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0 MANUAL TÉCNICO GINÁSTICA Modalidade: Spinning Revisão: 00 Data: 20/11/2014 Introdução: Este material irá oferecer valiosas informações e conhecimentos sobre o ciclismo indoor, além de abordar alguns conceitos e alternativas oferecidas pelo Manual Técnico, estimulando os Professores a questionar, criticar e dar soluções e sugestões, contribuindo para que este material se torne a principal ferramenta na elaboração das aulas e treinamentos diários. Objetivo: O objetivo deste Manual Técnico é o de repassar experiências teóricas e práticas de ciclismo indoor que irão aumentar suas habilidades didáticas e prover as ferramentas necessárias para se dar aulas mais seguras, saudáveis e motivantes para alunos de qualquer nível. Descrição: O ciclismo indoor continua conquistando adeptos mundo afora, pois é uma das melhores alternativas de treinamento aeróbico para aqueles que não gostam de corrida, caminhada, ginástica e outras atividades de impacto. Através do ciclismo indoor, as pessoas podem exercitar-se numa posição sustentada sem o indevido estresse de impacto nos pés, joelhos e coluna lombar. Desta forma, torna-se também excelente alternativa para casos de reabilitação de atletas e praticantes de atividade física em geral. Muitos ciclistas e atletas profissionais também utilizam o ciclismo indoor como forma eficiente de treinamento em semanas atarefadas. Já a maioria dos praticantes, que são amadores, prefere o ciclismo indoor também pelo fato de não possuir coreografias e movimentos complicados. É relativamente fácil para a maioria destes, seja jovens ou idosos, aprenderem os movimentos e técnicas que tornam o treinamento seguro e eficaz. 1 1. CUIDADOS COM O ALUNO Antes de Iniciar: a. É de máxima importância que se prossiga com o controle de segurança das condições de saúde dos alunos antes de uma aula e repassar alguns conselhos caso necessário. Os instrutores devem sugerir aos participantes que consultem seus médicos para checar se existe algo com o que se preocupar com referencia à sua aptidão física para este tipo de exercício. b. Alunos que estejam fora de forma e/ou acima do peso devem ser conduzidos a níveis de intensidade tal que os mantenham em uma faixa abaixo dos 75% de sua freqüência cardíaca máxima ou abaixo de 80% do seu limiar anaeróbio. c. A fórmula genérica para o calculo da máxima freqüência cardíaca é 220 (homem) ou 226 (mulher) – idade x 75%. d. Também é sugerida a utilização da Escala de Esforço de Borg durante as aulas. Verificar quadro 10.2 na página13 Observações: Os alunos devem ser incentivados a não exceder os seus próprios limites e devem se permitir repetidos intervalos durante as aulas sempre que sentirem necessário. Incentive os alunos a ajustar a carga sempre que seja necessário durante as aulas. Uma instrução para aumentar a carga ou para levanter-se do selim é interpretada como uma orientação apenas e os alunos devem sempre estar encorajados a trabalhar em seus próprios níveis (independentemente de qual seja o nível da aula). 2 2. EQUIPAMENTOS Os participantes devem levar para as aulas: Monitor de freqüência cardíaca, promovendo o controle do seu esforço de forma eficaz, o que torna o equipamento de extrema importância para um bom rendimento do treinamento. Uma toalha, (a ser pendurada atrás do selim do aluno) para ser usada durante toda a aula, enxugando preferencialmente somente o rosto. Uma garrafa d’água contendo água suficiente para toda a aula, evitando assim a desidratação. Tênis firme com sola rígida: sapatilhas de ciclismo são a melhor opção ou então tênis de ginástica de boa qualidade (evite calçados de lona ou semelhantes, pois apresentam altos riscos de lesões por não serem adequados). NOTA – Aconselhe os participantes a esconderem os cadarços dentro do tênis. Bermudas de ciclismo (preferencialmente acolchoadas), com pernas longas ou de ¾ de comprimento. Esteja atento que algumas bermudas justas podem rasgar e causar embaraços ao aluno ao passo que outras mais folgadas com pernas acima do joelho oferecem uma melhor proteção e conforto. Calças longas e soltas não são adequadas ao ciclismo. Uma capa de gel para o selim pode proporcionar uma maior proteção e conforto durante o ciclismo. 