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Prof. Raniery Rodrigues raniery_rodrigues@hotmail.com UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS SERTÃO EIXO DE TECNOLOGIA Fenômenos de Transporte 2 Convecção Térmica Fenômenos de Transporte 2 2 Convecção Térmica Fenômenos de Transporte 2 3 Convecção Térmica Classificação da convecção • Convecção Forçada; • Convecção Natural (ou livre); • Convecção com mudança de fase. Fenômenos de Transporte 2 4 Convecção Térmica Convecção Forçada Fenômenos de Transporte 2 5 Convecção Térmica Convecção Natural Fenômenos de Transporte 2 6 Convecção Térmica Convecção com mudança de fase Fenômenos de Transporte 2 7 Convecção Térmica Usamos o termo convecção para descrever a transferência de energia entre uma superfície e um fluido em movimento sobre essa superfície. A convecção inclui a transferência de energia pelo movimento aleatório das moléculas do fluido (difusão) e pelo movimento global do fluido (advecção). A convecção é descrita pela lei do resfriamento de Newton, que relaciona através do coeficiente de troca de calor por convecção, a troca de calor com a área da superfície e a diferença de temperatura da superfície e do fluido. TThAq s Fenômenos de Transporte 2 8 Camadas-limite da convecção • Camada-limite de velocidade Convecção uu 99,0 Fenômenos de Transporte 2 9 Para um escoamento sobre placa: quando as partículas do fluido entram em contato com a superfície elas têm velocidade nula. Elas atuam no retardamento do movimento das partículas da camada de fluido adjacente, que por sua vez atuam na seguinte e assim até uma distância da superfície y= onde o efeito do retardamento é desprezível Este retardamento do movimento está associado às tensões de cisalhamento que atuam em planos paralelos à velocidade do fluido Com o aumento da distância y da superfície e a componente da velocidade do fluido na direção x, u deve aumentar até atingir o valor na corrente livre u. Convecção Fenômenos de Transporte 2 10 Convecção uu 99,0 Onde: → Espessura da camada-limite, definida como o valor de y para qual: Camada-limite de velocidade Fenômenos de Transporte 2 11 O perfil de velocidades na camada limite se refere à maneira pela qual u varia em função de y através da camada limite. Tem-se presente duas regiões: uma fina camada de fluido (camada limite) onde os gradientes de velocidade e as tensões cisalhantes são grandes uma região exterior à camada limite onde estes são desprezíveis. Convecção Fenômenos de Transporte 2 12 Camadas-limite da convecção Fornece a base para o coeficiente de atrito local Cf, que é um parâmetro adimensional chave para a determinação do arrasto. Onde s é a tensão cisalhante para um fluido Newtoniano e pode ser determinada a partir do conhecimento do gradiente de velocidade na superfície: Convecção 2/2 u C sf 0 y s y u Fenômenos de Transporte 2 13 Camada-limite térmica - Se desenvolve se há diferença entre as temperaturas do fluido na corrente livre e na superfície. Onde: t → Espessura da camada-limite térmica, definida como o valor de y para qual: Convecção 99,0 TT TT s s Fenômenos de Transporte 2 14 Camada-limite térmica Para qualquer distância x da aresta frontal, o fluxo térmico na superfície local pode ser obtido pela lei de Fourier no fluido em y = 0: Pela Lei de Resfriamento de Newton: Combinando as duas equações, resulta: Convecção s f y 0 T q k y s sq h T T f y 0 s T k y h T T Fenômenos de Transporte 2 15 Significado das camadas-limite Para o escoamento sobre qualquer superfície sempre existirá uma camada-limite de velocidade, portanto atrito na superfície. Da mesma forma, se houver diferenças entre as temperaturas na superfície e na corrente livre, existirá uma camada-limite térmica e assim uma transferência de calor por convecção. A camada-limite de velocidade é caracterizada pela presença de gradientes de velocidade e de tensões de cisalhamento e a camada-limite térmica é caracterizada por gradientes de temperatura e pela transferência de calor. Convecção Fenômenos de Transporte 2 16 Coeficientes convectivos local e médio A taxa total de transferência de calor pode ser obtida por: Convecção sAs q q dA Fenômenos de Transporte 2 17 Coeficientes convectivos local e médio Substituindo resulta, Definindo um Coeficiente Convectivo Médio : Igualando as equações, obtém-se a relação entre o coeficiente convectivo médio e local: Convecção sq h T T s sAs q T T hdA s sq h A T T ss As 1 h hdA A h Fenômenos de Transporte 2 18 Coeficientes convectivos local e médio Para uma placa plana, h varia apenas com a distância x da aresta frontal, logo: Convecção L o 1 h hdx L 19 Convecção Coeficientes convectivos local e médio Fenômenos de Transporte 2 20 O problema da convecção - O fluxo local