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Geopolitica 1904 Mackinder Pivo Geografico da Historia

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1 
O PIVÔ GEOGRÁFICO DA HISTÓRIA1 
Por H. J. Mackinder, Leitor [desde documento] de Geografia na Universidade de Oxford; Diretor da Escola de Economia e 
Ciência Política de Londres. 
[Traduzido por Luciano Dalcol, aluno de Geografia da UERJ-FFP, em Março de 2008]2 
 
Quando historiadores em futuro remoto se detiverem o olhar num grupo de séculos nos quais nós 
agora estamos passando, e o verem de forma resumida, como hoje vemos as dinastias egípcias, eles 
descreverão os últimos 400 anos como a Época Colombiana, e que a mesma teria terminado antes dos 
anos de 1900. Tarde se faz a assunção clara em dizer da exploração geográfica terminou-se, e é 
reconhecido que a Geografia deve ser divergida para o propósito da pesquisa intensiva e síntese filosófica. 
Em 400 anos, as linhas dos mapas do mundo já se definiram com quase total certeza, e mesmo nas 
regiões polares nas viagens de Nansen e Scott 3 teriam reduzido dramaticamente qualquer nova 
possibilidade de descobertas dramáticas. O início do século XX é apropriado como no fim de uma grande 
época histórica, não somente por conta desta conquista, [mas também] como um grande pensamento 
[que] esse [se tornaria]. O missionário, o conquistador, o camponês, o minerador, e por último, o 
engenheiro, acompanharam bem proximamente os passos do viajante pelo mundo, nas suas fronteiras 
mais remotas, que foram dificilmente reveladas antes que nós devêssemos descrever sua completa 
apropriação política virtualmente. Na Europa, América do Norte e do Sul, África e Australásia raros são os 
novos espaços que ainda permitem serem clamados como de propriedade de um descobridor, a não ser 
através de uma guerra entre poderes civilizados e meio-civilizados. Até mesmo na Ásia estaremos 
testemunhando os últimos movimentos no jogo antes jogado por cavaleiros de Yermak4, o Cossaco e os 
marinheiros de Vasco da Gama. Assim dizendo, nós deveríamos contrastar a Época Colombiana com a era 
anterior a esta, por descrever sua essência característica como a expansão da Europa contra resistências 
quase negligenciáveis, onde a Cristandade medieval era confinada em uma região limitada e ameaçada 
por um barbarismo externo. Do presente momento em diante, em uma Idade Pós-Colombiana, nós 
deveríamos novamente lidar com um sistema político fechado, e [não veríamos] nada além, de alcance 
mundial. A cada explosão de forças sociais, ao invés de serem dissipadas em um circuito de espaço 
desconhecido e caos barbárico, irá re-ecoar fortemente de um outro lado do globo, e elementos fracos no 
organismo político e econômico do mundo que fragmentarão em conseqüência. Existe uma vasta diferença 
no efeito da queda de um grão ao solo trabalhado a esta mesma queda sob lugares fechados e estruturas 
rígidas de um grande prédio ou navio. Provavelmente alguma meia-consciência deste fato é pelo menos 
divergindo muita da atenção de Homens de Estado em todas as partes do mundo para uma expansão 
territorial para uma relação apertada de sua eficiência. 
Aparece-me, então, que na década presente nós estamos pela primeira vez numa posição de 
atentar, com algum degrau de complemento, a correlação entre uma grande generalização geográfica a 
uma histórica. Pela primeira vez podemos perceber alguma coisa das reais proporções de elementos e 
eventos no palco mundial, e poderíamos buscar uma fórmula com a qual expressamos certos aspectos, a 
qualquer qualificação, de casualidade geográfica na história universal. Se tivermos sorte, esta formula 
poderia ter valor prático em estabelecer uma perspectiva de forças competitivas na política internacional 
contemporânea. A frase familiar sobre a marcha do império para o oeste é uma tentativa empírica e 
fragmentária do tipo [de política]. Eu proponho esta noite descrever tais eventos físicos do mundo que eu 
creio ter sido os mais coercitivos das ações humanas, e apresentar algumas das fases principais da 
História como organicamente ligados a estes, até mesmo em períodos em que foram desconhecidos pela 
Geografia. Meu foco não será discutir a influência deste ou daquele elemento, ou ainda de fazer um 
estudo regional geográfico, no entanto exibir a História humana como parte da vida de um organismo 
mundial. Eu reconheço que eu posso somente chegar a um aspecto da verdade, e que eu não desejo 
manter-me em excessivo materialismo. O Homem, e não a Natureza o inicia, mas a Natureza em grande 
parte controla. Minha dedicação é com o controle geral físico sobre as causas da História universal. É 
óbvio que somente a primeira aproximação esperamos fazê-la. Preciso ser modesto com as minhas 
críticas. 
O antigo Prof. Freeman levantou que a História que conta são aquelas das raças Mediterrâneas e 
Européias. Em um sentido, claro, é que se tem apresentado a verdade das heranças da Grécia e de Roma 
 
1 Lido na Sociedade Geográfica Real, em 25/Jan/1904 
2 N.T. A presente tradução foi feita através do original adquirido pelo Professor Eduardo Karol (DGEO UERJ/FFP); pelo uso do inglês extremamente formal, notas de tradução 
encontram-se entre colchetes. 
3 N.T. Estes pesquisadores exploraram os pólos Norte e Sul. 
4 N.T. Planície da Sibéria. 
 
2 
dominantes através do mundo. Em outro e importante sentido, no entanto, essa limitação tem um efeito 
negativo. As idéias que vão formar uma nação, em posto a uma simples aglomeração de animais 
humanos, têm comumente sendo aceitas sobre a pressão de uma tribulação em comum, e sobre uma 
comum necessidade de resistência a uma força externa. A idéia da Inglaterra levada a Heptarquia5 pelos 
dinamarqueses e conquistadores nórdicos; a idéia da França sendo forçada pela competição dos Francos e 
Godos, e de Romanos pelos Hunos em Chalons, e pela Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra; a idéia de 
que a Cristandade ter nascido sob as perseguições romanas e maturadas pelas Cruzadas; a idéia de que 
os Estados Unidos foi aceito, e o patriotismo colonial afundou somente na longa Guerra pela 
Independência; a idéia que o Império Germânico teria relutado contra a adoção do sul da Alemanha 
somente depois de sofrer contra a França em aliança com a Alemanha do Norte. O que eu talvez descreva 
como a literatura conceptiva da História, concentrando atenção sobre idéias de movimentos mais 
elementares que pressionaram é comumente a causa mais excitante de esforços no qual grandes idéias 
são geradas. Uma personalidade repelente executa uma função social valiosa em unir seus inimigos, e 
sobre a pressão externa do barbarismo que a Europa atingiu sua civilidade. Peço, então, por um momento 
olhar para a Europa e a História Européia como subordinada à Ásia e a História Asiática, pelo que a 
Civilização Européia é, num senso real, a resultante de um confronto secular contra a invasão asiática. 
O contraste mais marcante no mapa político da Europa moderna é que apresenta uma vasta área 
da Rússia ocupando metade do continente e um grupo de pequenos outros territórios ocupando [a outra] 
metade do continente e outro grupo de territórios ainda menores subordinados aos poderes ocidentais. De 
um ponto de vista físico, existe, obviamente, um contraste claro entre as terras baixas indivisíveis no leste 
e o complexo rico de montanhas e vales, ilhas e penínsulas, que juntos formam a reminiscência desta 
parte do mundo. Em uma primeira vista poderia parecer que estes fatos familiares têm alguma correlação 
entre o ambiente natural e a organização política tão obviamente que dificilmente seria jus qualquer 
descrição, especialmente quando notamos que através das planícies russas o inverno frio é oposto ao 
quente verão, e as condições de existência humana então apresentam uniformidade adicional. Ainda uma 
série de mapas históricos, como aqueles encontrados no Atlas de Oxford revelarão que o fato que não 
meramente uma coincidência abrupta entre a Rússia Européia com as Planícies do Leste daEuropa em na 
questão dos últimos cem anos mais ou menos, mas em todo o tempo anterior havia uma persistência em 
re-asserção de outra tão importante tendência em agrupamento político. Dois grupos de estados 
geralmente dividem o país em sistemas políticos do sul e do norte. O fato de que mapas orográficos não 
expressam o contraste físico particular que até pouco tempo controlou o movimento humano e a 
colonização russa. Quando a imagem da neve do inverno diminui para o norte na vasta face das planícies, 
é acompanhado por chuvas que ocorrem no máximo em maio ou junho perto do Mar Negro, mas perto 
dos Bálticos e dos Mares Brancos acontecem em Julho e Agosto. No sul o fim do verão é um período de 
seca. Como conseqüência desse regime climático, o norte e o noroeste foram florestados somente [com a 
interrupção] de pântanos, onde no sul e no sudeste existem estepes sem fim, com [vegetação] arbórea 
margeando os rios. A linha separando as duas regiões corre diagonalmente do norte ao leste, do fim mais 
ao norte dos Cárpatos até ao ponto que o Ural atinge seu ponto mais a sul do que sua extremidade norte. 
Moscou se situa um pouco a norte desta linha, ou em outras palavras, no lado florestal. Fora da Rússia, a 
fronteira da grande floresta corre oeste quase exatamente no centro do istmo europeu, que é 800 milhas6 
entre o Mar Báltico e o Mar Negro. Além deste, na Europa Peninsular, os bosques se espalham nas 
planícies da Alemanha, no norte, enquanto a estepe ao sul torna-se para a grande fortificação da 
Transilvânia nos Cárpatos, e estende-se até o Danúbio, onde hoje são os campos de milho da Romênia, 
até os Portões de Ferro. Como uma área separada das estepes, conhecida localmente como Pusstas, 
agora amplamente cultivadas, ocupam as planícies da Hungria cercadas pelo anel florestal dos Montes 
Cárpatos e Alpinos. Em todo o oeste da Rússia, salvo o extremo norte, a derrubada de florestas, o dreno 
de pântanos e o cultivo nas estepes têm recentemente padronizado as características da paisagem, e em 
grande medida apagado a distinção que foi anteriormente muito coercitiva à humanidade. 
Os primórdios da Rússia e Polônia foram estabelecidos completamente nos clarões da floresta. 
Através da estepe de um lado veio dos cantos desconhecidos da Ásia, pelo portão entre os Montes Urais e 
o Mar Cáspio, em todos os séculos, do V ao XVI, uma sucessão marcante de povos turanos nômades – 
Hunos, Avaros, Búlgaros, Magiares, Khazares, Patzinaks, Cumanos, Mongóis, Kalmukes. Sobre Átila, os 
Hunos estabeleceram-se no meio da Pusstas, no mais avançado limite do Danúbio nas estepes para dali 
mover-se para o norte, oeste e sul contra os povos estabelecidos da Europa. Uma grande parte da História 
Moderna poderia ter sido escrita como um comentário sobre as mudanças diretas ou indiretas advindas 
 
