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resumo soc. 2 tp

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RESUMO SOCIOLOGIA 2°TP 
CAPITULO 16 – DESIGUALDADES DE VÁRIAS ORDENS 
 
1) DESIGUALDADE SOCIAL E O BRASIL. 
O tema da desigualdade social deu origem à sociologia. O pensador ficou mais famoso por tratar da 
questão, e ao qual ela é sempre associada, é sem dúvida Karl Marx (1818 – 1883). Seu empenho em 
entender as causas da desigualdade social levou-o propor um modelo de sociedade no qual as 
distâncias entre as pessoas não existissem mais e as carências da maioria não fossem tão brutais. 
Alexis de Tocqueville foi um pensador político, historiador, sociólogo e escritor francês que tornou-se 
célebre por suas análises da Revolução Francesa.Na sua obra mais célebre, que foi baseada nas suas 
viagens para os Estados Unidos da América, escreveu que nos EUA “a qualquer momento, um 
serviçal pode se tornar um senhor”.Nessa passagem Tocqueville se refere a mobilidade social, que os 
indivíduos e os grupos num determinado sistema de estratificação. 
Max Weber foi sociólogo e economista alemão. Grande parte de seu trabalho foi reservado para o 
chamado processo de racionalização e desencantamento que provém da sociedade moderna e 
capitalista. As sociedades ocidentais modernas produzem uma estratificação social multidimensional, 
articulando critérios de renda, status e poder. 
Jean Jacques Rousseau, que atribuía à instituição da propriedade privada a responsabilidade pelo 
mal que se seguiu na história da humanidade: crimes, guerras, mortes, miséria e horrores. A tese de 
Rousseau era que os homens nasciam iguais, mas eram postos em situação de desigualdade na 
convivência com os outros. 
Os indicadores sociais, cada vez mais precisos, mostram que o Brasil é um país desigual, onde os 
bens e a renda estão concentrados nas mãos de poucos. No mercado de trabalho brasileiro, as 
mulheres negras e com baixa escolaridade formam o grupo que recebem os menores salários. Juntas, 
as desigualdades de sexo, cor e instrução estão associadas à desigualdade de renda. E isso também 
nos mostra como é difícil quebrar o círculo vicioso das desigualdades. 
As desigualdades são conjuntos de processos e experiências sociais que fazem que alguns indivíduos 
ou grupos tenham vantagens sobre outros. 
A mobilidade social é uma perspectiva plausível, enquanto para outros é quase um “milagre”. 
Alguns Estados europeus, a América do Norte e também o Brasil, após o fim da Segunda Guerra 
Mundial, em 1945, adotaram um modelo político destinado a corrigir distorções na distribuição das 
oportunidades sociais que ficou conhecido como Estado de Bem-Estar Social. Pretendia-se oferecer a 
todos os cidadãos aquilo que até então apenas uma minoria da sociedade tinha acesso. 
 Entre todas as medidas adotadas pelo Estado de Bem-Estar Social, considerava-se que, para 
promover a igualdade de oportunidades, nada melhor do que a educação. 
 O raciocínio era mais ou menos este: se todos tivessem acesso à educação pública gratuita, aqueles 
que apresentassem os melhores resultados no final do processo( mais anos de estudos, com os 
melhores desempenhos) ocupariam no futuro as melhores posições sociais. 
 Enfim, tornando o ponto de partida igual para todos, as posições sociais diferentes das pessoal 
seriam justas, porque seriam fruto do mérito de cada um. 
 No entanto, ele não sanou as desigualdades sociais como se esperava. Oferecer oportunidades 
iguais a todos envolve investimentos sociais muito grandes, e isso nem sempre ocorreu, pois os 
compromissos que os governantes tiveram com as politicas de Estado de Bem-Estar Social nem 
sempre foram os mesmos. 
 
