Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO DE LITERATURA 3ª PROVA PERIÓDICA 3º ANO OFICIAL-ALUNO 3025 FABRÍCIO MATÉRIA: A matéria para a 3ª prova periódica será Segunda Fase do Modernismo ou Geração de 30(-45), focando o Romance de 30, sendo cobrado com mais foco os autores: Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e Jorge Amado. A matéria se encontra nos capítulos 1, 4 da Unidade 2. Segundo o professor, cairá uma questão sobre Carlos Drummond de Andrade, não requer estudo prévio, pois será um questão de interpretação. O resumo está dividido em três partes: resumo, direcionado e questões importantes, motivo do grande número de páginas. SEGUNDA FASE DO MODERNISMO ROMANCE DA GERAÇÃO DE 30 O período de 1930 a 1945 registra na Literatura Brasileira o surgimento de algum dos nomes mais significativos do romance brasileiro. Encontram-se autores como Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Érico Veríssimo, que produzem uma literatura de caráter mais construtivo, mais maduro, aproveitando as conquistas da geração de 1922 e sua prosa inovadora. As transformações vividas pelo país com a Revolução de 1930 e o consequente questionamento das tradicionais oligarquias, os efeitos da crise econômica mundial e os choques ideológicos que levaram a posições mais definidas e engajadas formavam um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia social – verdadeiro documento da realidade brasileira -, em que as relações eu/mundo atingiam elevado grau de tensão. Na busca pelo homem brasileiro, o regionalismo ganha uma importância até então não alcançada na literatura brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social. São temas abordados pelos autores nordestinos, que vivenciaram a passagem de um Nordeste medieval para uma nova realidade capitalista e imperialista: decadência dos banguês e engenhos nas regiões de cana, devorados pelas modernas usinas (José Lins do Rego), o poder político nas mãos dos interventores, as constantes secas, acirrando as desigualdades sociais e gerando mão de obra barata, o intenso movimento migratório, a miséria, a fome. RACHEL DE QUEIROZ (1910-2003) Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1910. Sua infância foi vivida parte na capital cearense, parte na fazenda da família, no interior do estado, com rápidas passagens por Belém do Pará e Rio de Janeiro – essa instabilidade se deveu a seca de 1915, que atingiu a propriedade da família. No ano de 1930 estreou com o romance O Quinze; nos anos seguintes militou no Partido Comunista Brasileiro, sendo presa em 1937 por suas ideias esquerdistas. Em 1977 se tornou a primeira a pertencer à Academia Brasileira de Letras. Sua obra é marcada pelo caráter fortemente regionalista dos romances modernistas: o Ceará, sua gente, sua terra, as secas, escritos numa linguagem fluente e de diálogos fáceis, o que resulta numa narrativa dinâmica. Em seus primeiros romances os aspectos social e psicológico coexistem, embora o primeiro se sobreponha ao segundo. Mais tarde, a autora abandonaria o aspecto social, passando a valorizar a análise psicológica. GRACILIANO RAMOS Graciliano Ramos apresenta em sua obra o clima de tensão presente nas relações homem/meio natural, homem/meio social, tensão essa geradora de um relacionamento violento, capaz de moldar personalidades e de transfigurar o que o homem tem de bom. Nesse contexto violento, a morte é uma constante, é o final trágico e irreversível, decorrente de um relacionamento impraticável. A luta pela sobrevivência, portanto, parece ser o grande ponto de contato entre todos os personagens; a lei maior é a da selva. Em consequência disso, uma palavra constante em sua obra é: bicho. Graciliano Ramos é autor de enredos que envolvem a seca, o latifúndio, o drama dos retirantes, a caatinga, a cidade. Seus personagens são seres oprimidos, moldados pelo meio. Vidas Secas Resumo da obra tirado da Internet, a análise farei mais a frente. um grupo retirantes nordestinos, composto por Fabiano, a mulher (Sinhá Vitória), dois filhos, uma cadela (Baleia) e, no início, um papagaio batem em retirada fugindo da seca. Para a sobrevivência do grupo, é