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1 O PIVÔ GEOGRÁFICO DA HISTÓRIA1 Por H. J. Mackinder, Leitor [desde documento] de Geografia na Universidade de Oxford; Diretor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres. [Traduzido por Luciano Dalcol, aluno de Geografia da UERJ-FFP, em Março de 2008]2 Quando historiadores em futuro remoto se detiverem o olhar num grupo de séculos nos quais nós agora estamos passando, e o verem de forma resumida, como hoje vemos as dinastias egípcias, eles descreverão os últimos 400 anos como a Época Colombiana, e que a mesma teria terminado antes dos anos de 1900. Tarde se faz a assunção clara em dizer da exploração geográfica terminou-se, e é reconhecido que a Geografia deve ser divergida para o propósito da pesquisa intensiva e síntese filosófica. Em 400 anos, as linhas dos mapas do mundo já se definiram com quase total certeza, e mesmo nas regiões polares nas viagens de Nansen e Scott 3 teriam reduzido dramaticamente qualquer nova possibilidade de descobertas dramáticas. O início do século XX é apropriado como no fim de uma grande época histórica, não somente por conta desta conquista, [mas também] como um grande pensamento [que] esse [se tornaria]. O missionário, o conquistador, o camponês, o minerador, e por último, o engenheiro, acompanharam bem proximamente os passos do viajante pelo mundo, nas suas fronteiras mais remotas, que foram dificilmente reveladas antes que nós devêssemos descrever sua completa apropriação política virtualmente. Na Europa, América do Norte e do Sul, África e Australásia raros são os novos espaços que ainda permitem serem clamados como de propriedade de um descobridor, a não ser através de uma guerra entre poderes civilizados e meio-civilizados. Até mesmo na Ásia estaremos testemunhando os últimos movimentos no jogo antes jogado por cavaleiros de Yermak4, o Cossaco e os marinheiros de Vasco da Gama. Assim dizendo, nós deveríamos contrastar a Época Colombiana com a era anterior a esta, por descrever sua essência característica como a expansão da Europa contra resistências quase negligenciáveis, onde a Cristandade medieval era confinada em uma região limitada e ameaçada por um barbarismo externo. Do presente momento em diante, em uma Idade Pós-Colombiana, nós deveríamos novamente lidar com um sistema político fechado, e [não veríamos] nada além, de alcance mundial. A cada explosão de forças sociais, ao invés de serem dissipadas em um circuito de espaço desconhecido e caos barbárico, irá re-ecoar fortemente de um outro lado do globo, e elementos fracos no organismo político e econômico do mundo que fragmentarão em conseqüência. Existe uma vasta diferença no efeito da queda de um grão ao solo trabalhado a esta mesma queda sob lugares fechados e estruturas rígidas de um grande prédio ou navio. Provavelmente alguma meia-consciência deste fato é pelo menos divergindo muita da atenção de Homens de Estado em todas as partes do mundo para uma expansão territorial para uma relação apertada de sua eficiência. Aparece-me, então, que na década presente nós estamos pela primeira vez numa posição de atentar, com algum degrau de complemento, a correlação entre uma grande generalização geográfica a uma histórica. Pela primeira vez podemos perceber alguma coisa das reais proporções de elementos e eventos no palco mundial, e poderíamos buscar uma fórmula com a qual expressamos certos aspectos, a qualquer qualificação, de casualidade geográfica na história universal. Se tivermos sorte, esta formula poderia ter valor prático em estabelecer uma perspectiva de forças competitivas na política internacional contemporânea. A frase familiar sobre a marcha do império para o oeste é uma tentativa empírica e fragmentária do tipo [de política]. Eu proponho esta noite descrever tais eventos físicos do mundo que eu creio ter sido os mais coercitivos das ações humanas, e apresentar algumas das fases principais da História como organicamente ligados a estes, até mesmo em períodos em que foram desconhecidos pela Geografia. Meu foco não será discutir a influência deste ou daquele elemento, ou ainda de fazer um estudo regional geográfico, no entanto exibir a História humana como parte da vida de um organismo mundial. Eu reconheço que eu posso somente chegar a um aspecto da verdade, e que eu não desejo manter-me em excessivo materialismo. O Homem, e não a Natureza o inicia, mas a Natureza em grande parte controla. Minha dedicação é com o controle geral físico sobre as causas da História universal. É óbvio que somente a primeira aproximação esperamos fazê-la. Preciso ser modesto com as minhas críticas. O antigo Prof. Freeman levantou que a História que conta são aquelas das raças Mediterrâneas e Européias. Em um sentido, claro, é que se tem apresentado a verdade das heranças da Grécia e de Roma 1 Lido na Sociedade Geográfica Real, em 25/Jan/1904 2 N.T. A presente tradução foi feita através do original adquirido pelo Professor Eduardo Karol (DGEO UERJ/FFP); pelo uso do inglês extremamente formal, notas de tradução encontram-se entre colchetes. 3 N.T. Estes pesquisadores exploraram os pólos Norte e Sul. 4 N.T. Planície da Sibéria. 2 dominantes através do mundo. Em outro e importante sentido, no entanto, essa limitação tem um efeito negativo. As idéias que vão formar uma nação, em posto a uma simples aglomeração de animais humanos, têm comumente sendo aceitas sobre a pressão de uma tribulação em comum, e sobre uma comum necessidade de resistência a uma força externa. A idéia da Inglaterra levada a Heptarquia5 pelos dinamarqueses e conquistadores nórdicos; a idéia da França sendo forçada pela competição dos Francos e Godos, e de Romanos pelos Hunos em Chalons, e pela Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra; a idéia de que a Cristandade ter nascido sob as perseguições romanas e maturadas pelas Cruzadas; a idéia de que os Estados Unidos foi aceito, e o patriotismo colonial afundou somente na longa Guerra pela Independência; a idéia que o Império Germânico teria relutado contra a adoção do sul da Alemanha somente depois de sofrer contra a França em aliança com a Alemanha do Norte. O que eu talvez descreva como a literatura conceptiva da História, concentrando atenção sobre idéias de movimentos mais elementares que pressionaram é comumente a causa mais excitante de esforços no qual grandes idéias são geradas. Uma personalidade repelente executa uma função social valiosa em unir seus inimigos, e sobre a pressão externa do barbarismo que a Europa atingiu sua civilidade. Peço, então, por um momento olhar para a Europa e a História Européia como subordinada à Ásia e a História Asiática, pelo que a Civilização Européia é, num senso real, a resultante de um confronto secular contra a invasão asiática. O contraste mais marcante no mapa político da Europa moderna é que apresenta uma vasta área da Rússia ocupando metade do continente e um grupo de pequenos outros territórios ocupando [a outra] metade do continente e outro grupo de territórios ainda menores subordinados aos poderes ocidentais. De um ponto de vista físico, existe, obviamente, um contraste claro entre as terras baixas indivisíveis no leste e o complexo rico de montanhas e vales, ilhas e penínsulas, que juntos formam a reminiscência desta parte do mundo. Em uma primeira vista poderia parecer que estes fatos familiares têm alguma correlação entre o ambiente natural e a organização política tão obviamente que dificilmente seria jus qualquer descrição, especialmente quando notamos que através das planícies russas o inverno frio é oposto ao quente verão, e as condições de existência humana então apresentam uniformidade adicional. Ainda uma série de mapas históricos, como aqueles encontrados no Atlas de Oxford revelarão que o fato que não meramente uma coincidência abrupta entre a Rússia Européia com as Planícies do Leste daEuropa em na questão dos últimos cem anos mais ou menos, mas em todo o tempo anterior havia uma persistência em re-asserção de outra tão importante tendência em agrupamento político. Dois grupos de estados geralmente dividem o país em sistemas políticos do sul e do norte. O fato de que mapas orográficos não expressam o contraste físico particular que até pouco tempo controlou o movimento humano e a colonização russa. Quando a imagem da neve do inverno diminui para o norte na vasta face das planícies, é acompanhado por