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UNIDADE V

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Administração Financeira 
e Orçamentária
A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Walter Franco
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcante
5
•	Análise das Fontes e dos Usos de Fundos 
•	Financiando o Capital de Giro
•	A Administração do Ativo Circulante
Nesta Unidade introduziremos importantes conceitos ligados ao financiamento das operações 
de uma empresa, buscando compreender a forma como os recursos são gerados a partir sua 
da operação, ou levantados junto às instituições financeiras ou mesmo, obtidos junto aos 
acionistas. Em seguida, estudaremos o destino destes recursos e as variações que ocorrem 
nestas fontes e nos usos dos recursos. O importante é percebermos como a questão do 
capital de giro é parte essencial e sensível na administração financeira do negócio e na 
feitura e gestão de seu Orçamento Empresarial. Veremos como os tópicos, Capital de Giro e 
administração dos Ativos Circulantes são essenciais no trabalho do dia a dia do profissional 
de finanças, buscando assim defini-los e discuti-los, segundo a premissa de sua importância 
na gestão financeira da empresa. Serão, ainda, estudados os conceitos e os tópicos a respeito 
da gestão de Contas a Receber, Contas a Pagar e Estoques.
 · Nesta Unidade, nos preocuparemos inicialmente com a 
definição e a análise dos temas relacionados às fontes e às 
aplicações de recursos em uma empresa analisando, a partir do 
Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Origem e Aplicação 
de Recursos, os números apresentados pelas empresas. Em 
seguida, estudaremos o tema relacionado ao capital de giro, 
sua definição e variações dentro de um ciclo operacional das 
atividades executadas pela empresa. A partir deste ponto, 
poderemos nos aprofundar nos estudos relacionados à 
administração dos principais grupos de contas que compõem 
juntos o capital de giro de uma empresa. Assim sendo, você 
aprenderá como analisar os dados fornecidos e apresentados 
no grupo do Ativo Circulante e, mais especificamente, os 
detalhes e variações das contas representadas pelos Contas a 
Pagar, Contas a Receber e Estoques. 
A Administração do Capital de Giro 
como Estratégia Financeira
•	A Administração Eficiente dos Estoques
•	A Administração do Contas a Pagar
6
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Contextualização
Estudar a administração do Capital de Giro de uma empresa, como parte de sua estratégia 
financeira, é um dos pontos mais essenciais na atualidade. E podemos afirmar isto em razão da 
importância que uma correta e eficiente gestão de caixa tem no dia a dia de qualquer profissional 
de finanças, especialmente no Brasil. E isto porque, ao analisarmos as origens e as aplicações de 
recursos de uma determinada empresa, buscamos, a princípio, poder mensurar o grau em que 
esta é dependente de capital de terceiros ou o quanto se apresenta capitalizada. Ao efetuarmos 
tal análise, torna-se assim possível também concluir a respeito da necessidade ou não de 
financiamento de terceiros para a manutenção de suas operações industriais e comerciais. Há que 
se pensar também na sua capacidade de manutenção de caixa, considerando o suficiente para 
manter-se líquida, financiar suas aquisições de matérias-primas e manter seus níveis adequados 
de estoques; além de efetuar e honrar seus compromissos, ou mesmo efetuar os pagamentos de 
dividendos aos acionistas, para citarmos apenas alguns exemplos de exigibilidades
7
Análise das Fontes e dos Usos de Fundos 
Em uma economia como a brasileira, onde as taxas de juros reais são altas, os recursos 
financeiros relativamente escassos e o levantamento de caixa algo difícil e burocrático para 
qualquer empresa, efetuar uma análise das fontes e dos usos de fundos torna-se, portanto, uma 
das mais importantes tarefas dos administradores financeiros.
Assim sendo, o profissional de finanças será sempre responsável pela correção de rumos e 
estratégias financeiras adotadas pelas empresas, focando a sua administração, bem como do 
aumento da rentabilidade na manutenção da solvência e no aumento da liquidez. 