e a taxa de transferência total de calor são muito importantes nos problemas de convecção; - As equações para determinação do fluxo e da taxa dependem dos coeficientes convectivos local h e médio ; - A transferência por convecção é influenciada pelas camadas- limite; - Os coeficientes convectivos dependem de várias propriedades dos fluidos, como: densidade, viscosidade, condutividade térmica e calor específico; - Os coeficientes convectivos são funções, também, da geometria da superfície e das condições do escoamento; O problema da convecção é a determinação destes coeficientes. Convecção h Fenômenos de Transporte 2 21 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO Laminar o escoamento do fluido é ordenado, sendo possível identificar as linhas de corrente ao longo das quais as partículas se movem. Turbulento o movimento é altamente irregular sendo caracterizado por flutuações de velocidade. Estas flutuações melhoram a transferência de momento, energia e massa e aumentam o atrito na superfície e as taxas de transferência por convecção. Convecção 22 Convecção Escoamento laminar e turbulento Fenômenos de Transporte 2 23 Escoamento laminar e turbulento Camadas-limite de velocidade laminar e turbulenta Convecção Fenômenos de Transporte 2 24 Convecção Escoamento laminar e turbulento Fenômenos de Transporte 2 25 Camadas-limite de velocidade laminar e turbulenta • Camada-limite Laminar Movimento do fluido altamente ordenado. • Zona de Transição Escoamento com comportamento às vezes laminar e às vezes turbulento. • Camada-limite Turbulenta Escoamento altamente irregular caracterizado pelo movimento tridimensional aleatório. Convecção Fenômenos de Transporte 2 26 Camadas-limite de velocidade laminar e turbulenta Regiões da Camada-limite Turbulenta: • Subcamada Viscosa Transporte dominado pelo mecanismo da difusão. • Camada de Amortecimento Mecanismo de difusão e mistura turbulenta. • Região turbulenta Transporte é dominado pela mistura turbulenta. Convecção Fenômenos de Transporte 2 27 Convecção Camadas-limite de velocidade laminar e turbulenta Regiões da Camada-limite Turbulenta: Subcamada Viscosa Camada de Amortecimento Região Turbulenta Fenômenos de Transporte 2 28 Convecção Camadas-limite de velocidade laminar e turbulenta Transição do escoamento laminar para turbulento Mecanismos de Gatilho - Interação de estruturas transientesdo escoamento. - Pequenos distúrbios no escoamento. Flutuações na corrente livre Rugosidade superficial Vibrações na superfície O início da turbulência depende dos mecanismos de gatilho, que por sua vez depende do número de Reynolds. xu x Re Razão entre forças de inércia e viscosas Fenômenos de Transporte 2 29 Camadas-limite de velocidade laminar e turbulenta No cálculo do comportamento de camadas-limite, a transição começa em um certo local xc. Este local é determinado pelo número de Reynolds crítico, Rex,c. Convecção 5 , 105Re c cx xu Fenômenos de Transporte 2 30 Exemplo 1: Água escoa a uma velocidade de u ͚ = 1 m/s sobre uma placa plana de comprimento L = 0,6 m. Considere dois casos, um no qual a temperatura da água é de aproximadamente 300 K e o outro para uma temperatura aproximada da água de 350 K. Nas regiões laminar e turbulenta, medidas experimentais mostram que os coeficientes convectivos locais são bem descritos por hlam(x) = Clamx -0,5 hturb(x) = Cturbx -0,2 Onde x tem a unidade de m. A 300 K, Clam,300 = 395 W/(m 1,5.K) Cturb,300 = 2330 W(m 1,8.K) Enquanto a 350 K, Clam,350 = 477 W/(m 1,5.K) Cturb,350 = 3600 W/(m 1,8.K) Convecção Fenômenos de Transporte 2 31 Exemplo 1: Cont. Como está evidente, a constante, C, depende da natureza do escoamento, assim como da temperatura da água, em função da dependência com a temperatura de várias propriedades do fluido. Determine o coeficiente convectivo médio, , sobre a placa inteira para as duas temperaturas. Dados: p/ Água T = 300 K ρ = 997 kg/m3; μ = 855x10-6Ns/m2 p/ Água T = 350 K ρ = 974 kg/m3; μ = 365x10-6Ns/m2 h Convecção 32 Convecção • NÚMEROS ADIMENSIONAIS DO TRANSPORTE DE CALOR POR CONVECÇÃO Fenômenos de Transporte 2 33 Convecção GRANDEZAS ADIMENSIONAIS • NÚMERO DE NUSSELT • É uma grandeza bastante utilizada para a determinação do coeficiente de transferência de calor por convecção, baseada na análise dimensional, na qual é utilizada para determinar parâmetros através de relações de similaridade. O número de Nusselt também é função de outro número adimensional, o número de Reynolds, assim como o número de Prandtl. Nu=f(Re,Pr) Fenômenos de Transporte 2 34 Convecção • NÚMERO DE NUSSELT O número de Nusselt é dado por: Ambas as transferências são consideradas na direção perpendicular ao fluxo. Na equação anterior se define: •L como um comprimento característico. Para