3. COMPONENTES DA BICICLETA 1. DISCO DE INÉRCIA 2. FREIO DE EMERGÊNCIA 3. MANÍPULO DA CARGA 4. TRAVAS DE AJUSTE 3 Esses componentes acima citados devem ser comentados e demonstrados aos alunos iniciantes de uma aula. Após os novatos estarem familiarizados com a bicicleta, encontre as corretas posições de ciclismo deles (veja o guia de ajuste da bike para cada tipo físico) e em seguida faça uma explicação sobre os itens de segurança e aconselha- se, ainda, que eles experimentem a bicicleta e testem o sistema de emergência. Estes procedimentos possibilitam aos alunos novatos a familiarização com o sistema de frenagem antes das aulas. Explique aos alunos que: a) Girando-se o manipulo de carga para a direita (sentido horário), aumenta-se o nível de carga. b) Girando-se para a esquerda (sentido anti-horário), diminue-se a carga. 4. AJUSTES DA BICICLETA Antes de iniciar a aula é essencial ajustar a bicicleta para que ela se adapte a cada individuo. Os ajustes corretos do selim e do guidão asseguram a máxima transferência de força, levando-se em consideração a correta postura, alinhamento e conforto ao pedalar, evitando assim desconfortos na região dos pés, joelhos, pélvis e coxas. É importante demonstrar como se ajustam as três travas e checar se estão firmemente na posição. 4 Alunos devem ser lembrados para ajustarem firmemente as travas sem, no entanto, apertá-las demais. 4.1 Ajuste Vertical – Altura do Selim (Banco) Colocando-se lateralmente à bicicleta, ajuste o banco na altura da crista ilíaca. Sentado na bicicleta, coloque o calcanhar no centro do pedal, estando o mesmo no ponto mais próximo do chão. A perna deverá estar estendida. É muito importante verificar se o quadril permanece parado, se não há oscilação para o lado. Ao encaixar o taquinho no encaixe, ou posicionar o pé dentro do firma pé, a perna vai adquirir uma ligeira flexão (entre 5º e 10º). NOTA – o meio do pedal deve ficar alinhado com o metatarso. ERRADO CERTO 4.2 Ajuste Horizontal / Longitudinal – Entre o Selim (Banco) e a altura do Guidão Com os pedais numa posição horizontal, os dois na mesma altura do chão, controle o ajuste longitudinal da perna que ficou à frente. Com o pé posicionado corretamente no pedal, deverá ser possível traçar uma linha reta entre a frente do joelho e o meio do pedal. NOTA – Os braços devem estar numa distância confortável do guidão, com os cotovelos levemente dobrados. 5 4.3 Altura do Guidão O parâmetro mais importante é o de que o participante deve se sentir confortável. Para iniciantes o recomendado é colocar o guidão um pouco acima da altura do banco. Participantes mais experientes podem colocar o guidão na altura ou um pouco abaixo da altura do banco. É importante ressaltar que a altura do guidão estando perto da altura do banco, poderá proporcionar ao participanteuma melhor eficiência na respiração. 4.4 Ajuste do Firma-Pé Certifique-se que o pé esteja seguramente posicionado dentro do firma-pé antes de pedalar. Esconda os cadarços. 6 Alunos que estejam usando sapatilhas com clipe devem ser lembrados a tensão da mola do grampo e seu alinhamento antes da aula. 5. POSICIONAMENTO NA BICICLETA Uma pegada leve, mas firme, deve ser mantida durante o tempo todo. Os alunos devem ser orientados a evitarem apoiar o peso nas mãos (principalmente durante a posição vertical) e serem lembrados da importância de manterem-se corretamente alinhados mãos, pulsos e antebraços. Segurar o guidão com muita força pode causar aumento da pressão arterial e desconforto ao longo do antebraço. a) POSIÇÃO 1 – Usada somente no plano sentado. b) POSIÇÃO 2 – Usada no plano, subida sentada, jumpings (saltos), running (plano em pé) e na preparação do sprint no plano. Pode ser aberta ou fechada. (2A / 2B). c) POSIÇÃO 3 – Usada na subida em pé e sprints. NOTA – É importante não confundir acelerações na subida com sprints. Tanto o objetivo quanto a execução e o tempo de duração são diferentes. 