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O descompasso entre o crescimento econômico e o

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O descompasso entre o crescimento econômico e o desenvolvimento social no Brasil.
CAP: 19 e 20 
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O BRASIL CRESCEU, MAS NÃO SE DESENVOLVEU
 
 
              Ao examinar a situação social, política e econômica do país nas últimas décadas, principalmente a partir da segunda metade do século XX, podem ser feitas duas descobertas importantes: a primeira, animadora, é de que o Brasil obteve um crescimento econômico espetacular, superior mesmo ao das nações mais desenvolvidas do mundo.
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A segunda descoberta é frustrante: o chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) jamais acompanhou o desempenho da economia, situando-se num patamar vexamoso, abaixo do septuagésimo lugar. A lição a ser tirada deste quadro é que o Brasil obteve, até os anos 80, grandes conquistas econômicas, mas não soube ou não quis distribuir renda e criar oportunidades, produzindo crescente exclusão social. O descompasso entre os índices de crescimento econômico e de desenvolvimento humano existente no Brasil, comentado no artigo anterior, muda profundamente o entendimento sobre a questão do desenvolvimento econômico, tal como tem sido tratado por muitos políticos e economistas do país. 
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Em plena onda desenvolvimentista dos anos 50, trabalhava-se com o dualismo Pobreza X Desenvolvimento; no final do século XX, o debate situava-se entre Estagnação X Crescimento. Ainda hoje, os economistas do governo Lula falam em "retomada do crescimento". Ora, o que a história econômica do Brasil prova, de maneira cabal, é que o país obteve, até décadas recentes, índices extraordinários de crescimento, paralelamente a índices pífios de desenvolvimento humano. 
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Política econômica e desigualdade
O processo de industrialização induzida, que se iniciou na década de
1930, alterou profundamente a estrutura produtiva do país, modernizando
a economia e provocando uma migração dramática da população
para os centros urbanos.
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Para a população como um todo houve um aumento sensível da renda, bem como de todos os indicadores sociais. Contudo, apesar dessas mudanças, a estrutura de concentração da riqueza que marca o país como um dos mais injustos do mundo não se alterou. Mesmo comparado a outros países da América Latina, o Brasil se destaca, apesar de esses países terem processos de colonização, urbanização e industrialização semelhantes.
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IDH: O Brasil subiu quatro posições em 2003 no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que mede a qualidade de vida dos países. A expectativa de vida dos brasileiros aumentou e melhorou o acesso á educação. Mas no item distribuição de renda, o Brasil ficou atrás de vizinhos como a Colômbia e a Argentina. Em 2001, 9,9% dos brasileiros viviam na extrema pobreza. Com menos de US$ 1 por dia. O Índice de Desenvolvimento Humano mede a qualidade de vida de um país. 
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Índice de Gini: O índice de Gini é um dos indicadores mais utilizados para se medir a concentração de renda no país. O Índice mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). 
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No período de 1992 a 1999, o Índice de Gini da distribuição dos rendimentos de trabalho atingiu o máximo em 1993 (0,600) e o mínimo em 2001 (0,566). O confronto regional mostrou que o grau de concentração dos rendimentos manteve-se mais elevado nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, de 0,576 e 0,572, respectivamente, em 2001. PIB: Em 2003 foi de R$ 1,5 trilhão. Renda per capita: Em 2003 foi de R$ 8.565, para uma população estimada de 177 milhões de pessoas. 
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SAÚDE Mortalidade infantil: As pesquisas vêm mostrando uma tendência de queda em todo o Território Nacional, principalmente naquelas áreas e regiões onde os níveis eram mais elevados. Em 2001, as estimativas apontam para o Brasil uma taxa de 28,7 óbitos infantis por mil nascidos vivos. Apesar da tendência de declínio da taxa de mortalidade infantil em todas as regiões e estados brasileiros, é de fundamental relevância ressaltar que, considerando os padrões de países mais desenvolvidos e até um conjunto significativo daqueles outros inseridos em padrões de desenvolvimento similares ao do Brasil, os valores médios ainda são elevados, sendo maiores no Nordeste (43‰). 
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As menores taxas encontram-se nos estados das Regiões Sul e Sudeste. Internações: De acordo com a Pesquisa Assistência Médico-Sanitária, divulgada pelo IBGE em 2002, o número de estabelecimentos com internação passou de 5.311, em 1976, para 7 397 em 2001, o que representa um crescimento de 1,3% ao ano. 
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EDUCAÇÃO Analfabetismo: Nos últimos anos, a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade vem caindo no País. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2001 aponta um índice de 12,4%, inferior à taxa referente ao ano de 1992 (17,2%). Iniciou-se a década com menos analfabetos do que no passado, mas o contingente ainda é muito expressivo, corresponde a 14,9 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade que declararam não saber ler e escrever. 