chuvas que ocorrem no máximo em maio ou junho perto do Mar Negro, mas perto dos Bálticos e dos Mares Brancos acontecem em Julho e Agosto. No sul o fim do verão é um período de seca. Como conseqüência desse regime climático, o norte e o noroeste foram florestados somente [com a interrupção] de pântanos, onde no sul e no sudeste existem estepes sem fim, com [vegetação] arbórea margeando os rios. A linha separando as duas regiões corre diagonalmente do norte ao leste, do fim mais ao norte dos Cárpatos até ao ponto que o Ural atinge seu ponto mais a sul do que sua extremidade norte. Moscou se situa um pouco a norte desta linha, ou em outras palavras, no lado florestal. Fora da Rússia, a fronteira da grande floresta corre oeste quase exatamente no centro do istmo europeu, que é 800 milhas6 entre o Mar Báltico e o Mar Negro. Além deste, na Europa Peninsular, os bosques se espalham nas planícies da Alemanha, no norte, enquanto a estepe ao sul torna-se para a grande fortificação da Transilvânia nos Cárpatos, e estende-se até o Danúbio, onde hoje são os campos de milho da Romênia, até os Portões de Ferro. Como uma área separada das estepes, conhecida localmente como Pusstas, agora amplamente cultivadas, ocupam as planícies da Hungria cercadas pelo anel florestal dos Montes Cárpatos e Alpinos. Em todo o oeste da Rússia, salvo o extremo norte, a derrubada de florestas, o dreno de pântanos e o cultivo nas estepes têm recentemente padronizado as características da paisagem, e em grande medida apagado a distinção que foi anteriormente muito coercitiva à humanidade. Os primórdios da Rússia e Polônia foram estabelecidos completamente nos clarões da floresta. Através da estepe de um lado veio dos cantos desconhecidos da Ásia, pelo portão entre os Montes Urais e o Mar Cáspio, em todos os séculos, do V ao XVI, uma sucessão marcante de povos turanos nômades – Hunos, Avaros, Búlgaros, Magiares, Khazares, Patzinaks, Cumanos, Mongóis, Kalmukes. Sobre Átila, os Hunos estabeleceram-se no meio da Pusstas, no mais avançado limite do Danúbio nas estepes para dali mover-se para o norte, oeste e sul contra os povos estabelecidos da Europa. Uma grande parte da História Moderna poderia ter sido escrita como um comentário sobre as mudanças diretas ou indiretas advindas 5 N.T. Primeira organização dos reinos britânicos, pela união dos sete reinos contra as invasões nas ilhas, durante os séc. VIII e IX. 6 N.T. Um pouco mais de 1.200 quilômetros. 3 destes ataques. Os Anglos e Saxões, bem provavelmente, foram levados a cruzar os mares para fundar a Inglaterra na Bretanha. Os Francos, Godos e as Províncias Romanas foram levados, pela primeira vez a estar lado a lado no campo de batalha de Chalons, tendo uma causa comum contra os Asiáticos, que inconscientemente moldaram a França moderna. Veneza foi fundada da destruição de Aquiléia e Pádua; e mesmo o Papado deveu um prestígio decisivo com a mediação vitoriosa de Papa Leão com Átila em Milão. Tanto foram as vitórias de resultados produzidos por uma nuvem de cavaleiros sem piedade e ideais, levando tudo, dos planos, bloquearam – [como] um sopro, como se fosse, do grande martelo asiático atingindo livremente através de um espaço vazio. Os Hunos foram seguidos pelos Avaros. E foi por uma marcha contra estes que a Áustria foi fundada e Viena fortificada, como resultado das campanhas de Charlemagne [Carlos Magno]. Os Magiares vieram depois, e pelo saque incessante de sua base na estepe da Hungria aumentou a significância de um posto austríaco, então dirigindo o foco político da Alemanha do leste para as margens do reino. Os Búlgaros estabeleceram um castelo regulador ao sul do Danúbio. E deixaram seu nome no mapa, mesmo que sua língua fora preferida pela aquela de seus sujeitos eslavos. Talvez a mais longa e efetiva ocupação propriamente da estepe russa foi aquela dos Khazares que foram contemporâneos ao grande movimento Sarraceno: os geógrafos árabes conheciam o Cáspio como o Mar de Khazar. No fim, entretanto, novas hordas chegaram da Mongólia, e por dois séculos a Rússia na floresta do norte deveu tributos aos Khans Mongóis de Kipchak, ou “A Estepe”, e o desenvolvimento russo foi então atrasado e atravessado num momento que o restante da Europa estava rapidamente avançando. Deveria ser posto em nota que os rios que corriam da floresta para os mares Negro e Cáspio cruzam toda a extensão do caminho dos nômades na estepe, e de vez em outra haviam movimentos transientes nestes cursos acompanhando o movimento dos cavaleiros. Então os missionários da Cristandade Grega acenderam pelo Dnieper até Kief, assim como os Varangianos de Norse haviam feito pelo mesmo rio em seu caminho para Constantinopla. Ainda antes, os Godos Teutônicos estiveram por um momento no Dinester, tendo cruzado a Europa pelas costas do Báltico na mesma direção sul-leste. Mas estes são episódios passados que não invalidam uma generalização mais ampla. Por mil anos, uma série de povos montados a cavalo emergiu da Ásia até o imenso intervalo entre os Montes Urais e o Mar Cáspio, cavalgando através de espaços abertos do sul da Rússia, e estabeleceram residência na Hungria no heart [coração] da península Européia, levados pela necessidade de opô-los à História de cada um dos grandes povos em volta – os Russos, os Alemães, os Franceses, os Italianos, e os Gregos Bizantinos. O que eles estimularam [foi] uma reação saudável e poderosa, ao invés de uma oposição esmagadora sobre um diversificado despotismo, era levado pelo fato que a mobilidade do seu poder era condicionado pelos estepes e necessariamente o perderam cercados por florestas e montanhas. Uma mobilidade rival do poder foi aquela dos Vikings em seus barcos. Partindo da Escandinávia, [até] ambas as costas norte e sul da Europa, eles penetraram pelo litoral através dos rios. Mas o foco de sua ação era limitado, que de forma grosseira, seu poder era efetivo somente na vizinhança da água. Então os povos estabelecidos da Europa encontraram-se subordinados a duas pressões – a dos nômades Asiáticos do leste e dos outros três lados pelos piratas do mar. De sua natureza própria, nem a pressão era demasiadamente grande, e de certa forma era estimulante. É primaz notar a formidável influência dos Escandinavos era segundo somente em significância aos nômades, pelos seus ataques à Inglaterra e França através de movimentos de união, enquanto a união da Itália fora desfeita por conta destes. Em tempos primórdios, Roma havia mobiliado o poder de seus povos estabelecidos através de estradas, mas as estradas romanas haviam caído em desuso, e não foram restabelecidas até o século XVIII. É provável que a invasão Huna não foi de forma alguma a primeira da série asiática. Os Sintianos dos domínios de Homero e de Heródoto7, que beberam o leite das éguas, obviamente praticaram a mesma arte de vida, e foram provavelmente a mesma raça que mais tarde habitaram as estepes. Os elementos Celtas dos rios chamados Don, Donetz, Dneiper e Danúbio devem ter possivelmente evidenciado a passagem de povos de hábitos similares, mas não de raças idênticas, mas não é pouco provável que os Celtas vieram somente das florestas do norte, como os Godos e Varegues em um período posterior. A grande [união] da população, no entanto, que antropólogos caracterizam como Braqui-Cefálica,dirigida ao oeste da Ásia Braqui-Cefálica até a Europa Central, para a França, é aparentemente intrusiva entre os povos Dólico-Cefálicos do norte, oeste e sul, e provavelmente devem ser variantes da Ásia8. A compreensão completa da influência asiática sobre a Europa não é, no entanto, discernível até que venhamos às invasões Mongóis do século XV; mas antes de analisarmos os fatos essenciais que conferem a este, é desejável mudar nosso ponto de vista geográfico da Europa para que possamos considerar o Mundo Antigo em sua totalidade. É obvio que desde as precipitações advêm do mar, o heart 7 N.T. Filósofos gregos. O autor refere-se, então, à Grécia. 8 Veja “As Raças da Europa”, pelo Prof. W. Z. Ripley (Kegan Paul, 1900). 