formas complexas se define como o volume do corpo dividido pela sua área superficial. •kf como a condutividade térmica do fluido. •h como o coeficiente de transferência térmica. Fenômenos de Transporte 2 35 Forma funcional das soluções Convecção Como então: O número de Nusselt fornece uma medida de transferência de calor por convecção que ocorre na superfície e para uma geometria especificada é dado por: 0*yf *y *T k Lh Nu *x *p Pr,,Re*,y*,xf*T L *x *p Pr,,Re*,xf *y *T L 0*y Pr,Re*,xfNu L • NÚMERO DE NUSSELT Fenômenos de Transporte 2 36 Forma funcional das soluções Conhecendo Nu, o coeficiente convectivo local h pode ser determinado e o fluxo térmico local pode ser calculado. Como o coeficiente convectivo médio é obtido por integração, o número de Nusselt médio é: Convecção Pr,Ref k Lh Nu L f • NÚMERO DE NUSSELT Fenômenos de Transporte 2 37 Fisicamente, o número de Nusselt representa a razão entre a transferência de calor de um fluido por convecção (ou seja, a transferência do fluido em movimento) e a condução (que pode ser considerada um caso extremo de convecção, ou seja, a convecção de um fluido em repouso). Considerando uma camada de fluido de espessura L e com uma diferença de temperatura ΔT entre suas superfícies: qconv/qcond=hΔT/L=Nu Pode-se perceber que quando o número de Nusselt resultar em 1, não haverá convecção, apenas condução, como se o fluido estivesse completamente em repouso. Podemos perceber claramente que quanto maior for o número de Nusselt mais a transferência de calor entre as duas superfícies se da por convecção do que por condução do fluido. Por esse motivo que utilizamos a convecção forçada diariamente. Trocamos mais calor com o ambiente sobre a influência de um ventilador pois esse influencia diretamente as condições de escoamento do fluido (aumenta Reynolds). Convecção • NÚMERO DE NUSSELT Fenômenos de Transporte 2 38 Convecção • NÚMERO DE PRANDTL É um número adimensional que aproxima a razão de difusividade de momento (viscosidade cinemática) e difusividade térmica de um fluido, expressando a relação entre a difusão de quantidade de movimento e a difusão de quantidade de calor dentro do próprio fluido, sendo uma medida da eficiência destas transferências nas camadas limites hidrodinâmica e térmica. Fenômenos de Transporte 2 39 Fenômenos de Transporte 2 40 Significado físico dos parâmetros adimensionais Número de Prandtl Convecção Calor de deDifusivida Momento de deDifusivida Pr Onde: Nos gases Pr 1 Nos óleos Pr >> 1 Nos metais líquidos Pr << 1 k cp Pr Quando: Pr ≫1: o campo de velocidade desenvolve-se rapidamente (óleos viscosos); Pr ≪1: o campo de temperatura desenvolve- se rapidamente (metais líquidos); Pr ≈1: os campos de velocidade e temperatura desenvolvem-se simultaneamente (gases). Fenômenos de Transporte 2 41 Significado físico dos parâmetros adimensionais Número de Reynolds Convecção ViscosasForças InérciadeForças Re L LV LV LV L V L V y u x u u Re 22 2 2 2 2L Fenômenos de Transporte 2 42 Significado físico dos parâmetros adimensionais Número de Nusselt Convecção k Lh Nu Multiplicando o numerador e o denominador por T: L Nu T k Th Tk TLh Conduçãopor Calor de ciaTransferên Convecçãopor Calor de ciaTransferên Nu Fenômenos de Transporte 2 43 Exemplo 2: Testes experimentais em parte da pá da turbina mostrada na figura indicam um fluxo térmico para a pá de q” = 95.000 W/m2. Para manter uma temperatura superficial em regime estacionário de 800oC, o calor transferido para a lâmina é removido por uma substância refrigerante que circula pelo interior da pá. Convecção Fenômenos de Transporte 2 44 Exemplo 2: Cont. 1. Determine o fluxo térmico na pá se a sua temperatura superficial for reduzida para Ts,1 = 700 oC através do aumento da vazão do refrigerante. 2. Determine o fluxo térmico no mesmo local adimensional em uma pá de turbina similar com um comprimento de corda de L = 80 mm, quando a pá opera em um escoamento de ar com T ͚ = 1150 oC e V = 80 m/s, Ts = 800 oC. Convecção Fenômenos de Transporte 2 45 BIRD, B., STEWART, W. E. e LIGHTFOOT, E. N., Fenômenos de Transporte, 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. FILHO, W. B., Fenômenos de Transporte para Engenharia, 2ª Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2006. CANEDO, E. L. Fenômenos de Transporte, 1ª Edição. Editora LTC, 2010. INCROPERA, F. P. & DeWITT, D. P., Fundamentals of Heat and Mass Transfer, 6ª Ed., Wiley, 2007. LIVI, C. P., Fundamentos de Fenômenos de Transporte: Um Texto para Cursos Básicos, 2ª Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2012. SISSOM L. E. e PITTS D. R., Fenômenos de Transporte, Ed. Guanabara Dois S.A., 1979. Bibliografias Consultadas: Convecção Térmica
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