travada uma luta incessante, incluindo o sacrifício do papagaio devido a fome e a mesquinha contribuição de Baleia através da caça de um preá, servindo para adiar a morte do grupo. Após tempos de caminhada, abrigam-se em uma fazenda abandonada, vêm as chuvas, Fabiano oferece seus préstimos de vaqueiro e continua na fazenda consciente de sua transitoriedade naquelas paragens, quer porque o patrão poderia expulsá-los a qualquer instante, quer pela seca, terror constante por ser um processo cíclico e real. Nesse intervalo, Baleia morre. Quase desamparados, partem em busca de novas terras quando chegam as secas, mas desta vez fugindo para a cidade grande, acalentados pela esperança de uma vida melhor. JORGE AMADO Nascido em 1912 na zona cacaueira ao sul da Bahia, passou a infância divido entre a cidade natal e Salvador, lugares que seriam cenários de suas obras. Jorge Amado representa o regionalismo baiano das zonas rurais do cacau e da zona urbana de Salvador. Sua grande preocupação foi fixar tipos marginalizados para, através deles, analisar toda uma sociedade. Seus romances, vazados numa linguagem que retrata o falar do povo, são marcados pelo lirismo e pela postura ideológica. No entanto a partir da década de 50, o autor “abandona” o viés político, revolucionário passando para uma literatura mais lírica, caracterizada por um certo humorismo extraído do cotidiano. Devido a isso sua obra pode ser divida resumidamente em duas fases: 1ª Fase: literatura engajada, esquematismo psicológica, ponto de vista dos marginalizados. Membro do partido comunista brasileiro, marcando sua obra, privilegiando obras com esse ponto de vista. Retratando grupos marginalizados. Panfletária. Com ambientação (2ª fase também) na zona cacaueira da Bahia. 2ª Fase: cultura popular da Bahia, erotismo, religiões de origem africana. Deixa um pouco de lado a literatura mais engajada, menos panfletária, porém não abandona o povo, sensualidade e erotismo. Outra característica importante de sua obra é a questão da liberdade, tanto no plano individual como no plano social, como por exemplo a personagem Gabriela. DIRECIONADO Uma das questões abordará uma intertextualidade entre textos de Drummond, Chico Buarque e Adélia Prado. O texto base é o poema “Sete Fases”. Deve-se analisar a figura do anjo que surge no nascimento do eu-lírico, no caso de Drummond e Chico Buarque como uma alegoria. (Questões 1 e 2) A respeito da linguagem do Modernismo são características importantes: uma aproximação da literatura ao falar coloquial, porém sem condenar a gramática tradicional, valorizando o que não é gramatical, com uma linguagem enxuta, direta e objetiva . (Questões 3 e 4) Uma das questões abertas fará o seguinte questionamento: “Pode-se chamar a geração de 30 de neorealista?”. A questão é de nível médio, contudo é preciso ter atenção na hora de responder e não confundir os argumentos, pois abre margem para a resposta sim ou não. SIM: A Geração de 30 da prosa pode ser denominada neorealista por possuir pontos concomitantes ao Realismo do final do século XIX, como por exemplo, serem obras engajadas com grande crítica social e por também possuírem em alguns livros a análise psicológica das personagens. NÃO: A Geração de 30 da prosa não deveria ser denominada neorealista, pois o foco dos autores é outro onde o caráter cientificista e determinista do Naturalismodo século XIX é substituído por um enfoque político de problemas regionais como a condição e os costumes do trabalho rural, a seca, a miséria. E diferente das obras Realistas, não temos uma critica universal aos valores humanos se passando em regiões urbanas do Rio. É importante salientar a recorrente divisão da obra de Jorge Amado: 1ª Fase: literatura engajada, esquematismo psicológica, ponto de vista dos marginalizados. Membro do partido comunista brasileiro, marcando sua obra, privilegiando obras com esse ponto de vista. Retratando grupos marginalizados. Panfletária. Com ambientação (2ª fase também) na zona cacaueira da Bahia. 