4 [coração] de uma grande massa de terra seja seco. Nós não somos, assim, surpresos em descobrir que dois terços da população do mundo está concentrada em relativas áreas pequenas próximas as margens de grandes continentes, na Europa, próxima ao Oceano Atlântico, nas Índias e na China, próximas aos Oceanos Índico e Pacífico. Um grande cinturão de quase inabitável, por conta de quase não chover, de terra estende como do Saara, completamente cruza o Norte da África até a Arábia. Áfricas Central e Sul foram quase completamente destruídas pela Europa e Ásia através de grande parte da História, assim como as Américas e a Austrália. De fato, a fronteira sul da Europa foi e é o Saara, mais do que o Mediterrâneo, pelo que o deserto que divide o homem negro do branco. A massa contínua da Euro-Ásia então inclusa entre o oceano e o deserto mede 21.000.000 de milhas quadradas9, ou metade do solo do globo, se excluirmos da conta os desertos do Saara e Arábia. Existem muitos outros desertos não- contínuos pela Ásia, do nordeste da Síria e Pérsia até a Manchúria, mas não é um vazio contínuo como o Saara. Por outro lado, Euro-Ásia é caracterizado por uma distribuição clara de drenos de rios. Através da imensa porção do centro e do norte, os rios tem sido praticamente inúteis para os propósitos de comunicação humana com o mundo exterior. O Volga, o Oxus, e os afluentes do Jaxarte para os lagos salgados; o Obi, o Yenesei e o Lena para o oceano congelado ao norte. Estes são seis dos maiores rios do mundo. Existem ainda muitos outros pequenos [rios], mas ainda com consideráveis correntes para a mesma área. Como o Tarim e o Helmund, que igualmente falham em atingir o oceano. Assim o coração da Euro-Asia, ainda que marcados com manchas de deserto, é no todo da estepe [o] suprimento com uma grande variedade, quando raramente um pasto, não existem poucos oásis alimentados por rios neste, mas é totalmente impenetrável por rios [através] do oceano. Em outras palavras, nós temos esta imensa área todas as condições para a manutenção de uma população esparsa, mais consideravelmente agregada de nômades à cavalo e/ou camelo. Seu reino é limitado ao norte pelo espesso cinturão da floresta sub-ártica e pelos pântanos, onde o clima é muito rigoroso, exceto nas extremidades do leste e do oeste, pelo desenvolvimento de acampamentos agrícolas. No leste as florestas estendem-se ao sul para a costa do Pacífico nas terras de Amur e Manchúria. Igualmente no oeste, na Europa pré-histórica, as florestas eram vegetação predominante. Sendo demarcado no nordeste, norte e noroeste, as estepes espalham-se continuamente por 4.000 milhas10 das Pusstas da Hungria até o Pequeno Gobi da Manchúria, e, exceto na sua extremidade mais ao oeste, não são atravessados por rios drenando para um oceano acessível, pelo que talvez negligenciemos os mais recentes esforços em negociar com as fozes do Obi e do Yenisei. Na Europa, na Sibéria do Leste e no Turquestão do Oeste, as terras de estepe são baixas, em alguns lugares abaixo no nível do mar. Adiante a leste, na Mongólia, eles [as terras, a estepe] estendem-se sobre platôs; mas a passagem de um nível ao outro, através dos ragnes baixos, nus e sem cobertura para o heartland [coração da terra] árido apresenta pequena dificuldade. As hordas que ultimamente caíram sob a Europa no meio do século XIV adquiriram seus primeiros exércitos a 3.000 milhas11 de distância, nas altas estepes da Mongólia. A destruição elaborada por alguns anos na Polônia, Silésia, Moravia, Hungria, Croácia e Sérvia foi, assim, o mais remoto e mais transitório resultado de um grande movimento dos nômades do leste associados com o nome de Gengis Khan. Enquanto a Horda Dourada ocupava as estepes de Kipchak, do Mar de Aral, através do intervalo entre o alcance dos Urais e o Cáspio, até os pés dos Cárpatos, outra horda, descendo sudoeste entre o Mar Cáspio e o Kush Hindu pela Pérsia, Mesopotâmia e pela Síria, fundaram o domínio do Ilkhan. Uma terceira subseqüente atingiu no norte da China, conquistando-a. Índia e Mangi, ou o sul chinês, foram por um tempo protegidos pela incomparável barreira do Tibet, a qual eficácia existe, talvez, por não existir nada similar no mundo, a não ser, talvez pelo deserto do Saara e as calotas polares. Mas em um tempo posterior, nos dias de Marco Pólo no caso de Mangi, naqueles de Timur12 no caso da Índia, o obstáculo foi vencido. Tenho isso acontecido em naquele típico e bem catalogado instante, todas as bordas estabelecidas do Velho Mundo cedo ou tarde caíram na força expansiva do poder móvel originado nas estepes. Rússia, Pérsia, Índia e China foram ou feitos submissos ou receberam dinastias mongóis. Até mesmo o poder nascente dos Turcos na Ásia Menor foi derrubado por meio século. Já no caso da Europa, e eu outras terras marginais da Euro-Ásia existem reportes de invasões anteriores. China teve mais de uma vez se submetido a um conquistador do norte; Índia várias vezes a um conquistador do nordeste. No caso da Pérsia, no entanto, pelo menos um dos primeiros descendentes teve uma significação especial na História das Civilizações Ocidentais. Três ou quatro séculos antes dos Mongóis, os Turcos Seljuk, advindos da Ásia Central, passaram por este caminho [de] uma imensa área, 9 N.T. 21.000.000 mi2 = 54.389.789,99 km2 10 N.T. 4.000 milhas = quase 6.500 quilômetros. 11 N.T. 3.000 milhas = um pouco mais de 4.800 quilômetros. 12 N.T. Timur, O Grande, foi imperador do Império Turco-Mongol durante o séc. XIV e conquistou vastas extensões na Ásia. 5 que nós poderíamos descrever como os [do] cinco mares – Cáspio, Negro, Mediterrâneo, Vermelho e Persa. Eles estabeleceram-se no Kerman, no Hamadan, e na Ásia Menor, e eles depuseram o domínio Sarraceno de Bagdá e Damasco. Era ostensivamente a punição como tratamento aos peregrinos Cristãos à Jerusalém que a Cristandade liderou a grande série de campanhas conhecidas coletivamente como as Cruzadas. No entanto eles falharam em seus objetivos imediatos, eles conjuraram e uniram a Europa que nós contamos eles no início de [nossa] História moderna – outro movimento ofensivo do avanço europeu estimulado pela necessidade de reagir contra a pressão do heart [coração] da Ásia. A concepção da Euro-Ásia no qual nós então nos atemos é a qual que a terra contínua, cercada de gelo ao norte, cercada de água por onde seja, medindo 21 milhões de milhas quadradas ou mais de três vezes a área da América do Norte, o qual centro e norte, medindo por volta de 9 milhões de milhas quadradas13, ou mais do que duas vezes o tamanho da Europa, tendo nenhum caminho fluvial para o oceano, mas, por outro lado, exceto na floresta sub-ártica, é muito generosa na mobilidade de cavaleiros e de montarias de camelos. A leste, sul e oeste deste heartland [coração da terra] são regiões marginais, apresentando-se em um vasto crescente, acessíveis a navegadores. De acordo com a confirmação física que de uma forma geral coincidem respectivamente com as esferas das quatro grandes religiões – Budismo, Bramanismo,Maometismo e Cristianismo. As duas primeiras são as terras de monções, uma direcionada ao Pacífico e a outra para o Índico. A quarta é a Europa, banhado pelas chuvas do Atlântico pelo leste. Estes três juntos, medindo menos de 7 milhões de milhas quadradas14, têm mais de 1.000 milhões de pessoas, ou dois terços da população mundial. A terceira coincide com a terra dos Cinco Mares, ou, como geralmente é descrito, o Oriente Próximo, é em sua grande extensão desprovido de umidade pela proximidade com a África, e, exceto em oásis, esparsamente povoado. Em algum grau, este participa das características tanto do cinturão marginal como da área central da Euro-Ásia. É, em maior parte, desprovido de florestas, com manchas de deserto, e assim sendo apropriado para operações dos nômades. Dominantemente, no entanto, é marginal, por golfos e rios oceânicos possibilitando o uso do poder dos mares, e permite o exercício do poder sobre este. Como conseqüência, periodicamente através da História, nós temos aqui impérios pertencentes essencialmente a séries marginais, baseados em populações rurais dos grandes oásis da Babilônia e do Egito, e da comunicação livre através da água com os mundos civilizados do Mediterrâneo e das Índias. Mas, como deveríamos esperar, estes impérios foram sujeitos a uma série incomparável de revoluções, algumas atribuídas aos ataques Síntios, Turcos e Mongóis da Ásia Central, outras ao esforço dos povos Mediterrâneos em conquistar a terra além do oeste para os oceanos do leste. Aqui está o ponto mais fraco do limite das civilizações mais antigas: pelo o Istmo de Suez dividindo o poder marítimo do Leste e do Oeste, e das planícies áridas da Pérsia avançando da Ásia Central para o Golfo Pérsico deve constante