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Embora em declínio, o analfabetismo no Brasil representa, ainda, uma das maiores taxas da América Latina. No Nordeste, a taxa declinou de 32,7 %, em 1992, para 24,3%, em 2001. Analfabetismo funcional: Todavia, o que chama a atenção são as elevadas percentagens de adultos com baixa escolaridade ou quase nula que, de acordo com os critérios da UNESCO, são considerados analfabetos funcionais, isto é, pessoas com menos de 4 anos de estudo. Em 2001, permaneciam nesta condição 27,3% dos adultos residentes no Brasil. Na Região Nordeste, a situação é mais dramática: a taxa duplica em relação às Regiões Sudeste e Sul, 42,8% contra 20,4% e 21,2%, respectivamente. 
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POPULAÇÃO Mais velhos: Ao longo das últimas décadas, a proporção de crianças e jovens vem se reduzindo intensamente, chegando a 2000 com 29,6% do total da população. Essa proporção que, por exemplo, até a década de 1970 era de 42,1%, vem declinando, a partir de então, chegando a 38,2%, em 1980 e 34,7%, em 1991. Em contrapartida, vem se elevando a proporção de idosos, de 6,1%, em 1980, para 7,3%, em 1991 e chegando a 8,5%, em 2002. 
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Famílias menores: O tamanho das famílias vem sofrendo nas últimas décadas reduções sistemáticas, refletindo o ritmo da queda da fecundidade. Em 1980, o número médio de pessoas era de 4,5, passando para 3,7, em 1992, e atingindo, em 2001, apenas 3,3 pessoas em média. Nos estados do Norte e do Nordeste o número médio de pessoas na família é mais elevado (3,7), enquanto no Sul e Sudeste as famílias possuem, em média, 3,2 pessoas. 
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Ricos e pobres: Como uma medida da desigualdade no mercado de trabalho, foi feita a análise do rendimento médio os ocupados que estão entre os 10% mais ricos da distribuição de renda, verificando-se que estes ganham cerca de 18,31 vezes mais que o valor do rendimento dos 40% mais pobres. Enquanto os 40% mais pobres ganham em média R$ 149,85, os 10% mais ricos apresentam um rendimento médio de R$ 2.744,30. Em salários-mínimos, observa-se que o rendimento médio dos 40% mais pobres e dos 10% mais ricos sofreu uma redução em relação à 1999. 
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Trabalho infantil: O número de crianças de 5 a 14 anos de idade ocupadas continuou apresentando tendência de declínio. De 1999 para 2001, o contingente de 5 a 14 anos de idade ocupado baixou em 739 mil crianças, representando uma queda de 13,3% em média anual. 
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SANEAMENTO E SERVIÇOS Água: O abastecimento de água nos domicílios tem se constituído em um importante fatorde melhoria e preservação das condições de saúde e higiene. No Brasil urbano, este serviço encontra-se quase universalizado - cerca de 90% dos domicílios possuem abastecimento de água procedente de rede geral com canalização interna. Esgoto: Os dados do IBGE revelam que os sistemas de esgotamento sanitário existentes no Brasil ainda requerem grandes avanços e investimentos. 
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Lixo: Os serviços de coleta direta ou indireta de lixo atingiram, em 2001, 95% dos domicílios nas zonas urbanas. Energia: Entre os serviços essenciais nos domicílios, o que alcançou maior cobertura foi o de iluminação elétrica, que atendia 92,9% das habitações em 1996, 94,8% em 1999 e atingiu 96,0% em 2001. 
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EQUIPAMENTOS Telefone: A proporção de domicílios com linha telefônica, fixa ou móvel, cresceu de 25,5% em 1996 para 37,6% em 1999 e atingiu 58,9% em 2001. Os domicílios que possuíam apenas linha móvel celular eram 7,8% em 2001. Computador: Um novo bem que passou a ser investigado na PNAD, a partir de 2001, foi o microcomputador, encontrado em 12,6% dos domicílios. A pesquisa também constatou que em 8,6% das residências existia microcomputador com acesso à Internet. 
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TV e rádio: Em 2001, o número de moradias com televisão (89,0%) ultrapassou pela primeira vez o de moradias com rádio (88,0%).
 
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Taxas de analfabetismo de pretos e pardos são mais que o dobro da de brancos
De 1999 a 2009, houve um crescimento da proporção das pessoas que se declaravam pretas (de 5,4% para 6,9%) ou pardas (de 40% para 44,2%), que agora em conjunto representam 51,1% da população. A situação de desigualdade por cor ou raça, porém, persiste.
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 13,3% para a população de cor preta, de 13,4% para os pardos contra 5,9% dos brancos. Outro indicador importante é o analfabetismo funcional (pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos completos de estudo), que diminuiu de 29,4% em 1999 para 20,3% em 2009. Essa taxa, que para os brancos era de 15%, continua alta para pretos (25,4%) e pardos (25,7%). 
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Rendimento-hora de pretos e pardos é menor do que dos brancos
O rendimento de pretos ou pardos continuam inferiores aos de brancos, embora a diferença tenha diminuído nos últimos dez anos. O rendimento-hora de pretos e de pardos representava respectivamente 47% e 49,6% do rendimento-hora dos brancos em 1999, passando a 57,4% para cada um dos dois grupos em 2009. Os percentuais de rendimentos-hora de pretos e pardos em relação ao dos brancos, em 2009, eram, respectivamente, de 78,7% e 72,1% para a faixa até 4 anos de estudo, de 78,4% e 73% para 5 a 8 anos, de 72,6% e 75,8% para 9 a 11 anos, e de 69,8% e 73,8% para 12 anos ou mais. 