5 N.T. Primeira organização dos reinos britânicos, pela união dos sete reinos contra as invasões nas ilhas, durante os séc. VIII e IX. 
6 N.T. Um pouco mais de 1.200 quilômetros. 
 
3 
destes ataques. Os Anglos e Saxões, bem provavelmente, foram levados a cruzar os mares para fundar a 
Inglaterra na Bretanha. Os Francos, Godos e as Províncias Romanas foram levados, pela primeira vez a 
estar lado a lado no campo de batalha de Chalons, tendo uma causa comum contra os Asiáticos, que 
inconscientemente moldaram a França moderna. Veneza foi fundada da destruição de Aquiléia e Pádua; e 
mesmo o Papado deveu um prestígio decisivo com a mediação vitoriosa de Papa Leão com Átila em Milão. 
Tanto foram as vitórias de resultados produzidos por uma nuvem de cavaleiros sem piedade e ideais, 
levando tudo, dos planos, bloquearam – [como] um sopro, como se fosse, do grande martelo asiático 
atingindo livremente através de um espaço vazio. Os Hunos foram seguidos pelos Avaros. E foi por uma 
marcha contra estes que a Áustria foi fundada e Viena fortificada, como resultado das campanhas de 
Charlemagne [Carlos Magno]. Os Magiares vieram depois, e pelo saque incessante de sua base na estepe 
da Hungria aumentou a significância de um posto austríaco, então dirigindo o foco político da Alemanha do 
leste para as margens do reino. Os Búlgaros estabeleceram um castelo regulador ao sul do Danúbio. E 
deixaram seu nome no mapa, mesmo que sua língua fora preferida pela aquela de seus sujeitos eslavos. 
Talvez a mais longa e efetiva ocupação propriamente da estepe russa foi aquela dos Khazares que foram 
contemporâneos ao grande movimento Sarraceno: os geógrafos árabes conheciam o Cáspio como o Mar 
de Khazar. No fim, entretanto, novas hordas chegaram da Mongólia, e por dois séculos a Rússia na 
floresta do norte deveu tributos aos Khans Mongóis de Kipchak, ou “A Estepe”, e o desenvolvimento russo 
foi então atrasado e atravessado num momento que o restante da Europa estava rapidamente avançando. 
Deveria ser posto em nota que os rios que corriam da floresta para os mares Negro e Cáspio 
cruzam toda a extensão do caminho dos nômades na estepe, e de vez em outra haviam movimentos 
transientes nestes cursos acompanhando o movimento dos cavaleiros. Então os missionários da 
Cristandade Grega acenderam pelo Dnieper até Kief, assim como os Varangianos de Norse haviam feito 
pelo mesmo rio em seu caminho para Constantinopla. Ainda antes, os Godos Teutônicos estiveram por um 
momento no Dinester, tendo cruzado a Europa pelas costas do Báltico na mesma direção sul-leste. Mas 
estes são episódios passados que não invalidam uma generalização mais ampla. Por mil anos, uma série 
de povos montados a cavalo emergiu da Ásia até o imenso intervalo entre os Montes Urais e o Mar Cáspio, 
cavalgando através de espaços abertos do sul da Rússia, e estabeleceram residência na Hungria no heart 
[coração] da península Européia, levados pela necessidade de opô-los à História de cada um dos grandes 
povos em volta – os Russos, os Alemães, os Franceses, os Italianos, e os Gregos Bizantinos. O que eles 
estimularam [foi] uma reação saudável e poderosa, ao invés de uma oposição esmagadora sobre um 
diversificado despotismo, era levado pelo fato que a mobilidade do seu poder era condicionado pelos 
estepes e necessariamente o perderam cercados por florestas e montanhas. 
Uma mobilidade rival do poder foi aquela dos Vikings em seus barcos. Partindo da Escandinávia, 
[até] ambas as costas norte e sul da Europa, eles penetraram pelo litoral através dos rios. Mas o foco de 
sua ação era limitado, que de forma grosseira, seu poder era efetivo somente na vizinhança da água. 
Então os povos estabelecidos da Europa encontraram-se subordinados a duas pressões – a dos nômades 
Asiáticos do leste e dos outros três lados pelos piratas do mar. De sua natureza própria, nem a pressão 
era demasiadamente grande, e de certa forma era estimulante. É primaz notar a formidável influência dos 
Escandinavos era segundo somente em significância aos nômades, pelos seus ataques à Inglaterra e 
França através de movimentos de união, enquanto a união da Itália fora desfeita por conta destes. Em 
tempos primórdios, Roma havia mobiliado o poder de seus povos estabelecidos através de estradas, mas 
as estradas romanas haviam caído em desuso, e não foram restabelecidas até o século XVIII. 
É provável que a invasão Huna não foi de forma alguma a primeira da série asiática. Os Sintianos 
dos domínios de Homero e de Heródoto7, que beberam o leite das éguas, obviamente praticaram a mesma 
arte de vida, e foram provavelmente a mesma raça que mais tarde habitaram as estepes. Os elementos 
Celtas dos rios chamados Don, Donetz, Dneiper e Danúbio devem ter possivelmente evidenciado a 
passagem de povos de hábitos similares, mas não de raças idênticas, mas não é pouco provável que os 
Celtas vieram somente das florestas do norte, como os Godos e Varegues em um período posterior. A 
grande [união] da população, no entanto, que antropólogos caracterizam como Braqui-Cefálica,dirigida ao 
oeste da Ásia Braqui-Cefálica até a Europa Central, para a França, é aparentemente intrusiva entre os 
povos Dólico-Cefálicos do norte, oeste e sul, e provavelmente devem ser variantes da Ásia8. 
A compreensão completa da influência asiática sobre a Europa não é, no entanto, discernível até 
que venhamos às invasões Mongóis do século XV; mas antes de analisarmos os fatos essenciais que 
conferem a este, é desejável mudar nosso ponto de vista geográfico da Europa para que possamos 
considerar o Mundo Antigo em sua totalidade. É obvio que desde as precipitações advêm do mar, o heart 
 
7 N.T. Filósofos gregos. O autor refere-se, então, à Grécia. 
8 Veja “As Raças da Europa”, pelo Prof. W. Z. Ripley (Kegan Paul, 1900). 
 