oportunidade para o poder nômade em atacar o lar pela borda do oceano, dividindo Índia e China, por outro lado, pelo mundo Mediterrâneo do outro. A qualquer momento, os oásis dos Babilônios, os Sírios e os Egípcios foram fracamente suportados, os povos das estepes poderiam tratar de abrir os platôs do Irã e da Ásia Menor como postos avançados para dali atacar através de Punjab até a Índia, através da Síria até o Egito, e através do caminho destruído do Bósforo e Dardanelles até Hungria. Viena fincou-se no portão da Europa Interior, sobrevivendo a hordas bárbaras, ambas as quais vinham de caminhos diretos através da estepe russa, e daqueles que vinham através do caminho tortuoso pelo sul dos Mares Negro e Cáspio. Aqui nós ilustramos a diferença essencial entre o controle Sarraceno e Turco do Oriente Próximo. Os Sarracenos foram uma ramificação da raça Semítica, essencialmente povos do Eufrates e do Nilo e de outros pequenos oásis da Ásia Baixa. Eles criaram um grande império avaliando a si próprios nas duas mobilidades permitidas por suas terras – aquela pelos cavalos e camelos, e por outro lado, através de embarcações. Em diferentes momentos, suas frotas controlaram tanto o Mediterrâneo, até a Espanha, e o Oceano Índico, até as ilhas da Malásia. Por sua posição central estratégica entre os oceanos a leste e a oeste, eles tentaram conquistar todas as terras marginais do Mundo Antigo, imitando Alexandre e antecipando Napoleão. Eles poderiam até ter ameaçado as terras de estepe. Completamente distinto da Arábia, assim como da Europa, Índia e China, foram os pagãos Turanos do closed heart [interior do coração] da Ásia, os Turcos que destruíram a Civilização Sarracena. Mobilidade pelo oceano é o rival natural da mobilidade pelos cavalos e camelos no heart [coração] do continente. Foi sob a navegação de rios oceânicos que foi baseado o Estágio Potâmico da Civilização, aquela da China no Yang-tsé, aquela da Índia no Ganges, aquela da Babilônia no Eufrates, aquela do Egito no Nilo. Foi essencialmente a navegação do Mediterrâneo que foi baseada o que foi descrito como os 13 N.T. 9.000.000 mi2= 23.309.909,99 km2 14 N.T. 7.000.000 mi2 = 18.129.930 km2 6 Estágios Talássicos de Civilização, daquela dos Gregos e Romanos. Os Sarracenos e os Vikings mantiveram-se navegando em costas oceânicas. O resultado tão importante na descoberta do Caminho do Cabo15 para as Índias foi o de conectar as navegações costeiras do leste e do oeste da Euro-Ásia, ainda sim por um roteiro périplo, e assim, de alguma forma, a neutralizar a vantagem estratégica da posição central dos nômades das estepes que o pressionavam por trás. A revolução começou pelos grandes marinheiros da geração de Colombo presenteando a Cristandade com o maior poder possível de mobilidade de poder, ainda sem a possibilidade de uma mobilidade aérea. O um e contínuo oceano envolvendo as terras insulares e divididas é, claro, a condição geográfica de última unidade no comando dos mares, e de toda teoria de estratégia e política naval moderna como exposta por então escritores como Capitão Mahan e o Sr. Spencer Wilkinson. O efeito político amplo era para reverter as relações da Europa e Ásia, pelo que a Idade Média Européia estava enjaulada entre um intransponível deserto ao sul, um oceano desconhecido a oeste, um congelado solo e florestas ao norte e nordeste e no leste e sudeste estava constantemente ameaçado pela superior mobilidade de cavaleiros e homens a camelo, ela que agora emergia do mundo, multiplicando em mais de trinta dobras a superfície do mar e terras costeiras no qual ela teria acesso, e envolvendo em sua influência em volta do poder terrestre Euro-Asiático que Hetherto ameaçou sua própria existência. Novas Europas foram criadas nas terras vazias descobertas no centro das águas, e o que Bretanha e Escandinávia foram para a Europa em um tempo anterior, aquilo que América e Austrália, e de certa forma a África Trans-Saariana, agora são para a Euro-Ásia. Bretanha, Canadá, os Estados Unidos, África do Sul, Austrália e Japão são agora o anel externo e bases insulares para o poder marítimo e comércio, inacessível para o poder terrestre da Euro-Ásia. Mas o poder terrestre ainda existe, e eventos recentes têm novamente aumentado sua significância. Enquanto povos marítimos da Europa Ocidental cobriram o oceano com a suas frotas, colonizado continentes longínquos, e de forma variada feito tributários as costas oceânicas da Ásia, a Rússia organizou os Cossacos, e, emergindo de suas florestas ao norte, policiou a estepe em determinando seus próprios nômades confrontarem os nômades de Tartar. O Século de Tudor, que viu a expansão da Europa Ocidental pelos mares, também assistiu o poder russo levado de Moscou até a Sibéria. O arrastão em direção ao leste dos cavaleiros pela Ásia foi um evento quase impregnado com conseqüências políticas quanto a volta pelo Cabo [da Boa Esperança], no entanto os dois movimentos por longo permaneceram separados. É provavelmente uma das mais chocantes coincidências da História que a expansão européia em direção ao mar e a terra deveria, de alguma forma, refazer a antiga oposição entre Gregos e Romanos. Poucas grandes falhas tiveram tanta conseqüências repercutidas quanto à falha dos Romanos em latinizar os Gregos. Os Teutônios foram civilizados e cristianizados pelos Romanos, os Eslavos em sua maioria pelos Gregos. É o Romano-Teutônio que mais tarde embarca para os oceanos; foi o Greco-Eslavo que cavalga posteriormente pelas estepes, conquistando os Turânios. Assim, o poder terrestre moderno difere do poder marítimo não menos na fonte de seus ideais do que nas condições materiais de sua mobilidade16. Na levante dos Cossacos, Rússia emergiu seguramente de sua antiga reclusão nas florestas do norte. Talvez a mudança da mais grandiosa importância intrínseca que tomou lugar na Europa no último século foi a migração ao sul de camponeses russos, no qual, onde colônias agrícolas antes terminavam nos limites das florestas, o centro da população de toda Rússia Européia agora reside ao suldeste limite, no centro dos campos de trigo que repuseram a estepe mais ocidental. Odessa tem aqui levantado em importância com a rapidez de uma cidade americana. Uma geração antes, o vapor e o canal de Suez pareciam ter aumentado a mobilidade dos poderes marítimos em relação aos poderes terrestres. Ferrovias agiram magistralmente como alimentadores de um comércio direcionado aos oceanos. Mas ferrovias transcontinentais estão agora transmutando as condições do poder terrestre, e em nenhum outro lugar eles teriam tanto efeito como no fechado heartland [coração da terra] da Euro-Ásia, em vastas áreas nas quais nem lenha nem rochas são acessíveis para a construção de estradas. Ferrovias trabalham para as grandes maravilhas da estepe, porque estes diretamente substituem a mobilidade do cavalo e do camelo, o estágio dos caminhos ao desenvolvimento que aqui foram omitidas. 15 N.T. O autor refere-se ao Périplo Africano, pela navegação através do Cabo da Boa Esperança. 16 Esta afirmação fora criticada de discussão na qual seguiu pela leitura deste trabalho. Em reconsiderando este parágrafo, eu ainda acho que substancialmente correto. Até os Gregos Bizantinos seriam outros se Roma os tivesse subjugado, ainda os Gregos Antigos. Sem sombra de dúvida que os ideais ditos aqui foram os Bizantinos ao invés dos Helênicos, mas eles não foram Romanos, que é o ponto [que levanto]. 