5.1 Braços e Ombros Mantenha os cotovelos levemente dobrados durante todo o tempo. Evite travar os cotovelos. Os ombros devem estar baixos, relaxados e o peito levemente levantado, na posição de reta (01). 5.2 Posição das Pernas e Joelhos Sente-se firmemente no selim com o quadril bem balanceado na linha horizontal, mantendo os joelhos em uma posição paralela ou em um angulo levemente para dentro, seguindo a melhor e mais natural posição da perna. Os joelhos devem se manter paralelos à bicicleta e alinhados com o quadril. O quadril deve ser mantido paralelo ao guidão. 7 6. TÉCNICAS DE PEDALAR Uma técnica de pedalar correta é um dos fatores básicos que leva a um ciclismo eficaz e os alunos devem ser orientados a adotar um estilo de pedalar circular desde o inicio. Isto significa que enquanto uma perna está empurrando para baixo a outra deve estar simultaneamente puxando para cima, criando assim um movimento macio nos 360°. A fase do movimento de puxar é sentida quando o calcanhar está levemente levantado. O desenvolvimento um estilo de pedalar circular, envolve uma concentração em ambas as fases de empurrar e puxar ao mesmo tempo, um conceito que pode ser novidade para alguns alunos. 6.1 Músculos Usados no Ciclismo a. Fase de empurrar: Quadríceps, extensores do calcanhar, tibiais anterior. b. Fase de puxar: tendão da perna, flexores dos quadris, panturrilha. 6.2 Posição Correta do Calcanhar No movimento para cima, o pedal é dinamicamente puxado para cima enquanto que a perna oposta empurra para baixo. Ambas as pernas aplicam a mesma força ao longo do movimento. O calcanhar é levemente alçado. Posição incorreta do calcanhar: No movimento para cima, o pedal ‘apenas segue o movimento’ ao invés de puxar dinamicamente para cima. Ambas as pernas apenas empurram os pedais para baixo. O calcanhar é pressionado para baixo. 8 Diagrama da Técnica de um Pedalar Circular em comparação ao mostrador de um relógio: Quadríceps contraídos Preparo p/ empurrar Ponto Morto: (nenhuma força em uma posição estacionaria) 7 a 8 horas Hamstrings contraído Preparo p/ puxar Ponto Morto: (nenhuma força em uma posição estacionaria) 6 horas Força de puxar máxima Do Tendão da Perna 8 a 11 horas Força de empurrar máxima do quadríceps 2 a 5 horas Flexão Dorsis / dedos levantados, Tibialis Anterior contraídos. Plantar flexion/ drop toe Calves contract 11 horas 5 o'clock 2 horas 9 7. CADÊNCIAS UTILIZADAS (RPM) 7.1 NO PLANO 80 a 120 rotações por minuto; 7.2 NA SUBIDA / SALTOS 60 a 80 rotações por minuto; 7.3 SPRINTS Máximo de 120 rotações por minuto. 8. POSIÇÕES x TÉCNICAS 8.1 RETA SENTADO A faixa de velocidade do pedal deve estar entre 80 a 120 rpm; Mantenha uma leve inclinação da parte superior das costas com os ombros baixos e relaxados; Evite oscilar sobre o selim – isto indicaria que não existe carga suficiente com relação à cadencia. Aumente a resistência levemente até que se consiga um pedalar suave. 8.2 RETA EM PÉ (CORRIDA) Posição 2 fechada para maior segurança; O quadril e o peso sobre o centro dos pedais; 80 a 120 rpm. 8.3 SUBIDA SENTADO Este movimento é realizado para similar um uphill na posição sentado e costuma gradualmente aumentar-se a carga para intensificar-se o exercício. A faixa de velocidade do pedal deve estar entre 60 a 80 rpm; Para se modificar a intensidade, a carga poderá variar durante o curso do exercício, enquanto se mantém a mesma cadencia (velocidade do pedal). Há um ligeiro movimento lateral do tronco; A força para o movimento deve vir das pernas, usando uma técnica de pedalar “circular”. Evite pedalar numa posição encolhida ou corcunda. 