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Sociologia Jurídica Prof. Fernando Rogério Jardim BLOCO 3- FUNÇÕES DO DIREITO As funções do direito Funções gerais do direito: A garantia de que cada indivíduo alcançará suas necessidades individuais, sintonizadas aos interesses dos semelhantes, não afetando o convívio coletivo. A realização da justiça por meio de resolução pacífica dos conflitos, conforme a adequação das condutas individuais à moralidade coletiva daquele contexto. A segurança jurídica é a função central do direito: a garantia de que deus direitos, sua integridade física e moral, assim como seus bens serão respeitados. Funções gerais do direito os parâmetros de ação social: cada membro saberá como agir em cada situação; (o direito delimita o horizonte dos possíveis e dos pensáveis) a previsibilidade da ação social: todos poderão antecipar as reações dos demais; (caso contrário, haverá uma sansão definida para aquele desvio) a harmonização dos interesses individuais e resolução pacífica dos conflitos; (o direito é o elemento duma estrutura social estável e a garante) Dicotomias nas funções do direito Funções reais e funções ideais: cada norma de direito sempre se inspira por uma meta ideal que, todavia, choca-se muitas vezes com as condições reais da ação social; Funções e meios: trata-se de entender e adequar os fins aos quais aquela norma se destina e os instrumentos que são empregados para positivá-la na sociedade; Funções subjetivas e funções objetivas: as primeiras são as intenções do legislador; as segundas referem-se ao funcionamento objetivo e concreto das normas; Funções expressas e funções latentes: as primeiras referem-se aos objetivos declarados da lei; a segunda trata dos efeitos colaterais, ocultos, tácitos, posteriores da lei. Ideal de justiça e justiça real 1- Função de organização O direito permite a criação dum pacto social legítimo; e esse contrato proporciona a organização necessária para que nossos direitos naturais sejam garantidos e respeitados; O direito impede o recurso à lei do mais forte e à vingança pessoal; impede o império do arbítrio, do abuso das normas, dos privilégios e das exceções, da violência ilegítima. o direito tem como função criar obrigações recíprocas; além disso, ele mitiga elementos potenciais de conflito; com isso, facilita as relações sociais detendo os desvios. 2- Função de controle social As normas do direito vinculam seus destinatários à coletividade, através duma ordem política dotada de coerção institucionalizada sob a forma de Estado; Sendo vinculatórias e coercitivas, as normas do direito têm função de controle social ao prevenir ou corrigir comportamentos desviantes como o crime; O direito supervisiona o funcionamento das demais instituições da sociedade, servindo de modelo de conduta tanto individual (ética) como coletiva (política); Além disso, o direito elege certos bens como dignos de proteção coletiva (a dignidade, a vida, a propriedade), interditando seu desrespeito com uso da força. Como o direito possibilita o controle social? O direito possibilita o controle social: a) incentivando condutas desejáveis (bônus); b) desencorajando condutas desviantes (multas); c) reprimindo condutas indesejáveis (penas); d) regulando condutas inovadoras ou imprevistas (novos códigos); e) orientando ou canalizando os interesses nesse sentido (contrato). 3- A função de segurança jurídica As pessoas devem conhecer com antecedência quais dentre seus comportamentos são proibidos, quais são obrigatórios, quais são permitidos. A segurança jurídica refere-se à possibilidade de planejar a própria conduta e antecipar as ações dos demais membros da sociedade. Mas para isto: a) as normas jurídicas devem ser claras; b) devem ser conhecidas pelo cidadão; c) o Estado deve cumpri-las e fazê-las cumprir. 4- Função de orientação e persuasão Há normas que são de natureza imperativa (coativas ou normas de conduta) e outras que são meramente dispositivas (educativas, promocionais, dispositivas ou normas de apoio); Além de preverem uma coação estatal àqueles que a infringem, as normas contêm em si modelos que influenciam o comportamento, mesmo quando não seguidas de sanções: pela mera possibilidade de repressão; pela vinculação simbólica com o Estado; pelo fato de ser direito fazer algo direito; pela aprovação coletiva ou institucional; por estarem ligadas a ideais de justiça. 5- Legitimação dos poderes constituídos O poder só é estável quando é reconhecido por aqueles sobre quem ele se exerce; Todo poder busca legitimar-se, tornando-se aceitável e predispondo à obediência; Nas sociedades modernas, o poder só terá legitimidade se tiver legalidade (leis); Condição a) a legalidade do poder pressupõe a validade da norma por meio da qual o poder é exercido: só é legal o poder exercido dentro dos limites da lei. Condição b) a validade da norma pressupõe a legitimidade do poder que a produziu: normas legas são apenas as criadas por aquele poder e nenhum outro. Legitimidade e Legalidade Legitimidade – aceitação de QUEM deve me governar. Legalidade – aceitação de COMO deve me governar. A legitimidade consiste na crença segundo a qual quem manda possui boas razões para isso e, portanto, gera a convicção do dever moral de obediência, enquanto se respeitem as bases que a fundamentam, o que consiste nas opiniões, valores, crenças, interesses e necessidades da comunidade. A legitimidade, portanto, refere-se à obrigação política de obediência, pela qual as pessoas aceitam e justificam um poder político. É a constituição o que concretiza esse acordo. 6- Função de atribuição de papéis e status sociais As normas jurídicas criam objetos de direito e sujeitos de direito: categorias de indivíduos que passam a ser reconhecidos como tendo papel e status especial; A sociedade é dividida em camadas de classe, idade, sexo, status, renda, etc. As relações que se dão entre tais grupos geralmente são submetidas a normas de direito; As normas jurídicas podem legitimar a posição social (status) ocupada pelos indivíduos na sociedade, estabelecendo previsibilidade comportamental (papéis). 7- Função de fortalecimento da socialização O direito contribui para fortalecer o entendimento dos valores morais da sociedade, que são, por meio dele, detalhados e positivados; O direito tem influência educativa, moldando as opiniões e as condutas individuais, sendo um fator de reforço ao trabalho da família. 8- Função de institucionalização de mudanças sociais O direito reconhece, direciona e consolida as mudanças da sociedade; Tais mudanças só se legitimam e se positivam com as normas jurídicas. 9- Função distributiva Como a sociedade funciona em condição de competição por recursos escassos, o direito atua no sentido de dividir perdas e ganhos, diminuindo ou agravando as desigualdades.
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