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11. Glicosídeos Cardioativos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA 
GLICOSÍDEOS CARDIOATIVOS
ou
 GLICOSÍDEOS CARDIOTÔNICOS
Profª Maria de Fátima Vanderlei de Souza
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 Glicosídeos cardioativos
Glicosídeos Cardioativos: são substâncias esteroidais que se caracterizam por possuir um anel γ-lactônico,α,β-insaturado ou γ-lactônico,α,β,γ,δ-insaturado no C-17. 
Geninas: núcleo Ciclopentanoperidrofenantreno
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Glicosídeos cardioativos
2 – Origem: 
 Famílias:
 Apocynaceae Scrophulariaceae Asclepiadaceae
 Liliaceae
 Asclepia
Acokanthera Digitalis
Adenium Ranunculaceae Urgineae
Apocynum Convallaria
Nerium Tiliaceae
Strophanthus Celastraceae
Thevetia Fabaceae
 
 Moraceae 
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Glicosideos cardioativos
 
Glicosideos cardioativos: presentes em todos os orgãos dos vegetais, mais ou menos de 1%.
 REINO ANIMAL 
 
 Anfíbios e Lepdópteros (veneno contra 
 predadores)
 
 
 
Coleópteros ( besouros) Borboletas, mariposas,traças
Chrysolina sp 
(Asclepiadaceae)
 (Fitosterois)
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Glicosídeos cardioativos
3 – Biogênese: 
 Precursor comum: esqualeno. 
Os glicosídeos cardioativos: são resultantes da condensação de um derivado da série do pregnano e uma unidade dicarbonada (acetato) ou tricarbonada (propionato).
 
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4 – Estrutura Química: apresentam em comum o esqueleto tetracíclico (cíclopentanoperidrofenantreno), uma hidroxila secundária em C-3β, uma hidroxila ou um hidrogênio em C-5, uma metila em C-13 e um anel lactônico em C-17.
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Glicosideos cardioativos
5 – Classificação: de acordo com o anel lactônico da genina.
5.1 – Cardenólideo:
5.2 - Bufadienólideo
 
 
 
 
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Glicosídeos Cardiotivos
6 – Relação Estrutura-Atividade:
 Mais potentes que as suas geninas, porém causam efeitos tóxicos similares.
 A porção genina ou aglicona retém a atividade cardíaca.
 A porção osídica confere propriedades de solubilidade.
 A conformação e estereoquímica das unidades osídicas influenciam na afinidade da ligação pelo sítio ligante da proteína receptora.
 O anel lactônico no C-17 deve ter configuração β.
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Glicosídeos Cardioativos
6 – Cont. Relação Estrutura-Atividade:
 Devem apresentar os anéis A/B Cis; C/D Cis; B/C Trans logo AB e CD Cis;
 Mudanças de configurações nas hidroxilas das posições C-3 e C-14, diminuem a sua atividade farmacológica;
 Quanto maior o número de hidroxilas presentes na molécula, menor será o tempo de latência e subseqüente dissipação no organismo;
 A acetilação ou metilação das hidroxilas reduz a ação inotrópica positiva dos glicosídeos cardioativos sobre a insufuciência cardíaca. 
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Estrutura Química deve possuir
OH secundária em 3β e terciária em 14β
Configuração AB e CD Cis e BC trans, logo AB e CD Cis;
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Glicosídeos Cardioativos
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Glicosídeos cardioativos
7 – Propriedades Físico-Químicas:
Solúveis em água e ligeiramente solúveis em solventes orgânicos como etanol e clorofórmio;
Sua polaridade depende da presença ou não de hidroxilas suplementares, que determinaram o grau de lipofília e definem a farmacocinética destas substâncias;
o anel lactona confere sabor amargo e instabilidade em meio básico;
 
Se hidrolisam facilmente em meio ácido;
As agliconas livres são insolúveis em água e solúveis em álcool e clorofórmio;
 
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Glicosídeos Cardioativos
8 – Extração e Separação:
 São extraídos a quente com misturas hidroalcoólicas;
Por que?
 As macromoléculas precipitam com acetato básico de chumbo e a partição ocorre com solventes semi-polares, como clorofórmio; 
Por que isto acontece? 
 Nas soluções clorofórmicas são realizadas as reações de caracterização e análise cromatográfica;
Por que deve-se realizar as reações de caracterização dos G. cardioativos nestas soluções? 
 
 
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Glicosídeos Cardioativos
9 - Métodos laboratoriais:
9.1 - Reações por coloração
 identificação dos açúcares (Keller-Kiliani, xantidrol);
 identificação do núcleo esteroidal (Liebermann-
Bourchard);
 identificação do anel lactona (Kedde, Baljet);
 Reações de fluorescência ao ultravioleta (Pesez)
 Cromatografia em CCD.
 