4 
[coração] de uma grande massa de terra seja seco. Nós não somos, assim, surpresos em descobrir que 
dois terços da população do mundo está concentrada em relativas áreas pequenas próximas as margens 
de grandes continentes, na Europa, próxima ao Oceano Atlântico, nas Índias e na China, próximas aos 
Oceanos Índico e Pacífico. Um grande cinturão de quase inabitável, por conta de quase não chover, de 
terra estende como do Saara, completamente cruza o Norte da África até a Arábia. Áfricas Central e Sul 
foram quase completamente destruídas pela Europa e Ásia através de grande parte da História, assim 
como as Américas e a Austrália. De fato, a fronteira sul da Europa foi e é o Saara, mais do que o 
Mediterrâneo, pelo que o deserto que divide o homem negro do branco. A massa contínua da Euro-Ásia 
então inclusa entre o oceano e o deserto mede 21.000.000 de milhas quadradas9, ou metade do solo do 
globo, se excluirmos da conta os desertos do Saara e Arábia. Existem muitos outros desertos não-
contínuos pela Ásia, do nordeste da Síria e Pérsia até a Manchúria, mas não é um vazio contínuo como o 
Saara. Por outro lado, Euro-Ásia é caracterizado por uma distribuição clara de drenos de rios. Através da 
imensa porção do centro e do norte, os rios tem sido praticamente inúteis para os propósitos de 
comunicação humana com o mundo exterior. O Volga, o Oxus, e os afluentes do Jaxarte para os lagos 
salgados; o Obi, o Yenesei e o Lena para o oceano congelado ao norte. Estes são seis dos maiores rios do 
mundo. Existem ainda muitos outros pequenos [rios], mas ainda com consideráveis correntes para a 
mesma área. Como o Tarim e o Helmund, que igualmente falham em atingir o oceano. Assim o coração da 
Euro-Asia, ainda que marcados com manchas de deserto, é no todo da estepe [o] suprimento com uma 
grande variedade, quando raramente um pasto, não existem poucos oásis alimentados por rios neste, mas 
é totalmente impenetrável por rios [através] do oceano. Em outras palavras, nós temos esta imensa área 
todas as condições para a manutenção de uma população esparsa, mais consideravelmente agregada de 
nômades à cavalo e/ou camelo. Seu reino é limitado ao norte pelo espesso cinturão da floresta sub-ártica 
e pelos pântanos, onde o clima é muito rigoroso, exceto nas extremidades do leste e do oeste, pelo 
desenvolvimento de acampamentos agrícolas. No leste as florestas estendem-se ao sul para a costa do 
Pacífico nas terras de Amur e Manchúria. Igualmente no oeste, na Europa pré-histórica, as florestas eram 
vegetação predominante. Sendo demarcado no nordeste, norte e noroeste, as estepes espalham-se 
continuamente por 4.000 milhas10 das Pusstas da Hungria até o Pequeno Gobi da Manchúria, e, exceto na 
sua extremidade mais ao oeste, não são atravessados por rios drenando para um oceano acessível, pelo 
que talvez negligenciemos os mais recentes esforços em negociar com as fozes do Obi e do Yenisei. Na 
Europa, na Sibéria do Leste e no Turquestão do Oeste, as terras de estepe são baixas, em alguns lugares 
abaixo no nível do mar. Adiante a leste, na Mongólia, eles [as terras, a estepe] estendem-se sobre platôs; 
mas a passagem de um nível ao outro, através dos ragnes baixos, nus e sem cobertura para o heartland 
[coração da terra] árido apresenta pequena dificuldade. 
As hordas que ultimamente caíram sob a Europa no meio do século XIV adquiriram seus primeiros 
exércitos a 3.000 milhas11 de distância, nas altas estepes da Mongólia. A destruição elaborada por alguns 
anos na Polônia, Silésia, Moravia, Hungria, Croácia e Sérvia foi, assim, o mais remoto e mais transitório 
resultado de um grande movimento dos nômades do leste associados com o nome de Gengis Khan. 
Enquanto a Horda Dourada ocupava as estepes de Kipchak, do Mar de Aral, através do intervalo entre o 
alcance dos Urais e o Cáspio, até os pés dos Cárpatos, outra horda, descendo sudoeste entre o Mar Cáspio 
e o Kush Hindu pela Pérsia, Mesopotâmia e pela Síria, fundaram o domínio do Ilkhan. Uma terceira 
subseqüente atingiu no norte da China, conquistando-a. Índia e Mangi, ou o sul chinês, foram por um 
tempo protegidos pela incomparável barreira do Tibet, a qual eficácia existe, talvez, por não existir nada 
similar no mundo, a não ser, talvez pelo deserto do Saara e as calotas polares. Mas em um tempo 
posterior, nos dias de Marco Pólo no caso de Mangi, naqueles de Timur12 no caso da Índia, o obstáculo foi 
vencido. Tenho isso acontecido em naquele típico e bem catalogado instante, todas as bordas 
estabelecidas do Velho Mundo cedo ou tarde caíram na força expansiva do poder móvel originado nas 
estepes. Rússia, Pérsia, Índia e China foram ou feitos submissos ou receberam dinastias mongóis. Até 
mesmo o poder nascente dos Turcos na Ásia Menor foi derrubado por meio século. 
Já no caso da Europa, e eu outras terras marginais da Euro-Ásia existem reportes de invasões 
anteriores. China teve mais de uma vez se submetido a um conquistador do norte; Índia várias vezes a 
um conquistador do nordeste. No caso da Pérsia, no entanto, pelo menos um dos primeiros descendentes 
teve uma significação especial na História das Civilizações Ocidentais. Três ou quatro séculos antes dos 
Mongóis, os Turcos Seljuk, advindos da Ásia Central, passaram por este caminho [de] uma imensa área, 
 
9 N.T. 21.000.000 mi2 = 54.389.789,99 km2 
10 N.T. 4.000 milhas = quase 6.500 quilômetros. 
11 N.T. 3.000 milhas = um pouco mais de 4.800 quilômetros. 
12 N.T. Timur, O Grande, foi imperador do Império Turco-Mongol durante o séc. XIV e conquistou vastas extensões na Ásia. 
 
5 
que nós poderíamos descrever como os [do] cinco mares – Cáspio, Negro, Mediterrâneo, Vermelho e 
Persa. Eles estabeleceram-se no Kerman, no Hamadan, e na Ásia Menor, e eles depuseram o domínio 
Sarraceno de Bagdá e Damasco. Era ostensivamente a punição como tratamento aos peregrinos Cristãos 
à Jerusalém que a Cristandade liderou a grande série de campanhas conhecidas coletivamente como as 
Cruzadas. No entanto eles falharam em seus objetivos imediatos, eles conjuraram e uniram a Europa que 
nós contamos eles no início de [nossa] História moderna – outro movimento ofensivo do avanço europeu 
estimulado pela necessidade de reagir contra a pressão do heart [coração] da Ásia. 
A concepção da Euro-Ásia no qual nós então nos atemos é a qual que a terra contínua, cercada de 
gelo ao norte, cercada de água por onde seja, medindo 21 milhões de milhas quadradas ou mais de três 
vezes a área da América do Norte, o qual centro e norte, medindo por volta de 9 milhões de milhas 
quadradas13, ou mais do que duas vezes o tamanho da Europa, tendo nenhum caminho fluvial para o 
oceano, mas, por outro lado, exceto na floresta sub-ártica, é muito generosa na mobilidade de cavaleiros 
e de montarias de camelos. A leste, sul e oeste deste heartland [coração da terra] são regiões marginais, 
apresentando-se em um vasto crescente, acessíveis a navegadores. De acordo com a confirmação física 
que de uma forma geral coincidem respectivamente com as esferas das quatro grandes religiões – 
Budismo, Bramanismo,Maometismo e Cristianismo. As duas primeiras são as terras de monções, uma 
direcionada ao Pacífico e a outra para o Índico. A quarta é a Europa, banhado pelas chuvas do Atlântico 
pelo leste. Estes três juntos, medindo menos de 7 milhões de milhas quadradas14, têm mais de 1.000 
milhões de pessoas, ou dois terços da população mundial. A terceira coincide com a terra dos Cinco Mares, 
ou, como geralmente é descrito, o Oriente Próximo, é em sua grande extensão desprovido de umidade 
pela proximidade com a África, e, exceto em oásis, esparsamente povoado. Em algum grau, este participa 
das características tanto do cinturão marginal como da área central da Euro-Ásia. É, em maior parte, 
desprovido de florestas, com manchas de deserto, e assim sendo apropriado para operações dos nômades. 
Dominantemente, no entanto, é marginal, por golfos e rios oceânicos possibilitando o uso do poder dos 
mares, e permite o exercício do poder sobre este. Como conseqüência, periodicamente através da História, 
nós temos aqui impérios pertencentes essencialmente a séries marginais, baseados em populações rurais 
dos grandes oásis da Babilônia e do Egito, e da comunicação livre através da água com os mundos 
civilizados do Mediterrâneo e das Índias. Mas, como deveríamos esperar, estes impérios foram sujeitos a 
uma série incomparável de revoluções, algumas atribuídas aos ataques Síntios, Turcos e Mongóis da Ásia 
Central, outras ao esforço dos povos Mediterrâneos em conquistar a terra além do oeste para os oceanos 
do leste. Aqui está o ponto mais fraco do limite das civilizações mais antigas: pelo o Istmo de Suez 
dividindo o poder marítimo do Leste e do Oeste, e das planícies áridas da Pérsia avançando da Ásia 
Central para o Golfo Pérsico deve constante oportunidade para o poder nômade em atacar o lar pela borda 
do oceano, dividindo Índia e China, por outro lado, pelo mundo Mediterrâneo do outro. A qualquer 
momento, os oásis dos Babilônios, os Sírios e os Egípcios foram fracamente suportados, os povos das 
estepes poderiam tratar de abrir os platôs do Irã e da Ásia Menor como postos avançados para dali atacar 
através de Punjab até a Índia, através da Síria até o Egito, e através do caminho destruído do Bósforo e 
Dardanelles até Hungria. Viena fincou-se no portão da Europa Interior, sobrevivendo a hordas bárbaras, 
ambas as quais vinham de caminhos diretos através da estepe russa, e daqueles que vinham através do 
caminho tortuoso pelo sul dos Mares Negro e Cáspio. 
Aqui nós ilustramos a diferença essencial entre o controle Sarraceno e Turco do Oriente Próximo. 
Os Sarracenos foram uma ramificação da raça Semítica, essencialmente povos do Eufrates e do Nilo e de 
outros pequenos oásis da Ásia Baixa. Eles criaram um grande império avaliando a si próprios nas duas 
mobilidades permitidas por suas terras – aquela pelos cavalos e camelos, e por outro lado, através de 
embarcações. Em diferentes momentos, suas frotas controlaram tanto o Mediterrâneo, até a Espanha, e o 
Oceano Índico, até as ilhas da Malásia. Por sua posição central estratégica entre os oceanos a leste e a 
oeste, eles tentaram conquistar todas as terras marginais do Mundo Antigo, imitando Alexandre e 
antecipando Napoleão. Eles poderiam até ter ameaçado as terras de estepe. Completamente distinto da 
Arábia, assim como da Europa, Índia e China, foram os pagãos Turanos do closed heart [interior do 
coração] da Ásia, os Turcos que destruíram a Civilização Sarracena. 
Mobilidade pelo oceano é o rival natural da mobilidade pelos cavalos e camelos no heart [coração] 
do continente. Foi sob a navegação de rios oceânicos que foi baseado o Estágio Potâmico da Civilização, 
aquela da China no Yang-tsé, aquela da Índia no Ganges, aquela da Babilônia no Eufrates, aquela do Egito 
no Nilo. Foi essencialmente a navegação do Mediterrâneo que foi baseada o que foi descrito como os 
 