Vamos iniciar nossa análise das fontes e dos usos dos recursos em uma empresa pela definição 
de ‘Origens e Aplicações de Recursos’, segundo os padrões contábeis e financeiros normalmente 
aceitos pelos mercados. Vejamos a seguir:
Origens de Recursos
As origens (ou fontes) de recursos de uma empresa são, em última análise, resultados de 
sua operação, de suas ações estratégicas, de suas políticas de endividamento e de suas práticas 
e políticas de manutenção de caixa e liquidez. Assim sendo, podem se caracterizar pelas 
movimentações das contas contábeis conforme os itens apresentados abaixo.
1. Origem de Recursos
•	 Diminuição dos Ativos (por exemplo, venda de ativos fixos);
•	 Aumento de Passivos (por exemplo, captação de dívidas junto a bancos);
•	 Aumento de Capital (por exemplo, via reinvestimento dos lucros retidos).
2. Aplicações de Recursos
•	 Aumento dos Ativos (por exemplo, compra de ativos fixos, equipamentos);
•	 Diminuição de Passivos (por exemplo, quitação de dívidas junto a bancos).
•	 Diminuição de Capital (por exemplo, pagamento de dividendos aos acionistas).
Vejamos agora um exemplo que trata das origens e das aplicações de recursos em uma 
empresa. Analisando o Balanço Patrimonial da Indústria de Máquinas Fortes Ltda., destacado 
abaixo, podemos identificar a origem dos fundos gerados e a maneira como estes recursos 
foram gastos (aplicações) no dia a dia da operação da empresa, mais especificamente quando 
comparamos 2001 com 2002.
Observe o Balanço apresentado na tabela a baixo.
 
8
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Indústria de Máquinas Fortes Ltda.
Analisando cuidadosamente cada uma das contas apresentadas no Ativo, no Passivo e no 
Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial acima, e as variações de 2002 comparativamente a 
2001, podemos facilmente identificar as contas que mais contribuíram com as origens (fontes) e 
as aplicações (usos). Em seguida, podemos avaliar, na tabela abaixo, a porcentagem das origens 
e das aplicações de recursos para a Indústria de Máquinas Fortes Ltda., tomando como base as 
variações calculadas anteriormente no balanço patrimonial.
9
Note que durante o período analisado, apenas algumas contas foram responsáveis pela 
grande maioria das origens e das aplicações de recursos na empresa. Vejamos, por exemplo, o 
saldo da conta “Títulos” que gera o equivalente a R$ 40 mil, quando comparamos os saldos de 
um ano em relação ao período anterior. Neste caso, temos um percentual de 40% do total das 
origens (fontes) de recursos. Do lado das aplicações (usos) de recursos, percebemos a grande 
variação da conta “Estoques Matérias Primas” que apresentou crescimento de R$ 74 mil, ou 
74% do total das aplicações no período analisado.
A partir da Tabela de classificação, podemos observar que, do total das origens de recursos 
que somam R$ 100 mil no período, a maioria foi destinada ao acréscimo da conta de estoques, 
seguido do imobilizado (que apresentou expansão de 18%) no período. 
Observe na tabela abaixo a análise e a classificação das variações das contas: 
Para Pensar
Sabemos até aqui que a análise das origens e das aplicações de recursos de uma empresa nos 
permite avaliar como vem sendo efetuado o seu planejamento e o seu controle financeiro. Em outras 
palavras, se torna possível avaliar a maneira como a empresa vem sendo financiada, e como seus 
recursos são aplicados no negócio. Neste sentido, poderíamos pensar a respeito do trabalho do 
administrador financeiro, a quem caberia sempre, pelo menos a princípio, a busca pelo aumento 
dos Ativos, e a diminuição dos Exigíveis e do Patrimônio Líquido. Vejamosabaixo o que diz Gropelli 
(2010), no seu livro Administração Financeira, a respeito deste tema:
 
 Diálogo com o Autor
Segundo Gropelli (2010, p. 325),
Em planejamento e controle financeiro, é essencial entender como os fundos 
são gerados e onde são usados... Tal análise também fornece uma boa 
indicação sobre a utilização específica dos fundos gerados para manutenção 
de caixa suficiente, compra de estoques, expansão de ativos fixos, redução 
de exigibilidades, pagamentos de dividendos etc... Uma vez que as fontes e 
os usos de fundos tenham sido determinados, a administração pode decidir 
se as fontes são ou não confiáveis e quais mudanças devem ser feitas para 
assegurar futuras entradas de caixa. (GROPELLI, 2010, p. 325).