10 8.4 SUBIDA EM PÉ Alunos mais treinados são capazes de pedalar na posição em pé por vários minutos, mas os menos experientes e em menor condicionamento físico irão necessitar intervalos mais freqüentes entre as subidas. Uma posição correta do quadril é vital neste exercício. Não permita que a linha do quadril incline para a esquerda para a direita e lembre-se de mantê-lo estacionado sobre o selim com o mínimo de movimentação. Durante a fase de subida, levante-se com as mãos na posição 2 e leve-as para frente para a posição 3. Evite inclinar-se para frente e apoiar o peso do corpo sobre as mãos 8.5 SALTOS 8.5.1 SALTOS NO PLANO Combinação entre as técnicas sentado e em pé. Posição 2 para maior estabilidade e segurança, além de favorecer uma melhor respiração devido à maior expansão torácica. O quadril e o peso do corpo devem ficar sobre o centro dos pedais. Utiliza-se de 80 a 120 rpm, sempre respeitando os tempos musicais. 8.5.2 SALTOS NA SUBIDA Mesmas considerações dos saltos no plano, utilizando-se maior carga entre 60 e 80 rpm. Quando estiver introduzindo saltos para iniciantes, assegure-se que sejam dados intervalos de recuperação entre as series de Saltos assim como os intervalos para hidratação. As mãos permanecem na posição 1 para os iniciantes de forma a evitar o costume de alunos em puxarem-se pelo guidão durante a fase de subida. 8.6 SPRINTS 8.6.1 SPRINTS NO PLANO Partindo da posição sentado no plano, afaste as mãos para a posição 2 e aumente progressivamente a resistência até a cadência baixar para perto de 60 – 80 rpm. Saia do banco, mude as mãos para a posição 3 e acelere até atingir uma cadência de no máximo 120 rpm. O sprint deverá durar até 15 segundos. Deve-se sempre recuperar no plano sentado e o tempo desta recuperação vai depender da aula em que o sprint está sendo utilizado. 8.6.2 SPRINTS NA SUBIDA Partindo da posição sentado na subida, aumente progressivamente a resistência até a cadência baixar. Saia do banco, mude as mãos para a posição 3 e acelere até atingiruma cadência de no máximo 120 rpm. O sprint deverá durar até 15 segundos. Deve-se sempre recuperar no plano sentado e 11 o tempo desta recuperação vai depender da aula em que o sprint está sendo utilizado. 9. ESTRUTURA DAS AULAS As aulas podem ter duração de 30, 45 ou 60 minutos. Todas devem seguir a seguinte estrutura: Aquecimento, método de treino, volta à calma e alongamento. Mesmo as mais complexas aulas de Ciclismo Indoor devem conter os componentes acima. 9.1 AQUECIMENTO Duração de 7 a 15 minutos e tem como objetivos: Aumento da temperatura muscular e sanguínea; Aumento das faixas de batimento cardíaco e respiratório; Aumento na amplitude de movimento; Aumento da produção e liberação hormonal; Preparação mental. 9.2 MÉTODOS DE TREINO Tem como objetivos: Aumento do condicionamento através de exercícios específicos; Aumento da força e resistência da metade inferior do corpo; Desafio muscular postural e aumento da força e tenacidade; Aumento do equilíbrio e da estabilidade; Desafio da coordenação e habilidades motoras. 9.3 VOLTA À CALMA E ALONGAMENTOS Duração de 6 a 10 minutos e tem como objetivos: Dissipação do ácido láctico; Reestabelecimento gradual da circulação normal; Reduz a possibilidade de dores e rigidez muscular. 9.3.1 – Alongamentos: Peitorais, costas, trapézio e músculos cervicais, tríceps braquial, glúteos, isquiotibiais, quadríceps e tríceps sural. 10. QUADRO DE MÉTODOS Forma de executar os exercícios para atingir o objetivo previamente estabelecido: MÉTODO TIPO DA AULA ZONAS DE INTENSIDADE 1. Continuo Uniforme Crescente Extensivo 2. Continuo Variável 3. Continuo Uniforme Extensivo Low Endurance (Continuo Leve) Sub-Limiar 75 a 95% FC Limiar 12 1. Continuo Uniforme Crescente Extensivo e Intensivo 2. Continuo Variável 3. Continuo Uniforme Intensivo High Endurance Sub-Limiar / Limiar 80 a 100% FC Limiar 1. Continuo Uniforme Crescente Intensivo 2. Continuo Variável 3. Intervalado Extensivo Médio e Longo Montanha Subida Up Hill Sub-Limiar / Supra-Limiar 