13 N.T. 9.000.000 mi2= 23.309.909,99 km2 
14 N.T. 7.000.000 mi2 = 18.129.930 km2 
 
6 
Estágios Talássicos de Civilização, daquela dos Gregos e Romanos. Os Sarracenos e os Vikings 
mantiveram-se navegando em costas oceânicas. 
O resultado tão importante na descoberta do Caminho do Cabo15 para as Índias foi o de conectar 
as navegações costeiras do leste e do oeste da Euro-Ásia, ainda sim por um roteiro périplo, e assim, de 
alguma forma, a neutralizar a vantagem estratégica da posição central dos nômades das estepes que o 
pressionavam por trás. A revolução começou pelos grandes marinheiros da geração de Colombo 
presenteando a Cristandade com o maior poder possível de mobilidade de poder, ainda sem a 
possibilidade de uma mobilidade aérea. O um e contínuo oceano envolvendo as terras insulares e divididas 
é, claro, a condição geográfica de última unidade no comando dos mares, e de toda teoria de estratégia e 
política naval moderna como exposta por então escritores como Capitão Mahan e o Sr. Spencer Wilkinson. 
O efeito político amplo era para reverter as relações da Europa e Ásia, pelo que a Idade Média Européia 
estava enjaulada entre um intransponível deserto ao sul, um oceano desconhecido a oeste, um congelado 
solo e florestas ao norte e nordeste e no leste e sudeste estava constantemente ameaçado pela superior 
mobilidade de cavaleiros e homens a camelo, ela que agora emergia do mundo, multiplicando em mais de 
trinta dobras a superfície do mar e terras costeiras no qual ela teria acesso, e envolvendo em sua 
influência em volta do poder terrestre Euro-Asiático que Hetherto ameaçou sua própria existência. Novas 
Europas foram criadas nas terras vazias descobertas no centro das águas, e o que Bretanha e 
Escandinávia foram para a Europa em um tempo anterior, aquilo que América e Austrália, e de certa 
forma a África Trans-Saariana, agora são para a Euro-Ásia. Bretanha, Canadá, os Estados Unidos, África 
do Sul, Austrália e Japão são agora o anel externo e bases insulares para o poder marítimo e comércio, 
inacessível para o poder terrestre da Euro-Ásia. 
Mas o poder terrestre ainda existe, e eventos recentes têm novamente aumentado sua significância. 
Enquanto povos marítimos da Europa Ocidental cobriram o oceano com a suas frotas, colonizado 
continentes longínquos, e de forma variada feito tributários as costas oceânicas da Ásia, a Rússia 
organizou os Cossacos, e, emergindo de suas florestas ao norte, policiou a estepe em determinando seus 
próprios nômades confrontarem os nômades de Tartar. O Século de Tudor, que viu a expansão da Europa 
Ocidental pelos mares, também assistiu o poder russo levado de Moscou até a Sibéria. O arrastão em 
direção ao leste dos cavaleiros pela Ásia foi um evento quase impregnado com conseqüências políticas 
quanto a volta pelo Cabo [da Boa Esperança], no entanto os dois movimentos por longo permaneceram 
separados. 
É provavelmente uma das mais chocantes coincidências da História que a expansão européia em 
direção ao mar e a terra deveria, de alguma forma, refazer a antiga oposição entre Gregos e Romanos. 
Poucas grandes falhas tiveram tanta conseqüências repercutidas quanto à falha dos Romanos em latinizar 
os Gregos. Os Teutônios foram civilizados e cristianizados pelos Romanos, os Eslavos em sua maioria 
pelos Gregos. É o Romano-Teutônio que mais tarde embarca para os oceanos; foi o Greco-Eslavo que 
cavalga posteriormente pelas estepes, conquistando os Turânios. Assim, o poder terrestre moderno difere 
do poder marítimo não menos na fonte de seus ideais do que nas condições materiais de sua mobilidade16. 
Na levante dos Cossacos, Rússia emergiu seguramente de sua antiga reclusão nas florestas do 
norte. Talvez a mudança da mais grandiosa importância intrínseca que tomou lugar na Europa no último 
século foi a migração ao sul de camponeses russos, no qual, onde colônias agrícolas antes terminavam 
nos limites das florestas, o centro da população de toda Rússia Européia agora reside ao suldeste limite, 
no centro dos campos de trigo que repuseram a estepe mais ocidental. Odessa tem aqui levantado em 
importância com a rapidez de uma cidade americana. 
Uma geração antes, o vapor e o canal de Suez pareciam ter aumentado a mobilidade dos poderes 
marítimos em relação aos poderes terrestres. Ferrovias agiram magistralmente como alimentadores de 
um comércio direcionado aos oceanos. Mas ferrovias transcontinentais estão agora transmutando as 
condições do poder terrestre, e em nenhum outro lugar eles teriam tanto efeito como no fechado 
heartland [coração da terra] da Euro-Ásia, em vastas áreas nas quais nem lenha nem rochas são 
acessíveis para a construção de estradas. Ferrovias trabalham para as grandes maravilhas da estepe, 
porque estes diretamente substituem a mobilidade do cavalo e do camelo, o estágio dos caminhos ao 
desenvolvimento que aqui foram omitidas. 
 
15 N.T. O autor refere-se ao Périplo Africano, pela navegação através do Cabo da Boa Esperança. 
16 Esta afirmação fora criticada de discussão na qual seguiu pela leitura deste trabalho. Em reconsiderando este parágrafo, eu ainda acho que substancialmente correto. Até os 
Gregos Bizantinos seriam outros se Roma os tivesse subjugado, ainda os Gregos Antigos. Sem sombra de dúvida que os ideais ditos aqui foram os Bizantinos ao invés dos 
Helênicos, mas eles não foram Romanos, que é o ponto [que levanto]. 
 