10
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Financiando o Capital de Giro
Segundo Hoji (2008), o capital de giro é também conhecido como capital circulante e corresponde 
aos recursos aplicados em ativos circulantes que se transformam constantemente dentro do ciclo 
operacional. Ainda segundo este mesmo autor, o capital de giro fica “girando” dentro da empresa, 
sofrendo transformação em seu estado patrimonial e gerando reflexos na contabilidade. 
É sempre importante lembrar que todo recurso aplicado em um determinado negócio deve, 
de uma forma ou de outra, gerar retornos ao investidor que o aplicou incialmente, e isto porque 
a obtenção de lucro é, em última análise, o objetivo principal do capitalista. Neste sentido, 
quando pensamos em capital de giro e na sua definição, temos que supor que todo capital 
aplicado na organização sofrerá acréscimo a cada transformação retornando ao final do ciclo 
operacional em volume maior que o valor em dinheiro aplicado incialmente.
O estudo do capital de giro é, portanto, crucial para todos os profissionais de finanças preocupados 
com o tema da administração financeira, e exatamente em razão da necessidade da empresa em 
recuperar todos os custos e despesas incorridos durante o ciclo operacional e obter o lucro esperado 
com a venda do produto ou serviço oferecido ao mercado ao fim do processo. 
O Financiamento do Capital de Giro
Quando tratamos do tema Capital Circulante Líquido (CCL), temos por definição que este 
representa o montante de dinheiro que sobra após os passivos circulantes serem subtraídos dos 
ativos circulantes, ou seja:
Capital Circulante Líquido (CCL) = Ativo Circulante (AC) – Passivo Circulante (PC)
Neste sentido, poderíamos também entender o CCL como sendo a parcela dos ativos 
circulantes que deve ser financiada por meio do exigível de longo prazo ou do patrimônio 
líquido. Logo, poderíamos claramente perceber que, com o passivo circulante se mantendo 
constante, o CCL aumenta com o aumento do ativo circulante. 
Observe a figura abaixo:
Situações de Capital Circulante Líquido (CCL) 
 
11
Note que podemos compreender melhor a definição de Capital Circulante Líquido (CCL), 
e suas relações com as contas componentes do Ativo Circulante e do Passivo Circulante. 
Vejamos, portanto, as situações nas quais o CCL pode ser Positivo, Negativo ou Nulo, 
dependendo dos valores apresentados no Balanço Patrimonial de uma empresa.
Podemos avaliar também que na situação em que presenciamos o CCL Positivo, que uma 
parte do Ativo Circulante está sendo financiada pelo passivo não-circulante (Passivo LP e 
Patrimônio Líquido), ou seja, por itens de longo prazo. Enquanto que no CCL Negativo, 
o Passivo Circulante financia parte do Ativo Permanente, como é possível entender 
observando-se a figura acima. 
Já na situação em que o CCL é nulo, a empresa apresenta um equilíbrio em suas contas 
do balanço patrimonial no que refere aos valores representados pelo Ativo Circulante e 
Passivo Circulante. Assim sendo, o ato de financiar o Capital de Giro provém do Passivo 
Circulante, Passivo Longo Prazo e Patrimônio líquido, isto dependendo da estratégia tomada 
pela administração da empresa. 
Caso a opção seja financiar-se por suas próprias operações, o analista de investimentos 
terá de analisar a questão do financiamento do CG, observando os valores e as variações 
de contas como Duplicatas a Pagar, Impostos a Pagar, e demais pagamentos, por exemplo. 
