: a convulsão está relacionada com a elevação de forma brusca, não com a temperatura alta apenas). Medicar com Benzodiazepínico (geralmente fenobarbital) + Antitérmico Casos: Paciente 4 anos, febre há 1 dia, aferida. Exame físico: BEG, corado, hidratada, acianótico, anictérico, afebril, glasgow 15, hiperemia de tonsilas. Febre melhora com medicação. É uma febre sem sinais localizatórios; conduta - observar em casa por 48h, visto que já apresenta febre há 24 horas (somando 72h), retornando no 3º dia para avaliação. Observação: Dengue - altera o exame entre 4 a 6 dias. Dente: pode da febre, porém, não se pode afirmar para a mãe, pois não há nada escrito na bibliografia. Deve-se seguir o protocolo normal de febre.
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