 
7 
O que concerne ao comércio não pode ser esquecido que o tráfico ao oceano, relativamente barato, 
geralmente envolve quatro vezes mais o manuseio de mercadorias – da fábrica de origem, ao píer de 
exportação, o píer de importação, ao armazém no interior para distribuição; onde assim o vagão da 
ferrovia continental poderia ir diretamente da fábrica exportadora ao armazém importador. Assim, o 
comércio alimentado pelo oceano marginal tende, entre outras coisas, ser igual a formar uma zona de 
penetração em volta dos continentes, aqueles limites internos são dificilmente marcados pela linha a qual 
o custo de quatro manuseios, a frota oceânica e a frota ferroviária de costas vizinhas, é equivalente ao 
custo de dois manuseios e de uma frota ferroviária continental. Os carvões inglês e alemão são ditos 
competir em tais termos todo o caminho através da Lombardia. 
As ferrovias russas têm um caminho limpo de 6.000 milhas17, de Wirballen no oeste a Vladivostok 
no leste. O exército russo na Manchúria é tão significante na mobilidade do poder terrestre como o 
exército britânico na África do Sul pelo poder marítimo. Verdade é que a Ferrovia Trans-Siberiana ainda é 
a única e precária forma de comunicação. Os espaços dentro do Império Russo e Mongólia são tão vastos, 
e suas potencialidades em população, trigo, algodão, combustíveis e metais tão incalculavelmente 
excelentes que é inevitável que num mundo econômico vasto, mais ou menos disperso, existirá 
desenvolvimento inacessível ao comércio oceânico. 
Como consideramos esta revisão rápida nas extensas correntes da História, não é uma certa 
persistência na relação geográfica ficando evidente? Não é a Região Pivô da política do mundo aquela 
vasta área da Euro-Ásia que é inacessível a navios, mas em antiguidade encontra-se aberta a hordas de 
cavaleiros nômades, e hoje a ser coberta com uma rede de ferrovias? Existiram e existem condições de 
mobilidade de poder militar e econômica a uma dificilmente alcançável e ainda limitável característica. 
Rússia repõe o Império Mongol. Sua pressão sobre a Finlândia, na Escandinávia, Polônia, Turquia, Pérsia, 
Índia e na China substitui os ataques centrífugos dos homens das estepes. No mundo como um todo, ela 
ocupa a posição central estratégica assegurada pela Alemanha na Europa. Ela pode atacar todos os lados 
e ser atacada de qualquer lado, salvo pelo norte. O total desenvolvimento de sua mobilidade moderna 
ferroviária é uma questão de tempo. Não é provável que qualquer possível revolução social irá alterar 
suas relações essenciais com os grandes limites geográficos [em] sua existência. Inteligentemente 
reconhecendo o fundamental de seu poder, seus líderes partiram o Alaska; por isso é como uma lei de 
política na qual a Rússia não domina nada além dos mares como é para a Bretanha em ser suprema nos 
oceanos. 
Fora da Área Pivô, no grande crescente interior, estão Alemanha, Áustria, Turquia, Índia e China, e 
no crescente exterior, Bretanha, África do Sul, Austrália, os Estados Unidos, Canadá e Japão. Na condição 
presente de balanço de poder, o Estado Pivô, a Rússia, não é equivalente aos Estados Periféricos, e não há 
espaço para um equilíbrio na França. Os Estados Unidos tem recentemente se tornado uma potência 
ocidental, afetando o balanço europeu indiretamente, através da Rússia, ao construir o Canal do Panamá 
para fazer seu Mississipi e os recursos do Atlântico disponíveis no Pacífico. Deste ponto de vista, a real 
divisão entre o leste e o oeste está para ser descoberto ainda no Oceano Atlântico. 
O superestabelecimento do balanço de poder em favor do Estado Pivô, resultando na sua expansão 
sobre as terras marginais da Euro-Ásia, permitiriam o uso de recursos continentais vastos para a 
construção de esquadras, e então o império do mundo estaria a vista. Isto poderia acontecer se a 
Alemanha se aliasse com a Rússia. O risco de tal evento deveria, assim sendo, jogar a França em aliança 
com poderes além dos mares, e França, Itália, Egito, Índia e Coréia se tornariam pontas de lançamento 
onde marinhas estrangeiras dariam suporte a exércitos a impedir que os aliados-pivôs em lançar forças 
terrestres e preveni-los de concentrar toda a sua força nas esquadras. Em uma escala menor que foi como 
a qual Wellington conseguiu de sua base marítima em Torres Vedras na Guerra Peninsular. Talvez esse 
não seja o final a provar a função estratégica da Índia para o sistema Imperial Britânico? Não é essa a 
idéia por detrás das concepções do Sr. Amery que o front militar Britânico se estende do Cabo [da Boa 
Esperança] até a Índia e o Japão? 
O desenvolvimento de vastas potencialidades na América do Sul deve ter influência decisiva sobre 
o sistema. Eles podem fortalecer os Estados Unidos, ou, de outro lado, se Alemanha for disputar a 
Doutrina Monroe com sucesso, eles talvez retirem Berlim do que eu talvez nomeie como uma Política Pivô. 
As combinações particulares do poder trazidas para o balanço não são materiais; minha contenção é que 
de um ponto de vista geográfico estes são aparentemente a girar sobre o Estado pivô, que tende sempre 
a ser grandioso, mas com mobilidade limitada se comparada com os poderes marginais e insulares em sua 
volta. 
 
17 N.T. 6.000 milhas = quase 10.000 quilômetros 
 
8 
Eu falo como geógrafo, o atual balanço do poder político a qualquer momento, claro, o produto, de 
um lado, de condições geográficas, ambas econômicas e estratégicas, e de outro lado, de um relativo 
número, virilidade, equipamento e organização dos povos competitivos. Em proporção a essas 
quantidades são precisamente estimados que sejamos capazes de ajustar diferenças sem a simples 
resolução armada. E as quantidades geográficas no cálculo são mais mensuráveis e mais 
aproximadamente constantes que as humanas. Doravante nós deveríamos esperar encontrar nossa 
fórmula para aplicar igualdade a História passada e a política presente. Os movimentos sociais de todos os 
tempos têm jogado essencialmente com as mesmas características físicas, pelo qual eu duvido que a 
dissecação progressiva da Ásia e da África, mesmo que provado, tenha em momentos históricos, 
vitalmente alterado o ambiente humano. Na marcha para o oeste do Império se apresenta para mim como 
um curto pêndulo do poder marginal através das bordas do sudoeste e do oeste da Área Pivô. O Próximo, 
Meio e Extremo Oriente questionam a relação com o insustentávelequilíbrio dos poderes internos e 
externos a essas partes do crescente marginal onde o poder local é, no presente, mais ou menos ignorado. 
Em conclusão, pode ser muito bem exprimível em apontar que a substituição de alguns novos 
controles da área do interior daquilo que a Rússia não tenderá em reduzir sua significância geográfica da 
posição de pivô. Onde os Chineses, por um momento, organizado pelos Japoneses, em dominar o Império 
Russo e conquistar seu território, eles poderiam constituir um perigo amarelo na liberdade do mundo 
somente porque eles adicionariam uma frente oceânica aos recursos do grande continente, uma vantagem 
ainda negada ao habitante russo da Região Pivô. 
 
 
Antes de ler este documento, o Presidente [da Sociedade Real] declarou: Estamos sempre muito 
felizes quando podemos apresentar nosso amigo Senhor Mackinder para dirigir-nos em qualquer assunto, 
por conta de tudo que ele nos diz é certamente interessante, original e de valor. Não há necessidade para 
que eu apresente um amigo tão memorável à Sociedade neste Encontro, e eu assim sendo pedirei que o 
mesmo apresente este documento. 
 
Após a leitura deste documento, o Presidente disse: Nós desejamos que o Sr. Spencer Wilkinson 
ofereça algumas críticas ao documento do Senhor Mackinder. Claro, não será possível evitar políticas 
geográficas até um certo ponto. 
 