2) ONDE ESTÃO E COMO VÃO AS MULHERES NO BRASIL. 
 No caso das mulheres e dos negros, as pesquisas sociológicas indicam que não. Não bastam os 
esforços de qualificação, nem mesmo a entrada no mercado de trabalho. Na hora de definir os 
salários, as diferenças podem chegar a 30 ou 40% contra as mulheres. Os negros, por vezes, sequer 
conseguem entrar na competição por um lugar no mercado. 
 Em todos os níveis de ensino, elas são mais numerosas que os homens: cumprem os anos de escola, 
têm melhor desempenho e chegam ao ensino superior em maior número. Logo, teoricamente estão 
em vantagem para competir. Mas aí começa o problema: nos mundos do trabalho e da política as 
mulheres são discriminadas, principalmente, quando se compara o rendimento - hora de homens e 
mulher com o igual nível de escolaridade. 
 Nossas avós provavelmente estavam impedidas de muitas coisas que hoje são esperadas das 
mulheres. “ Isso é só pra meninos” ou “isso é coisa de menina” são frases que certamente você já 
ouviu muitas vezes. Por isso os especialistas foram além da divisão sexual e incorporaram essas 
noções culturais arbitrárias que são aprendidas coletivamente e que classifica comportamentos. 
 Em resumo, muitos são dados que indicam as desigualdades de gênero. Embora a população de 
mulheres e homens seja razoavelmente equivalente – 51% de mulheres e 49% de homens pelos dados 
de 1994 -, há diferenças notáveis que seria interessante mostrar. Algumas profissões são praticamente 
exercidas apenas por mulheres (empregadas domésticas, trabalho informal, ensino infantil) – e os 
salários mais baixos que nelas vigoraram fortalecem a diferença. Outras ocupações são mais 
identificadas com homens( docência universitária, parlamentares no Congresso Nacional, cargos 
políticos provenientes de eleições, executivos de grandes empresas etc.) - e nelas os salários são 
melhores. 
 
3) TODOS IGUAIS OU MUITO DIFERENTES. 
O tema da discriminação racial, ou da desigualdade social provocada por cor da pele ou por etnia é 
permanente nos estudos sociológicos. 
Em uma competição, em condições semelhantes de qualificação e preparo, quem tem mais chance de 
ganhar, uma pessoa negra ou uma branca? Pesa mais a cor ou a condição social? 
 Gilberto Freyre, por exemplo, defendia a ideia de que no Brasil a população foi perdendo a 
divisão nítida entre cores pela mistura, pela miscigenação. Aqui as raças teriam se fundido numa 
única comunidade religiosa e emocional. Para outros, como Florestan Fernandes, o preconceito da 
raça seria uma consequência da escravidão:” as deformações introduzidas em suas pessoas pela 
escravidão limitavam a sua capacidade de ajustamento à vida urbana, sob regime capitalista, 
impedindo-os de tirar algum proveito relevante e duradouro, em escala grupal, das oportunidades 
novas”. Para Florestan Fernandes, portanto, o prolema tinha origem na ordem econômica, e não 
cultural ou social. 
 Em 1979, Carlos Hasenbalg, que então publicou Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. 
Segundo ele a cor importa muito quando se está diante de uma escolha entre pessoas de cores 
diferentes; em todos os planos, da economia, da educaçao e da hierarquia social, os não brancos são 
desfavorecidos. Discordam da teste de Gilberto Freyre, de que a “morenização” do Brasil seria 
resultado da harmonia das relações internacionais. 
 
4) PRETO NA PELE OU PRETO NO SANGUE. 
Nos EUA, a relação inter-racial chegou a extremos que não registramos no Brasil. Embora o Brasil 
também vivesse uma situação de discriminação e preconceito contra nos negros, não havia aqui uma 
separação radical e legalmente garantida como na experiência norte-americana. 
 Mas, afinal, como distinguir a situação de um e outro país? 
 O brasileiro o que ele chamou de preconceito de marca; o norte-americano seria um preconceito de 
origem. Marca é o que aparece, o que se pode ver, o que está na pele. Origem diz respeito a herança, 
ao sangue e pode não aparecer. Um filho ou neto de negro pode nascer branco por herança de mãe. 
No Brasil, provavelmente, essa pessoa descende de negros, mas branca na pele, seria considerada 
branca. Nos EUA não: são negros os que originam de negros, mesmo que a cor tenha se alterado. 
 No Brasil, são levados em consideração outros“sinais”: um cabelo mais liso ou um nariz afilado 
podem “transformar” um filho de pais negros em “moreno” ou “mulato”. 
 Os dois exemplos aqui tratados (gênero e etnia) não esgotam a questão da desigualdade do ponto 
de vista da relação entre pessoas e grupos. Eles nos dão pistas sobre formas de discriminação que 
afetam de maneira diferenciada a população brasileira.

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