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A Dependência Econômica (e Cultural) do Brasil na Economia Mundial O Brasil era um imenso arquipélago, com muitas ilhas distanciadas umas das outras por enormes espaços vazios e desabitados. Essas ilhas ligavam-se mais facilmente com o exterior do que entre si. Através delas escoavam para o exterior as matérias-primas e os gêneros alimentícios tropicais e traziam-se de fora os produtos industriais e culturais importados, para consumo de uma elite que vivia da exploração do trabalho escravo ou dos assalariados mal-pagos. No plano econômico, o fato é que a nossa economia evoluiu culturalmente através de ciclos econômicos sucessivos, sendo que o processo econômico desenvolveu-se nas condições de economia incipiente, colonial, dependente, mercantilista, mesmo quando, a partir do século XIX, o mercantilismo foi superado no mundo. Tratava-se de uma economia primária, voltada ao atendimento da demanda externa e que internamente, atendia aos interesses do latifúndio e do comércio exportador que dominou a sociedade, submissa e impotente. Quase não havia mercado interno, pois a maioria da população vivia em condições de subsistência, extraindo o sustento de uma rudimentar agricultura; alguns como pequenos proprietários, outros cultivando áreas de terras menos férteis dos latifúndios, como agregados, e a grande maioria utilizando parcelas das imensas terras devolutas, na condição de posseiros. Tratava-se a economia brasileira ainda de uma economia vulnerável, baseada na produção e exportação de alguns produtos que não eram essenciais, nem industriais. Além disso, a terra, nas mãos de poucos, sempre foi fator de dominação e exploração e também exclusão, sendo que o latifúndio imperava, concentrando o poder econômico e controlando o poder político em benefício da reduzida e poderosa classe senhorial. Em síntese, a evolução do processo econômico brasileiro deu-se por meio de uma estrutura econômica dependente e que repousava culturalmente nos quatros primeiros séculos, em cinco pilares básicos: produção primária, destinada à exportação, realizada no latifúndio, por mão-de-obra escrava ou assalariados mal- pagos, e com características de monocultura.
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