Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL 1° Ten (RM2-T) VALESCA O que é Território? Para Milton Santos, território pode ser considerado o “nome político para o espaço de um país”. A existência de um país pressupõe, portanto, a existência de um território. Porém, a existência de uma nação não é, necessariamente, acompanhada da posse de um território; nem sempre supõe a existência de um Estado. O território, portanto, é... ... formado de objetos e ações; é sinônimo de espaço humano, espaço habitado, espaço geográfico. Ao definir qualquer território, devemos considerar a interdependência da materialidade (que inclui a natureza)e o seu uso (que inclui a ação humana, isto é, o trabalho, a política). Revela ações do passado e do presente, “congeladas” em objetos e ações. O TERRITÓRIO O Território é o espaço submetido a um poder político. No mundo contemporâneo, o poder político é exercido pelos Estados Nacionais. A soberania do Estado-Nação está limitada geograficamente pelas fronteiras políticas que circunscrevem o território nacional. O poder do Estado se exerce por meio das leis e dos aparelhos judiciais e policiais destinados a controlar a sua aplicação e reprimir transgressões. O território é, portanto, um espaço de normas: a legislação nacional tem validade plena no seu interior , mas nenhum impacto além das linhas de fronteira O território é, portanto, um espaço de normas: a legislação nacional tem validade plena no seu interior, mas nenhum impacto além das linhas de fronteira que o circunscrevem. As fronteiras políticas do Estado Nacional são estruturas lineares e contínuas. Elas assinalam os limites geográficos da soberania. A sua dinâmica está definida pelas relações de cooperação ou conflito entre os Estados vizinhos. Em qualquer caso, porém, as forças armadas nacionais constituem os instrumentos para a proteção da inviolabilidade das fronteiras e para defesa da soberania do Estado. Os Estados A configuração dos Estados contemporâneos transferiu o poder para a Nação, que o exerce por meio de instituições políticas permanentes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. América portuguesa e Brasil Nos séculos XVI e XVII, a colonização baseou-se no regime de capitanias hereditárias, instituído em 1543. Os donatários tinham amplos poderes nas suas capitanias, inclusive o de distribuir sesmarias, para estimular a exploração econômica das terras por meios da grande lavoura da criação de gado. Esse regime fragmentou a América portuguesa em unidades autônomas e desarticuladas entre si. Os donatários tinham por objetivo implantar povoados e elevá-los à categoria de Vila. Na Vila organizava-se um poder municipal , que servia como suporte para a defesa territorial, a cobrança de tributos e a ocupação produtiva da terra. Definição das Fronteiras As fortificações erguidas pela Coroa confirmam seu valor estratégico durante as negociações entre Portugal e Espanha que levaram à assinatura do Tratado de Madri (1750). Os dois países aceitaram o princípio do uti possidetis . Segundo o qual é considerado dono da terra aquele que ocupa. Esse princípio valeu aos portugueses o reconhecimento da posse da Amazônia e de outras regiões situadas além da linha de Tordesilhas. A Formação e a Expansão do Território Brasileiro O Tendo por objetivo regulamentar as terras conquistadas, e na tentativa de evitar uma guerra , assinaram em 7 de junho de 1494, em Tordesilhas, Espanha o Tratado de Tordesilhas. Esse Tratado definiu o primeiro limite territorial do brasil, estabelecendo uma linha imaginária a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo verde (África), que dividiria o mundo entre Portugal e Espanha. As terras a leste desse meridiano seriam portuguesas, e as terras a oeste seriam espanholas. Capitanias hereditárias Em 1534-1536, a Coroa Portuguesa implantou o sistema político- administrativo das capitanias hereditárias. O território foi dividido em capitanias, lotes doados a quem tivesse capital para colonizá-los . Os detentores desses lotes, transmitidos de pai para filho, eram os capitães-donatários. Esse regime fragmentou a América Portuguesa em unidades autônomas e desarticuladas entre si. A Estrutura política e administrativa A fundação da vila de São Vicente no litoral paulista, em 1532, assinalou o início da Colonização dos domínios portugueses na América, com a distribuição das primeiras sesmarias. As sesmarias inspiraram-se na legislação fundiária portuguesa do século XIV. Na metrópole, a Lei das Sesmarias (1375) surgira da necessidade de reanimar a agricultura, relegada ao abandono por uma pequena nobreza proprietária. A legislação implantada pela Coroa obrigava os proprietários a cultivar as terras ou a ceder parte delas para usufruto dos camponeses. No território colonial, os sesmeiros eram homens da pequena nobreza, militares ou navegantes, que recebiam as suas glebas como recompensa por serviços prestados à Coroa. Ao tomarem posse das terras, ficavam obrigados apenas a fazê-las produzir em alguns anos (em geral cinco anos) e pagar o dízimo à Ordem de Cristo. Capitanias hereditárias Em 1549, numa tentativa de reforçar sua presença e coordenar os esforços dos capitães-donatários, a Coroa instalou um Governo Geral na recém- fundada cidade de Salvador (Bahia). Em 1621, a América Portuguesa foi dividida em Estado do Brasil, cuja capital era Salvador, e em Estado do Maranhão, com sede em São Luís. Os Estado do Maranhão, subordinado apenas à Coroa, destinava-se garantir a defesa do litoral setentrional, sujeito a ataques e ocupação dos franceses . Em 1737, afastadas as ameaças francesas, atenção da Coroa concentrou-se na consolidação da soberania sobre a bacia amazônica, alterando o nome da entidade para o Estado do Grão-Pará e Maranhão e transferido sua sede para Belém. As mudanças atingiram também o Estado do Brasil, que