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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CURSO SUPERIOR DE AVIAÇÃO CIVIL METEOROLOGIA AERONÁUTICA I Professor Dr. Edson Cabral São Paulo 2010 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA AERONÁUTICA.............................................3 2. ATMOSFERA.........................................................................................................10 3. TEMPERATURA....................................................................................................13 4. UMIDADE...............................................................................................................22 5. PRESSÃO ATMOSFÉRICA...................................................................................29 6. MASSSAS DE AR E FRENTES.............................................................................38 7. ALTIMETRIA..........................................................................................................43 8. VISIBILIDADE, NUVENS E NEVOEIROS..............................................................50 9. CÓDIGOS METEOROLÓGICOS...........................................................................59 10. CARTAS METEOROLÓGICAS............................................................................74 11 TURBULÊNCIA.....................................................................................................76 12.ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA..........................................................................80 13. TROVOADAS.......................................................................................................85 14. VENTOS E CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA........................................................89 15. FORMAÇÃO DE GELO........................................................................................97 LISTAS DE TESTES................................................................................................103 2 1. INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA AERONÁUTICA A Meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos da atmosfera e se divide em: Pura: voltada para a área da pesquisa – meteorologia sinóptica, dinâmica, tropical, polar etc. Aplicada: voltada para uma atividade humana – meteorologia marítima, aeronáutica, agrícola, bioclimatologia etc. A Meteorologia Aeronáutica é o ramo da meteorologia aplicado à aviação e que visa, basicamente, a segurança, a economia e a eficiência dos vôos. A Meteorologia Aeronáutica vem obtendo, nas últimas décadas, um alto grau de desenvolvimento de técnicas de observação/previsão e sofisticação de equipamentos, acompanhando paralelamente a evolução da aviação e, nisso contribuindo para um maior grau de segurança e economia das operações aéreas. 1.1. BREVE CRONOLOGIA DA METEOROLOGIA NO SÉCULO XX • 1920 – A Organização Meteorológica Internacional (OMI) cria a Comissão Técnica de Meteorologia Aeronáutica; • Anos 30 – a meteorologia tem grande impulso com a elaboração da teoria das frentes (Escola Norueguesa); 3 Figura 1 – Aeronave da Marinha Norte Americana com um meteorógrafo preso às asas registrando pressão, temperatura e umidade em 13 de dezembro de 1934. fonte: http://www.photolib.noaa.gov/historic/nws/nwind18.htm • Anos 30 (final) – introdução da Radiossonda: Figuras 2 e 3 – Meteorologistas preparando e lançando radiossondas fonte: http://www.noaa.gov • Anos 40 – utilização do Radar na Meteorologia; Figura 4 - Radar de superfície Fonte: http://www.noaa.gov • Anos 50 (início) – introdução da previsão meteorológica numérica (Análise Sinótica e Previsão de Macro-Escala); 4 • 1954 - A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI/ICAO) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM/WMO) firmam acordo de mútua cooperação; • 1960 – Lançamento do 1o satélite meteorológico – TIROS; Figuras 5 e 6 – Fotografia do equipamento e da primeira imagem do Satélite TIROS Fonte: http://www.noaa.gov. 5 • Últimas décadas – Aplicação do Radar Doppler na Aviação; • 1994 – Implantação do Supercomputador do INPE • Tempos recentes – difusão crescente da Internet na troca de informações meteorológicas e melhoria dos modelos de previsão e nos equipamentos de detecção de fenômenos adversos à aviação (turbulência, nevoeiros etc.). 1.2. ORGANIZAÇÃO DA METEOROLOGIA Dois organismos internacionais ligados à ONU (Organização das Nações Unidas) regem as atividades ligadas à Meteorologia Aeronáutica em termos mundiais: a OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) ou ICAO (International Civil Aviation Organization), com sede em Montreal (Canadá) e a OMM (Organização Meteorológica Mundial) ou WMO (World Meteorological Organization), com sede em Genebra (Suíça). A OACI é o órgão dedicado a todas atividades ligadas à aviação civil internacional, sendo um de seus principais objetivos possibilitar a obtenção de informações meteorológicas necessárias para a maior segurança, eficácia e economia dos vôos. A OMM é um organismo das Nações Unidas, que auxilia tecnicamente a OACI no tocante à elaboração de normas e procedimentos específicos de Meteorologia para a aviação, assim como no treinamento de pessoal da área. Em termos globais, existem dois Centros Mundiais de Previsão de Área ou WAFC (World Area Forecast Center), Washington e Londres, responsáveis pela elaboração de Cartas Meteorológicas de Tempo Significativo (SIGWX) e de Cartas de Vento em vários níveis de altura 6 (WIND ALOFT PROG) de várias partes do planeta, além de diversos Centros Nacionais de Meteorologia Aeronáutica (CNMA) No Brasil, o Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA) é o órgão que coleta todas as informações meteorológicas básicas fornecidas pela rede de estações meteorológicas e posteriormente faz a análise e o prognóstico do tempo significativo para sua área de responsabilidade – entre os paralelos 12oN/40O S e meridianos 010O W/080O W. As Cartas de tempo significativo (SIGWX) são repassadas aos demais centros da rede, além das previsões recebidas dos Centros Mundiais de Previsão (WAFC) e outras informações meteorológicas de interesse aeronáutico. Para desempenhar as atividades relacionadas à navegação aérea, a meteorologia brasileira está estruturada sob a forma de uma rede de centros meteorológicos (RCM) e estações de coleta de dados meteorológicos (REM). Além do Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica, existem outros Centros Meteorológicos Nacionais como os Centros Meteorológicos de Aeródromo (CMA), localizados em aeródromos com o objetivo de prestar apoio meteorológico à navegação aérea e classificados em classes de 1 a 3, de acordo com suas atribuições, assim como os Centros Meteorológicos de Vigilância (CMV) responsáveis por monitorar as condições meteorológicas de sua área de vigilância, apoiando os órgãos de Tráfego Aéreo e as aeronaves que voam em suas respectivas Regiões de Informação de Vôo (FIR)) e expedindo as mensagens AIRMET e SIGMET. Os Centros Meteorológicos de Aeródromo Classe I são responsáveis pela elaboração de mensagens do tipo TAF (Terminal Aerodrome Forecast), GAMET, WS WARNING e Avisos de Aeródromo, que serão abordados de forma detalhada no capítulo de Códigos Meteorológicos. 7 Completando a Rede de Centros, existem também os Centros Meteorológicos Militares (CMM), que atuam exclusivamente para atender a aviação militar. A Rede de Estações Meteorológicas é composta, porsua vez, de Estações Meteorológicas de Superfície (EMS), Estações Meteorológicas de Altitude (EMA), Estações de Radar Meteorológico (ERM) e Estações de Recepção de Imagens de Satélite (ERIS). A Rede de Estações Meteorológicas coleta, processa, registra e difunde dados meteorológicos de superfície e altitude visando dar suporte à navegação aérea. As Estações Meteorológicas de Superfície (EMS) objetivam coletar e processar dados meteorológicos de superfície para fins aeronáuticos e sinóticos e são localizadas em aeródromos. São responsáveis pela confecção dos Boletins METAR e SPECI, com as condições de tempo presente dos aeroportos. As Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) coletam, por intermédio de Radiossondagem, dados de pressão, temperatura, umidade, direção e velocidade do vento, em vários níveis da atmosfera. As Estações de Radar Meteorológico (ERM) tem como escopo realizar a vigilância contínua na área de cobertura dos radares e divulgar as informações obtidas de forma rápida e confiável aos Centros Meteorológicos de Vigilância. As Estações de Recepção de Imagens de Satélites (ERIS) tem como objetivo obter as imagens de satélites meteorológicos nos canais visível e infravermelho, complementando os dados necessários para os centros meteorológicos para a elaboração de previsões. A responsabilidade das atividades da meteorologia aeronáutica no Brasil está a cargo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA (do Comando da Aeronáutica) e da Empresa Brasileira de Infra- 8 Estrutura Aeroportuária (INFRAERO), que é responsável, nesse sentido, por uma grande parte desses serviços em todo o território nacional. Como membro da OACI, o Brasil assumiu compromissos internacionais com vistas a padronizar o serviço de proteção ao vôo de acordo com os regulamentos dessa organização. Sendo assim, o DECEA normaliza e fiscaliza os serviços da área de Meteorologia conforme os padrões da OMM, OACI e interesses nacionais. Figura 7 – Organograma de organizações da área de Meteorologia. 