Ou os saldos de financiamentos junto a instituições financeiras, como são os casos, por 
exemplo, de fontes onerosas como empréstimos e financiamentos. 
Sempre que pensamos no financiamento de uma operação, devemos nos lembrar dos 
conceitos de fontes não onerosas que, por um período restrito de tempo, acabam por 
financiar as operações da empresa em seu dia a dia. Este é o caso, por exemplo, dos salários 
a pagar, dos impostos a pagar, e de outros recolhimentos obrigatórios da empresa.
Glossário
Fontes Onerosas: São os empréstimos, os financiamentos bancários e os parcelamento de 
impostos que sempre geram despesas financeiras como contrapartida.
A Administração do Ativo Circulante
O profissional de finanças administra as contas do Ativo Circulante da empresa, segundo o 
tipo de negócio exercido por esta e segundo uma análise sazonal de suas atividades. 
Logo, em alguns períodos do ano, quando as vendas se encontram em crescimento e em 
patamares altos, o administrador financeiro pode certamente optar por elevar estoques de 
produtos acabados, ou mesmo de matérias-primas de forma a garantir produtos para suprir o 
seu mercado. Assim sendo, este movimento sazonal leva normalmente ao aumento dos valores 
destas contas no Ativo Circulante, além do aumento das contas a receber (caso a empresa 
venda a prazo), e do caixa. 
12
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Pode-se também esperar que um aumento no contas a pagar de curto prazo, decorrente de 
débitos junto aos fornecedores e bancos. Isso ocorre, especialmente, quando há uso de linhas 
de crédito de curto prazo nestes períodos de vendas aquecidas. Desta forma, muitas empresas 
procuram administrar suas finanças observando sempre um nível mínimo e máximo do Ativo 
Circulante sendo que, para tanto, optam por operar de forma mais ou menos conservadora. 
Certamente que, quando a empresa adota uma abordagem mais conservadora, utiliza 
os recursos provenientes dos empréstimos de longo prazo obtidos junto a instituições 
financeiras e o patrimônio líquido para financiar o ativo imobilizado e uma pequena parte 
do ativo circulante. Ao adotar uma abordagem mais agressiva em sua operação, a empresa 
opta por obter, junto às instituições financeiras, empréstimos de curto prazo voltados ao 
financiamento de grande parte de suas necessidades sazonais de caixa, de estoques e de 
demais compromissos. Assim fica apenas uma pequena parcela dos ativos fixos e do ativo 
circulante financiada por passivo de longo prazo. 
Administrando as Contas a Receber
Mesmo sem estudarmos muito o conceito e os componentes do item Contas a Receber de 
uma empresa, podemos a princípio afirmar que seu saldo apresentado dependerá diretamente 
da política de vendas adotada pela sua equipe. 
Caso a empresa opte por fornecer crédito aos seus clientes e, portanto, alavancar o seu nível 
de vendas, certamente está adotando uma política mais agressiva de crédito por um lado e, por 
outro, incrementando volumes de vendas, de faturamento e aumentando o saldo apresentado 
no Contas a Receber. Certamente, toda política deverá ser conduzida paralelamente a uma 
política de avaliação de crédito e de solvência dos seus clientes cadastrados, sob o risco de 
causar enormes prejuízos nos casos de inadimplência, muito comuns no mercado. Somado a 
este cuidado, será também importante observar os custos financeiros incorridos numa política 
de financiamento de vendas/clientes, mensurando os valores referentes aos juros cobrados pelo 
setor financeiro na realização das operações de crédito adotadas pela empresa em questão. Caso 
contrário,o risco de não pagamento (inadimplência) somado aos custos financeiros podem 
causar prejuízos ou mesmo até inviabilizar a operação comercial. 
Para Pensar
Como a empresa deve equilibrar adequadamente o volume de suas vendas a vista versus suas 
vendas a prazo? Pense sobre este tema levando em consideração o caso brasileiro: grande parte dos 
clientes e dos comerciantes opera por meio de compras e vendas a prazo. 