2ª Fase: cultura popular da Bahia, erotismo, religiões de origem africana. Deixa um pouco de lado a literatura mais engajada, menos panfletária, porém não abandona o povo, sensualidade e erotismo. Outra personagem importante na Geração de 30 é Rachel de Queiroz e sua fascinação pelos Fuzileiros Navais, representado bem na ilustre frase “Quando se houverem acabado os soldados no mundo - quando reinar a paz absoluta - que fiquem pelo menos os fuzileiros como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram!” . A questão deverá pedir a relação entre Rachel de Queiroz e os Fuzileiros e de onde surgiu essa admiração a ponto de ser considerada a Madrinha do CFN. Essa questão pode ser resolvida se analisando tanto a obra quanto a vida de autora. Analisando pela obra por ser mais fácil. É importante lembrar que autora no ano 1915 teve de abandonar as suas terras no Ceará devido uma seca que assolou a região e teve de se mudar para o Rio. Em uma parada militar se encantou pelo desfile da Banda dos Fuzileiros Navais, que assistiria mais uma vez em sua vida, só que em Belém agora. Pode se considerar como uma das lembranças boas de uma infância marcada pela seca. É importante lembrar que ela também se associou ao Sindicato dos Fuzileiros Navais na de Getúlio. Uma questão importante onde terão dois textos de Alfredo Bossi confrontados, tratando a respeito da Romance de 30 x Romance anterior (Macunaíma), fazendo o questionamento de por que essas obras da Primeira Geração não podem ser analisadas como Romance de 30? Embora seja importantíssimo para a literatura nacional é coerente lembrar que Macunaíma é uma obra construída como uma rapsódia, retratando o Brasil como uma trouxa de retalhos com várias histórias e culturas, obra que fugiria totalmente da visão crítica e análise dos problemas regionais do Brasil. Uma questão tratará sobre a obra “ Vidas secas” de Graciliano Ramos em pedindo provavelmente uma análise características importantes da obra: o zoomorfismo e o antropomorfismo. Primeiramente é coerente saber as definições de cada termo. Zoomorfismo é quando são atribuídas típicas dos animais ao seres humanos, dando uma ideia de bestialidade e representando o homem em sua forma mais primitiva como os Naturalistas faziam. Enquanto o antropomorfismo é o contrário, é quando se atribui a animais características humanas. Isso é algo recorrente em Vidas secas, principalmente o zoomorfismo. Na obra a zoomorfismo ocorre com o personagem Fabiano. De tanto sofrer, ele perde a capacidade de se comunicar, respondendo sempre por grunhidos. Já o antropomorfismo com a cadela Baleia. Obs.: Coisificação é o ato de querer reduzir (o ser humano, ou elemento(s) ligado(s) a ele) a valores exclusivamente materiais. Na obra, por seres pobres ao extremo, a família de Fabiano era vista como objetos sem sentimento. Questão tirada do livro do Nicola tratando a respeito de como os retirantes viam como culpa própria seus problemas como uma dívida com Deus. (Questão 5) O Nordeste ainda tinha um pensamento medieval fundamentado no messianismo. No interior pobre, conseguia se perceber uma grande religiosidade e se contenta, se culpa pela seca, pelas coisas ruins. A culpa não é dos coronéis ou da seca e sim do homem que tem dívidas com Deus e por não rezar o suficiente. QUESTÕES IMPORTANTES 1)(ENEM-MEC-99) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: TEXTO 1 Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida” ANDRADE, Carlos Drummond de.Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. TEXTO 2 Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. TEXTO 3 Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Essa espécie ainda envergonhada PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade por: (A) reiteração de imagens (B) oposição de ideias (C) falta de criatividade (D) negação dos versos (E) ausência de recursos Dados os mesmos textos 2) Sobre os trechos acima, aponte a alternativa CORRETA: (A) Pela leitura das estrofes, podemos perceber que Adélia Prado e Chico Buarque dialogam com o texto drummondiano, reafirmando os mesmos sentidos: o “anjo safado” e o “anjo esbelto” são configurações do mesmo “anjo torto”, que anunciou o “gauchismo” de Drummond. (B) A intertextualidade presente nas três estrofes é um recurso