Sr. Spencer WILKINSON: Veio a minha mente que a coisa mais natural e mais sincera a dizer no início 
é o esforço em expressar a grande alegria que, eu estou certo, cada um aqui sente por um dos mais 
estimulantes documentos lidos aqui por um bom tempo. Assim como eu ouvia seu documento, eu olhei 
com tristeza em alguns dos espaços não ocupados aqui, e eu me entristeço ainda mais em ver que estes 
espaços seriam destinados aos membros do Gabinete [Imperial], pelo qual eu adquiri [o conhecimento] 
que no documento do Senhor Mackinder [elícita que] tenhamos duas doutrinas explicitadas: a primeira, a 
qual não é toda nova – eu acho que já havia sido prevista alguns anos antes ainda no século passado – 
que desde novas tecnologias de navegação à vapor, todo o mundo se tornou um, e havia se tornado um 
único sistema político. Eu esqueci a exata expressão utilizada pelo Senhor Mackinder; eu acho que ele 
disse que a diferença era alguma coisa como um grão caindo em uma estrutura fechada e caindo no 
espaço. Eu gostaria de expressar a mesma coisa em dizendo que, aonde somente metade de um século 
atrás estadistas jogavam em alguns quadrados de um tabuleiro de xadrez no qual os restantes estavam 
vazios, no momento presente o mundo cabe todo em um tabuleiro de xadrez, e cada movimento dos 
estadistas tem que levar em conta todos os quadrados [do tabuleiro]. Eu mesmo posso somente desejar 
que nossos ministros que dariam mais tempo ao estudo de suas políticas do ponto de vista que você não 
pode mover nenhuma outra peça nem considerar todos os espaços do tabuleiro. Nos somos muito 
inclinados a ver nossa política como se fossem [pequenas cisternas], como se não tivessem conexões com 
o resto do mundo, onde me parece o grande fato que hoje qualquer movimento que é feito em uma parte 
do mundo afeta o todo das relações internacionais do mundo – um fato que, pelo que me parece, é 
lamentavelmente negligenciado tanto pela política bretã e em muitas discussões populares sobre a mesma, 
e eu sou extremamente grato ao Senhor Mackinder por nos ter estabelecido com tanta ênfase este 
documento. Então, o outro ponto – o principal, eu considero, que ele trouxe é realmente tão de enorme 
importância para o mundo como a moderna expansão da Rússia. Eu não posso dizer que eu estou 
completamente convencido de algumas das analogias e precedentes históricas do Senhor Mackinder, a 
não ser, obviamente, se considerarmos que seu documento nos leva a um momento ainda muito distante 
por vir. Senhor Mackinder nos leva de volta quatrocentos anos, e fala da Época Colombiana. Bem, eu não 
 
9 
pretendo ser capaz de ir quatrocentos anos adiante; se alguém puder ir uma geração à frente, é algo que 
alguns de nós sejamos capazes. Agora esses grandes movimentos das tribos da Ásia Central para a 
Europa e para os diferentes países marginais podem, eu acho, estar sobre-estimados em sua importância. 
Eles deixaram sobreviventes ocasionais no passado, mas eles não têm deixado ao mundo muita riqueza 
em idéias, em muito esparsamente representaram alguma alteração importante nas condições da 
humanidade; e eles têm sido possíveis graças as expansões das forças da Ásia Central em atingir uma 
fronteira muito dividida. Por exemplo, o movimento dos Turcos Otomanos, e antes os movimentos dos 
Turcos sob o Império Bizantino e sobre a região que foi o Império Bizantino, invariavelmente infringindo 
sobre as regiões nas quais o governo foi decadente ou obsoleto, e muitos dos movimentos nos quais 
infringiram a Europa Central, os movimentos ao norte do Mar Negro, infringindo a Europa num 
determinado momento quando governos estavam pouco organizados, e quando os Estados tinham pouca 
[rede de] solidariedade entre si. Sendo assim, eu sustento que eles não tinham capacidade em paralelo 
para o futuro; e eu devo deixar exposta a residência no fenômeno de contra-balanceamento, que você 
tem no oeste europeu uma pequena ilha, que, tendo formado sua unidade política, e tendo no conflito 
para sua própria independência desenvolvido seu poder marítimo, tem sido capaz de afetar regiões 
marginais e de adquirir uma enorme influência na qual nos foi revelada, de forma exagerada talvez, no 
mapa pelo qual o Senhor Mackinder mostrou – o Império Britânico – exagerado porque foi um mapa 
[usando] a Projeção de Mercator, que exagera o Império Britânico, com a exceção da Índia. Em minhas 
crenças é que aquela ilha-Estado como a nossa pode, se mantiver seu poder naval, manter o balanço 
entre as forças divididas que trabalham na área continental e eu acredito que tem sido a função histórica 
da Grã-Bretanha desde que a Grã-Bretanha se tornou o Reino Unido. Agora encontramos uma ilha-Estado 
menor ainda surgindo do outro lado do continente da Euro-Ásia, e eu não vejo nenhuma razão em supor 
que aquele Estado não seja capaz de exercer na franja leste do continente asiático como um poder tão 
decisivo e influente tanto como o das Ilhas Britânicas, com uma população menor, tem exercido sobre a 
Europa. 
 
Sir Thomas HOLDICH: Quando um ouve uma leitura como a qual o Senhor Mackinder nos fez, tão cheia 
de pensamentos e tão excelentemente trabalhado, com tantos alimentos para reflexão contidos neste, 
torna-se uma grande habilidade de digestão moral em assimilá-los, e mais certeza que eu tenha para 
tanto criticá-lo ou até mesmo discuti-lo. Mas existe ainda que uma questão que eu gostaria de perguntar 
ao Senhor Mackinder, e em co-relação aos fatos das condições geográficas com a História da raça humana, 
parece a mim não tão desimportante. Senhor Mackinder nos disse que no início das coisas as raças 
Mongóis todas começaram de um centro na alta Ásia, espalhando-se para fora, sentido oeste, sul e leste, 
encontrando, no entanto, o Tibet, uma barreira impossível em sua forma, e nunca exatamente ocupando a 
Índia. Mas nós devemos lembrar que, antes dos Mongóis se espalharem, tiveram outras tribos Centro-
Asiáticas que se espalharam igualmente de distritos quais não eram tão distantes aquelas posições pelas 
quais os Mongóis primeiramente ocuparam – os Scitos e os Arianos – e eles encontraram seus caminhos 
para a Índia. Esta, no entanto, é uma questão de detalhe. O que eu gostaria de saber do Senhor 
Mackinder é, que ele considere uma razão original que o transbordar de um país que está disposto a 
considerar ser o berço da raça humana, para todas as diferentes partes do mundo. Seria isso 
simplesmente o instinto nômade dos povos, uma espécie de compulsão hereditária que os obriga a 
mover-se para fora; ou seria essa uma alteraçãoatual nas características físicas de um país no qual eles 
lidam? Nos sabemos que as condições físicas do mundo alteram muito de tempos em tempos, e me 
parece impossível reconciliar a idéia de um grande país no interior, que deverá uma vez também ser 
completo de uma população fértil, e ter dado suporte a essa população, como você mesmo diz, com a 
riqueza agrícola de um poder abundante – que sob tais condições um povo deveria ter o desejo de 
espalhar-se para descobrir além em outras partes do mundo, buscando por aquilo que nem sabem o que é. 
Eu vanglorio-me que uma das grandes razões irresistíveis, por todas essas migrações realmente tem sido 
a distinta alteração nas condições físicas do país. Este é um ponto que parece-me um tanto importante 
quando discutimos uma matéria como esta presente, que trás condições da Geografia que aproximam-se 
de fatos da História. Tem ainda um outro pequeno assunto que foi referido com alguma dúvida pelo 
Senhor Mackinder o qual eu devo me referir. Ele apontou a América do Sul como um possível fator no qual 
o cinturão de poder externo que deverá trazer coerção em aproximação o poder interior pivô no sul da 
Rússia. Agora, pelo o que eu tenho visto ultimamente, eu tenho nenhuma dúvida de que este será o caso. 
A potencialidade da América do Sul como poder naval como vejo é muito grande. Eu acredito que no curso, 
digamos, do próximo século, ainda assim que a Argentina tenha vendido dois navios ao Japão, e o Chile 
nos vendeu dois navios – ainda assim em contrapartida haverá um crescimento do poderio naval na 
 
10 
América do Sul, resultado de causas puramente naturais, pela defesa de sua própria costa e proteção de 
seu próprio tráfico, que será somente comparável com o desenvolvimento extraordinário no qual tivemos 
visto durante o último meio século no Japão. Parece-me certamente ser um dos fatores, se nós 
estivermos olhando para frente, com o qual, no futuro político naval no mundo, nós deveremos 
reconhecer. 
 
