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Aulas Introdução ao Estudo do Direito

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Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio
Faculdade de Direito
Introdução ao Estudo do Direito - IED
Aula I - 09/08
Ementa: Estudo do Direito como mecanismo de ordenação da vida social, por meio de normas impostas pelo Estado; Compreensão do Direito como fenômeno cultural no contexto da dinâmica social; Desenvolvimento dos estudos dos fundamentos do Direito e as principais teorias jurídicas; O estudo e as estruturas do desenvolvimento e aplicação do Direito; Introdução ao Estudo dos principais ramos do Direito Público e Privado. Sociedade e Direito; Função Social do Direito. Justiça e equidade. Direito e normas éticas. A moral e o Direito, o Direito como ciência. Fontes Materiais e Fontes Formais. Hermenêutica jurídica: métodos de interpretação e seus resultados; Lacunas do Direito; Analogia e princípios gerais do Direito. Validade e Eficácia: Conflito de Normas. Sujeitos do Direito. Direito e a pessoa humana. A liberdade e a dignidade como princípio do sistema jurídico em todos os ramos. Jus naturalismo; Jus positivismo; Direito como realidade cultural; O tridimensionalismo jurídico.
Bibliografia
VENOSA, Silvio de Salvio. Introdução ao Estudo do Direito.
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução ao Estudo do Direito.
DIMOULI, Dimitri. Manual de Introdução ao Estudo do Direito.
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito.
FERRAZ Jr. Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito.
Direito Material (conteúdo do Direito)
Direito Penal
Direito do trabalho
Direito Civil
Direito Constitucional
Direito Processual (Procedimento do Direito Material)
Petição Inicial
Recursos, etc.
16/08/2017 – Aula 1
Direito: O Direito é um fenômeno histórico. Toda e qualquer relação jurídica somente pode ser desnudada completamente com o conhecimento da história. A história é o laboratório do jurista. O estudo do passado nos dá respostas para o presente e aponta os caminhos. Em que pesem imensos avanços tecnológicos e o mundo que se descortina neste Séc. XXI, o homem na sua essência é o mesmo.
O Direito reflete a experiência da história. Os arcabouços jurídicos, da mais simples à mais complexa lei, sempre nascem de uma base histórica.
Para o jurista, é impossível conhecer todas as questões e particularidades de um ordenamento (conjunto de normas) jurídico o direito de um país, seus conceitos e teorias jurídicas, também conhecido como sistema jurídico – código civil, penal, processual – leis escritas, costumes, princípios.
O que é direito? O direito como ciência é a compreensão das normas postas pelo estado ou pela natureza do homem.
O direito não se limita a apresentar e classificar regras, mantém como objetivo analisar e estabelecer princípios para os fenômenos sociais, tais como os negócios jurídicos, a propriedade, casamento, filiação.
Temos, assim, uma díade a ser analisada.
O direito posto pelo estado, ou seja, o ordenamento jurídico ou o direito positivo, a configurar, portanto, o positivismo e, por outro lado,
A norma que se sobreleva e obriga, independentemente de qualquer lei imposta, o idealismo, cuja maior manifestação é o chamado direito natural, o jus naturalismo – entende-se que existe um direito muito mais amplo e sobreposto às leis elaboradas pelo homem, um direito que se aplica independentemente da norma, um direito inerente à natureza humana.
Direito Positivado: faz parte do dia-a-dia da sociedade, não necessariamente escrito, mas também pela oralidade.
Direito Natural: Inerte à pessoa humana – Jus Naturalismo
Jus positivismo: vem para proteger a vida, proteger o Jus naturalismo. É o direito positivado, Direito posto, por meio de leis.
Direitos Humanos: Genericamente, parte mais para o Jus naturalismo do que para o Jus positivismo.
Indicação: Antígona de Sófocles.
23/08
Jus positivismo: O Direito posto pelo estado, ou seja, o ordenamento jurídico ou direito positivo.
Jus naturalismo: A norma que sobreleva e obriga, independentemente de qualquer lei imposta, o idealismo cujo maior manifestação é o chamado direito natural – existe um direito muito mais amplo e sobreposto às leis elaboradas pelo homem, um direito que amplia, independentemente da norma, um direito inerente à natureza humana.
Aula II - 23/08
Direito Objetivo e Subjetivo
Objetivo: Constituído por um conjunto de regras destinadas a reger um grupo social, cujo respeito é garantido pelo Estado (norma agendi) – ordenamento jurídico / norma posta.