9 ONU OACI (ICAO) OMM (WMO) COMANDO DA AERONÁUTICA DECEA REM EMS EMA ERM RCM CMA CMV CMM MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO COMANDO DA MARINHA INMET DHN CNMA 2. ATMOSFERA O primeiro papel da atmosfera no clima é o efeito térmico regulador, além de proteger o planeta contra meteoritos. Na hipótese de sua ausência, a temperatura diária oscilaria entre 110ºC de dia e -185ºC durante a noite. Esquematicamente, a atmosfera é um envoltório gasoso que se compõe de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases (argônio (0,92%), hélio, hidrogênio, óxido de carbono, dióxido de carbono, amônia, neônio, xenônio, ozônio etc.). Além disso, contém vapor d’água, água em estado líquido, sob forma de gotículas em suspensão, cristais de gelo e micro-partículas (poeira, cinzas e aerossóis). O vapor d’água, apesar do importante papel na existência dos inúmeros fenômenos meteorológicos, se apresenta em quantidades variáveis, porém não faz parte da composição básica da atmosfera. A atmosfera é composta por várias camadas: Troposfera, Tropopausa, Estratosfera, Ionosfera ou Termosfera, Exosfera e Magnetosfera. A Troposfera é a camada mais próxima da superfície terrestre e sua altura varia, conforme a latitude: • 7 a 9 km nos pólos (maior compressão dos gases devido à menor temperatura) • 13 a 15 km nas latitudes temperadas • 17 a 19 km no equador (atmosfera mais expandida devido à maior temperatura) 10 Nas faixas de baixas latitudes, próximas ao equador, a maior incidência de radiação solar faz com que as moléculas de ar sejam mais expandidas e a altura da troposfera seja maior e, em direção aos polos, com temperaturas cada vez menores, a troposfera se torna cada vez menor. Grande parte dos fenômenos meteorológicos ocorre na Troposfera, devido ao alto teor de vapor d’água, a existência dos núcleos de condensação ou higroscópios (areia, poeira, sal, fuligem, pólens, bactérias etc.), e ao aquecimento ou resfriamento por radiação. Cerca de 75% do ar atmosférico se concentra nesta camada. Na Troposfera a temperatura decresce com a altitude, na vertical, da ordem de, aproximadamente, 0,65ºC/100 m ou 2ºC/1.000 ft (gradiente térmico vertical). A Tropopausa, por sua vez, é a camada que separa a parte superior da Troposfera da Estratosfera; possui cerca de 3 a 5 km de espessura e, da mesma forma que a Troposfera, é mais alta na área do Equador do que em direção aos Pólos. A principal característica da Tropopausa é a isotermia, ou seja, seu gradiente térmico vertical é isotérmico, com a temperatura praticamente invariável na vertical. A Estratosfera é a camada seguinte da atmosfera, que alcança até aproximadamente 70 km de altitude. A principal característica desta camada é o aumento da temperatura com a altitude (inversão térmica). Entre 20 e 50 km de altitude se verifica a Ozonosfera , ou camada de ozona ou ozônio, que atua como um filtro protegendo a Terra contra a radiação ultravioleta. 11 A Ionosfera ou Termosfera é uma camada eletrizada, que vai de 70 km até cerca de 400 a 500 km de altitude. A ionização da camada ocorre pela absorção dos raios gama, raios X e ultravioleta do Sol. Esta camada auxilia na propagação das ondas de rádio. A Exosfera tem seu topo a aproximadamente 1.000 km de altitude, com a mudança da atmosfera terrestre para o espaço interplanetário; esta camada também é muito ionizada, porém o ar é muito rarefeito, impossibilitando a filtragem de radiação solar. A Magnetosfera é o próprio espaço interplanetário, cujo limite varia em torno de 60.000 a 100.000 km da Terra. Figura 8 – Camadas da atmosfera Fonte: http://www.fisicaecidadania.ufjf.br/conteudos/outros/meteorologia/meteorologia3.html 12 03. TEMPERATURA A temperatura pode ser definida como o grau de calor de uma substância ou a medida da energia de movimento das moléculas: um corpo quente consiste de moléculas movimentando-se rapidamente e vice-versa. Instrumentos – As temperaturas são medidas pelos termômetros e registradas pelos termógrafos. O aumento ou diminuição da temperatura faz com que o líquido contido no interior dos termômetros (mercúrio ou álcool) se expanda ou retraia dando uma indicação numérica, em uma das seguintes escalas termométricas – Celsius, Fahrenheit, Kelvin. Na escala Celsius (ºC) o zero corresponde à temperatura de solidificação da água e 100ºC de sua ebulição. Na escala Fahrenheit (ºF) o zero ºC corresponde a 32ºF e 212ºF a 100ºC. Na escala Kelvin (ºK), por sua vez, o zero corresponde a –273ºC ou zero absoluto. Nos aeroportos o parâmetro temperatura é medido pela leitura do termômetro de bulbo seco de um psicrômetro indicando a temperatura do ar e, em alguns aeródromos, por meio de um termômetro colocado acima de uma placa semelhante à pista do aeródromo, mostrando a temperatura do ar ambiental da pista. Em altitude, obtém-se a indicação de temperatura por meio de termômetros no interior das aeronaves e também nos balões de radiossondagem. 13 Em estações meteorológicas de superfície de aeródromos que não operam 24 horas, são utilizados também os termômetros de máxima e mínima. Figura 9 – Termógrafo Fonte: http://www.meteochile.cl Figura 10 – Termômetro de máxima e mínima Fonte: http://www.meteochile.cl 14 Figura 11 - Sensor de temperaturade pista do Aeroporto de Guarulhos Fonte: CABRAL, E. Conversão – Tendo em vista as diferentes Escalas Termométricas, em algumas situações é necessário fazer a conversão, por exemplo, da escala Celsius em Fahrenheit e vice-versa, conforme fórmula mostrada abaixo. C = F- 32 5 9 Obs.: Nos computadores de bordo existe uma régua para a conversão das respectivas escalas. Propagação do calor – A propagação do calor na atmosfera é feita por intermédio de 4 processos: Radiação: ocorre com a transferência do calor através do espaço; ex.: radiação solar – com a transformação de energia térmica do sol (6000ºK) em radiação eletromagnética (ondas curtas) que atingem a atmosfera e a superfície terrestres. 15 Condução: é a transferência de calor de molécula a molécula, como por exemplo, nos metais. O ar rarefeito, por sua vez, é um péssimo condutor de calor, assim como elementos como cortiça, amianto, feltro, lã etc. Ex.: Ao aquecermos continuamente a ponta de uma haste de ferro ocorrerá o aquecimento de toda a sua superfície pelo processo de condução de calor. Convecção: transferência de calor por meio de movimentos verticais do ar, com a formação de correntes ascendentes e descendentes, denominadas “correntes convectivas”. Ex.: Em um dia de verão, a radiação solar aquece a superfície de uma região e o ar na camada inferior da troposfera, por se tornar mais leve e quente, ascende para níveis mais elevados por meio das correntes convectivas, podendo formar nuvens cumulus e posteriormente cumulonimbus. Advecção: transferência de calor por intermédio de movimentos horizontais do ar como, por exemplo, pelo transporte pelos ventos. Figura 12 – Mecanismos de transferência de calor Fonte: GRIMM 16 Densidade do ar: a densidade pode ser definida como a relação entre a massa ou quantidade de determinada substância e o seu volume. Nos níveis inferiores da atmosfera o ar apresenta uma maior concentração de moléculas, diminuindo conforme aumenta a altitude; portanto, a densidade do ar é inversamente proporcional à altitude. A temperatura também influi na densidade do ar, visto que, por exemplo, o ar quando aquecido se torna mais leve e se expande (menor densidade). Temperaturas do ar em voo – Os termômetros colocados a bordo das aeronaves sofrem pequenos erros, durante os vôos, devido à radiação solar direta, a compressão e o atrito do ar. Com relação a esse parâmetro, existem os seguintes tipos de leituras de temperatura de bordo: IAT (Indicated Air Temperature) – temperatura indicada no termômetro de bordo. CAT (Calibrated Air Temperature) – temperatura indicada mais a correção instrumental. TAT (True Air Temperature) – temperatura do ar verdadeira; é a temperatura calibrada mais a correção do erro provocada pelo atrito do ar com a aeronave. Variação da temperatura Diária - Devido ao movimento de rotação da terra, existe uma variação diurna/noturna da temperatura, sendo que o seu valor máximo ocorre por volta das 16 horas, após o aquecimento da superfície e o valor mínimo próximo do nascer do sol. 17 Latitudinal - De acordo com a curvatura e a inclinação da terra, a região que mais recebe energia solar, durante o ano, é a localizada entre as latitudes de 23º N e 23ºS (região tropical) e dentro desta, existe uma região mais aquecida – equador térmico, cuja posição média é 5ºN, variando em latitude de acordo com a estação do ano. Sazonal - Em razão das diferentes estações do ano, motivada pela inclinação do eixo norte-sul da Terra, conjuntamente com o movimento de translação (revolução) – movimento da terra em torno do sol, verifica- se uma variação sazonal das temperaturas no globo terrestre. Ocorre um movimento aparente do sol desde o Trópico de Câncer, em junho até o Trópico de Capricórnio, em dezembro. Nos meses de março e setembro a radiação solar se distribui de maneira semelhante nos dois hemisférios, porém, nos demais períodos, sempre um dos hemisférios está mais exposto à radiação solar. Amplitude térmica – é a diferença entre as temperaturas máxima e mínima de um local. Os desertos, por exemplo, devido à baixa umidade relativa do ar e quase ausência de nuvens, possuem alta amplitude térmica diária, podendo variar de –30ºC (noite) até cerca de 50ºC (dia). As regiões litorâneas, tendo em vista a existência de maior umidade no ar (regulador térmico) pode apresentar, por exemplo, extremos de temperatura de 30ºC (dia) e 20ºC (noite). Efeito estufa – A energia solar, ao penetrar na atmosfera, é parcialmente absorvida por constituintes do ar (O³, CO², vapor d´ água etc.) sofrendo uma atenuação. A energia solar absorvida pela superfície da terra provoca seu aquecimento. A superfície aquecida passa a irradiar calor, uma parte da qual é absorvida por nuvens e por partículas 18 em suspensão. Uma parte do calor absorvido por nuvens e por poeiras é devolvida à superfície, se constituindo no efeito estufa, que se trata, portanto, de um fenômeno natural, porém, podendo ser agravado com a poluição atmosférica e tendendo a tornar a terra mais aquecida. Figura 13: Efeito estufa Fonte: http://www.ecoequilibrio.hpg.ig.com.br Gradiente térmico vertical – é a variação da temperatura com a altitude, tendo em vista a distribuição decrescente de moléculas de ar na troposfera. O gradiente térmico vertical padrão na troposfera é da ordem de 0,65ºC/100 m ou 2ºC/1000 pés (ft). 19 Inversão térmica – é o fenômeno que ocorre quando, em uma determinada porção da atmosfera, a temperatura aumenta com a altitude. É comum nos períodos de outono e inverno devido ao resfriamento da superfície durante as noites e madrugadas e o surgimento de uma camada superior de inversão. Outros tipos de inversão térmica podem estar associados a frentes e subsidência em altitude. Obs: O sol é a única fonte de energia importante para a terra. A energia solar é a causa responsável por todos os fenômenos meteorológicos que ocorrem na atmosfera terrestre. A energia solar, ao atingir a superfície da terra, provoca seu aquecimento e essa superfície passa a irradiar calor e atuar nos processos atmosféricos. Albedo É a relação entre o total de energia refletida e o total da energia que incide sobre uma superfície. O albedo médio da terra é 0,35 (35%). As superfícies claras como neve ou topos de nuvens cumuliformes (cumulus e cumulonimbus) apresentam alta refletividade (albedo) e superfícies escuras como o asfalto apresentam baixa refletividade e altas taxas de absorção. A seguir são mostradas duas tabelas com valores de albedo, ou taxas de refletividade, em vários tipos de nuvens e várias superfícies distintas. 20 Tabela 1 - Albedo de vários tipos de nuvens: Tipo de nuvem Albedo % Cumuliforme 70-90 Cumulonimbus: Grande e Espessa 92 Stratus (150-300 metros de espessura) 59-84 Stratus de 500 metros de espessura, sobre o oceano 64 Stratus fino sobre o oceano 42 Altostratus 39-59 Cirrostratus 44-50 Cirrus sobre o continente 36 Fonte: Ayoade, 1986, p. 28 Tabela 2 - Albedo de vários tipos de superfície Superfície Albedo % Solo negro e seco 14 Solo negro e úmido 8 Solo nu 7-20 Areia 15-25 Florestas 3-10 Campos naturais 3-15 Campos de cultivo secos 20-25 Gramados 15-30 Neve recém-caída 80 Neve caída há dias ou semanas 50-70 Gelo 50-70 Água, altitudesolar > 40° 2-4 Água, altitude solar 5-30° 6-40 Cidades 14-18 Fonte: Ayoade, 1986, p. 29 21 4. UMIDADE A umidade atmosférica é o teor de vapor d’água presente na atmosfera. As fontes de umidade principais se encontram nos oceanos, lagos, pântanos, solo úmido e vegetação. Em relação à umidade atmosférica, duas são as formas de mensurá-la, calculando a umidade absoluta e também a umidade relativa. A umidade absoluta é a quantidade, em gramas, de vapor d’água por unidade de volume, em metros cúbicos, de ar. O máximo de vapor d’água que o ar pode conter é 4% de seu volume (significando ar saturado com 100% de Umidade Relativa) e este é proporcional à temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura, maior o conteúdo de umidade que uma parcela de ar poderá conter, conforme mostrado na tabela 3. TABELA 3 – VALORES DE CONTEÚDO DE UMIDADE NO PONTO DE SATURAÇÃO PARA VÁRIAS TEMPERATURAS (Gates, 1972) Temperatura (ºC) Conteúdo de umidade (g/m³) -15 1,6 -10 2,3 -5 3,4 0 4,8 10 9,4 15 12,8 20 17,3 25 22,9 30 30,3 35 39,6 40 50,6 Fonte: Ayoade, J.O., 1986, p. 144 22 O ar úmido é mais leve que o ar seco, pois as moléculas de vapor d’ água (peso molecular) são mais leves que as moléculas de nitrogênio e oxigênio. A umidade relativa, por sua vez, indica a concentração de vapor d’água na atmosfera. É a relação entre a quantidade de vapor d’água existente no ar e o que poderia conter sem ocorrer saturação em condições iguais de temperatura e pressão. O excedente condensa, isto é, volta ao estado líquido sob a forma de gotículas (nevoeiros ou nuvens), podendo ficar em suspensão na atmosfera ou precipitar-se. Mede-se a umidade relativa com o psicrômetro (por intermédio de tabelas) ou diretamente com o higrômetro. Ex.: 1% de vapor d´água = 25% UR O psicrômetro é formado por um par de 2 termômetros de onde se extrai a temperatura do ar, temperatura do bulbo úmido, ponto de orvalho (temperatura até a qual o ar precisa resfriar-se para que o teor de umidade atinja a saturação) e umidade relativa do ar. Outro conceito importante é o de temperatura do ponto de orvalho, definido como aquela até a qual o ar precisa resfriar-se para que o teor de umidade atinja a saturação. Obs.: Nos Boletins METAR aparece juntamente com a temperatura do ar – ex.: 20/15 (temperatura do ar 20ºC e temperatura do ponto de orvalho 15ºC); a diferença entre esses dois valores indica maior ou menor umidade relativa do ar. 23 CICLO HIDROLÓGICO O ciclo hidrológico “inicia-se” com a evaporação (transformação de um líquido em gás ou vapor) das superfícies líquidas do planeta. Estima-se que evaporação média anual dos oceanos seja de 1.400 mm. Cerca de 20% desse volume é transferido para os continentes, onde vai provocar precipitação. O processo é dez vezes mais intenso nas latitudes intertropicais em relação às médias e altas e mais importante no hemisfério sul, que tem 4/5 de sua superfície ocupada por oceanos. Figura 14. Ciclo hidrológico Fonte: http://sustentavel-habilidade.blogspot.com/ Na atmosfera, dentro do Ciclo hidrológico, ocorrem várias mudanças de estado, como a sublimação, condensação, solidificação, evaporação e fusão, conforme detalhamento a seguir. 24 Sublimação – vapor – sólido (vapor d’água para cristais de gelo) ou sólido-vapor (cristais de gelo para vapor d’água) – ex: formação de nuvens cirrus. Condensação – estado gasoso – estado líquido (vapor d’água para gotículas) – ex.: nuvens e nevoeiros. Solidificação (congelação) – estado líquido – estado sólido. Evaporação – estado líquido – estado de vapor Evaporação – natural (superfícies como lagos e oceanos) Ebulição (artificial) Fusão – estado sólido – estado líquido – ex: derretimento de neve ou granizo. HIDROMETEOROS São fenômenos meteorológicos formados pela agregação de moléculas de vapor d´água em torno de núcleos de condensação ou higroscópicos (sal marinho, fuligem, pólens, poeira, areia) por meio dos processos de condensação ou sublimação. Podem ser depositados, suspensos ou precipitados. Depositados • Orvalho – condensação de vapor d´água sobre superfície mais fria. • Geada – sublimação do vapor com temperatura por volta de 0°C – Em princípio as geadas não causam grandes danos à aeronavegabilidade e podem se formar tanto no solo quanto em vôo, depositando-se em fina camada, aderindo aos bordos de ataque, 25 pára-brisa e janelas dos aviões. Quando a aeronave desce de uma camada superesfriada para uma camada úmida e mais quente, poderá haver a formação de um gelo leve, macio e pouco aderente, que pode ser removido pelos métodos tradicionais, porém o gelo pode reduzir momentaneamente a visibilidade do piloto devido à sublimação no pára-brisa, devendo esse gelo ser removido com o uso dos próprios limpadores. As geadas ocorrem também em superfície, particularmente em noites claras de inverno, devido à perda radiativa, em ondas longas, do calor do solo para o espaço. • Escarcha – sublimação do vapor d´água em superfícies verticais como árvores. Suspensos • Nuvens – gotas d´água ou cristais de gelo, de acordo com a altura em que se formam. • Nevoeiro – gotas d´água ou cristais de gelo restringindo a visibilidade horizontal a menos de 1000 metros, com elevados valores de umidade relativa do ar, geralmente próximos a 