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Comparando-se o Índice de Gini para o rendimento mensal familiar per capita, verifica-se diminuição na desigualdade em proporção similar para brancos (de 0,572 para 0,537), pretos (de 0,502 para 0,471) e pardos (de 0,531 para 0,497). O índice vai de zero a um: quanto maior, mais desigual.
A desigualdade entre brancos, pretos e pardos se exprime também quando se observa o número de pessoas por posição na ocupação. Entre as pessoas ocupadas de 10 anos ou mais de idade, em 2009, eram empregadores 6,1% dos brancos contra 1,7% dos pretos e 2,8% dos pardos.
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Trabalho informal prevalece entre mulheres jovens e idosas
O percentual de mulheres no mercado de trabalho formal (que têm carteira assinada, incluindo domésticas, militares e funcionárias públicas estatutárias, são empregadoras ou trabalhadoras por conta própria que contribuíam para a previdência social) subiu de 41,5%, em 1999, para 48,8% no ano passado. Entre os homens, houve um incremento de 45,9% para 53,2%. No mesmo período, a participação feminina na categoria empregado com carteira assinada passou de 24,2% para 30,3%. A participação das trabalhadoras não remuneradas, que trabalham na produção para o próprio consumo ou que exercem atividades na construção para o próprio uso, por sua vez, caiu de 18,7% para 11,6%.
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No que tange à cor ou raça, a inserção das mulheres também se dava de forma diferenciada. Entre as de cor branca, cerca de 44,0% estavam na informalidade; percentual que era de 54,1% entre as pretas e de 60,0% entre as pardas. A maior diferença na taxa de formalidade entre as mulheres, segundo sua cor ou raça, ocorreu na região Norte, onde 55,9% das brancas estavam no mercado informal contra 67,1% das pretas e 68,3% das pardas. A menor diferença era a do Sul, cujos percentuais eram de 44,2% para brancas, 43,4% para pretas e 50,5% para pardas.
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Entre os mais escolarizados, mulheres ganham 58% do que recebem os homens
Mesmo com maior escolaridade, as mulheres têm rendimento médio inferior ao dos homens. Em 2009, o total de mulheres ocupadas recebia cerca de 70,7% do rendimento médio dos homens ocupados. No mercado formal essa razão chegava a 74,6%, enquanto no mercado informal o diferencial era maior, e as mulheres recebiam 63,2% do rendimento médio dos homens.
A diferença era ainda maior entre os mais escolarizados: as mulheres com 12 anos ou mais de estudo recebiam, em média, 58% do rendimento dos homens com esse mesmo nível de instrução. Nas outras faixas de escolaridade, a razão era um pouco mais alta (61%). Entre 1999 e 2009, as disparidades pouco se reduziram.
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Apesar do aumento da taxa de atividade das mulheres, essas permanecem como as principais responsáveis pelas atividades domésticas e cuidados com os filhos e demais familiares. No Brasil, a média de horas gastas pelas mulheres a partir dos 16 anos de idade em afazeres domésticos é mais do que o dobro da média de horas dos homens. Em 2009, enquanto as mulheres de 16 anos ou mais de idade ocupadas gastavam em média 22,0 horas em afazeres domésticos, os homens nessas mesmas condições gastavam, em média, 9,5 horas.
A questão dos afazeres domésticos vista pela escolaridade mostra que as mulheres ocupadas com 12 anos ou mais de estudo passavam menos tempo se dedicando aos afazeres domésticos (17,0 horas semanais), quando comparadas às mulheres com até 8 anos de estudo (25,3 horas semanais).
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Em 2009, 41 mil mulheres relataram ter sido vítimas de violência
A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) registrou, em 2009, por sua Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), quase 41 mil relatos de violência contra a mulher, o que representou 10,2% dos atendimentos, que incluem pedidos de informação, prestação de serviços, reclamações, sugestões e elogios. Do total de relatos de violência, cerca de 22 mil (53,9%) referiam-se à violência física e mais de 13 mil (33,2%) relatavam violência psicológica, enquanto 576 (1,4%) eram casos de violência sexual.
Vale destacar que, no Brasil, dos 5.565 municípios existentes, apenas 274 contam com atendimento judicial especializado na questão de violência doméstica e familiar contra a mulher. O maior número deles está no estado de São Paulo, com 41 municípios que contam com este serviço, seguido de Minas Gerais, com 26. Distrito Federal e Amapá não oferecem esse tipo de vara especializada. O número de município com delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher é um pouco mais alto, 397 em todo o país, sendo 120 no estado de São Paulo e 49 em Minas Gerais. Roraima tem este tipo de unidade de segurança em apenas um município.
22,6% das pessoas com 60 anos ou mais declaram não ter doenças e 45,5% consideram seu estado de saúde bom ou muito bom
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