85 a 110% FC Limiar 1. Intervalado Extensivo Médio e Longo Intervalado Extensivo Sub-Limiar / Limiar / Supra-Limiar 85 a 105% FC Limiar 1.Intervalado Extensivo Médio e Longo 2. Intervalado Intensivo Curto I 3. Intervalado Intensivo Curto II Intervalado Intensivo Sub-Limiar / Supra Limiar 85 a 115% FC Limiar 1. Continuo Variável Fartlek Sub / Supra Limiar 85 a 115% FC Limiar TODOS Competição Contra-Relógio Sub / Supra Limiar >90% Limiar 10.1 QUADRO DE FREQUÊNCIA CARDIACA E PERCEPÇÃO DE ESFORÇO % 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170 175 180 P.S.E 75 90 94 96 101 105 109 113 118 120 124 128 131 135 FACIL 80 96 100 104 108 112 116 120 124 128 132 136 140 144 85 102 106 111 115 119 122 128 132 136 140 145 149 153 MODERADO 90 108 113 117 122 126 131 135 140 144 149 153 158 163 95 114 119 124 128 133 138 143 147 152 157 162 166 171 100 120 125 130 135 104 145 150 155 160 165 170 175 180 PESADO 105 126 131 137 142 147 152 158 163 168 173 179 184 189 110 132 138 143 149 154 160 165 171 176 182 187 193 198 MUITO 115 138 144 150 155 161 167 173 178 184 190 196 201 206 PESADO 13 10.2 ESCALA DE BORG P.S.E Descrição de Borg para a intensidade de um exercício. 1-2 NENHUM ESFORÇO 2-3 MUITO LEVE Baixo nível de treino 4 LEVE com algum esforço sentido 5 - 6 UM POUCO DIFICIL Algum desconforto pode ser sentido 7 - 8 DIFICIL Desconforto / dificuldade pode ser sentido 9 MUITO DIFICIL 10 MUITO, MUITO DIFICIL (MÁXIMO) 11. TIPOS DE AULAS Utilizando os métodos de treinamento desportivo, podemos dividir as aulas de Ciclismo Indoor em vários tipos, entre treinamentos contínuos e intervalados. LOW ENDURANCE RIDE BÁSICO / RIDE FREE / ENDURANCE FUN / ENDURANCE 140 (Continuo Leve) Utilizando terrenos variados, sendo terreno plano na maior parte do tempo, consiste em realizar um trabalho continuo e de intensidade leve a moderada. A concentração e a motivação do professor são fatores essenciais para atingirmos o objetivo nesta aula, assim como nas demais aulas. HIGH ENDURANCE RIDE CRESCENTE / DECRESCENTE / ENDURANCE 150 / ENDURANCE 160 Utilizando terrenos variados, consiste em realizar um trabalho continuo e de intensidade moderada, atingindo o limiar anaeróbio. RESISTÊNCIA DE FORÇA Utilizando subidas, consiste em realizar um trabalho continuo e de intensidade moderada a alta. O treinamento deve simular a subida de uma montanha, sempre estimulando e motivando os alunos a atingirem seus objetivos. 14 INTERVALADO EXTENSIVO Utilizando terrenos variados, consiste em realizar um trabalho intervalado de intensidade moderada a alta. A proporção do tempo de estímulo para o tempo de recuperação deve ser de 3-1 a 1-1. Ex: 2-1 4 minutos de estimulo para 2 minutos de recuperação. Os estímulos devem ter como objetivo atingir e/ou permanecer no ponto de 105% do limiar e as recuperações devem ser realizadas a 75% do limiar. INTERVALADO INTENSIVO Utilizando terrenos variados, consiste em realizar um trabalho intervalado de intensidade alta. A proporção do tempo de estímulo para o tempo de recuperação deve ser de 1-1 a 3-1. Ex: 1-2 1 minuto de estimulo para 2 minutos de recuperação. Os estímulos devem ter como objetivo levar a FC de 110% a 115% do limiar e as recuperações devem ser realizadas a 80% do limiar. FARTLEK Utilizando qualquer tipo de terreno, consiste em realizar um trabalho continuo ou intervalado de intensidade moderada a alta. O planejamento de aula do professor irá determinar os tempos de estímulo e recuperação, assim como os níveis de freqüência cardíaca a serem atingidas durante cada etapa da aula. COMPETIÇÃO / CONTRA-RELÓGIO Utilizando terrenos variados, consiste em simular uma competição de contra- relógio. Deve-se levar os participantes a trabalhar entre 100% e 115% do limiar. Esta aula somente poderá ser ministrada em microciclos de choque, conforme periodização pré-estabelecida. 