100%, causando riscos às operações aéreas. • Névoa úmida – gotas d´água com UR >= 80% e visibilidade horizontal >= 1000 metros e até 5000 (nos boletins METAR) Precipitados • Caracterizam-se pelo tipo (chuva, chuvisco, neve, granizo e saraiva), intensidade (leve, moderada ou forte) e caráter (intermitente, contínua ou pancadas) • Chuva – gotículas d´água que caem das nuvens e tem diâmetros >= 0,5 mm 26 • Chuvisco – gotículas d´água que precipitam das nuvens baixas (stratus) e podem reduzir significativamente a visibilidade horizontal – gotículas com diâmetros < 0,5 mm • Neve – precipitação sob a forma de flocos de gelo com temperaturas próximas a 0°C – No Brasil existe pouca ocorrência de neve, quase que exclusivamente no sul do país, particularmente no inverno. • Granizo – precipitação sob a forma de grãos de gelo com diâmetros < 5 mm (provenientes de cumulonimbus) • Saraiva – precipitação de grãos de gelo >= 5 mm (CB) LITOMETEOROS • Fenômenos meteorológicos que ocorrem com a agregação de partículas sólidas suspensas na atmosfera – UR < 80 % • Névoa seca – partículas sólidas (poluição) que restringem a visibilidade entre 1000 e 5000 metros (METAR) • Poeira – partículas de terra em suspensão • Fumaça – partículas oriundas de queimadas – distingue-se pelo odor. Obs.: nas regiões centro-oeste e norte do país, os episódios de névoa seca e fumaça ocasionados pelas queimadas e devido à baixa umidade do ar levam à reduções críticas de visibilidade, principalmente no final de inverno e primavera. Aeródromos situados nessas regiões podem apresentar restrições às operações aéreas por dias consecutivos. Dados do antigo Departamento de Aviação Civil, relativos a um período de 5 anos, mostram 2 acidentes aéreos ocorridos em 2002 associados à presença de fumaça (Guarantã do Norte – MT e Fazenda Tarumã – PA) 27 INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS Figura 15 – Foto interna do abrigo meteorológico da Estação Meteorológica de Vargem, SP, pertencente à SABESP, contendo um psicrômetro, termômetros de máximae mínima, higrotermômetro digital, microbarógrafo e higrotermógrafo. Fonte: CABRAL, E. INSTRUMENTOS PARA A MENSURAÇÃO DA UMIDADE Figura 16 – Higrômetro analógico, higrotermômetro digital, psicrômetro giratório e psicrômetro fixo. Fonte: http://www.iope.com.br 28 5. PRESSÃO ATMOSFÉRICA A pressão atmosférica é definida como o peso exercido por uma coluna vertical de ar sobre a superfície. Figura 17 – Esquema de representação da pressão atmosférica. Fonte: Silva, M.A.V. A unidade de medida da pressão atmosférica é o hectopascal (hPa), que substituiu a antiga unidade milibar (mb), em homenagem a Pascal, cientista que, pela primeira vez, demonstrou a influência da altitude na variação da pressão. A pressão média, ao nível do mar, é admitida como sendo 1.013,25 hPa ou 1 AT (Atmosfera). Verticalmente, nas camadas inferiores da troposfera, a pressão decresce, em altitude, à razão de 1 hPa a cada 9 metros. A pressão diminui com a altitude, pois há a diminuição da coluna de ar, se tornando o ar cada vez mais rarefeito. 29 Figura 18 – Variação da pressão com a altitude. Fonte: http://www.geog.ouc.bc.ca/physgeog/home.html Instrumentos O instrumento que mede a pressão é o barômetro e os que registram são o barógrafo e o microbarógrafo. Exemplos: • Barômetro de mercúrio (hidrostático) • Barômetros aneróides (elásticos) – microbarógrafo, altímetro. Figura 19 – Foto de um barômetro de mercúrio. Fonte: http://www.meteochile.cl 30 Figura 20 – Foto de um microbarógrafo Fonte: http://www.meteochile.cl Figura 21 - Foto de barômetro analógico. Fonte: http://www.meteochile.cl 31 Figura 22 - Foto de altímetro. Fonte: http://www.meteochile.cl VARIAÇÃO DE PRESSÃO: Diária – Na região intertropical, devido a alterações dos valores diurnos e noturnos de temperatura e umidade, ocorre, em situações de tempo relativamente estável uma “maré barométrica” com pressões mais elevadas às 10 e 22 horas e menores às 04 e 16 horas. A maré barométrica pode não ocorrer, por exemplo, quando na presença de um sistema frontal ou linha de instabilidade no local. Figura 23 – Maré barométrica a partir do diagrama de um microbarógrafo. Fonte: E-FLY, 2002. 32 Dinâmica – de acordo com os deslocamentos das massas de ar/sistemas. Ex.: Se uma massa de ar mais fria ou mais seca se desloca para uma determinada região, a pressão aumenta e, se uma massa de ar mais quente ou mais úmida se desloca, haverá a diminuição da pressão atmosférica à superfície. Altitude – a pressão varia inversamente com a altitude. Um aeródromo situado ao nível médio do mar apresenta, em relação a outro aeródromo próximo, situado a uma altitude mais elevada, pressão atmosférica maior. Obs.: Variação de Pressão com a altitude › 1 hPa ~ 30 Pés ~ 9 Metros. SISTEMAS DE PRESSÃO Alta pressão – denominado anticiclone, mostra pressões maiores em direção ao centro e circulação divergente (sentido horário no h. Norte e anti-horário no h. Sul). Associa-se normalmente com tempo estável devido à subsidência do ar. Figura 24 – Esquema de sistema de Alta Pressão na América do Sul Fonte: Silva, M.A.V. 33 Crista – área alongada de altas pressões, onde predomina o tempo estável. Baixa pressão – denominado ciclone, apresenta pressões menores em direção ao seu núcleo e circulação convergente (sentido anti-horário no hemisfério norte e horário no hemisfério sul). Associa-se usualmente com tempo instável devido à confluência e ascensão dos fluxos de ar. Cavado – área alongada de baixas pressões onde predomina o tempo instável, podendo estar associadas linhas de instabilidades e frentes, prejudicando as operações aéreas. Figura 25 – Esquema de sistema de Baixa Pressão na América do Sul Fonte: Silva, M.A.V. Obs.: o processo de formação e desenvolvimento de um centro de baixa pressão é denominado de ciclogênese. Colo – região localizada entre dois sistemas de altas e dois sistemas de baixas pressões (vide figura 27); apresenta normalmente ventos com direções variáveis, porém com pouca intensidade. 34 Se considerarmos o Globo terrestre, zonalmente e em macro-escala, a distribuição das pressões obedecem ao seguinte esquema, em ambos os hemisférios: • latitude zero = baixas pressões • latitude 30º = altas pressões • latitude 60º = baixas pressões • latitude 90º = altas pressões Os maiores desertos do mundo (África, EUA, Austrália, Índia etc.) ficam sob os cinturões de altas pressões (latitudes de aproximadamente 30º), inibindo a formação de nuvens e precipitação. As áreas de baixas pressões (ciclônicas) apresentam, via de regra, maiores totais pluviométricos, situando-se nas latitudes próximas de 0º e 60º. Figura 26 – Sistemas atmosféricos do globo. Fonte: Jeppesen, 2004. 35 Figura 27 - Exemplo de Carta Sinótica da América do Sul Fonte: http://www.mar.mil.br Obs.: Os valores de pressão obtidos em locais com altitudes diferentes, antes de serem comparados, são convertidos ao nível médio do mar em valores de pressão denominados QFF, aplicando-se a correção correspondente à altitude de cada um deles. Linhas que unem pontos de igual pressão chamam-se isóbaras. 36 Figura 28 – Simbologia utilizada em Cartas Sinóticas Fonte: http://www.mar.mil.br 37 6. MASSAS DE AR E FRENTES As massas de ar são definidas como porções de ar de grandes dimensões que apresentam uma certa homogeneidade em relação à temperatura e umidade. A tabela 4 mostra a classificação das massas de ar conforme a região de origem, temperatura e teor de umidade. Tabela 4 – Classificação das massas de ar REGIÃO DE ORIGEM EQUATORIAL (E) TROPICAL (T) POLAR (P) COM RELAÇÃO Á TEMPERATURA QUENTE (W) FRIA (K) COM RELAÇÃO Á UMIDADE CONTINENTAL (C) = SECA MARÍTIMA (M) = ÚMIDA REPRESENTAÇÃO DAS MASSAS DE AR: As massas de ar podem ser representadas por 3 LETRAS – grau de umidade, REGIÃO DE ORIGEM e temperatura. Exemplos de massas de ar: mEw – marítima equatorial quente mTw – marítima tropical quente cPk – continental polar fria MASSAS DE AR QUE ATUAM NO BRASIL Região Amazônica – Predomina a Massa Equatorial (cEw e mEw) – alto grau de temperatura e umidade – forma nuvens de grande desenvolvimento vertical e intensas precipitações. No verão, parte da nebulosidade formada na região amazônica se desloca para as regiões 38 centro oeste e sudeste, caracterizando o fenômeno da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Massa Tropical (cTw e mTw) - centro de Alta Pressão varia de 15º S (inverno) a 30ºS (verão) e domina grande parte do território; no inverno o centro de Alta se localiza sobre o Planalto Central, ocasionando forte seca e inversões de temperatura; no verão se localiza mais ao sul, provocando o bloqueio das massas polares. Massa Polar – Pk – principalmente no inverno e primavera escoam da Antártida pelo sul do continente sul americano e atingem o Brasil; algumas delas atravessam os Andes, pelo Chile e, pelo efeito Föehn, provocam névoas na Patagônia e sul da Argentina; ao atravessar o Uruguai e sul do Brasil, novamente se intensificam chegando frias e úmidas sobre o Sudeste brasileiro. Ocasionalmente atingem a região amazônica no inverno, com forte intensidade, abaixando fortemente a temperatura (“friagem”). O avanço de massas de ar sobre superfícies de características diferentes provoca o surgimento de frentes, que são áreas de baixa pressão entre essas massas de ar, causandoinstabilidade atmosférica, muita nebulosidade e precipitação. As frentes estão, portanto, na transição de massas de ar diferentes. 