Direito positivo (normas) – pode ou não ser escrito (oralidade)
Subjetivo: Prerrogativas ou faculdades inerentes aos seres humanos, às pessoas, para fazer valer os seus “direitos”, no nível judicial ou extrajudicial. O direito subjetivo é aquele que adere às pessoas, à pessoalidade. O direito subjetivo é um poder do indivíduo que vive em sociedade. O direito subjetivo se traduz por uma facultas agendi – faculdade de agir.
A Faculdade de Agir lastreia-se na base atribuída pelo Direito Objetivo.
A norma tem que ser objetivada para agir diante do subjetivo, prerrogativas ao ser humano.
Aula III - 23/08
Natureza, Valores e Cultura como norteadores do Direito
Para entender o Direito, é imprescindível entender questões tais como a Natureza, os Valores e a Cultura.
Esses são três aspectos claros para nortear o estudo do Direito.
Na Realidade da Natureza: As leis da natureza são as leis do ser. Assim, um líquido se tornará sólido ou gasoso dependendo da temperatura onde se encontra.
Na Realidade dos Valores: o ser humano atribui determinadas significações, qualidades aos fatos e às coisas conhecidas. Tudo o que nos afeta possui um valor. As normas éticas valem-se dos valores para estabelecer comportamentos humanos aceitáveis.
Na Realidade da Cultura: O mundo ou realidade da cultura forma o universo das valorizações humanas. A medida que a natureza se mostra insuficiente para suprir suas necessidades, o homem parte para a ação sobre ela, constrói abrigos, armas, roupas, para adequar-se ao meio e formar sua existência possível. O homem sente necessidade de regras para ordenar sua convivência. Assim, o direito pertence ao mundo da cultura.
Aula IV - 30/08
A Lei – O Sistema Common Law e o Sistema Romano / Germânico
- Sistema Romanista: A Lei é o centro do Direito. Essa tradição preponderou definitivamente após a Revolução Francesa, quando a Lei passou a ser considerada a única expressão do Direito Nacional. As outras fontes (costumes, jurisprudências) subordinam-se à Lei de forma mais ou menos acentuada.
É nesse sistema, a posição enfatizada da lei é reforçada pela presença da codificação. Para o jurista de formação românica, todo o raciocínio jurídico terá sempre em mira os códigos.
- Sistema Common Law: A Lei é vista como apenas uma dentre as várias fontes. Seu papel (lei) não sobrepõe às demais modalidades, como o costume e a jurisprudência. Fenômeno marcante desse sistema é o fato e a Lei e o direito de origem jurisprudencial conviverem como dois sistemas distintos dentro do mesmo ordenamento.
Enquanto no nosso sistema a primeira leitura do advogado e do juiz é a lei escrita, e subsidiariamente, a jurisprudência, no Common Law o caminho é inverso, primeiro os cases e, a partir da constatação de uma lacuna, vai-se à Lei escrita.
Obs.: Nos EUA, o Sistema é o Common Law, mas é um caso particular, pois tem a CF escrita.
06/09
Art.4º LINDB – Quando a Lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito.
Art. 8º, CLT.
Fontes do Direito
Costumes: Uso reiterado de uma conduta ou atividade que ganha “status” de costume. O costume nasce da consciência coletiva, de um grupo social. Exige-se que o costume tenha amplitude, largamente disseminado no meio social. Não é necessário, porém, que a sociedade como um todo tenha dele consciência. Para que o costume se converta em fonte do direito, dois requisitos são imprescindíveis:
1º) Origem objetiva e material (o corpus) – uso continuado, a exterioridade, a percepção tangível de uma prática ou conduta.
2º) Origem subjetiva ou material (o animus) – a consciência coletiva de obrigatoriedade da prática.
Uso: Também traduze-se por uma pratica reiterada. 
Não atinge o status de costume porque apresenta, apenas, o aspecto material, o corpus, faltando aspecto subjetivo, o animus, a consciência da obrigatoriedade.
Art. 113 do CC - “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”.
O uso tem uma importância secundária, quando a prática reiterada afeta somente um grupo restrito, entorno do qual ocorrem certos negócios jurídicos.
Jurisprudência: Conjunto de decisões dos tribunais. A jurisprudência pode ser vista sob um sentido amplo, como a coletânea das decisões proferidas por juízes e tribunais sobre determinada matéria, podendo agasalhar (englobar) decisões contraditórias. Embora a jurisprudência seja fonte subsidiária. Seu papel é fundamental na produção do Direito.