7 O que concerne ao comércio não pode ser esquecido que o tráfico ao oceano, relativamente barato, geralmente envolve quatro vezes mais o manuseio de mercadorias – da fábrica de origem, ao píer de exportação, o píer de importação, ao armazém no interior para distribuição; onde assim o vagão da ferrovia continental poderia ir diretamente da fábrica exportadora ao armazém importador. Assim, o comércio alimentado pelo oceano marginal tende, entre outras coisas, ser igual a formar uma zona de penetração em volta dos continentes, aqueles limites internos são dificilmente marcados pela linha a qual o custo de quatro manuseios, a frota oceânica e a frota ferroviária de costas vizinhas, é equivalente ao custo de dois manuseios e de uma frota ferroviária continental. Os carvões inglês e alemão são ditos competir em tais termos todo o caminho através da Lombardia. As ferrovias russas têm um caminho limpo de 6.000 milhas17, de Wirballen no oeste a Vladivostok no leste. O exército russo na Manchúria é tão significante na mobilidade do poder terrestre como o exército britânico na África do Sul pelo poder marítimo. Verdade é que a Ferrovia Trans-Siberiana ainda é a única e precária forma de comunicação. Os espaços dentro do Império Russo e Mongólia são tão vastos, e suas potencialidades em população, trigo, algodão, combustíveis e metais tão incalculavelmente excelentes que é inevitável que num mundo econômico vasto, mais ou menos disperso, existirá desenvolvimento inacessível ao comércio oceânico. Como consideramos esta revisão rápida nas extensas correntes da História, não é uma certa persistência na relação geográfica ficando evidente? Não é a Região Pivô da política do mundo aquela vasta área da Euro-Ásia que é inacessível a navios, mas em antiguidade encontra-se aberta a hordas de cavaleiros nômades, e hoje a ser coberta com uma rede de ferrovias? Existiram e existem condições de mobilidade de poder militar e econômica a uma dificilmente alcançável e ainda limitável característica. Rússia repõe o Império Mongol. Sua pressão sobre a Finlândia, na Escandinávia, Polônia, Turquia, Pérsia, Índia e na China substitui os ataques centrífugos dos homens das estepes. No mundo como um todo, ela ocupa a posição central estratégica assegurada pela Alemanha na Europa. Ela pode atacar todos os lados e ser atacada de qualquer lado, salvo pelo norte. O total desenvolvimento de sua mobilidade moderna ferroviária é uma questão de tempo. Não é provável que qualquer possível revolução social irá alterar suas relações essenciais com os grandes limites geográficos [em] sua existência. Inteligentemente reconhecendo o fundamental de seu poder, seus líderes partiram o Alaska; por isso é como uma lei de política na qual a Rússia não domina nada além dos mares como é para a Bretanha em ser suprema nos oceanos. Fora da Área Pivô, no grande crescente interior, estão Alemanha, Áustria, Turquia, Índia e China, e no crescente exterior, Bretanha, África do Sul, Austrália, os Estados Unidos, Canadá e Japão. Na condição presente de balanço de poder, o Estado Pivô, a Rússia, não é equivalente aos Estados Periféricos, e não há espaço para um equilíbrio na França. Os Estados Unidos tem recentemente se tornado uma potência ocidental, afetando o balanço europeu indiretamente, através da Rússia, ao construir o Canal do Panamá para fazer seu Mississipi e os recursos do Atlântico disponíveis no Pacífico. Deste ponto de vista, a real divisão entre o leste e o oeste está para ser descoberto ainda no Oceano Atlântico. O superestabelecimento do balanço de poder em favor do Estado Pivô, resultando na sua expansão sobre as terras marginais da Euro-Ásia, permitiriam o uso de recursos continentais vastos para a construção de esquadras, e então o império do mundo estaria a vista. Isto poderia acontecer se a Alemanha se aliasse com a Rússia. O risco de tal evento deveria, assim sendo, jogar a França em aliança com poderes além dos mares, e França, Itália, Egito, Índia e Coréia se tornariam pontas de lançamento onde marinhas estrangeiras dariam suporte a exércitos a impedir que os aliados-pivôs em lançar forças terrestres e preveni-los de concentrar toda a sua força nas esquadras. Em uma escala menor que foi como a qual Wellington conseguiu de sua base marítima em Torres Vedras na Guerra Peninsular. Talvez esse não seja o final a provar a função estratégica da Índia para o sistema Imperial Britânico? Não é essa a idéia por detrás das concepções do Sr. Amery que o front militar Britânico se estende do Cabo [da Boa Esperança] até a Índia e o Japão? O desenvolvimento de vastas potencialidades na América do Sul deve ter influência decisiva sobre o sistema. Eles podem fortalecer os Estados Unidos, ou, de outro lado, se Alemanha for disputar a Doutrina Monroe com sucesso, eles talvez retirem Berlim do que eu talvez nomeie como uma Política Pivô. As combinações particulares do poder trazidas para o balanço não são materiais; minha contenção é que de um ponto de vista geográfico estes são aparentemente a girar sobre o Estado pivô, que tende sempre a ser grandioso, mas com mobilidade limitada se comparada com os poderes marginais e insulares em sua volta. 17 N.T. 6.000 milhas = quase 10.000 quilômetros 8 Eu falo como geógrafo, o atual balanço do poder político a qualquer momento, claro, o produto, de um lado, de condições geográficas, ambas econômicas e estratégicas, e de outro lado, de um relativo número, virilidade, equipamento e organização dos povos competitivos. Em proporção a essas quantidades são precisamente estimados que sejamos capazes de ajustar diferenças sem a simples resolução armada. E as quantidades geográficas no cálculo são mais mensuráveis e mais aproximadamente constantes que as humanas. Doravante nós deveríamos esperar encontrar nossa fórmula para aplicar igualdade a História passada e a política presente. Os movimentos sociais de todos os tempos têm jogado essencialmente com as mesmas características físicas, pelo qual eu duvido que a dissecação progressiva da Ásia e da África, mesmo que provado, tenha em momentos históricos, vitalmente alterado o ambiente humano. Na marcha para o oeste do Império se apresenta para mim como um curto pêndulo do poder marginal através das bordas do sudoeste e do oeste da Área Pivô. O Próximo, Meio e Extremo Oriente questionam a relação com o insustentávelequilíbrio dos poderes internos e externos a essas partes do crescente marginal onde o poder local é, no presente, mais ou menos ignorado. Em conclusão, pode ser muito bem exprimível em apontar que a substituição de alguns novos controles da área do interior daquilo que a Rússia não tenderá em reduzir sua significância geográfica da posição de pivô. Onde os Chineses, por um momento, organizado pelos Japoneses, em dominar o Império Russo e conquistar seu território, eles poderiam constituir um perigo amarelo na liberdade do mundo somente porque eles adicionariam uma frente oceânica aos recursos do grande continente, uma vantagem ainda negada ao habitante russo da Região Pivô. Antes de ler este documento, o Presidente [da Sociedade Real] declarou: Estamos sempre muito felizes quando podemos apresentar nosso amigo Senhor Mackinder para dirigir-nos em qualquer assunto, por conta de tudo que ele nos diz é certamente interessante, original e de valor. Não há necessidade para que eu apresente um amigo tão memorável à Sociedade neste Encontro, e eu assim sendo pedirei que o mesmo apresente este documento. Após a leitura deste documento, o Presidente disse: Nós desejamos que o Sr. Spencer Wilkinson ofereça algumas críticas ao documento do Senhor Mackinder. Claro, não será possível evitar políticas geográficas até um certo ponto. Sr. Spencer WILKINSON: Veio a minha mente que a coisa mais natural e mais sincera a dizer no início é o esforço em expressar a grande alegria que, eu estou certo, cada um aqui sente por um dos mais estimulantes documentos lidos aqui por um bom tempo. Assim como eu ouvia seu documento, eu olhei com tristeza em alguns dos espaços não ocupados aqui, e eu me entristeço ainda mais em ver que estes espaços seriam destinados aos membros do Gabinete [Imperial], pelo qual eu adquiri [o conhecimento] que no documento do Senhor Mackinder [elícita que] tenhamos duas doutrinas explicitadas: a primeira, a qual não é toda nova – eu acho que já havia sido prevista alguns anos antes ainda no século passado – que desde novas tecnologias de navegação à vapor, todo o mundo se tornou um, e havia se tornado um único sistema político. Eu esqueci a exata expressão utilizada pelo Senhor Mackinder; eu acho que ele disse que a diferença era alguma coisa como um grão caindo em uma estrutura fechada e caindo no espaço. Eu gostaria de expressar a mesma coisa em dizendo que, aonde somente metade de um século atrás estadistas jogavam em alguns quadrados de um tabuleiro de xadrez no qual os restantes estavam vazios, no momento presente o mundo cabe todo em um tabuleiro de xadrez, e cada movimento dos estadistas tem que levar em conta todos os quadrados [do tabuleiro]. Eu mesmo posso somente desejar que nossos ministros que dariam mais tempo ao estudo de suas políticas do ponto de vista que você não pode mover nenhuma outra peça nem considerar todos os espaços do tabuleiro. Nos somos muito inclinados a ver nossa política como se fossem [pequenas