Como o Brasil apresenta juros muito altos nas operações de crédito, qual o risco do administrador 
financeiro ao captar recursos em bancos e financeiras para então financiar as suas vendas? Será que 
seu lucro não será “todo” corroído pelos gastos com juros? Vamos lá!
13
 
 Diálogo com o Autor
Segundo Gropelli (2010, p. 338),
O benefício de reduzir os padrões de crédito é o lucro das vendas adicionais; 
os custos são os débitos incobráveis adicionais e os custos maiores de 
financiamento das novas contas a receber. Os benefícios da elevação dos 
padrões de crédito são a redução das dívidas incobráveis e dos custos de 
financiamento das contas a receber; o custo é a redução dos lucros sobre as 
vendas. (GROPELLI, 2010, p. 325).
A Administração Eficiente dos Estoques
A busca pela eficiência da produtividade é uma das metas prioritárias de qualquer empresa. 
Neste sentido, o ato de administrar estoques de forma correta e eficiente atende a este objetivo 
de forma primária. Ao oferecer à empresa uma ferramenta para maximizar eficiência e 
produtividade, uma gestão eficiente de estoques acaba por gerar impactos positivos significativos 
em diversas áreas de negócio, com reflexos positivos nos números, influindo decisivamente nos 
resultados das operações. Sabemos ainda que, quando pensamos em estoques, estamos na 
verdade tratando de um tema importante e de responsabilidade direta dos gerentes de compras, 
industrial e de vendas de qualquer empresa preocupados prioritariamente com a manutenção 
das atividades rotineiras da empresa. Neste sentido, e do ponto de vista do administrador 
financeiro e orçamentário, a sua preocupação principal afasta-se a princípio da questão do 
tamanho dos estoques mantidos ou não pela empresa, aproximando-se por outro lado dos 
aspectos relacionados aos custos financeiros incorridos na manutenção ou não de determinados 
níveis de estoques. 
 
 Diálogo com o Autor
Segundo Hoji (2008, p.121),
Normalmente, o investimento em estoques tem um peso significativo em 
empresas comerciais e industriais e, até, em empresas de prestação de serviços. 
Em empresas comerciais os estoques são representados, basicamente, pelas 
mercadorias para revenda. Em empresas industriais, podem ser classificados 
em: matérias-primas, produtos em elaboração, materiais de consumo, 
materiais de embalagem e produtos acabados. Em empresas de prestação de 
serviços, pelos materiais de consumo e de almoxarifado. (HOJI, 2008, p.121).
14
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Observe que toda administração de estoques é atividade-chave em qualquer empresa, e 
independente de seu ramo de atividade. Mas certamente, quando pensamos em uma atividade 
fabril, o trabalho voltado à maximização de matérias-primas e produtos semiacabados ganha 
destaque em razão da necessidade de segurança que o ritmo de produção da empresa exige ao 
longo do tempo. Quando o administrador financeiro e o departamento de orçamentos trabalham 
juntos na gestão dos níveis de estoques, estão garantindo a oferta ideal de bens e serviços aos 
clientes, e no momento exato de suas necessidades. 
Somado a isto, e vendo esta questão sob a perspectiva da ótica financeira, a manutenção de 
estoque é sempre dispendiosa, exatamente por consumir recursos (dinheiro) que não gera juros 
(aplicações) nem renda. Cabe ao administrador, sempre lembrar que a elevação ou a redução 
de estoques deve ser observada a partir das variações dos custos financeiros incorridos em cada 
uma destas decisões. 
Este pensamento coloca-o, portanto, frente ao conceito de Lote Econômico de Compra 
(LEC) que é utilizado pelos administradores para a determinação da quantidade ótima de 
compra de um determinado item para estoques. Assim, e segundo Hoji (2008) o modelo de 
Lote Econômico de Compra pressupõe a análise dos custos efetivos das mercadorias, por meio 
da composição dos custos dos pedidos de compras e dos custos de manutenção de estoques. 