 
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Glicosídeos Cardioativos
10 – Farmacologia
10.1 – Emprego terapêutico
 Tratamento da Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC), geralmente em associação com diuréticos;
 Profilaxia e Tratamento Arrítmico com Fibrilação Atrial;
 Taquicardia Atrial Paroxística; e
 Tratamento do Choque Cardiogênico
 
 
 
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Glicosideos Cardioativos
Insuficiência Cardiaca Crônica
Doença de progressão lenta, caracterizada pela incapacidade dos ventrículos em bombear quantidades adequadas de sangue
para manter as necessidades periféricas do organismo.;
 é acompanhada de sintomas de cansaço aos esforços, retenção hídrica e redução da expectativa de vida;
 na tentativa de aumentar o débito cardíaco surgem mecanismos compensatórios, como o aumento da freqüência cardíaca, da pressão diastólica final e da massa ventricular;
 Principal causa de hospitalização do idoso e de mortalidade cardiovascular. 
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Glicosídeos cardioativos
10.2 – Contra-indicação
 fibrilação ventricular;
 bloqueio aurícula-ventrículo;
 na rejeição aos digitálicos. 
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 Glicosídeos Cardioativos
11 – Mecanismo de Ação dos Glicosídeos Cardioativos
 Atuam através de uma ligação específica e com alta afinidade a bio-receptores da membrana da célula do miocardio, sendo o sítio de ligação dos digitálicos a sub-unidade “α” (alfa) de uma ATPASE Na+/K+ . Isto leva a contração miocárdica ATP-dependente.
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Glicosídeos cardioativos
Mecanismo de ação 17 
 inibição da enzima Na+K+ ATPase
 
 estímulo da troca Na+/Ca++
 aumento da força de contração do músculo cardíaco
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 Glicosídeos cardioativos
12 - Efeitos dos Glicosídeos Cardioativos
 aumento da força de contração miocárdica (inotróp.positivo);
 aumento do débito cardíaco (Esvaziamento mais completo do coração)
 diminuição do tamanho do coração;
 diminuição da pressão venosa;
 diminuição do volume sangüíneo;
 diminuição da freqüência cardíaca;
 aumento da diurese (efeito indireto) alívio do edema.
 
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Glicosídeos Cardioativos
13 – Intoxicação:
13.1 – Intoxicação Moderada 
 Vômitos; náuseas; anorexia; bradicardia e contrações ventriculares prematuras.
13.2 - Intoxicação Aguda
 Diarréia; Visão embaçada; Suor frio, Taquicardia e Fibrilação Ventricular, podendo ocorrer a diminuição do pulso a até 35 batimentos por minutos;
 Convulsões, Síncope e Morte.
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GLicosídeos Cardioativos
13.3 – Intoxicação por Interação
 Medicamentosa
 medicamentos antiarrítmicos (ex. quinidina), 
β-bloqueadores e β-estimuladores;
 medicamentos depletores de potássio: diuréticos de tiazida, mineralocorticóides etc;
 sais de cálcio ou alimentos com cálcio absorvível;
 
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13.3 – Intoxicação por Interação Medicamentosa
 certos ansiolíticos;
 medicamentos para o estômago ou úlceras; antiácidos;
 medicamentos para diarréia (que contenham difenoxilato) Ex: Lomotil; 
 certos medicamentos contra o câncer;
 medicamentos para a colite;
 certos redutores do colesterol, especialmente a colestiramina.
 
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Os beta-bloqueadores são considerados perigosos em pacientes com insuficiencia cardiaca congestiva grave, uma vez que podem precipitar descompensacão aguda da funcão Cardiaca.
INTERAÇÃO DIGITOXINA COM HIDRÓXIDOS METÁLICOS
Ocorre uma redução da atividade glicosídica e o paciente deve ser observado quanto a uma possível diminuição do efeito sobre o coração, como: aumento da freqüência cardíaca. 
Concentrações elevadas de antiácidos devem se administradas entre 1 a 2 horas após o emprego do cardioglicosídeo.
medicamentos para diarréia (que contenham difenoxilato); 
Lomotil
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GLicosídeos Cardioativos
13.4 – Intoxicação por associação com drogas depletoras de Potássio Hipotassemia
Fatores que Acentuam os Riscos:
 Hipotassemia;
 Isquemia Miocardica;
 Idade Avançada;
 Hipotireoidismo;
 Uso de antiarrítmicos, etc.
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Glicosídeos Cardioativos
14 – Efeitos Adversos
Fadiga, cefaléia, sonolência, letargia, fraqueza, 
Inquietação;
Confusão;
Vertigem;
Desorientação;
Mudanças no comportamento; e
Mais raramente alucinações com alterações nas percepções das cores e outras psicopatias.
A Hipercalcemia potencializa os efeitos cardíacos.
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Glicosídeos Cardioativos
15 – Desintoxicação
15.1 - lavagem gástrica;
15.2 - Uso de purgante
 
 
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Glicosídeos Cardioativos
 16 – Principais Drogas
 16.1 - Digitalis purpurea L., - Dedaleira
SCROPHULARIACEAE
Parte Usada: folhas
Princípio ativo: digoxina
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Digoxina
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Glicosídeos Cardioativos
16 2 - Nerium oleander - Espirradeira
Apocynaceae
Parte Usada: folhas
Princípio ativo: asclepiadina
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oleandrina
Glicosídeos Cardioativos
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mfvanderlei@ltf.ufpb.br
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