cisternas], como se não tivessem conexões com o resto do mundo, onde me parece o grande fato que hoje qualquer movimento que é feito em uma parte do mundo afeta o todo das relações internacionais do mundo – um fato que, pelo que me parece, é lamentavelmente negligenciado tanto pela política bretã e em muitas discussões populares sobre a mesma, e eu sou extremamente grato ao Senhor Mackinder por nos ter estabelecido com tanta ênfase este documento. Então, o outro ponto – o principal, eu considero, que ele trouxe é realmente tão de enorme importância para o mundo como a moderna expansão da Rússia. Eu não posso dizer que eu estou completamente convencido de algumas das analogias e precedentes históricas do Senhor Mackinder, a não ser, obviamente, se considerarmos que seu documento nos leva a um momento ainda muito distante por vir. Senhor Mackinder nos leva de volta quatrocentos anos, e fala da Época Colombiana. Bem, eu não 9 pretendo ser capaz de ir quatrocentos anos adiante; se alguém puder ir uma geração à frente, é algo que alguns de nós sejamos capazes. Agora esses grandes movimentos das tribos da Ásia Central para a Europa e para os diferentes países marginais podem, eu acho, estar sobre-estimados em sua importância. Eles deixaram sobreviventes ocasionais no passado, mas eles não têm deixado ao mundo muita riqueza em idéias, em muito esparsamente representaram alguma alteração importante nas condições da humanidade; e eles têm sido possíveis graças as expansões das forças da Ásia Central em atingir uma fronteira muito dividida. Por exemplo, o movimento dos Turcos Otomanos, e antes os movimentos dos Turcos sob o Império Bizantino e sobre a região que foi o Império Bizantino, invariavelmente infringindo sobre as regiões nas quais o governo foi decadente ou obsoleto, e muitos dos movimentos nos quais infringiram a Europa Central, os movimentos ao norte do Mar Negro, infringindo a Europa num determinado momento quando governos estavam pouco organizados, e quando os Estados tinham pouca [rede de] solidariedade entre si. Sendo assim, eu sustento que eles não tinham capacidade em paralelo para o futuro; e eu devo deixar exposta a residência no fenômeno de contra-balanceamento, que você tem no oeste europeu uma pequena ilha, que, tendo formado sua unidade política, e tendo no conflito para sua própria independência desenvolvido seu poder marítimo, tem sido capaz de afetar regiões marginais e de adquirir uma enorme influência na qual nos foi revelada, de forma exagerada talvez, no mapa pelo qual o Senhor Mackinder mostrou – o Império Britânico – exagerado porque foi um mapa [usando] a Projeção de Mercator, que exagera o Império Britânico, com a exceção da Índia. Em minhas crenças é que aquela ilha-Estado como a nossa pode, se mantiver seu poder naval, manter o balanço entre as forças divididas que trabalham na área continental e eu acredito que tem sido a função histórica da Grã-Bretanha desde que a Grã-Bretanha se tornou o Reino Unido. Agora encontramos uma ilha-Estado menor ainda surgindo do outro lado do continente da Euro-Ásia, e eu não vejo nenhuma razão em supor que aquele Estado não seja capaz de exercer na franja leste do continente asiático como um poder tão decisivo e influente tanto como o das Ilhas Britânicas, com uma população menor, tem exercido sobre a Europa. Sir Thomas HOLDICH: Quando um ouve uma leitura como a qual o Senhor Mackinder nos fez, tão cheia de pensamentos e tão excelentemente trabalhado, com tantos alimentos para reflexão contidos neste, torna-se uma grande habilidade de digestão moral em assimilá-los, e mais certeza que eu tenha para tanto criticá-lo ou até mesmo discuti-lo. Mas existe ainda que uma questão que eu gostaria de perguntar ao Senhor Mackinder, e em co-relação aos fatos das condições geográficas com a História da raça humana, parece a mim não tão desimportante. Senhor Mackinder nos disse que no início das coisas as raças Mongóis todas começaram de um centro na alta Ásia, espalhando-se para fora, sentido oeste, sul e leste, encontrando, no entanto, o Tibet, uma barreira impossível em sua forma, e nunca exatamente ocupando a Índia. Mas nós devemos lembrar que, antes dos Mongóis se espalharem, tiveram outras tribos Centro- Asiáticas que se espalharam igualmente de distritos quais não eram tão distantes aquelas posições pelas quais os Mongóis primeiramente ocuparam – os Scitos e os Arianos – e eles encontraram seus caminhos para a Índia. Esta, no entanto, é uma questão de detalhe. O que eu gostaria de saber do Senhor Mackinder é, que ele considere uma razão original que o transbordar de um país que está disposto a considerar ser o berço da raça humana, para todas as diferentes partes do mundo. Seria isso simplesmente o instinto nômade dos povos, uma espécie de compulsão hereditária que os obriga a mover-se para fora; ou seria essa uma alteraçãoatual nas características físicas de um país no qual eles lidam? Nos sabemos que as condições físicas do mundo alteram muito de tempos em tempos, e me parece impossível reconciliar a idéia de um grande país no interior, que deverá uma vez também ser completo de uma população fértil, e ter dado suporte a essa população, como você mesmo diz, com a riqueza agrícola de um poder abundante – que sob tais condições um povo deveria ter o desejo de espalhar-se para descobrir além em outras partes do mundo, buscando por aquilo que nem sabem o que é. Eu vanglorio-me que uma das grandes razões irresistíveis, por todas essas migrações realmente tem sido a distinta alteração nas condições físicas do país. Este é um ponto que parece-me um tanto importante quando discutimos uma matéria como esta presente, que trás condições da Geografia que aproximam-se de fatos da História. Tem ainda um outro pequeno assunto que foi referido com alguma dúvida pelo Senhor Mackinder o qual eu devo me referir. Ele apontou a América do Sul como um possível fator no qual o cinturão de poder externo que deverá trazer coerção em aproximação o poder interior pivô no sul da Rússia. Agora, pelo o que eu tenho visto ultimamente, eu tenho nenhuma dúvida de que este será o caso. A potencialidade da América do Sul como poder naval como vejo é muito grande. Eu acredito que no curso, digamos, do próximo século, ainda assim que a Argentina tenha vendido dois navios ao Japão, e o Chile nos vendeu dois navios – ainda assim em contrapartida haverá um crescimento do poderio naval na 10 América do Sul, resultado de causas puramente naturais, pela defesa de sua própria costa e proteção de seu próprio tráfico, que será somente comparável com o desenvolvimento extraordinário no qual tivemos visto durante o último meio século no Japão. Parece-me certamente ser um dos fatores, se nós estivermos olhando para frente, com o qual, no futuro político naval no mundo, nós deveremos reconhecer. Senhor AMERY: Eu acho que é sempre enormemente interessante se nós pudermos ocasionalmente sair dos detalhes da política quotidiana e tentar ver coisas de uma forma completa, e é o que a leitura estimulante do documento do Senhor Mackinder nos fez essa noite. Ele nos deu toda a História e toda a política ordinária sob uma única idéia compreendida. Eu lembro quando eu fiz [a disciplina que estuda] Heródoto18 na Universidade, ele fez uma História completa baseando-se em si mesma sobre o grande confronto do leste e do oeste. Senhor Mackinder faz toda a História e política basear-se no grande entrave econômico entre o grande core [centro] do continente Euro-Asiático e das regiões marginais e insulares menores por fora. Eu não estou ainda certo se estes dois confrontos não são um, e o mesmo, porque agora nós descobrimos que o mundo é uma esfera, leste e oeste se tornaram termos relativos. Eu criticaria uma coisa que o Senhor Mackinder disse quando ele descreveu a Rússia como herdeira da Grécia. Este não foi o herdeiro da Grécia Helênica, mas da Bizantina, e Bizâncio foi herdeira das antigas monarquias orientais de língua grega e um pingo da civilização romana jogada sobre estas. Eu gostaria de ir atrás, se me permite, por um momento nesta fundação econômico-geográfica na qual o Sr. Mackinder construiu a estrutura de seu trabalho. Eu acho que conceberia a coisa de forma diferente. Existem, em minha mente, não dois, mas três forças econômico-militares. Se começarmos com o mundo antigo, terias uma divisão clara geográfica entre “estepes do interior”, a