No primeiro caso, o dos custos de pedidos de compras, o autor classifica-os como sendo os 
custos incorridos para a emissão e recebimento de pedido (da emissão do pedido à inspeção 
da mercadoria). Enquanto que no caso dos custos de manutenção de estoques, é importante 
observar os custos incorridos durante a permanência destes estoques na planta fabril (custo de 
armazenagem, obsolescência, entre outros). 
Segundo Gitman, o Lote Econômico de Compra (LEC) é calculado a partir da seguinte fórmula:
LEC = [(2 x S x O) / C] 1/2
LEC = Lote Econômico de Compra
S = Demanda (consumo) em unidades no período
O = Custo unitário de emissão de pedido
C = Custo unitário de manutenção do estoque
Vejamos agora um exemplo prático:
Uma indústria química compra regularmente matérias-primas como essências, sais e minérios 
que apresentam um custo médio unitário de R$ 2.000,00 a tonelada. São consumidas 600 
toneladas por semestre destes itens. Cada pedido custa, em média, R$ 240,00. Os custos de 
armazenagem, de seguro e de risco de matérias-primas vencidas fora do prazo são de 6% a.a., 
e são todos estes financiados por linhas de crédito obtidas junto aos bancos. A taxa de juros 
cobrada pelo sistema financeiro é de 12% a.a. Vamos calcular o LEC:
15
•	 Primeiro passo: vamos calcular o custo unitário de manutenção de estoques:
 · Custo = [1,06 x 1,12 – 1] = 18,72% a.a.
 · Custo unitário no semestre = [1,1872] 6/12 = 8,96% no semestre
 · Custo unitário no semestre = R$ 2.000,00 x 8,96% = R$ 179,2
•	 Segundo passo: vamos calcular o LEC:
 · LEC = [( 2 x 600 unidades x R$ 240,00) / R$ 179,2] ½
 · LEC = 40 Toneladas
Adiantamento a Fornecedores
Segundo Hoji (2008, p. 126), adiantamento pode ser definido como um recurso financeiro 
entregue ao fornecedor sem que haja o correspondente fornecimento de material, equipamento 
ou serviço. Essa definição nos faz considerar que, muitas vezes, a empresa precisa, em 
decorrência de razões econômicas, financeiras e de mercado, financiar seus fornecedores de 
forma a possibilitar a entrega das matérias-primas que se tornarão parte integrante do processo 
produtivo. Assim sendo, o que se faz importante administrar são as garantias a serem dadas pelo 
fornecedor que, uma vez recebido o adiantamento dos recursos, deverá cumprir os prazos de 
entrega e os volumes dos pedidos efetuados. 
Logo, como parte integrante da administração de estoques, temos que o cuidadoso trabalho 
relativo à gestão das posições de adiantamento a fornecedores, e das contrapartidas das 
mercadorias efetivamente entregues, se tornam essenciais e cruciais para o administrador 
financeiro. O Adiantamento a Fornecedores exige sempre cuidadosa administração por ser 
exatamente crucial e de responsabilidade direta dos profissionais responsáveis pela administração 
dos estoques e pela produção, bem como, do departamento financeiro.
A Administração do Contas a Pagar
Muitos autores resumem o conceito de Contas a Pagar (CP) como sendo uma espécie de 
“empréstimo” dos fornecedores para com a empresa. Normalmente, quando a empresa não pode 
comprar a prazo de seus fornecedores e, portanto, lançar um valor no CP, ela precisa compensar 
esta inexistência de “crédito na praça” com empréstimos junto a instituições financeiras. Essa 
postura acarreta como contra partida o pagamento de juros e impostos incidentes no período 
de uso da linha de crédito. 
Pode-se assim dizer que o CP é um benefícioe uma capacidade das empresas e de seus 
administradores economizarem com juros e demais encargos e financiarem-se junto aos 
fornecedores, ou seja, junto ao mercado. 
16
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Entretanto, vale destacar que o saldo apresentado no CP nem sempre será exatamente 
o valor futuro desembolsado pela empresa, quando do pagamento do(s) título(s) 
correspondente(s). Isto porque muitos fornecedores oferecem descontos no ato do 
pagamento já que este é adiantado pela empresa. 