12. PERIODIZAÇÃO Baseados nos princípios do treinamento desportivo e do exercicio, a periodização das aulas de Ciclismo Indoor em uma academia é de fundamental importância para que os participantes atinjam os resultados esperados, evitando lesões e desconfortos. Além disso, é uma eficiente ferramenta para que o professor tenha controle sobre os participantes e suas evoluções no treinamento. A periodização pode ser dividida em: MICROCICLOS: Periodização semanal; MESOCICLOS: Periodização mensal; MACROCICLOS: Periodização bimestral, trimestral. 15 12.2 ALGUNS PRINCIPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO PRINCIPIO DA ESPECIFICIDADE: ¨O exercício específico desencadeia adaptações específicas que criam efeitos específicos do treinamento¨. (McArdle&Katch) PRINCIPIO DAS ALTERAÇÕES LOCAIS: Estas alterações só ocorrem nos músculos especificamente treinados. PRINCIPIO DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS: É irreal pensar que pessoas respondam da mesma forma ao serem submetidas ao mesmo treinamento. 12.3 PRINCIPIOS DO EXERCÍCIO FREQUÊNCIA; INTENSIDADE; VOLUME; RECUPERAÇÃO; DIFERENÇAS INDIVIDUAIS; ESPECIFICIDADE; REVERSIBILIDADE. 16 12.4 MODELOS DE PERIODIZAÇÃOSEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SABADO 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 8 9 10 11 12 13 TIPOS DE AULA ZONAS PREDOMINANTES ATÉ 75% FCM RECUPERAÇÃO SUB-LIMIAR LOW ENDURANCE SUB-LIMIAR ATÉ 85% FCM HIGH ENDURANCE SUB / LIMIAR INTERVALADA EXTENSIVA LIMIAR RESISTÊNCIA DE FORÇA LIMIAR ATÉ 92% FCM FARTLEK INTERVALADA INTENSIVA SUB / LIMIAR / SUPRA RESISTÊNCIA DE FORÇA SUB / LIMIAR / SUPRA 85 A 92% FCM CONTRA RELÓGIO LIMIAR / SUPRA 12.4.1 MACROCICLO DE 3 MESES OU 12 SEMANAS ADAPTAÇÃO / ACUMULAÇÃO DESENVOLVIMENTO REALIZAÇÃO Sub-Limiar Limiar Supra-Limiar 3 semanas 6-8 semanas 1-2 semanas 17 12.5 QUADRO DE PERIODIZAÇÃO PERIODO ADAPTAÇÃO (Sub-Limiar) FASE SUB-LIMIAR Nº SEMANAS 3 SEMANAS DURAÇÃO 30 a 60 minutos Nº SESSÕES POR SEMANA 2 a 6 sessões TOTAL DE SESSÕES 6 a 18 sessões FREQUÊNCIA SEMANAL RECOMENDADA 2 a 5x semana Nº EXERCICIOS % FC LIMIAR <100% (50% Sub – 50% Limiar/Supra) TIPO DE AULA Quantidade de aulas para atender a etapa LOW ENDURANCE 3 HIGH ENDURANCE 6 RESISTÊNCIA DE FORÇA 3 INTERVALADO EXTENSIVO 3 INTERVALADO INTENSIVO 1 FARTLEK 2 12.6 ORGANIZAÇÃO DOS MICROCICLOS ETAPA ACUMULAÇÃO MICRO 2A 3A 4A 5A 6A SÁB. DOM 1 HE / LIM HE / LIM RF/SUP LE/SUB HE / LIM IE / LM 2 HE / LIM RF/SUP LE/SUB IE / LM HE / LIM FT/SUP 3 RF/SUP IE / LM HE / LIM FT/SUP LE/SUB II/SUP LEGENDAS DE INTENSIDADES: SUB – Treinos de intensidade abaixo do limiar anaeróbio; LIM – Treinos de intensidade na zona do limiar anaeróbio; SUP – Treinos de intensidade que supera o limiar anaeróbio. 18 LEGENDAS DAS AULAS: LE – LOW Endurance HE – HIGH Endurance IE – Intervalado Extensivo II – Intervalado Intensivo RF – Resistência de Força FT – Fartlek CO – Competição / Contra-Relógio 13. MUSICALIDADE 13.1 ESCOLHA DA MÚSICA Musica certa nem sempre é a que você gosta e sim a que seu aluno gosta... 13.2 COMO USAR AS MÚSICAS? Use as músicas ao seu favor e não contra você, adequando o ritmo à sua aula, mas sem virar refém da música. 13.3 VOLUME DO SOM Deve ser adequado à intensidade e ao clima da aula. 13.4 QUANTIDADE DE MÚSICAS Depende dos objetivos e da duração da aula. 13.5 PERFIL DA TURMA x ESTILO MUSICAL Fique sempre atento ao gosto musical da sua turma e aos horários em que certas músicas serão usadas. 14. SEGREDOS MUSICAIS 14.1 BEAT O “beat” refere-se às unidades individuais que fazem o tempo musical que contamos. Vários beats fazem uma barra e dependendo da velocidade do cycling, 1 beat = 1 rotação do pedal ou 2 beats = 1 rotação. Cada vez que um beat é contado uma das pernas empurra para baixo o pedal enquanto que a outra puxa para cima. 14.2 OFFBEAT O offbeat é o beat entre as contagens. Para encontrar o offbeat você deve contar: 1 e 2 e 3 e ..., estes “es” irão cair entre as contagens. Um beat é contado, e um rápido “e” é intercalado. 