grande área marginal agricultável e a costa, e correspondências com estes, três sistemas econômicos e três sistemas militares. Existe o sistema econômico e militar dos países agricultores, o sistema dos da costa e dos povos que se movimentam pelos mares, e o sistema das estepes; cada um tem suas peculiares fraquezas e suas peculiares fontes de força. O mais forte muitas vezes foi o Estado marginal e o agricultor. Lá existiram os Impérios militares sólidos, como o Egípcio, Babilônico, o Império Romano, seus grandes exércitos e a infantaria de cidadãos, seus grandes desenvolvimentos de riqueza. Mas estes contiveram certos elementos de fraqueza. Sua própria prosperidade ou os defeitos de suas formas de governo levaria no final a preguiça e fraqueza. Agora, fora estes, você tem dois sistemas. Você tem o sistema das estepes, no qual seu poder militar baseia-se, primeiramente, na sua mobilidade, e segundamente, na sua inacessibilidade de poderes agriculturáveis lentos. Ainda assim, as supostas “hordas” de invasores que vieram do interior, eu pessoalmente não acredito que tenham sido daqueles de grandes hordas e grandes contingentes populacionais do interior. O fato é que, as populações da estepe eram pequenas como as são agora, mas do fato de sua mobilidade [impossibilitarem] exércitos militares mais pesados e lentos em atacá-los. Em tempos comuns, quando os Estados agricultores eram mais fortes, os povos das estepes simplesmente corriam deles, e outros acharam muito difícil o trabalho de conquistá-los. Você se lembra da dificuldade das legiões romanas tiveram com os Partianos; e eu acho que poderíamos encontrar exemplos mais recentes da dificuldade de um Estado civilizado encontra em conquistar um poder das estepes. Um pequeno tempo atrás, todo o exército britânico estava ocupado em tentar coibir entre 40.000 e 50.000 fazendeiros que viviam em uma estepe seca. Aquela foto que o Senhor Mackinder estava mostrando lembrou-me exatamente do que poderia ser visto não faria muitos meses atrás na África do Sul – quero dizer, aquela foto de vagões cruzando o rio foi, exceto pelo formato do teto do vagão, exatamente como a foto de um comando Bôer cruzando um curso. Nós temos as mesmas dificuldades em coibi-los tanto quanto todos os outros poderes civilizados o tiveram com povos das estepes. Agora, assim quando os poderes civilizados dos países marginais cresceram fracos e permitiu-se contratar pequenos exércitos para fazer seus trabalhos, eles colocaram-se em dificuldades, e é aonde, ao que me parece, a força das estepes que sempre se sobressai [perante a estes]. No fundo não existe uma grande força econômica, mas o fato que eles poderiam descansar [em seus bosques] inacessíveis e atacar os demais em seus momentos de fraqueza deram aos povos das estepes seu poder. Então teríamos o terceiro sistema, dos povos costeiros marítimos: eles têm ainda menos pura força militar, mas eles têm a maior mobilidade – a mobilidade, eu digo, dos Vikings e dos Sarracenos quando eles dominaram o Mediterrâneo, e dos ingleses Elisabetanos quando eles devastaram principal [parte do território] espanhol. Vindo a tempos mais recentes, existe uma certa mudança adiante nas condições agrícolas, e no desenvolvimento, fora dos antigos Estados agrícolas, de um moderno Estado industrial. Então eu também notaria que muitos países que foram estepes se 18 N.T. Filósofo Grego do Séc V, considerado o Pai da História. Sendo assim, Amery refere-se aos Estudos Históricos em seu período universitário 11 tornaram agrícolas e industriais. Tendo isso, e tendo também o fato que raramente na História que você conseguiria qualquer Estado ascendendo ao grande poder [mundial] por conta de um sistema somente. Os Turcos começaram sendo um povo das estepes, e vieram e dominaram a Ásia Menor; eles então domaram um poder militar regular, e conquistaram o grande Império Turco; por último, por um período eles se tornaram um poder naval no Mediterrâneo. Da mesma forma, encontramos os Romanos, em face de combater os Cartagineses, se tornaram um poder marítimo tanto quanto um poder terrestre; e, de fato, por um poder se tornar grandioso é necessário que se tenham esses elementos de força. Os Romanos foram um grande poder militar com a região marginal como sua base eseu poder marítimo os apoiando. Nos mesmos sempre tivemos nossa base a riqueza industrial da Inglaterra. O Império Russo, que cobre a grande região das estepes, este que não se encontra mais nas mãos dos antigos povos das estepes, é realmente uma porção considerável do mundo agrícola, economicamente, que conquistou a estepe e está se tornando em um grande poder agro-industrial, e sendo assim, dando um poder no qual puramente os povos naturais da estepe nunca tiveram. Senhor Mackinder refere-se ao fato que somente no último século que as raças agricultoras ocuparam e povoaram a estepe ao sul da Rússia propriamente. Eles estão fazendo a mesma coisa na Ásia Central, de fato, os povos antigos das estepes estão sendo espremidos todos juntos, e assim temos, chegando próximos cada vez mais, dois poderes industrial-militar chaves, um adiando de um centro continental, e outro começando pelos mares, mas gradativamente caminhando para dentro do continente com o objetivo de ter uma grande base industrial que requer, por conta do poder marítimo somente, se não estiver baseado na grande indústria, e tem uma grande população por trás, é muito fraco em atacar para manter-se realmente na competição mundial. Eu não pretendo fazer nenhum outro comentário, mas existe um somente outro ponto – uma sugestão que o Senhor Mackinder me fez. Mobilidade a cavalo e camelo a muito estão ultrapassados; é agora uma questão de mobilidade ferroviária contra a mobilidade marinha. Eu gostaria de dizer que a mobilidade marinha adquiriu muito o poderio militar aquilo que em tempos antigos, especialmente no número de homens que poderiam ser levados. Em tempos passados, os navios eram móveis o suficiente, mas eles carregavam poucos homens, e os ataques dos povos marítimos eram comparavelmente fracos. Eu não estou sugerindo nada [relacionado a] política neste momento; eu só estou declarando um fato quando eu digo que o mar é muito melhor para a chegada de tropas do que qualquer coisa, exceto quinze ou vinte linhas paralelas de ferrovia. Onde eu quero chegar é: o que ambos o mar e a ferrovia vão trazer para o futuro – que pode ser próximo, ou pode ser de alguma forma remoto – a ser suplementado pelo ar como modo de locomoção, e quando nós viermos a fazê-lo (como estamos falando de Épocas Colombianas amplamente, eu acho que seria interessante analisarmos adiante um pouco) – quando nós chegarmos a tal, uma grande parte desta distribuição geográfica se perderá, e os poderes vencedores serão aqueles que terão grandes bases industriais. Não importará se estes estarão no centro de um continente ou de uma ilha; aqueles povos que tem poder industrial e poder inventivo e de ciência serão capazes de derrotar todos os outros. Eu irei deixar esta como uma forma de sugestão. Senhor HOGART: Como a hora já é tarde e a temperatura um tanto quanto baixa, eu não vou tomar muito do seu tempo com comentários longos demais. Nós certamente tivemos um documento maravilhosamente sugestivo, e eu acho que não é necessário em recomendar o autor do documento nem nenhum dos que aqui ouvimos em tentar e pensar imperialmente. Eu somente perguntaria ao Senhor Mackinder, quando ele replicar, me fazer entender um ponto. O Senhor realmente deseja impor – eu acho um fato interessantíssimo que ele desejou estabelecer assim – que o estado das coisas que irá passar neste pivô de terra interior será completamente diferente de tudo que já se tenha visto anteriormente? Por assim dizer, alguma coisa como um estado fixo de coisas foi trazido à tona, e o país está se desenvolvendo, e ainda será capaz de exportar seus produtos para o resto do mundo; assim sendo não veremos novamente o estado das coisas que vimos anteriormente através da História que aquela grande região central havia então enviado seus povos para os países marginais, enquanto países marginais enviaram para estes povos suas formas de influência de civilização, cada um operando em um turno após o outro. A outra única observação eu gostaria de fazer é reforçar a objeção do Senhor Amery a [percepção da cultura] Greco-Eslava do Senhor Mackinder. Eu peço desculpas, mas não