Senhor AMERY: Eu acho que é sempre enormemente interessante se nós pudermos ocasionalmente sair 
dos detalhes da política quotidiana e tentar ver coisas de uma forma completa, e é o que a leitura 
estimulante do documento do Senhor Mackinder nos fez essa noite. Ele nos deu toda a História e toda a 
política ordinária sob uma única idéia compreendida. Eu lembro quando eu fiz [a disciplina que estuda] 
Heródoto18 na Universidade, ele fez uma História completa baseando-se em si mesma sobre o grande 
confronto do leste e do oeste. Senhor Mackinder faz toda a História e política basear-se no grande entrave 
econômico entre o grande core [centro] do continente Euro-Asiático e das regiões marginais e insulares 
menores por fora. Eu não estou ainda certo se estes dois confrontos não são um, e o mesmo, porque 
agora nós descobrimos que o mundo é uma esfera, leste e oeste se tornaram termos relativos. Eu 
criticaria uma coisa que o Senhor Mackinder disse quando ele descreveu a Rússia como herdeira da Grécia. 
Este não foi o herdeiro da Grécia Helênica, mas da Bizantina, e Bizâncio foi herdeira das antigas 
monarquias orientais de língua grega e um pingo da civilização romana jogada sobre estas. Eu gostaria de 
ir atrás, se me permite, por um momento nesta fundação econômico-geográfica na qual o Sr. Mackinder 
construiu a estrutura de seu trabalho. Eu acho que conceberia a coisa de forma diferente. Existem, em 
minha mente, não dois, mas três forças econômico-militares. Se começarmos com o mundo antigo, terias 
uma divisão clara geográfica entre “estepes do interior”, a grande área marginal agricultável e a costa, e 
correspondências com estes, três sistemas econômicos e três sistemas militares. Existe o sistema 
econômico e militar dos países agricultores, o sistema dos da costa e dos povos que se movimentam pelos 
mares, e o sistema das estepes; cada um tem suas peculiares fraquezas e suas peculiares fontes de força. 
O mais forte muitas vezes foi o Estado marginal e o agricultor. Lá existiram os Impérios militares sólidos, 
como o Egípcio, Babilônico, o Império Romano, seus grandes exércitos e a infantaria de cidadãos, seus 
grandes desenvolvimentos de riqueza. Mas estes contiveram certos elementos de fraqueza. Sua própria 
prosperidade ou os defeitos de suas formas de governo levaria no final a preguiça e fraqueza. Agora, fora 
estes, você tem dois sistemas. Você tem o sistema das estepes, no qual seu poder militar baseia-se, 
primeiramente, na sua mobilidade, e segundamente, na sua inacessibilidade de poderes agriculturáveis 
lentos. Ainda assim, as supostas “hordas” de invasores que vieram do interior, eu pessoalmente não 
acredito que tenham sido daqueles de grandes hordas e grandes contingentes populacionais do interior. O 
fato é que, as populações da estepe eram pequenas como as são agora, mas do fato de sua mobilidade 
[impossibilitarem] exércitos militares mais pesados e lentos em atacá-los. Em tempos comuns, quando os 
Estados agricultores eram mais fortes, os povos das estepes simplesmente corriam deles, e outros 
acharam muito difícil o trabalho de conquistá-los. Você se lembra da dificuldade das legiões romanas 
tiveram com os Partianos; e eu acho que poderíamos encontrar exemplos mais recentes da dificuldade de 
um Estado civilizado encontra em conquistar um poder das estepes. Um pequeno tempo atrás, todo o 
exército britânico estava ocupado em tentar coibir entre 40.000 e 50.000 fazendeiros que viviam em uma 
estepe seca. Aquela foto que o Senhor Mackinder estava mostrando lembrou-me exatamente do que 
poderia ser visto não faria muitos meses atrás na África do Sul – quero dizer, aquela foto de vagões 
cruzando o rio foi, exceto pelo formato do teto do vagão, exatamente como a foto de um comando Bôer 
cruzando um curso. Nós temos as mesmas dificuldades em coibi-los tanto quanto todos os outros poderes 
civilizados o tiveram com povos das estepes. Agora, assim quando os poderes civilizados dos países 
marginais cresceram fracos e permitiu-se contratar pequenos exércitos para fazer seus trabalhos, eles 
colocaram-se em dificuldades, e é aonde, ao que me parece, a força das estepes que sempre se sobressai 
[perante a estes]. No fundo não existe uma grande força econômica, mas o fato que eles poderiam 
descansar [em seus bosques] inacessíveis e atacar os demais em seus momentos de fraqueza deram aos 
povos das estepes seu poder. Então teríamos o terceiro sistema, dos povos costeiros marítimos: eles têm 
ainda menos pura força militar, mas eles têm a maior mobilidade – a mobilidade, eu digo, dos Vikings e 
dos Sarracenos quando eles dominaram o Mediterrâneo, e dos ingleses Elisabetanos quando eles 
devastaram principal [parte do território] espanhol. Vindo a tempos mais recentes, existe uma certa 
mudança adiante nas condições agrícolas, e no desenvolvimento, fora dos antigos Estados agrícolas, de 
um moderno Estado industrial. Então eu também notaria que muitos países que foram estepes se 
 
18 N.T. Filósofo Grego do Séc V, considerado o Pai da História. Sendo assim, Amery refere-se aos Estudos Históricos em seu período universitário 
 
11 
tornaram agrícolas e industriais. Tendo isso, e tendo também o fato que raramente na História que você 
conseguiria qualquer Estado ascendendo ao grande poder [mundial] por conta de um sistema somente. Os 
Turcos começaram sendo um povo das estepes, e vieram e dominaram a Ásia Menor; eles então domaram 
um poder militar regular, e conquistaram o grande Império Turco; por último, por um período eles se 
tornaram um poder naval no Mediterrâneo. Da mesma forma, encontramos os Romanos, em face de 
combater os Cartagineses, se tornaram um poder marítimo tanto quanto um poder terrestre; e, de fato, 
por um poder se tornar grandioso é necessário que se tenham esses elementos de força. Os Romanos 
foram um grande poder militar com a região marginal como sua base eseu poder marítimo os apoiando. 
Nos mesmos sempre tivemos nossa base a riqueza industrial da Inglaterra. O Império Russo, que cobre a 
grande região das estepes, este que não se encontra mais nas mãos dos antigos povos das estepes, é 
realmente uma porção considerável do mundo agrícola, economicamente, que conquistou a estepe e está 
se tornando em um grande poder agro-industrial, e sendo assim, dando um poder no qual puramente os 
povos naturais da estepe nunca tiveram. Senhor Mackinder refere-se ao fato que somente no último 
século que as raças agricultoras ocuparam e povoaram a estepe ao sul da Rússia propriamente. Eles estão 
fazendo a mesma coisa na Ásia Central, de fato, os povos antigos das estepes estão sendo espremidos 
todos juntos, e assim temos, chegando próximos cada vez mais, dois poderes industrial-militar chaves, 
um adiando de um centro continental, e outro começando pelos mares, mas gradativamente caminhando 
para dentro do continente com o objetivo de ter uma grande base industrial que requer, por conta do 
poder marítimo somente, se não estiver baseado na grande indústria, e tem uma grande população por 
trás, é muito fraco em atacar para manter-se realmente na competição mundial. Eu não pretendo fazer 
nenhum outro comentário, mas existe um somente outro ponto – uma sugestão que o Senhor Mackinder 
me fez. Mobilidade a cavalo e camelo a muito estão ultrapassados; é agora uma questão de mobilidade 
ferroviária contra a mobilidade marinha. Eu gostaria de dizer que a mobilidade marinha adquiriu muito o 
poderio militar aquilo que em tempos antigos, especialmente no número de homens que poderiam ser 
levados. Em tempos passados, os navios eram móveis o suficiente, mas eles carregavam poucos homens, 
e os ataques dos povos marítimos eram comparavelmente fracos. Eu não estou sugerindo nada 
[relacionado a] política neste momento; eu só estou declarando um fato quando eu digo que o mar é 
muito melhor para a chegada de tropas do que qualquer coisa, exceto quinze ou vinte linhas paralelas de 
ferrovia. Onde eu quero chegar é: o que ambos o mar e a ferrovia vão trazer para o futuro – que pode ser 
próximo, ou pode ser de alguma forma remoto – a ser suplementado pelo ar como modo de locomoção, e 
quando nós viermos a fazê-lo (como estamos falando de Épocas Colombianas amplamente, eu acho que 
seria interessante analisarmos adiante um pouco) – quando nós chegarmos a tal, uma grande parte desta 
distribuição geográfica se perderá, e os poderes vencedores serão aqueles que terão grandes bases 
industriais. Não importará se estes estarão no centro de um continente ou de uma ilha; aqueles povos que 
tem poder industrial e poder inventivo e de ciência serão capazes de derrotar todos os outros. Eu irei 
deixar esta como uma forma de sugestão. 
 
Senhor HOGART: Como a hora já é tarde e a temperatura um tanto quanto baixa, eu não vou tomar 
muito do seu tempo com comentários longos demais. Nós certamente tivemos um documento 
maravilhosamente sugestivo, e eu acho que não é necessário em recomendar o autor do documento nem 
nenhum dos que aqui ouvimos em tentar e pensar imperialmente. Eu somente perguntaria ao Senhor 
Mackinder, quando ele replicar, me fazer entender um ponto. O Senhor realmente deseja impor – eu acho 
um fato interessantíssimo que ele desejou estabelecer assim – que o estado das coisas que irá passar 
neste pivô de terra interior será completamente diferente de tudo que já se tenha visto anteriormente? 
Por assim dizer, alguma coisa como um estado fixo de coisas foi trazido à tona, e o país está se 
desenvolvendo, e ainda será capaz de exportar seus produtos para o resto do mundo; assim sendo não 
veremos novamente o estado das coisas que vimos anteriormente através da História que aquela grande 
região central havia então enviado seus povos para os países marginais, enquanto países marginais 
enviaram para estes povos suas formas de influência de civilização, cada um operando em um turno após 
o outro. A outra única observação eu gostaria de fazer é reforçar a objeção do Senhor Amery a [percepção 
da cultura] Greco-Eslava do Senhor Mackinder. Eu peço desculpas, mas não posso aceitar esta divisão de 
civilizações entre Gregos e Romanos. Assim como a Rússia pode ser chamada de um país civilizado neste 
momento, tem a ver, pelo que eu acho, pela não civilidade trazida pela Igreja Ortodoxa; de fato, eu ainda 
estou para ver qualquer influência civilizatória exercida pela Igreja Ortodoxa em larga escala. Esta 
civilidade é mais por conta de uma cultura social introduzida por Pedro, o Grande, e que foi mais Romana 
que Grega. Mas é referente a minha primeira pergunta que eu gostaria que o Senhor Mackinder 
 
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respondesse, eu gostaria de saber o que ele seriamente antecipa irá acontecer com o efeito no mundo 
após essa distinção entre terras pivôs centrais e marginais. 
 