Também na decisão tomada pela maioria absoluta dos membros de um tribunal deve ser formulada ou publicada na forma de súmula e constituir precedente na unificação da jurisprudência, servindo de referência para as futuras decisões do tribunal.
Ver Art. 103-A §1º da CF – S.V. EC 45/2004.
13/09
Doutrina: Base dos conhecimentos jurídicos dos profissionais do direito. A doutrina atua diretamente sobre as mentes dos operadores jurídicos por meio de construções teóricas que atuam sobre o legislador e a jurisprudência.
Princípios Gerais do Direito: Uma regra de convivência. O interprete investiga o pensamento mais elevado da cultura jurídica universal, buscando orientação geral do pensamento jurídico. São os princípios que servem de fundamento e informam o Direito positivo de cada povo. São norteadores do Direito
Equidade: É a forma de manifestação de justiça que tem o objetivo de atenuar, amenizar, dignificar a regra jurídica. A equidade é, antes de mais nada, uma posição filosófica para o qual o aplicador do Direito dará sua valoração própria, mas sempre com a finalidade do abrandamento da norma. Art. 944 CC; - Art. 8º CLT
- Princípio: norteador do Direito.
20/09
Analogia: Para o uso da Analogia, é necessário que exista lacuna na lei, semelhança com a relação não prevista pelo legislador.
Duas formas de analogia:
- Analogia legal: A analogia legal parte da semelhança da espécie submetida ao exame com a situação descrita no dispositivo legal.
O julgador busca um texto legal semelhante para aplicar ao caso concreto.
- Analogia jurídica: Fundamenta-se no conjunto de disposições de um ordenamento, do qual o aplicador extrai princípios pra nortear determinadas situações não previstas na lei.
	Fontes Formais 
	Fontes Materiais
	- Leis
	- Poder Legislativo
	- Costumes
	- Poder Executivo
	
	- Órgãos específicos
	
	
Aula V - 27/09
Diferença entre o termo instituição e o termo instituto jurídica
Instituição (Latu Sensu): Conjunto de princípios, usos e costumes, pelas quais se exercem controles sociais e satisfazem necessidades e desejos das pessoas da sociedade. O termo instituição nos dá ideia de um conjunto de normas estáveis que obedece a regras específicas e se organizam como um corpo social, para certas finalidades. Ex.: propriedade, família, Estado, sindicatos, universidade, o Congresso Nacional e Tribunais). 
Institutos jurídicos (Stricto Sensu): Apresenta menor grau de extensão. São uma unidade autônoma do Direito, com suas próprias regras regulamentadoras. Ex.: posse, insalubridade, férias.
Art. 127 CF: O MP NÃO FAZ parte do Poder Judiciário, é uma Instituição, cujo instituto é a função jurisdicional do Estado. Por ser uma instituição permanente, se torna uma cláusula pétrea.)
Direito Público e Direito Privado
Direito Público: E geral as normas de direito público possuem o caráter de cogência/obrigatoriedade (normas cogentes – impostas).
Direito Privado: Temos normas cogentes e normas dispositivas, ou seja, quando o interessado nada dispõe sobre o tema.
No Direito Público, esse exerce a soberania, surge o poder de império.
Direito Privado: É a parte do ordenamento jurídico que regula as relações dos particulares entre si.
Ex.: 
Direito Privado: 
Civil 
Direito Internacional Privado
Direito Público: 
Trabalho
Previdenciário 
Constitucional
Administrativo 
Direito Privado 
Direito Processual Penal 
Direito Internacional Público (Ex.: O.I.T. – Organização Internacional do Trabalho)
Aula VI - 04/10
Fato Social, valor e norma: Teoria Tridimensional – Miguel Reale
Jusnaturalismo e Juspositivismo
Não se concebe a ideia do Direito com vínculo no Direito Natural. Não podem ser vistos como direito normativo.
No entanto, é fundamental que se compreenda o direito como realidade cultural.
Obs.: ser = natural
Dever-ser = cultura = porque a cultura é o mundo construído pelo homem.
Fato Social ATRIBUI valor NO QUAL SE TRADUZ norma Assim, Norma FRUTO fato social AO QUAL FOI ATRIBUIDO valor
O Fato social se atribui valor no qual se traduz a norma. Assim, a norma é o fruto de um fato social ao qual foi atribuído um valor. 