39 Figura 29– Esquema de frente fria e frente quente Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7s.html Existem 4 tipos de frentes, a frente fria, a frente quente, a frente estacionária ou quase estacionária e a frente oclusa. Os indícios do avanço frontal são os seguintes: Aparecimento de nuvens cirrus no céu Elevação da temperatura Diminuição da pressão atmosférica Variação nos ventos – Hemisfério Sul – sopra vento NW quando há a aproximação de uma frente fria e flui de NE quando antecede uma frente quente. Principalmente na área próxima às latitudes de 60º norte e 60º sul, devido ao choque de ar polar e ar tropical nessas regiões, ocorre a formação de frentes, que recebe o nome de frontogênese. O processo de dissipação de uma frente é denominado de frontólise. 40 A faixa de nebulosidade e de mau tempo, com até 60 km de largura, com a presença de várias nuvens cumulonimbus (Cb) recebe a denominação de linha de instabilidade, que se forma nas latitudes temperadas e subtropicais antes da chegada de uma frente fria de rápido deslocamento. Uma frente fria surge quando uma massa de ar frio empurra uma massa de ar quente, ocupando o lugar desta. A frente fria é justamente a área de embate entre essas duas massas de ar. Características principais: Deslocamento: Hemisfério Sul – SW para NE Hemisfério Norte – NW para SE Instabilidade devido à ascensão do ar quente, com a formação de nebulosidade cumuliforme e chuvas em forma de pancadas, além de trovoadas; Nevoeiro pós-frontal. A frente quente surge quando uma massa de ar quente avança sobre uma massa de ar frio e ocupa seu lugar; às vezes pode se caracterizar como o retorno da massa de ar frio que sofreu alterações. A frente quente é a região de encontro entre essas duas massas de ar. Características principais: Deslocamento: Hemisfério Sul: NW para SE; Hemisfério Norte: SW para NE. Menor instabilidade, pois não ocorre a ascensão do ar frio e a rampa ou superfície frontal é menos inclinada. 41 Nebulosidade mais estratiforme e formação de névoas. Precipitação leve e contínua. Nevoeiro se forma antes de sua passagem. A frente estacionária é formada quando ocorre o equilíbrio de pressão entre a massa de ar que empurra e a que antecede a passagem da frente, diminuindo a velocidade de deslocamento da frente (fria ou quente) e inclusive seu estacionamento sobre uma região; no período de verão, sobre o Sudeste brasileiro, pode causar dias seguidos de fortes precipitações. Por fim, a frente oclusa ocorre quando uma frente fria alcança uma frente quente e uma ou outra eleva o ar mais quente; forma-se associada a um Ciclone Extratropical (Baixa pressão de forte intensidade). Figura 30 - Esquema de circulação do Hemisfério Norte. Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7s.html 42 7. ALTIMETRIA Conforme visto no capítulo 5, a atmosfera apresenta inúmeras variações de pressão e, na impossibilidade de se fazerem ajustes contínuos nos altímetros das aeronaves, foi criada a atmosfera padrão, para servir de base para os vôos. CONCEITOS: ATMOSFERA PADRÃO (ISA – International Standard Atmosphere): atmosfera hipotética idealizada por intermédio de médias climatológicas de várias constantes físicas a uma latitude de 45º, entre as quais: • Temperatura no nível médio do mar = 15ºC • Pressão atmosférica de 1013,2 hPa (29,92 pol. Hg ou 760 mm hg) ao nível do mar • Taxa de variação térmica na troposfera de cerca de 6,5 ºC por quilômetro ou aproximadamente 2ºC para cada 1000 pés. • Tropopausa de 11 km (36.000 pés) com temperatura de –56,5ºC. SUPERFÍCIES ISOBÁRICAS – superfícies de pressão paralelas ao nível padrão (1013,2 hPa) DEFINIÇÕES: Altímetro: barômetro aneróide que dá indicações de altitude ou altura a partir de uma pressão de referência. Conforme a aeronave sobe na atmosfera o altímetro indica altitude ou altura maiores, tendo em vista 43 encontrar pressões menores (atmosfera mais rarefeita e menor altura da coluna de ar). Existem três erros específicos de altimetria relacionados com as condições atmosféricas não padrão: • Pressão ao nível médio do mar diferente de 1013,2 hPa; • Temperatura maior ou menor que a temperatura padrão (15ºC ao nível médio do mar); • Fortes rajadas verticais. Ex. Quando uma aeronave voa em uma área cuja pressão ou temperatura real é inferior às da ISA, voa mais baixo do que indica o altímetro, fator de risco à navegação. Ao contrário, quando as condições reais de pressão ou temperatura são maiores que as da ISA, a aeronave voa mais alto que a indicação do altímetro. ALTITUDE PRESSÃO (ALTITUDE PADRÃO OU NÍVEIS DE VÔO - FL): distância vertical entre a aeronave e o nível padrão (1013,2 hPa). Quando a aeronave voa em rota se utiliza o ajuste padrão (QNE) como referência altimétrica. Todos os vôos de aeronaves em rota utilizam os níveis de vôo (FL) de tal forma que exista uma separação vertical entre as próprias aeronaves e entre elas e o terreno. Tabela 5 – Níveis de pressão constante PRESSÃO ALTITUDE PRESSÃO hPa Pés Metros FL 850 4781 1457 050 (5.000 pés) 700 9882 3012 100 (10.000 pés) 500 18289 5574 180 (18.000 pés) 300 30065 9164 300 (30.000 pés) 250 33999 10363 340 (34.000 pés) 200 38662 11784 390 (39.000 pés) 44 QNE: AJUSTE PADRÃO OU NÍVEL PADRÃO – 1013,2 hPa. ALTITUDE INDICADA: é a altitude real, utilizada para os procedimentos de pouso e decolagem a partir do informe, pelos órgãos de controle de tráfego aéreo, do ajuste do altímetro ou QNH (valor de pressão relativa ao nível do mar). QNH: ajuste do altímetro. Informado pelas torres de controle ou nas mensagens METAR. Representa a pressão verdadeira relativa ao nível médio do mar. EX.: METAR SBGR 022200Z 12010KT CAVOK 25/15 Q1015= NÍVEL DE TRANSIÇÃO: nível de vôo mais baixo disponível para uso, acima da altitude de transição. ALTITUDE DE TRANSIÇÃO: altitude na qual ou abaixo da qual a posição vertical de uma aeronave é controlada por referência a altitudes. CAMADA DE TRANSIÇÃO: espaço aéreo situado entre a altitude de transição e o nível de transição. O procedimento de transição é muito simples: as aeronaves que descendem ao nível de transição vem ajustadas em relação a níveis de vôo (QNE); ao descerem abaixo do nível de transição, o altímetro será ajustado com o QNH do aeródromo para indicar a altitude até a aproximação final. Na decolagem o procedimento será justamente o inverso. ALTITUDE DENSIDADE: é a altitude de pressão (altitude na atmosfera padrão) corrigida à temperatura não padronizada (fora da atmosfera padrão) ou, em outras palavras, é a correlação da performance da aeronave com a densidade do ar. 45 Ficou estabelecido que, no nível médio do mar, com as condições padrão de temperatura (15ºC) e pressão (1013,2 hPa), a altitude densidade é zero. Os principais fatores que afetam a AD são a altitude, temperatura e umidade do ar. Quanto maior a altitude e mais quente estiver a temperatura ambiente, menor será a densidade do ar e, consequentemente, maior a AD. Em termos médios, a altitude densidade aumenta cerca de 100 pés (acima da altitude pressão) para cada ºC de aumento na temperatura acima do padrão. Figura 31 – Esquema da relação da Temperaturax Pressão Fonte: Cabral e Romão (1999) 46 ALTURA OU ALTITUDE ABSOLUTA: distância vertical entre um ponto no espaço e a superfície. Para se obter indicações de altura é necessário ajustar o altímetro da aeronave com a pressão relativa ao nível da pista (QFE) do aeródromo de decolagem. Após a decolagem, qualquer valor lido no instrumento indicará a altura, em pés, da aeronave em relação ao solo (aeródromo). QFE: pressão ao nível da estação (tem como referência a pista), também denominado ajuste a zero. QFF: pressão da estação reduzida ao nível médio do mar, utilizada pelos meteorologistas visando a plotagem de cartas sinóticas. TAT: temperatura verdadeira do ar (temperatura de bordo corrigida para os erros instrumental e do atrito com o vento). Utilizada nos cálculos de altitude densidade e verdadeira de uma aeronave em vôo. EXEMPLOS DE CÁLCULOS DE ALTIMETRIA CÁLCULO DE TEMPERATURAS PADRÕES: ISA= 15ºC – 2ºC x AP 1000 FT Ex: altitude pressão de 2000 pés ISA = 15ºC – 2ºC x 2000/1000 = 11ºC Temperaturas padrões para alguns níveis: 20.000 PÉS = - 25ºC 10.000 PÉS = - 5ºC 5.000 PÉS = 5ºC 47 1.000 PÉS = 13ºC NMM = 15ºC CÁLCULOS DE VARIAÇÃO DA TEMPERATURA (∆ T) Ex: altitude pressão de 2.000 pés = 11ºC (ISA) Para uma temperatura verdadeira de 15ºC, a variação de temperatura será igual a 15ºC (TAT) -11ºC (ISA) = 4ºC CÁLCULO DE ALTITUDE DENSIDADE FÓRMULA: AD = AP + 100 x ∆ T Onde: ∆ T = diferença entre a temperatura lida e a temperatura ISA. AD = altitude densidade AP = altitude pressão 100 = constante Exemplo: para uma altitude pressão de 2.000 pés e uma variação