muito utilizado pela literatura atual e simboliza a falta de criatividade do escritor contemporâneo. (C) Ao retomarem o texto de Drummond, Adélia Prado e Chico Buarque lançaram mão da paródia, pois esses dois últimos autores deformam alguns dos sentidos do poema drummondiano e por isso polemizam com ele. (D) A relação intertextual que Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem com Carlos Drummond é um recurso que valoriza a competência e o repertório cultural do leitor que, por meio da percepção das referências, citações e alusões que um texto faz com o outro, apreende o diálogo com as grandes fontes da literatura. (E) O diálogo que um texto estabelece com outro recebe o nome de paráfrase, pois quando um texto retoma outro é sempre com o objetivo de reafirmar os sentidos daquele que foi citado. 3)(ENEM-MEC-98) A discussão sobre gramática na classe está “quente”. Será que os brasileiros sabem gramática? A professora de Português propõe para debate o seguinte texto: PRA MIM BRINCAR Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática. As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde. (BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel de Moraes.4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. P. 19) Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão: (A)Uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro e o registro, no texto literário, da diversidade das falas brasileiras. (B)Apesar de os modernistas registrarem as falas regionais do Brasil, ainda foram preconceituosos em relação às cariocas. (C)A tradição dos valores portugueses foi a pauta temática do movimento modernista. (D)Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exaltaram em seus textos o primitivismo da nação brasileira. (E)Manuel Bandeira considera a diversidadedos falares brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa. 4) Considere o seguinte trecho do poema de Manuel Bandeira: Evocação do Recife (...) A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada (...) (BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & Estrela da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005, p. 22-25.) O poeta, no fragmento acima, estabelece uma contraposição de variedades do português. É correto afirmar que: (A) O autor critica a variedade linguística usada pelo povo por achá- la é incorreta já que usa a expressão "língua errada do povo”. (B)Segundo, Manuel Bandeira a forma correta é "a sintaxe lusíada”. (C)Manuel Bandeira focaliza o aspecto de oralidade na comunicação, tão característico da literatura popular. (D) O poeta estabelece uma contraposição de variedades do português em termos diacrônicos. 5) Dado o texto Oh! Deus, perdoe este pobre coitado Que de joelhos rezou um bocado Pedindo pra chuva cair sem parar Oh! Deus, será que o senhor se zangou E só por isso o sol se arretirou Fazendo cair toda chuva que há Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho Pedir pra chover, mas chover de mansinho Pra ver se nascia uma planta no chão Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, Eu acho que a culpa foi Desse pobre que nem sabe fazer oração Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água E ter-lhe pedido cheinho de mágoa Pro sol inclemente se arretirar Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno Desculpe eu pedir para acabar com o inferno Que sempre queimou o meu Ceará Em “Súplica Cearense” temos um texto em primeira pessoa. Comente a postura do eu-narrador diante da seca, da enchente e de Deus. Trata-se de uma postura típica do nordestino do sertão? GABARITO 1)Deve ser observado que a questão relaciona os dois textos, concomitantemente, ao original, de Drummond – não apenas um deles. As imagens repetidas (reiteradas) não necessariamente concordam com o poema de Carlos Drummond de Andrade, mas convém ressaltar que os versos de “Até o Fim”, de Chico Buarque, utilizam plenamente o sentido do primeiro texto; diferentemente de Adélia Prado que, isoladamente, e só dessa forma, traz sentidos opostos à imagens de Drummond. Somados (unidos), os dois textos apenas reiterações. Letra A. 2)A 3)A 4)C 5)aberta
Compartilhar