em 1763 teve sua sede transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. OS DOIS ESTADOS DA AMÉRICA PORTUGUESA -1772 A tipologia dos espaços grográficos produzidos na economia colonial 27/02/13 As atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. A nossa economia colonial (1500- 1822) girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, à exportação e às necessidades da metrópole portuguesa. A importância das atividades econômicas A CANA-DE-AÇÚCAR E A MINERAÇÃO A exploração da cana-de-açúcar e a mineração representaram os dois processos mais importantes da economia colonial brasileira. Atividade Açucareira Atividade Mineradora Apogeu: Séc.XVII (1601-1700) Apogeu: entre 1740 e 1750 (Séc. XVIII) Localização: Zona da Mata, litoral nordestino, principalmente em Pernambuco e na Bahia, onde havia, respectivamente, o maior número de engenhos instalados no Brasil. Localização: capitania de Minas Gerais (cidades de São JoãoDel Rei, Vila Rica, Sabará, Vila do Príncipe e Arraial do Tejuco. Características: * Plantação adaptada ao clima litorâneo e ao solo argiloso e fértil (massapê). * Conhecimento prévio dos portugueses, que já cultivavam o produto nos Açores. * Boa aceitação do açúcarna Europa (era raro e caro). * O capital holandês financiava a construção de engenhos, a compra de escravos e o transporte, refino e distribuição do açúcar na Europa. * Plantation: cultivo de um único produto ( monocultura), voltado para a exportação; mão-de-obra escrava; extensa propriedade rural (latifúndio). * A sociedade era basicamente rural. Características: *Aumento da população colonial com a grande imigração de portugueses que vinham em busca de riquezas. * Deslocamento do eixo econômico da colônia, do litoral nordestino (Salvador) para o interior do Sudeste ( Minas Gerais). * Desenvolvimento de inúmeras atividades econômicas secundárias e dependentes da mineração, como a pecuária (carne, couro), armas, ferramentas, móveis, vestuário, entre outras. * Mudança da sede do governo-geral de Salvador para o Rio de Janeiro (1793). * Expansão do território através do povoamento de áreas correspondentes aos atuais estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. * A sociedade era basicamente urbana. As principais rotas do comércio dirigiam-se para o interior, para a região das minas. Os principais produtos levados para a região das minas eram carne/gado, couro e tecidos. O mapa mostra rotas que interligam o Nordeste, o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste do território. Brasil: mineração e comércio colonial – séc. XVIII A mineração e o povoamento A ocupação do interior entrou numa fase importante e decisiva com a descoberta do ouro em Minas, quando o centro dinâmico da economia deslocou-se do litoral nordestino para o Centro-Sul do Brasil. Propiciou a formação de um mercado interno, o pólo minerador serviu de elemento articulador da economia colonial, por meio da pecuária nordestina e sulina. Esta última, ao se desenvolver e se articular com os centros mineiros, criou condições para a efetiva ocupação do Rio Grande do Sul. 27/02/13 • A expansão da cafeicultura baseada nas relações escravistas de trabalho: -do Rio de Janeiro para o Vale do Paraíba; • A expansão da cafeicultura com base nas relações assalariadas de trabalho: - do Vale do Paraíba para o interior de São Paulo; - o café constituiu o principal fator responsável pelo impulso do desenvolvimento capitalista no Brasil e da produção do espaço geográfico no Sudeste nesse período (1900 - 1950); - implantação de ferrovias; - o café criou as bases financeiras para o desenvolvimento industrial do Brasil, além de estimular o crescimento urbano e a formação de uma classe média urbana. Cafeicultura O CAFÉ A atividade cafeeira alterou profundamente a economia e a sociedade brasileiras. Entre 1881 e 1890, o café representou mais de 60% das receitas de nossas exportações. A mão-de-obra escrava foi substituída pela mão-de-obra assalariada imigrante europeia A rede ferroviária e as cidades expandiram-se em direção ao interior, principalmente do estado de São Paulo. O Porto de Santos em São Paulo passou a ser o mais importante do Brasil. Uma parte do capital oriundo das exportações cafeeiras foi investida em indústrias. O Tabaco No início do séc. XVII, uma outra cultura estava se desenvolvendo na Bahia: o tabaco. De origem indígena, o produto ganhou consumidores também na Europa; A partir do final do século XVII, passou a ser cultivado em maior escala, com mão-de- obra escrava, por produtores que também eram senhores de engenho e criadores de gado; No século XVIII, o tabaco chegou a ocupar o segundo lugar nas exportações de produtos agrícolas para a Europa; Até o fim do tráfico, no século XIX, as lavouras de tabaco cresceram na mesma medida em que crescia a demanda pela mão-de-obra escrava; Além da Bahia, o tabaco era cultivado em Sergipe, Alagoas e Pernambuco. A PECUÁRIA Pecuária setor expressivo ligado à subsistência; Sua origem remonta ao Governo de Tomé de Souza ( importava cabeças de gado de Cabo Verde. A atividade criatória teve importantes consequências para a colônia, ao estimular a penetração no sertão nordestino, interiorizando o processo colonizador. Saindo da Bahia e de Pernambuco, seguindo sempre as margens dos rios, o gado tomou duas direções: uma delas para o Sul, pelo rio São Francisco, em direção a Minas Gerais; a outra para o norte, através de vários rios, atingindo o Maranhão. A Colonização do extremo Norte: o vale amazônico A colonização foi estimulada pelas preocupações em garantir a posse e o acesso ao rio Amazonas e impedir a presença de rivais de outros países. O extrativismo vegetal consistiu na exploração das chamadas “drogas do sertão” : Cacau, Guaraná, Borracha, Urucum, Salsaparilha, Castanha-do-Pará, Gergelim, Baunilha, e Coco e outras.
Compartilhar