de temperatura de 4ºC, temos: AD = 2000 + 100 x 4 = 2.400 ft. EM SUMA: TAT > ISA » AD > AP = atmosfera mais quente/pressão mais baixa TAT < ISA » AD < AP = atmosfera mais fria/pressão mais alta CÁLCULO DE ALTITUDE INDICADA Altitude corrigida do erro de pressão AI = AP + D D = (QNH – QNE)x 30 PÉS 48 OBS: VARIAÇÃO DE PRESSÃO COM A ALTITUDE › 1 hPa ~ 30 PÉS ~ 9 METROS. EX 1): 2000 PÉS + D, SENDO O QNH = 1018,2 hPa AI = 2000 PÉS + ((1018,2 hPa – 1013,2 hPa) x 30 PÉS) AI = 2000 PÉS + 150 PÉS AI = 2.150 PÉS QNH > QNE » AI > AP EX 2): 2000 PÉS + D, SENDO O QNH = 1008,2 hPa AI = 2000 PÉS + ((1008,2 hPa – 1013,2 hPa) x 30 PÉS) AI = 2000 PÉS - 150 PÉS AI = 1.850 PÉS QNH < QNE » AI < AP ALTITUDE VERDADEIRA DE VÔO ERRO COMBINADO DE TEMPERATURA E PRESSÃO Fórmula: AV = AI + 0,4 % AI x ∆ T EX. 1) AI = 2000 PÉS E ∆ T = 5ºC AV = 2000 + 2 x 2000 100 AV = 2040 PÉS EX. 2) AI = 4000 PÉS E ∆ T = 2ºC AV = 4000 + 0,8 x 4000 100 AV = 4032 PÉS 49 8. VISIBILIDADE, NUVENS E NEVOEIROS. A visibilidade é o grau de transparência da atmosfera; é a maior distância que um objeto pode ser visto e identificado sem auxílio óptico. A visibilidade afeta sobremaneira as operações de pouso e decolagem em aeródromos, bem como em rota, estando associada a inúmeros fenômenos meteorológicos, conforme pode ser observado na tabela 6. Tabela 6 . Fenômenos meteorológicos e restrições de visibilidade Elemento Visibilidade Umidade relativa Nevoeiro < 1.000 metros 100% ou próxima Névoa úmida Entre 1 e 5 km >= 80% Névoa seca Entre 1 e 5 km < 80% Fumaça <= 5 km < 80% Poeira <= 5 km < 80% Areia <= 5 km < 80% Precipitações Variável; chuvisco com > restrição Alta (~100%) Em meteorologia aeronáutica temos 5 referências de visibilidade: • Visibilidade horizontal – visibilidade do Observador Meteorológico em relação aos 360º em torno do ponto de observação; obtida com o auxílio de cartas de visibilidade. • Visibilidade vertical – distância máxima que o Observador pode ver e identificar um objeto na vertical (nuvens); utilizam-se os tetômetros (farol teto e eletrônico) para medir pontualmente a base da camada de nuvens. 50 Figura 32 – Tetômetro a laser Fonte: http://www.hobeco.com.br • Visibilidade oblíqua – visão do piloto quando em vôo em relação a um ponto no terreno. • Visibilidade de aproximação – distância na qual um piloto, em sua trajetória de planeio de aproximação por instrumento, pode ver os auxílios de pouso no umbral da pista. • Alcance visual da pista (Runway Visual Range ou RVR) – distância máxima, ao longo do eixo da pista, medida por equipamentos eletrônicos (visibilômetro, diafanômetro ou RVR) – informado na mensagem METAR quando a visibilidade horizontal for menor que 1.500 metros. 51 Figura 33 – Diafanômetro Fonte: http://www.vaisala.com As nuvens são fenômenos meteorológicos (aglomerado de partículas de água, líquidas e/ou sólidas, em suspensão na atmosfera) formados a partir da condensação ou sublimação do vapor d’água na atmosfera. Para sua formação deve haver: alta umidade relativa, núcleos higroscópios ou de condensação (sal, pólens, fuligem, material particulado) e processo de condensação (estado gasoso – estado líquido) /sublimação (vapor – sólido ou sólido - vapor). A atmosfera pode estar com uma condição de estabilidade, onde há ausência de movimentos convectivos ascendentes, podendo produzir nuvens estratiformes ou nevoeiro ou então apresentar condição de instabilidade, predominando os movimentos convectivos ascendentes e consequentemente produzindo nuvens do tipo cumulus e cumulonimbus. 52 As nuvens, portanto, denotam a condição de estabilidade ou instabilidade da atmosfera, de acordo com sua aparência e forma. Figura 34 – Esquema de gêneros de nuvens conforme a altura Fonte: Cabral e Romão (2000) Conforme o aspecto físico, as nuvens podem ser, em linhas gerais: Estratiformes – aspecto de desenvolvimento horizontal e pouco desenvolvimento vertical; podem ocasionar chuva leve e contínua (ex.: As) Cumuliformes – possui grande desenvolvimento vertical; denota uma atmosfera mais turbulenta; Cirriformes – origina-se de fortes ventos em altitude; são formados por cristais de gelo. Um dos critérios mais utilizados para a identificação e classificação de nuvens é por sua altura, conforme a tabela a seguir. 53 TABELA 7 - ESTÁGIOS DE FORMAÇÃO DAS NUVENS (Latitudes tropicais) ESTÁGIO ALTO (acima de 8 km) Cirrus (Ci) Cirrocumulus (Cc) Cirrostratus (Cs) Cristais de gelo ESTÁGIO MÉDIO (de 2 a 8 km) Nimbostratus (Ns) Altostratus (As) Altocumulus (Ac) Cristais de gelo e gotículas d’água ESTÁGIO BAIXO (de 100 pés a 2 km) Stratocumulus (Sc) Stratus (St) Gotículas d’água GRANDE DESENVOLVIMENTO VERTICAL (base aproximada de 3000 pés até topos de até 30 km) Cumulus (Cu) Cumulonimbus (Cb) Gotículas d’água e cristais de gelo *Latitudes tropicais Estágio alto (a partir de 4 km nos pólos, 7 km nas latitudes temperadas e 8 km nas latitudes tropicais) • Cirrus – prenunciam o avanço de sistemas frontais e podem estar associadas à Corrente de Jato (Jet Stream); • Cirrostratus – véu de nuvens formando um halo em torno do sol ou da lua; • Cirrocumulus - indicam ar turbulento em seus níveis de formação. Estágio médio (alturas entre 2 e 8 km) • Nimbostratus – cinzentas e espessas, podem dar origem à chuva ou neve leve ou moderada de caráter contínuo; • Altostratus – véu que normalmente cobre todo o céu e pode gerar chuva de intensidade leve e caráter contínuo; 54 • Altocumulus – formadas em faixas ou camadas, associadas ao ar turbulento de camadas médias, não gerando normalmente precipitação. Estágio baixo (entre 30 metros e abaixo de 2.000 metros) • Stratocumulus – nuvens de transição entre St e Cu• Stratus – nuvens com as alturas mais baixas e que podem ocasionar chuvisco, com forte restrição de visibilidade e teto. Nuvens de desenvolvimento vertical: formam-se próximas do solo e devido à alta instabilidade atmosférica chegam a altitudes muito elevadas) • Cumulus – nuvens isoladas e densas, com contornos bem definidos, denotam turbulência e podem gerar precipitação em forma de pancadas; • Cumulonimbus – nuvens que geram as trovoadas, pancadas de chuvas e granizo, fortes rajadas de vento e alta turbulência – os pilotos devem evitá-las. 55 Figura 35 – Quadro de nuvens Fonte: Torelli, D. As nuvens podem se formar por meio de quatro processos: • Radiativo – principalmente no inverno, com a perda radiativa de energia em radiação de ondas longas, resfriamento da superfície e formação de nuvens baixas (St) ou nevoeiros. • Dinâmico (frontal) – ocorre nas áreas de frentes (frias ou quentes), pela ascensão do ar na rampa frontal, com o conseqüente resfriamento e condensação. • Orográfico – devido à presença do relevo, com o ar úmido subindo a elevação, se resfriando, condensando sob a forma de nuvens à barlavento. • Convectivo – formado pelas correntes ascendentes devido ao aquecimento basal, particularmente na primavera e verão. Formam Cumulus e muitas vezes Cumulonimbus, principalmente nas tardes. 56 Os nevoeiros são fenômenos meteorológicos resultantes da condensação e/ou sublimação do vapor d’água próximo da superfície e que restringe a visibilidade horizontal a menos de 1.000 metros. É fator de risco com relação às operações aéreas pois pode causar a restrição operacional de um ou mais aeródromos durante várias horas, principalmente no outono/inverno no sudeste e sul do Brasil. Figura 36 – Nevoeiro reduzindo a visibilidade horizontal Fonte: http://www.meteochile.cl Para a formação dos nevoeiros, deve haver: alta umidade relativa do ar (próxima de 100%), presença de grande quantidade de núcleos higroscópios e ventos relativamente fracos. Em relação aos seus tipos operacionais, podem ocorrer: Nevoeiro de superfície – ocorre mais próximo da superfície, sem grande espessura e permite observar o céu, outras nuvens e obstáculos naturais; Nevoeiro de céu obscurecido – restringe, além da visibilidade horizontal, também a visibilidade vertical (Ex.: METAR – VV001) 57 Classificação dos nevoeiros: Massas de Ar – formam-se dentro de uma mesma massa de ar 1)Radiação – devido ao resfriamento da superfície terrestre (outono e inverno) 2)Advecção – formado pelo resfriamento do ar como resultado de movimentos do ar horizontais. a) Vapor – condensação do vapor d’água devido ao fluxo de ventos frios sobre uma superfície mais quente (lagos, pântanos) b) Marítimo – formam-se com o resfriamento de ventos quentes e úmidos ao fluírem sobre correntes marítimas frias de mares e oceanos, provocando a condensação de vapor d’água (mais comum na primavera e verão); c) Brisa – forma-se devido ao fluxo de ar quente dos oceanos sobre a região costeira mais fria (mais comum no inverno em latitudes tropicais e temperadas); d) orográfico ou de encosta – formado à barlavento das encostas, quando ventos quentes e úmidos sopram em direção às elevações montanhosas; ocorrem em qualquer época do ano; e) glacial – formam-se nas latitudes polares, pelo processo de sublimação com temperaturas de até –30ºC. Frontais – formam-se nas áreas de transição entre duas massas de ar de características diferentes. 