19 Quando se pedala no offbeat (tempo), uma rotação é feita no beat e rapidamente seguida pela perna oposta por uma rotação no offbeat. Efetivamente este é um movimento simples, pois quando se pedala em tempo com a musica cada um desses tempos da musica equivale a 1 rotação completa. O beat irá sempre aparecer na mesma perna, enquanto que o offbeat irá sempre aparecer na perna oposta. 14.3 MEDIDA (Tempo) A medida é o elemento predeterminado na musica que ajusta o rítmo e o tempo e ainda dá a referencia ao numero de beats na barra, por exemplo: medida 4/4 (4 beats por barra). 14.4 FRASE MUSICAL Uma frase musical é feita a partir de 2 barras e geralmente contém 8 beats (4 beats por barra). Dependendo da velocidade do pedal, a frase pode conter 8 (tempos) ou 4 (meio-tempos ou lentos) revoluções. Numa frase que contenha 6 beats, ou seja, 3 beats por barra, a frase irá conter 6 (tempos) ou 3 (meio-tempos ou lentos) revoluções. 1 2 3 4 5 6 7 8 = 4 / 4 1 2 3 4 5 6 = 3 / 4 1 2 3 4 / 1 2 3 4 = tempo 4 / 4 20 15. CASOS CLÍNICOS Esta é uma coletânea de alguns, dos mais comuns casos clínicos, com uma explicação simples e ainda recomendações aos alunos que podem participar do Ciclismo Indoor, sujeitos a algumas restrições: A Lesões/Enfermidade B Caso Clinico C Restrições ao Ciclismo Indoor Calcanhar: Ruptura do Tendão de Aquiles Ruptura por uma ação de força indireta. Aproximadamente 3 a 5cm acima do calcanhar. Ciclismo Indoor após cerca de 8 semanas (em posição sentado) com carga leve apenas, não pedalar rápido. Tornozelo: Lesões nos ligamentos externos, torção de tornozelo, sobre tensão, ruptura parcial, ruptura. Torção = estrutura de ligamento permanece intacta, dor aguda. Sobre tensão = o ligamento é alongado além do comprimento normal. Ruptura Parcial = o ligamento é parcialmente rasgado. Ruptura = rasgo total ICiclismo Indoor após cerca de 8 semanas (em posição sentado) com carga leve apenas, não pedalar rápido. Joelho: Menisco Danos no Menisco Na maioria dos casos são incidentes traumáticos que rasgam o menisco (por exemplo: acidentes com esqui e futebol). Ciclismo Indoor após cerca de 4 semanas (em caso de re-fixação, 6 semanas) com carga leve apenas, não pedalar rápido. Aulas para Iniciantes após 6 semanas (em caso de re-fixação, 9 semanas). (Nota: O aluno não deve estar mais sentindo dor.). 21 A Lesões/Enfermidade B Caso Clinico C Restrições ao Ciclismo Indoor Joelho / Quadril: Artrite Artrite do joelho, Artrite das juntas do quadril. Abrasão da camada de cartilagem nas rotulas. Praticar uma vez que o aluno não esteja mais com dores. Promove produção de um novo fluido sinovial. Inicio com carga leve. Coluna: Disco Síndrome do disco vertebral O conteúdo do disco vertebral escapa através dos anéis fibrosos. Praticar uma vez que os sintomas tenham desaparecido. Nota: Evitar tensão nos membros superiores. Ajustar o guidão em dois furos acima do selim. Coluna: deslocamento do Disco Síndrome da protusão do disco vertebral. O conteúdo do disco pressiona contra os anéis fibrosos (não danificados). Praticar uma vez que os sintomas tenham desaparecido. Nota: Evitar tensão nos membros superiores. Ajustar o guidão em dois furos acima do selim. Problemas Respiratorios Asma bronquica Reações rápidas à produtos irritantes q sejam inalados (constrição dos brônquios). Normalmente são ataques curtos e violentos com alto grau de supressão respiratória. Assegure-se que o aluno esteja portando spray para Asma. Pergunte qual a freqüência e intensidade dos ataques. Em caso de duvidas, contacte o medico dele. 22 A Lesões/Enfermidade B Caso Clinico C Restrições ao Ciclismo Indoor Problemas Circulatórios Hipertensão/ Hipotensão Pressão Sanguínea Alta/Baixa Tontura – Hipertensão Manter a freqüência cardíaca abaixo dos 180menos a idade. ex.: 36anos: 180 - 36 = 144 Diabetes O pâncreas não produz ou produz pouca insulina para o metabolismo da glicose. Sinais de cansaço, baixo desempenho, náusea, vomito, perda da consciência e finalmente coma. A prática do Ciclismo Indoor melhora o condicionamento e a força muscular do aluno. Nenhuma seção extrema no inicio. Encorajar o aluno a pedalar em uma faixa de cerca 60 a 75% da máxima freqüência cardíaca. Adipose Obesidade Praticar por 30 minutos no máximo nos estágios iniciais. Aumente os períodos d exercício para uma hora. Evite usar posição em pé (para evitar sobre tensão nas juntas). Pulsação entre 130 e 140 (faixa aeróbica). Gravidez Gravidez Ciclismo Indoor na posição sentado. Evite posições em pé ou saltos. Pulsação aproximada de 130. Use técnicas de recuperação da respiração sempre que necessário. 