Assim, sempre que houver disponibilidade de caixa e a Administração Financeira enxergar 
vantagem financeira na quitação antecipada deste CP, este valor será baixado e o saldo de caixa 
utilizado na quitação da dívida, reduzido a menor. 
Exemplo: 
Imagine a seguinte situação: Um analista financeiro precisa administrar o Contas a Pagar da 
empresa onde trabalha. A empresa tem uma fatura a pagar (CP) de R$ 25.000,00 e recebe um 
comunicado do fornecedor oferecendo desconto de 2,5% para pagamento antecipado deste 
débito. Mas para pagar antecipadamente a empresa precisaria tomar emprestado no banco o 
valor com desconto (ou seja: 0,95 x R$ 25.000,00 = R$ 23.750,00) e pagá-lo em 30 dias com 
taxa de juros de 9% a.a. Será que vale a pena?
Percebemos que a opção é vantajosa, pois a empresa obtém um desconto de 5% de imediato 
(R$ 1.250,00), sendo que os juros pelos 30 dias que ficar descoberta em R$ 23.750,00 é baixo 
no período do empréstimo:
 · Taxa Juros Banco: (1,09)1/12 – 1 = 0,72% a.m.
 · Valor dos Juros Cobrados em 30 dias: R$ 23.750,00 x 0,72% = R$ 171,0
Ou seja, o desconto de 5% é bem mais vantajoso que os juros de 0,72% que será cobrado 
sobre o empréstimo de R$ 23.750,00.
Para você, interessado em ler mais a respeito da importância do planejamento 
financeiro para a administração do negócio, sugiro ler o Capítulo 3 do livro 
Princípios da Administração Financeira, de Lawrence J. Gitman.
Ideias Chave
•	 Compreender a Análise das Fontes e dos Usos de Fundos;
•	 Discutir o financiamento do Capital de Giro;
•	 Analisar a correta administração dos Ativos Circulantes, o Contas a Receber, os Estoques e 
Contas a Pagar;
•	 Observar como uma empresa pode ser financiada.
17
Material Complementar
Sugestão de Leitura
•	 Estudamos nesta Unidade os importantes temas ligados ao Capital de Giro, seus 
conceitos e sua administração pelo gestor financeiro. Vimos também que a adequada 
administração do Capital de Giro é essencial e determinante para o sucesso do negócio, 
especialmente no Brasil, onde as empresas carecem de linhas de crédito e onde os 
empréstimos e descontos de títulos e duplicatas são normalmente caros e onerosos a 
todo empresários. No livro Administração Financeira e Orçamentária de M. Hoji, 
temos uma excelente explicação deste tema no Capítulo 12 – Análise Financeira da 
Gestão Operacional. Sugiro, portanto, a leitura atenta do item 12.2 – Análise do Capital 
de Giro, nas páginas 303 a 309 para um maior aprofundamento de seus estudos.
•	 Dando continuidade ao entendimento e ao estudo mais aprofundado sobre o Capital 
de Giro e sua administração e necessidade no dia a dia do empresário, sugiro estudar 
um pouco mais o tema ‘Endividamento’. Vá à nossa biblioteca virtual e leia no livro 
Princípios de Administração Financeira de L.J. Gitman a página 49, onde o autor 
trata do conceito e dos exemplos relacionados aos Índices de Endividamento. Em, 
seguida, veja também uma tabela resumo com todos os índices da Bartlett Company, 
nas páginas 58 e 59.
18
Unidade: A Administração do Capital de Giro como Estratégia Financeira
Referências
Básica
GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira, 10. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
GROPPELLI, A.A. e NIKBAKHT, E. Administração Financeira, 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
MARION, J.C. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 
São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
SANTOS, J.O. Valuation: Um Guia Prático. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
Complementar
IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
MÁLAGA, F.K. Análise de Demonstrativos Financeiros e da Performance Empresarial 
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