Senhor MACKINDER: Eu gostaria de agradecer a todos aqui presentes por colocarem os pontos nos is e 
jotas [para mim]. Eu sou muito grato em saber que a minha fórmula tenha dado tão certo. Eu desejo 
dizer exatamente o que o Senhor Hogart disse; eu digo que pela primeira vez na História documentada – 
e essa é uma resposta ao Sr. Thomas Holdich também – que temos uma grande população fixa 
desenvolvendo-se nas terras das estepes. Esta é uma revolução no mundo que temos que confrontar e 
contabilizar. Eu duvido muito, e neste ponto eu concordo com o Senhor Amery, que os números que 
vieram do heart [coração] da Ásia foram muito grandes. Me parece que assim como ele coloca, e pelo fato 
de sua mobilidade ser a grande essência de tudo. Um pequeno número de pessoas vindo de terras de 
estepes poderiam fazer muitas coisas, dada relativa mobilidade se comparado com as populações rurais. 
Em relação ao questionamento do Sir Rhomas Holdich em o que poderia tê-los colocado nesta posição de 
dianteira, Sr. Clements Markham apontou que os nômades não apareceram uma vez somente. Eu lido 
com o fato que por mil anos os povos nômades vieram através da Rússia. Eu falho em ver que, quando 
temos essa sucessão constante de descidas para as terras marginais, temos que dar explicações por 
qualquer mudança física significativa para explicá-lo. Todos os dados que tempos do tempo dos Gregos 
descreve-os como bebedores do leite de égua, que nos dá uma visão do estilo de vida nômade; sendo 
assim eu começo com o fato que esses povos foram nômades e permaneceram nômades por dois mil anos, 
e eu não vejo nenhuma evidência que tenhamos que demonstrar qualquer mudança física significativa ou 
ainda assumir qualquer grande povoamento. Pelo tanto que posso ver, Sven Hedin recusa a idéia que 
tenhamos que necessariamente tenhamos que buscar qualquer mudança climática como forma de explicar 
a existência de vestígios na Ásia Central. Existem ventos fortíssimos e muita areia, e de tempos em 
tempos a areia é levada para mais de cem milhas pelo deserto. A areia determina a direção dos rios e a 
posição dos lagos, e algumas grandes tempestades divergem os rios em outros cursos sem dúvida não se 
satisfaz em arruinar uma cidade abandonada por conta da água. Os simples fatos que existiram nômades, 
e que existiram países ricos aptos a serem saqueados me bastam como base para minha teoria. No futuro, 
eu acho, teremos diferentes províncias econômicas conectadas, uma mais baseada no mar, e outra mais 
baseada no heart [coração] do continente e ferrovias. Eu não acho que o Senhor Amery permitiu 
suficientemente [entender] que grandes exércitos não podem ser movidos por uma marinha. Os Alemães 
marcharam quase um milhão de homens para a França; eles marcharam, e usaram ferrovias para 
suprimentos. Rússia, pelo seu sistema tarifário e outros meios, está consistentemente movendo-se e 
conquistando aquilo que eu chamaria de um sistema econômico não-oceânico. Sua política, pelo seu 
sistema tarifário, pela quebra do padrão de suas ferrovias, é de separar-se de qualquercompetição 
oceânica19. A respeito da base do poder marítimo estar na riqueza industrial, eu concordo completamente. 
O que sugiro é que a grande riqueza industrial na Sibéria e na Rússia Européia e a conquista de algumas 
regiões marginais darão a base para uma necessidade de esquadras em fundar um império mundial. O 
jeito que o Senhor Amery colocou os três grupos de poder é ligeiramente diferente do meu, mas são 
essencialmente os mesmos. Eu aponto para uma mobilidade ao interior, para uma margem densamente 
povoada, e por forças marítimas externas. É verdade que montarias (de cavalos e camelos) se foram; 
mas minha sugestão é que ferrovias irão tomar seus lugares, e seremos capazes de jogar [com violência] 
o poder de um lado ao outro desta área. Meu objetivo não é predizer um grande futuro para este ou 
aquele país, mas de criar uma fórmula geográfica que poderíamos avaliar qualquer balanço político. 
Aqui vai o ponto relativo aos Greco-Eslavos: no sentido que o Senhor Hogart e o Senhor Amery 
levantaram-me, eu concordo com eles, mas depois eu não posso deixar de notar que a Cristandade caiu 
em dois diferentes solos – os filosóficos Gregos e os legais Romanos, e que estes foram conseqüências de 
influências diferenciadas nos Eslavos e nos Teutônios. No entanto, o que é um mero incidente, e que se eu 
qualificar meu discurso em falando de Bizantinos, eu devo então aproximar-me mais do que o Sr. Amery 
disse, e eu acho que eu devo então apresentar o exemplo de Roma o qual Sr. Hogart trouxe a tona. Assim 
relacionados às potencialidades das terras e dos povos, eu devo demonstrar que na Europa existem agora 
mais de 40 milhões de pessoas nas estepes da Rússia, e isso não significa que ainda [esteja] densamente 
ocupada, e que a população russa está provavelmente crescendo mais rápido do que qualquer população 
civilizada ou meio-civilizada no mundo. Com o decréscimo da população francesa, e com a britânica não 
crescendo tanto quando estava antes, e as populações nativas dos Estados Unidos e da Austrália 
chegando quase a um esgotamento, devemos levar em conta do fato que em cem anos 40 milhões de 
 
19 O anel da Alfândega Russa é, claramente, tão bem colocado que adiciona a área pivô consideráveis seções com objetivos econômicos nas terras marginais, mas, no entanto, 
nunca até as costas oceânicas – H. J. M. 
 
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pessoas ocuparam nada além de uma simples fração da estepe. Eu acho que caminhamos para um 
[número de] população que chegará aos 100 milhões; e é a tendência que devemos levar em 
consideração em determinar valores para as quantidades variáveis na equação de poder pelo qual eu 
estava procurando uma fórmula geográfica. O ponto relativo ao Coréia e ao Golfo Pérsico que foi colocado 
pelo Sr. Spencer Wilkinson ilustra exatamente minha correlação com as questões relativas ao Extremo 
Oriente, Meio Oriente, e Oriente Próximo. Eu represento esses como sendo fatos temporários de formas 
de colisão entre as forças externas e internas agindo através de zonas intermediárias, que por si só um 
palco de forças independentes. Eu discordo veementemente que a função da Bretanha e do Japão é de 
agir sobre as regiões marginais, mantendo o balanço de poder ali com contra a expansão de forças 
internas. Eu acredito que no futuro do mundo depende na manutenção dessa balança de poder. Parece-
me que nossa fórmula deixa claro que devemos ver como não seremos levados para fora da região 
marginal. Devemos manter nossa posição aqui, e assim, seja o que acontecer estaremos modestamente 
seguros. O aumento da população nas regiões interiores e a pausa no aumento [populacional] de outras 
regiões pode ser um fato bem sério, mas talvez a América do Sul virá nos ajudar. 
 
O Presidente: Eu confesso ter sido apresentado anteriormente ao documento do Senhor Mackinder, e eu 
posso ver pela atenção dispensada pelos que ouviram [o Senhor] na platéia que todos nós dividimos o 
sentimento de respeito [pelas idéias do Senhor Mackinder]. O Senhor Mackinder lidou com a antiga 
história dos períodos remotos da História, o combate entre Ormerzd e Ahriman20, e ele nos mostrou como 
o conflito continuou deste momento remoto da História até os dias de hoje. Ele nos explicou tudo isso com 
uma brilhante descrição e ilustração, com um [olhar minucioso] da matéria, e com uma clareza de 
argumentos que nós raramente encontramos par neste recinto. Eu tenho certeza que todos darão um voto 
unânime de agradecimentos ao Senhor Mackinder por esse interessante documento esta noite. 
 
 
20 N.T. Entre os Zoroastras, o embate entre o Bem e o Mal. 
 
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[Mapas que acompanham a versão original] 
 
 
 
 
 
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