Obs.: A teoria de Miguel Reale se difere da de Hans Kelsen. Miguel Real transcende os limites juspositivistas, ou seja, analisa o normativismo frente ao culturalismo.
Leva em conta os fatos, abarca áreas da sociologia, da antropologia, da filosofia para definir sua teoria.
Assim, temos o mundo do ser: realidade social e do dever-ser: modalidade social almejada.
Explicações:
Teoria pura do Direito: Direito pelo Direito, norma pela norma. Teoria adotada por Hans Kelsen. Ele desconsidera demais áreas dentro do Direito, como filosofia, sociologia, antropologia. Cada um deveria estar na sua área.
Miguel Reale, como Kelsen, descarta o ser, ou seja, o Direito Natural. Porém, para Reale, para se criar a norma, deve-se considerar o fato social. O dever-ser de Reale é criado através do fato social.
Numa sociedade, podem-se haver determinados fatos que podem acabar se tornando costumes e, consequentemente, se tornando numa norma.
Para Reale, o ser é a realidade social e o dever-ser é a modalidade social almejada, ou seja, o que aquela sociedade almeja.
A Cultura é a base da doutrina de Miguel Reale. Para ele, o Direito baseia-se na cultura da sociedade, como reagem a dada situação.
Matéria da Prova
Aula 1 – Conceito de Direito, Jusnaturalismo e Juspositivismo.
Aula 2 – Direito objetivo e Direito Subjetivo
Aula 3 – Natureza, valores e cultura
Aula 4 – Lei: Common Law / Romano, Fontes do Direito: Formais / Materiais
Aula 5 – Instituição e Instituto (diferença)
Aula VII - 08/11
O Direito e a justiça não se confundem. O campo da justiça é mais amplo.
Justiça e direito caminham juntas, mas nunca se encontram. O Direito se prevalece à justiça.
Justiça e Direito
Dizer que o direito deve ser justo, perde o conteúdo normativo quando o justo modifica-se constantemente. Justiça sobre o ponto de vista objetivo, quase se confunde com o direito. O Sistema Jurídico não é um sistema perfeito, então aquele que quer que a justiça seja feita não se contentará em aplicar estrita e cegamente as regras do sistema normativo.
A justiça como virtude fica acima do direito, pois se projeta dentro da sociedade. Sob esse aspecto, a noção de justiça é muito mais ampla do que a de Direito.
A justiça é, pois, um valor de conduta humana e o que entendemos por justo, esperamos que outrem com quem nos relacionamos, assim entenda também pois de outra não se alcança o equilibro social.
Moral e Direito
Conjunto de convicções de uma pessoa, de um grupo ou de uma sociedade inteira sobe o bem o mal.
Para alguns é sinônimo de ética. Os especialistas diferenciam, pois entendem que a ética indica o dever de obediência à normas socialmente impostas. E a moral, indica o dever de obediência a mandamentos que decorrem da consciência de cada indivíduo.
Moral – 2 funções.
1º) Orienta o comportamento do indivíduo na vida cotidiana (fazer o bem e evitar a prática do mal).
2º) Critério de avaliação de conduta humana
(conduta é aprovada ou reprovada, segundo sua correspondência com os impedimentos morais.) Ex.: convicção moral que os filhos devem sustentar os pais incapazes de trabalhar. Isso indica que a moral funciona como um dever ser em relação à atuação das pessoas.
As regras morais objetivam o aperfeiçoamento do indivíduo, as regras jurídicas facilitam o convívio social, procurando prevenir e solucionar conflitos. Por essa razão, as normas morais regulam principalmente a conduta interna da pessoa, e o direito interessa-se pelo comportamento externo e não pelos motivos da ação humana ou pelo pensamento.
Diferenças entre Direito e Moral
	
	Moral
	Direito
	Finalidade
	Aperfeiçoamento interno
	Evitar conflitos sociais
	Fonte
	Autoridades morais, grupos sociais
	Estado
	Critério de Reconhecimento
	Aceitação pelos destinatários
	Validade Formal
	Sanções
	Informais, sem coerção física
	Formais, coercitivas
	Conteúdo
	Restrito, rigoroso
	Amplo, menos exigente
	Conhecimento
	Fácil acesso
	Difícil acesso
Avaliação – Conteúdo
- Teoria Tridimensional - Miguel Reale;
- Fontes do Direito;
- Direito e Justiça;
- Direito e Moral;
- Fontes formais e materiais.

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