23 16. TERMORREGULAÇÃO A água ocupa de 45 a 70% do nosso peso, com uma perda diária de 2 a 3 litros, sendo 50% dessa perda através da urina. No entanto em ambientes quentes e exercícios prolongados, essa quantidade pode ser perdida em 1 hora através da sudorese, resposta fisiológica para o controle da temperatura corporal. MECANISMO DA PERDA HÍDRICA DURANTE O EXERCÍCIO: A temperatura corporal aumenta em virtude da contração muscular, o comando termoregulador localizado no hipotálamo aciona o sistema nervoso para iniciar a transpiração. DESIDRATAÇÃO: Exercícios prolongados submetidos a altas temperaturas, reduzem drasticamente o desempenho algo em torno de 20 a 30%. PARA EVITAR A DESIDRATAÇÃO: 1 hora antes do exercício: ingestão de 500 ml de água; Durante a atividade hidratar-se a cada 15 / 20 min e ingerir de 600 a 1200 ml por hora; enxugar somente o excesso de suor nos olhos e boca; para saber qual a quantidade exata de reposição hídrica pesar antes e depois do exercício. HIPERHIDRATAÇÃO: Na hiperidratação as células ficam “inchadas” cheias de água diminuindo também o desempenho físico podendo induzir até a risco de morte. 17. OVERTRAINING Designação de excesso no treinamento. Comumente nos deparamos com pessoas(alunos e prof.) que sentem de alguma forma os resultados desse excesso. Na maioria dos casos por falta de planejamento. PRINCIPAIS SINTOMAS: Perda de apetite, peso, insônia, irritação, ansiedade, depressão, agressividade, pequenas lesões. PREVENÇÃO: Períodos de recuperação, horas de sono, qualidade no alongamento, alimentação adequada, estado psicológico, situação financeira. 24 18. CONSIDERAÇÕES GERAIS O que fazer? Antes da aula, o Professor precisa ter certeza de que todas as bicicletas estão funcionando adequadamente e caso haja alguma em manutenção, separá-la em um canto da sala, avisar o setor de manutenção e o coordenador imediatamente após a aula; O mesmo cuidado deve ser adotado para com o sistema de som; Novos alunos devem ser colocados e alinhados na bicicleta pelo Professor e alertados de todas as considerações de segurança e progresso adequado; O Professor deve abordar todo o grupo para saber de possíveis restrições físicas para a prática de Ciclismo Indoor e SEMPRE que necessário, sugerir adaptações; O Professor deve instruir os alunos sobre o perfil da aula (comentando sobre os picos de intensidade) antes que ela se inicie. Lembre-se, o aluno tem o direito de saber qual será a proposta do treinamento ANTES de fazê-lo; Durante a aula, encoraje os alunos a respeitarem seus próprios limites; Não estimule a competição entre os alunos. Encoraje-os a treinar dentro de suas próprias limitações; As orientações devem atender aos três tipos de pessoas: visuais, auditivas e cinestésicas; O Professor deve estar na bicicleta antecipando as mudanças de posições a cada estímulo novo; O Professor tem que ser a pessoa “mais” e “menos” importante na aula. O Professor é o guia motivador, e ainda, ensina os alunos a buscar em si mesmos sinais de aflição ou desconforto. 25 O que NÃO fazer? Permanecer excessivamente fora da bicicleta; Utilizar coreografias com os braços enquanto estiver pedalando; Utilizar materiais diferentes como, pesos na mão, caneleiras, etc; Pedalar em pé sem o apoio das mãos; Exceder a velocidade dos giros recomendados em cada tácnica.
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