1) Pré- frontal – associadas às frentes quentes, quando uma massa de ar mais aquecida avança sobre uma massa de ar mais fria; 2) Pós- frontal – forma-se após a passagem de frentes frias, após a ocorrência de chuvas a atmosfera fica fria e úmida possibilitando a formação de nevoeiros. 58 9. CÓDIGOS METEOROLÓGICOS Nas Estações Meteorológicas de Superfície, existentes em mais de 100 aeródromos brasileiros, são confeccionados e difundidos de hora em hora, boletins meteorológicos onde constam as informações reais da área do aeródromo e que servirão de base às operações de pouso e decolagem. Temos a elaboração de 2 tipos de boletim que são difundidos para fora do aeródromo – METAR e SPECI; o boletim ESPECIAL, confeccionado quando há a elevação de 2ºC ou mais desde a última observação ou quando for constatada a presença de turbulência moderada ou forte ou gradiente de vento, fica restrito ao âmbito do aeródromo e o boletim LOCAL, quando ocorre um acidente aeronáutico na área do aeródromo e vizinhanças, fica somente registrado no impresso climatológico da estação. Os Boletins METAR e SPECI podem ser encontrados nas Salas AIS e também no site do CNMA de Brasília – http://www.redemet.aer.mil.br METAR Ex. METAR SBGR 272200Z 18015G25KT 0800 R09/1000N R27/1200D +RA BKN012 OVC070 19/19 Q1012 RETS WS LDG R27= Decodificação: METAR – Identificação do Código - Boletim meteorológico regular para fins aeronáuticos. SPECI – Boletim meteorológico especial selecionado – informado nos horários em que não for previsto o Boletim METAR e quando houver alteração significativa nas informações contidas na última mensagem. 59 SBGR – Indicador de Localidade – S > América do Sul; B > Brasil; GR > Guarulhos. Outros indicadores de localidade podem ser consultados na publicação ROTAER existente nas Salas AIS. Outros indicadores – SBSP – São Paulo (Congonhas); SBMT – Campo de Marte; SBKP – Campinas (Viracopos); SBRP (Ribeirão Preto); SBBU – Bauru; SBDN – Presidente Prudente; SBSJ – São José dos Campos. 272200Z – Grupo Data Hora – indica o dia e a hora (UTC) em que foi expedida a Observação. 18015G25KT – Indica o vento em superfície; no caso, soprando do quadrante Sul (180º), com 15 nós de intensidade e 25 nós de rajadas. A direção do vento é indicada com três algarismos, de 10 em 10 graus, mostrando de onde o vento está soprando, com relação ao norte verdadeiro ou geográfico (obs.: As torres de controle informam o vento aos pilotos das aeronaves em relação ao norte magnético). A intensidade do vento é informada em kt (nós) em dois algarismos (até 99 kt) ou P99, caso o vento tenha velocidade a partir de 100 kt, sempre levando em consideração uma média de 10 minutos de observação (obs.: As torres de Controle informam a intensidade do vento com um uma média de 2 minutos). As rajadas são informadas quando, em relação à intensidade média, os ventos atingem uma velocidade máxima de pelo menos 10 kt, em um período de até 20 segundos. É identificada pela letra G (Gust). O vento calmo é indicado nos boletins quando a intensidade do vento for menor que 1 kt e representado por 00000KT. O vento variável apresenta duas possíveis situações: 1) A variação total da direção for de 60º ou mais, porém menos de 180º com velocidade inferior a 3 kt, será informado o vento variável; ex.: VRB02KT. 60 2) Quando a variação da direção for de 180º ou mais com qualquer valor de velocidade; ex: VRB23kt Obs: Quando as variações da direção do vento forem de 60º ou mais, porém menos que 180º, e a velocidade média do vento for igual ou maior que 3kt, as duas direções extremas deverão ser informadas na ordem do sentido dos ponteiros do relógio, com a letra V inserida entre as duas direções. Ex: 31015G27KT 280V350 0800 – visibilidade horizontal predominante estimada em 800 metros. O OBM estima, durante as observações, a visibilidade horizontal em torno dos 360º a partir do ponto de observação e insere nos boletinsa visibilidade predominante encontrada, em quatro algarismos, em metros, com os seguintes incrementos: • de 50 em 50 metros até 800 metros; • de 100 em 100 metros, de 800 a 5.000 metros; • de 1.000 em 1.000 metros, de 5.000 até 9.000 metros. • Para valores a partir de 10.000 metros, informa-se 9999. Obs.: Para visibilidades menores que 50 metros, informa-se 0000. Além da visibilidade predominante, será informada a visibilidade mínima quando esta for inferior a 1.500 metros ou inferior a 50% da predominante. Será notificada esta visibilidade e sua direção geral em relação ao aeródromo, indicando um dos pontos cardeais ou colaterais. Exemplos: 1) 8.000 m de visibilidade predominante e 1.400 m no setor sul – 8000 1400 S 2) 6.000 m de predominante e 2.800 m no setor nordeste – (6.000 2800NE) Obs: Quando for observada visibilidade mínima em mais de uma direção, deverá ser notificada a direção mais importante para as operações. 61 R09/1000N R27/1200D – Alcance visual na pista 09 igual a 1000 metros sem variação e, na pista 27, igual a 1.200 metros e com tendência à diminuição. O Alcance Visual na Pista é registrado pelos visibilômetros ou diafanômetros, instalados nos principais aeroportos e quando a visibilidade horizontal for menor que 2.000 metros. Obs.: 1) quando não houver diferenças significativas entre os valores de duas ou mais pistas, informa-se somente o R seguido do valor medido (ex.: R1000). 2) Quando houver pistas paralelas, informa-se com letras, após o número da pista, o seu posicionamento: R (direita), L (esquerda) e C (central). Ex.: R09R/1200. 3) Após o valor do RVR, informa-se a tendência de variação, com as letras N (sem variação), U (tendência a aumentar) e D (tendência a diminuir). 1) Se o valor for menor que o parâmetro mínimo que o equipamento pode medir, informa-se M; ex.: R09/0050M – M inferior a 50 metros. 2) Se o valor for maior que o parâmetro máximo que o equipamento pode medir, informa-se P; ex.: R09/P2000 – P superior a 2.000 metros. + RA – Grupo de tempo presente; no caso é indicada chuva (Rain) forte. Ver a Tabela 4678 que indica o tempo presente para fins de codificação. Os fenômenos meteorológicos mais utilizados nos boletins são: fumaça (FU), poeira (PO), névoa seca (HZ), névoa úmida (BR), trovoada (TS), nevoeiro (FG), chuva (RA), chuvisco (DZ) e pancadas (SH). A névoa úmida somente será informada nos boletins quando a visibilidade horizontal estiver entre 1.000 e 5.000 metros; quando acima deste valor e não havendo outro fenômeno significativo será omitido o fenômeno mencionado. 62 O qualificador de intensidade (leve, moderado ou forte) somente será utilizado para formas de precipitação (DZ, RA, SN, SH etc.). O qualificador VC (vizinhança) somente será utilizado com fenômenos como SH, FG, TS, DS, SS, PO, BLSN, BLDU ou BLSA entre 8 km e 16 km do ponto de referência do aeródromo. O descritor TS será utilizado isoladamente para indicar trovoada sem precipitação e, combinado adequadamente quando da existência de precipitação. Ex.: trovoada com chuva moderada => TSRA. BKN012 OVC070 – Nublado com 1.200 pés e encoberto com 7.000 pés. Indica o grupo de nebulosidade existente sobre o aeródromo ou a visibilidade vertical no caso da existência de nevoeiro de céu obscurecido. Quantidade: indica com abreviaturas para as seguintes coberturas do céu: • FEW – poucas – 1/8 ou 2/8 • SCT – esparsas – 3/8 ou 4/8 • BKN – nublado – 5/8, 6/8 ou 7/8 • OVC – encoberto – 8/8 Altura: base das nuvens informada em centenas de pés. Tipo: informa-se para os gêneros TCU (Cumulus Congestus) ou Cb (Cumulonimbus). Ex.: SCT030CB – cumulonimbus esparsos a 3.000 pés. O céu obscurecido será informado pela visibilidade vertical, também em centenas de pés. Ex.: VV001 – visibilidade vertical de 100 pés (30 metros). 19/19 – indica 19ºC para a temperatura do ar e 19ºC para a temperatura do ponto de orvalho. Para temperaturas negativas insere-se a letra M antes da temperatura ou temperatura do ponto de orvalho. 