posso aceitar esta divisão de civilizações entre Gregos e Romanos. Assim como a Rússia pode ser chamada de um país civilizado neste momento, tem a ver, pelo que eu acho, pela não civilidade trazida pela Igreja Ortodoxa; de fato, eu ainda estou para ver qualquer influência civilizatória exercida pela Igreja Ortodoxa em larga escala. Esta civilidade é mais por conta de uma cultura social introduzida por Pedro, o Grande, e que foi mais Romana que Grega. Mas é referente a minha primeira pergunta que eu gostaria que o Senhor Mackinder 12 respondesse, eu gostaria de saber o que ele seriamente antecipa irá acontecer com o efeito no mundo após essa distinção entre terras pivôs centrais e marginais. Senhor MACKINDER: Eu gostaria de agradecer a todos aqui presentes por colocarem os pontos nos is e jotas [para mim]. Eu sou muito grato em saber que a minha fórmula tenha dado tão certo. Eu desejo dizer exatamente o que o Senhor Hogart disse; eu digo que pela primeira vez na História documentada – e essa é uma resposta ao Sr. Thomas Holdich também – que temos uma grande população fixa desenvolvendo-se nas terras das estepes. Esta é uma revolução no mundo que temos que confrontar e contabilizar. Eu duvido muito, e neste ponto eu concordo com o Senhor Amery, que os números que vieram do heart [coração] da Ásia foram muito grandes. Me parece que assim como ele coloca, e pelo fato de sua mobilidade ser a grande essência de tudo. Um pequeno número de pessoas vindo de terras de estepes poderiam fazer muitas coisas, dada relativa mobilidade se comparado com as populações rurais. Em relação ao questionamento do Sir Rhomas Holdich em o que poderia tê-los colocado nesta posição de dianteira, Sr. Clements Markham apontou que os nômades não apareceram uma vez somente. Eu lido com o fato que por mil anos os povos nômades vieram através da Rússia. Eu falho em ver que, quando temos essa sucessão constante de descidas para as terras marginais, temos que dar explicações por qualquer mudança física significativa para explicá-lo. Todos os dados que tempos do tempo dos Gregos descreve-os como bebedores do leite de égua, que nos dá uma visão do estilo de vida nômade; sendo assim eu começo com o fato que esses povos foram nômades e permaneceram nômades por dois mil anos, e eu não vejo nenhuma evidência que tenhamos que demonstrar qualquer mudança física significativa ou ainda assumir qualquer grande povoamento. Pelo tanto que posso ver, Sven Hedin recusa a idéia que tenhamos que necessariamente tenhamos que buscar qualquer mudança climática como forma de explicar a existência de vestígios na Ásia Central. Existem ventos fortíssimos e muita areia, e de tempos em tempos a areia é levada para mais de cem milhas pelo deserto. A areia determina a direção dos rios e a posição dos lagos, e algumas grandes tempestades divergem os rios em outros cursos sem dúvida não se satisfaz em arruinar uma cidade abandonada por conta da água. Os simples fatos que existiram nômades, e que existiram países ricos aptos a serem saqueados me bastam como base para minha teoria. No futuro, eu acho, teremos diferentes províncias econômicas conectadas, uma mais baseada no mar, e outra mais baseada no heart [coração] do continente e ferrovias. Eu não acho que o Senhor Amery permitiu suficientemente [entender] que grandes exércitos não podem ser movidos por uma marinha. Os Alemães marcharam quase um milhão de homens para a França; eles marcharam, e usaram ferrovias para suprimentos. Rússia, pelo seu sistema tarifário e outros meios, está consistentemente movendo-se e conquistando aquilo que eu chamaria de um sistema econômico não-oceânico. Sua política, pelo seu sistema tarifário, pela quebra do padrão de suas ferrovias, é de separar-se de qualquercompetição oceânica19. A respeito da base do poder marítimo estar na riqueza industrial, eu concordo completamente. O que sugiro é que a grande riqueza industrial na Sibéria e na Rússia Européia e a conquista de algumas regiões marginais darão a base para uma necessidade de esquadras em fundar um império mundial. O jeito que o Senhor Amery colocou os três grupos de poder é ligeiramente diferente do meu, mas são essencialmente os mesmos. Eu aponto para uma mobilidade ao interior, para uma margem densamente povoada, e por forças marítimas externas. É verdade que montarias (de cavalos e camelos) se foram; mas minha sugestão é que ferrovias irão tomar seus lugares, e seremos capazes de jogar [com violência] o poder de um lado ao outro desta área. Meu objetivo não é predizer um grande futuro para este ou aquele país, mas de criar uma fórmula geográfica que poderíamos avaliar qualquer balanço político. Aqui vai o ponto relativo aos Greco-Eslavos: no sentido que o Senhor Hogart e o Senhor Amery levantaram-me, eu concordo com eles, mas depois eu não posso deixar de notar que a Cristandade caiu em dois diferentes solos – os filosóficos Gregos e os legais Romanos, e que estes foram conseqüências de influências diferenciadas nos Eslavos e nos Teutônios. No entanto, o que é um mero incidente, e que se eu qualificar meu discurso em falando de Bizantinos, eu devo então aproximar-me mais do que o Sr. Amery disse, e eu acho que eu devo então apresentar o exemplo de Roma o qual Sr. Hogart trouxe a tona. Assim relacionados às potencialidades das terras e dos povos, eu devo demonstrar que na Europa existem agora mais de 40 milhões de pessoas nas estepes da Rússia, e isso não significa que ainda [esteja] densamente ocupada, e que a população russa está provavelmente crescendo mais rápido do que qualquer população civilizada ou meio-civilizada no mundo. Com o decréscimo da população francesa, e com a britânica não crescendo tanto quando estava antes, e as populações nativas dos Estados Unidos e da Austrália chegando quase a um esgotamento, devemos levar em conta do fato que em cem anos 40 milhões de 19 O anel da Alfândega Russa é, claramente, tão bem colocado que adiciona a área pivô consideráveis seções com objetivos econômicos nas terras marginais, mas, no entanto, nunca até as costas oceânicas – H. J. M. 13 pessoas ocuparam nada além de uma simples fração da estepe. Eu acho que caminhamos para um [número de] população que chegará aos 100 milhões; e é a tendência que devemos levar em consideração em determinar valores para as quantidades variáveis na equação de poder pelo qual eu estava procurando uma fórmula geográfica. O ponto relativo ao Coréia e ao Golfo Pérsico que foi colocado pelo Sr. Spencer Wilkinson ilustra exatamente minha correlação com as questões relativas ao Extremo Oriente, Meio Oriente, e Oriente Próximo. Eu represento esses como sendo fatos temporários de formas de colisão entre as forças externas e internas agindo através de zonas intermediárias, que por si só um palco de forças independentes. Eu discordo veementemente que a função da Bretanha e do Japão é de agir sobre as regiões marginais, mantendo o balanço de poder ali com contra a expansão de forças internas. Eu acredito que no futuro do mundo depende na manutenção dessa balança de poder. Parece- me que nossa fórmula deixa claro que devemos ver como não seremos levados para fora da região marginal. Devemos manter nossa posição aqui, e assim, seja o que acontecer estaremos modestamente seguros. O aumento da população nas regiões interiores e a pausa no aumento [populacional] de outras regiões pode ser um fato bem sério, mas talvez a América do Sul virá nos ajudar. O Presidente: Eu confesso ter sido apresentado anteriormente ao documento do Senhor Mackinder, e eu posso ver pela atenção dispensada pelos que ouviram [o Senhor] na platéia que todos nós dividimos o sentimento de respeito [pelas idéias do Senhor Mackinder]. O Senhor Mackinder lidou com a antiga história dos períodos remotos da História, o combate entre Ormerzd e Ahriman20, e ele nos mostrou como o conflito continuou deste momento remoto da História até os dias de hoje. Ele nos explicou tudo isso com uma brilhante descrição e ilustração, com um [olhar minucioso] da matéria, e com uma clareza de argumentos que nós raramente encontramos par neste recinto. Eu tenho certeza que todos darão um voto unânime de agradecimentos ao Senhor Mackinder por esse interessante documento esta noite. 20 N.T. Entre os Zoroastras, o embate entre o Bem e o Mal. 14 [Mapas que acompanham a versão original] 15 16 17 18
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