63 Q1012 – indica o valor do ajuste do altímetro em hectopascais (hPa) em quatro algarismos, como ocorre no Brasil ou em polegadas de mercúrio (Pol Hg), como nos EUA – ex.: A2995 ou 29.95 Pol Hg. RETS WS LDG R27 – trovoada recente e wind shear na pista 27. Faz parte das informações suplementares e relata fenômenos que ocorreram durante a hora precedente e também turbulência e tesoura de vento. Previsão tipo tendência – evolução do tempo prevista de até duas horas a partir do boletim meteorológico e inseridas no final das mensagens, com os seguintes identificadores de mudança previstos – BECMG, TEMPO e NOSIG. Ex.: METAR SUMU 271500Z 4000 BR FEW020 18/16 Q1018 BECMG FM 1530 TL 1600 2000 – indica mudança de visibilidade entre 1530 e 1600 UTC, prevalecendo após esse horário. CAVOK – significa Ceiling and Visibility OK, ou seja, teto e visibilidade OK. É empregado nos boletins em substituição aos grupos de visibilidade, RVR, tempo presente e nebulosidade. Deve ser informando quando ocorrerem as seguintes condições: • Visibilidade >= 10.000 metros • Ausência de nuvens abaixo de 5.000 pés (1.500 metros) • Ausência de precipitação e Cb na área do aeródromo. • Ausência de nuvens TCU (cumulus congestus) EX.: METAR SBGR 271500Z 00000KT CAVOK 22/18 Q1015= Exemplos de METAR nacionais: Estado de São Paulo SBGR 091700 12004KT 9000 SCT025 SCT030 BKN300 26/20 Q1017= SBSP 091700 19009KT 9999 SCT030 BKN300 25/19 Q1018= SBMT 091700 15003KT 8000 BKN025 BKN300 29/19 Q1017= SBSJ 091700 00000KT 6000 BKN020 29/20 Q1015= 64 SBSJ 091730 26017KT 4000 -TSRA BKN020 FEW030CB 24/17 Q1015= SBRP 091700 07002KT 9999 BKN030 BKN080 34/19 Q1013= SBST 091700 18010KT 9999 BKN025 BKN090 29/23 Q1015= SBYS 091700 00000KT 9999 BKN040 BKN300 29/17 Q1014= SBUP 091700 07005KT 9999 BKN028 FEW030TCU 30/20 Q1013= SBUP 091730 13007KT 5000 -TSRA BKN028 FEW030CB SCT100 26/23 Q1 013= Outros exemplos: 10/02/200 9 SBP A 10160 0 10009KT 9999 FEW030 32/21 Q1011= 10/02/200 9 SBFL 10160 0 10004KT 9999 SCT020 BKN040 24/20 Q1015= 10/02/200 9 SBC T 10160 0 06007KT 9999 SCT013 SCT030 BKN040 25/19 Q1019= 10/02/200 9 SBSP 10160 0 15004KT 8000 BKN035 27/20 Q1017= 10/02/200 9 SBK P 10160 0 33002KT 9999 BKN035 SCT100 29/21 Q1015= 10/02/200 9 SBK P 10163 2 23003KT 9999 2000E -TSRA SCT035 FEW050CB SCT100 29/21 Q1015= 10/02/200 9 SBG R 10160 0 05007KT 9999 BKN030 29/20 Q1016= 10/02/200 9 SBG L 10160 0 14008KT 8000 SCT020 FEW025TCU 33/27 Q1012= 10/02/200 9 SBV T 10160 0 06017KT 9999 FEW030 33/24 Q1013= 10/02/200 9 SBS V 10160 0 13011KT 9999 FEW017 31/24 Q1013= 10/02/200 9 SBB R 10160 0 29004KT 9999 BKN030 FEW040TCU 28/18 Q1019= 65 Exemplos de METAR internacionais: 10/02/200 9 SAEZ 10160 0 08006KT 08006KT 9999 FEW040 OVC100 28/19 Q1006= 10/02/200 9 SUM U 10160 0 35007KT 9999 FEW026 OVC200 34/17 Q1007 NOSIG= 10/02/200 9 SGAS 10160 0 34016KT 9999 SCT033 BKN080 32/23 Q1008= 10/02/200 9 SAM E 10160 0 09006KT 9999 FEW040 31/09 Q1010= 10/02/200 9 SCEL 10160 0 15008KT 120V180 CAVOK 27/09 Q1016 NOSIG= 10/02/200 9 SAC O 10160 0 00000KT 9999 FEW030 FEW040CB24/19 Q1009 RETS= 10/02/200 9 SLVR 10160 0 33017G27KT 9999SCT005 BKN010 FEW030CB OVC07027/23 Q1010= 10/02/200 9 SLCB 10160 0 34002KT 9999 FEW027 BKN200 22/12 Q1019= 10/02/200 9 SVMI 10160 0 05005KT 9999 FEW016 BKN100 28/23 Q1015 NOSIG= TAF – Terminal Aerodrome Forecast – Previsão Terminal de Aeródromo, confeccionada a cada 6 horas por um CMA-1. As previsões para os aeródromos internacionais têm validade de 24 horas ou mais e os domésticos 12 horas. Ex.: TAF SBGR 271000Z 2712/2812 18010KT 2000 BR SCT020 BKN070 TX26/2719Z TN22/2806Z TEMPO 2715/2718 12008G25KT TS SCT030CB BECMG 2718/2720 13008KT RA OVC030 RMK PGW= 66 DECODIFICAÇÃO: TAF – identificador do código. SBGR – indicador de localidade – Aeródromo de Guarulhos. 271000Z – data e hora de confecção da previsão. Dia 27 às 1000 UTC. 2712/2812 – validade da previsão – identifica o dia, a hora de início e a hora do final da validade da previsão. Dia 12 UTC do dia 27 às 12 UTC do dia 28. 18010KT – indica o vento previsto – vento de 180º com 10 nós. 2000 – indica a visibilidade horizontal prevista – 2000 metros de visibilidade. BR – indica o tempo presente previsto – névoa úmida. SCT020 BKN070 – indica o grupo de nebulosidade prevista – nuvens esparsas com base a 2.000 pés e nublado a 7.000 pés. TX26/2719Z TN22/2806Z – temperaturas máxima e mínima previstas e respectivos horários – temperatura de 26ºC prevista para as 1900 UTC do dia 27 e temperatura de 22ºC prevista para as 0600UTC do dia 28. TEMPO 2715/2718 – Previsão de mudança temporária entre 15 e 18 UTC do dia 27, com as seguintes condições: 12008G25KT TS SCT030CB e mudança gradual (BECMG) com a permanência posterior entre 18 e 20UTC: 13008KT RA OVC030= RMK PGW = Observação: indicativo do previsor que elaborou a mensagem. Outras abreviaturas – FM (From) – a partir de determinado horário (ex: FM 271800 – a partir das 18h00 UTC do dia 27) e PROB – probabilidade de 30 ou 40% de ocorrer a mudança em um período de tempo. 67 EXEMPLOS DE TAF DAS 1800Z – Nacionais 10/02/2009 SBPA 101800 - 111800 09008KT 9999 FEW035 TX33/1019Z TN21/1109ZBECMG 1100/1102 04010KT TEMPO 1114/1118 02008KT 8000 TSRA BKN025FEW035CB RMK PAD= 10/02/2009 SBFL 101800 - 111800 07008KT 9999 FEW030 TX28/1018Z TN20/1109ZPROB40 1103/1112 08005KT SCT020 SCT035 RMK PAD= 10/02/2009 SBCT 101800 - 111800 06010KT 9999 BKN020 TX27/1018Z TN18/1109ZPROB40 BECMG 1023/1101 8000 BR DZ BKN010 RMK PAD= 10/02/2009 SBSP 101800 - 111800 15010KT 8000 BKN020 TN20/1108Z TX30/1117Z PROB30 1018/1022 4000 TSRA BKN012 FEW035CB BECMG 1023/1101 00000KT BKN010 BECMG 1008/1010 04005KT SCT020 BECMG 1012/1014 32005KT FEW030 RMK PGG= 10/02/2009 SBKP 101800 - 27005KT 9999 SCT030 68 111800 TN21/1108Z TX31/1117Z PROB40 1018/1022 17015KT 7000 TSRA BKN025 FEW040CB BECMG 1022/1024 13010KT 9000 NSC BECMG 1111/1113 06005KT FEW030 BECMG 1114/1116 32005KT RMK PGG= 10/02/2009 SBGR 101800 - 111800 15007KT 9000 BKN030 TN20/1108Z TX31/1117Z PROB40 1018/1022 17010KT 4000 TSRA BKN015 FEW035CB BECMG 1022/1024 09005KT BKN010 PROB30 1108/1111 4000 BR BKN006 BECMG 1112/1114 32005KT 9999 FEW030 RMK PGG= 10/02/2009 SBGL 101800 - 111800 15010KT 8000 SCT020 TN24/1108Z TX34/1117Z TEMPO 1020/1024 5000 TSRA BKN020 FEW030CB BECMG 1023/1101 35005KT BECMG 1109/1111 04005KT SCT015 BECMG 1114/1116 13010KT RMK PHE = 10/02/2009 SBVT 101800 - 111800 05015KT 8000 FEW030 TN26/1107Z TX34/1116Z PROB30 1021/1023 TS SCT020 FEW030CB BECMG 69 1023/1101 02010KT BECMG 1113/1115 06020KT SCT030 RMK PHE = 10/02/2009 SBSV 101800 - 111800 09009KT 9999 SCT017 TN26/1109Z TX30/1116Z PROB30 TEMPO 1104/1112 7000 SHRA BKN015 RMK PCP= 10/02/2009 SBBR 101200 - 111200 08003KT 9999 FEW017 TX28/1018Z TN19/1108Z BECMG 1013/1015 08007KT BKN024 PROB30 TEMPO 1015/1020 TSRA FEW035CB BECMG 1019/1021 SCT024 BECMG 1023/1101 07003KT FEW017 PROB30 1106/1110 BKN014 RMK PDL= TAF DAS 1800Z – INTERNACIONAIS 10/02/2009 SAEZ 101800 - 111800 34012G30KT 6000 TSRA SCT030 FEW040CBOVC050 TX30/1118Z TN18/1109Z BECMG 1100/1102 28006KT 8000 RA BRSCT040 FM 111300 20012KT CAVOK= 10/02/2009 SUMU 101200 - 02010KT CAVOK TEMPO 70 111200 1013/1018 34015KT 9999FEW027 BKN080 PROB30 TEMPO 1020/11/06 12015G25KT 6000 -TSRA SCT010FEW040CB OVC060= 10/02/2009 SGAS 101800 - 111800 34018KT 9999 SCT033 TX36/18Z TN24/09ZTEMPO 1019/1023 6000 TSRA BKN027 FEW040CB BECMG 1100/1103 CAVOK= GAMET – Previsão de fenômenos significativos que deverão ocorrer entre o solo e o FL 100 ou FL150 (em regiões montanhosas), dentro de uma FIR ou subárea, confeccionada por um CMA-1 e com validade de 6 horas, principiando às 00, 06, 12 e 18Z. EX.: SBRE GAMET VALID 200600/201200 RECIFE FIR SFC WSPD 08/10 25KT SFC VIS 06/08 N OF 18DEG S 2000M CLD 06/08 OVC 800FT N OF 12 DEG S TURB MOD FL090 SIGMET APLICABLE: 2 e 4 (Previsão FIR Recife das 0600Z às 1200Z do dia 20; vento de superfície entre 0800Z e 1000Z de 25kt; visibilidade de 2000 m entre 0600Z e 0800Z ao norte da latitude 18º Sul; entre 0600Z e 0800Z, céu encoberto a 800 FT ao norte da latitude 12º Sul; turbulência moderada no FL090; SIGMET nºs 2 e 4 – aplicáveis à FIR). 71 AVISO DE AERÓDROMO – Mensagem confeccionada por uma CMA-1 que informa sobre fenômenos meteorológicos que podem afetar aeronaves no solo e/ou instalações e serviços nos aeródromos. EX.: 20/01/2009 SBGR 201530 - 201930 AVISO DE AERODROMO 1 VALIDO 201530/201930 PARA SBGR/SBSP/SBMT/SBJD/SBK P PREVISTO TEMPESTADE COM VENTO DE RAJADA 17010/25KT= AVISO DE GRADIENTE DO VENTO – Mensagem elaborada por um CMA-1 sobre variações significativas de vento (direção e/ou velocidade) que possam afetar as aeronaves em trajetória de aproximação, entre o nível da pista e uma altura de 500 metros, assim como aeronaves na pista durante o pouso e a decolagem. EX.: WS WRNG VALID 201400/201800 SBGR SFC WIND 30010KT WIND AT 60M 36025KT IN APCH = (Mensagem alertando sobre variação significativa entre o vento de superfície e o vento a 60 m de altura para o Aeródromo de Guarulhos). 72 SIGMET – Mensagem em linguagem abreviada, expedida por um Centro Meteorológico de Vigilância (CMV), sobre fenômenos observados ou previstos em rota que possam afetar as aeronaves em vôo acima do FL100. Para vôos transônicos ou supersônicos a mensagem é denominada SIGMET SST. EX.: SBCW SIGMET 3 VALID 171230/171630 SBCT CURITIBA FIR SEV TURB FCST FL250 NC= (SIGMET nº 3 válido para o dia 17 entre 1230UTC e 1630UTC emitido pelo CMV Curitiba prevendo turbulência severa no FL250 para a FIR Curitiba, sem variação (NC- no change). No final do SIGMET podem aparecer também as abreviaturas WKN – enfraquecendo ou INTSF – intensificando. AIRMET – Mensagem semelhante ao SIGMET, expedida por um CMV e voltada para aeronaves em níveis baixos (até o FL100). EX.: SBRE AIRMET1 VALID 201400/201800 SBRF RECIFE FIR MOD TURB OBS AT1350 FL090 NC= (AIRMET expedido pelo CMV Recife, valido entre 1400Z e 1800Z, alertando sobre turbulência moderada observada às 1350Z no FL090, na FIR Recife). 73 10. CARTAS METEOROLÓGICAS CARTAS SIGWX Cartas confeccionadas pelo CNMA (Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica) de Brasília, com antecedência de 24 horas, com as condições de tempo e áreas de nebulosidade previstas desde a superfície até o nível 250. Podem também
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