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Aula 10 texto II Indicadores de Crescimento e de Desenvolvimento e o papel do Estado

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1 
Indicadores de Crescimento e de 
Desenvolvimento e o Papel do Estado 
 
As exportações representam um dos indicadores importantes de crescimento 
e são umas das variáveis que formam um dos itens da balança comercial, pois esta 
balança, conforme foi estudado nas aulas anteriores, compreende a diferença entre 
o valor global em dólares das exportações e das importações. 
 
O Brasil, que teve um enorme superávit na balança comercial na década de 
1980 até 1994, apresentou déficits no período de 1995 a 2000 e voltou a ter 
superávit somente a partir de 2001. Esse ciclo de déficit ocorreu, de um lado, pelas 
exportações que tiveram um desempenho bastante modesto e, de outro, pelas 
importações que cresceram muito. 
 
Essa grande expansão das importações brasileiras foi provocada: 
 
 pelo aumento no nível de atividade econômica em 1994-95; 
 pela relativa sobrevalorização do real em relação ao dólar; 
 pela maior abertura econômica por meio das reduções de tarifas de 
importação; 
 pelo aumento do comércio com o MERCOSUL. 
 
O aumento das importações contribuiu muito para assegurar a estabilidade 
dos preços internos, por meio de uma maior competição externa, sendo definido 
como âncora do Plano Real. 
 
Foi no período da década de 80-1994, de superávit comercial, que o Brasil 
enfrentou grandes problemas de inflação elevada, desemprego, dívida externa e 
recessão. Mas foi a partir do período de 1994-1998 (quando o câmbio estava fixo e 
houve uma abertura da economia), que, apesar do grande problema do déficit na 
balança comercial a partir de 1995, ocorreram mudanças significativas na economia 
brasileira. Dentre as mais importantes, o País conseguiu a estabilidade econômica e 
aumentou o nível de competitividade, de capacitação técnica e de produtividade da 
indústria, bem como melhorou a qualidade dos seus produtos. 
 
 
 
1 
Obviamente, a tendência que se coloca daqui pra frente como desafio para a 
economia brasileira é de se ter maior nível de crescimento das exportações( )1 , 
gerando superávit na balança comercial e menores saldos negativos (e até 
positivos) nas transações correntes. 
 
Com a equação macroeconômica Y = C + I + G + (X – M), onde Y é o 
produto da economia, C é o consumo agregado das famílias, I é o investimento 
agregado das empresas, G são os gastos do governo em bens e serviços, X são as 
exportações e M as importações, podemos observar que (X – M) representa o saldo 
entre as exportações e importações e que quanto maior o nível das exportações e 
menor o nível das importações, mantendo-se as demais variáveis constantes, 
coeteris paribus, maior tenderá a ser o produto da economia e, maior o produto, 
maior o crescimento econômico, maior a renda para o País. Agregado a isso, o 
crescimento do produto é de fundamental importância, bem como um dos desafios 
para a economia brasileira. 
 
Já consolidada a estabilidade no País, o crescimento deve tornar-se objetivo 
principal da política econômica. Mas há certas dificuldades. Os mecanismos 
utilizados para controlar a inflação – ajuste fiscal, juros altos – criam uma certa 
barreira que inibe os investimentos e, conseqüentemente, restringe o crescimento. 
E isso traz um outro desafio a ser visto, isto é, a questão da geração de empregos, 
pois esta depende do crescimento econômico e da direção que a ele se imprimir. 
 
A população economicamente ativa do Brasil é grande e cada vez mais 
pessoas tentam ingressar no mercado de trabalho a cada ano. Além dos jovens que 
buscam seu primeiro emprego, é crescente a participação da mulher no mercado de 
trabalho. 
 
As oportunidades de emprego-ocupação tornaram-se escassas por várias 
razões, dentre elas, tem-se a reestruturação das empresas, levando-as a introduzir 
mais máquinas e equipamentos que dispensam mão-de-obra, fechando linhas de 
produção, reduzindo custos e demitindo pessoal e a informatização crescente; o 
ajuste fiscal do governo e a necessidade de sua reestruturação, levando o setor 
público a reduzir o quadro de funcionários; a baixa competitividade de vários 
 
1Exportações essas por meio muito mais de produtos industrializados do que primários, para que o país 
não contrarie a tendência observada nas principais economias do mundo, onde a maior participação e 
evolução da pauta das exportações advêm de produtos com maior valor agregado. 
 
 
1 
setores frente aos produtos importados; a falência e endividamento de 
determinadas empresas etc. 
 
Diante da dimensão dos dois desafios – crescimento e elevação do nível de 
emprego – o processo para obtê-los é lento e gradual. E com a questão do 
emprego, as políticas que estão sendo feitas, ou que tendem a ser realizadas, 
parecem ainda tímidas. Entre elas, podemos destacar: 
 
 o aumento do ritmo do próprio crescimento econômico; 
 fomento às micro e às pequenas empresas, geradoras de ocupações, 
 processo efetivo e eficaz de modernização e busca de eficiência 
produtiva; 
 ação coordenada de políticas de desenvolvimento para a indústria e a 
agricultura; 
 reforma agrária e apoio à agricultura familiar; 
 educação, treinamento, reciclagem e informação, para habilitar as 
pessoas ao desempenho satisfatório de atividades cada vez mais 
exigentes; 
 ampliação dos investimentos em infra-estrutura e na construção civil 
(casa própria). 
 
Em suma, para implementar em bases sólidas indicadores (ou índices) de 
crescimento e desenvolvimento, o Brasil tem que sustentar o crescimento do 
comércio exterior, do produto da economia, da indústria e da geração de emprego. 
Paralelo a isso, o crescimento econômico deve ser feito de forma sustentada e 
continuada, com aumento de produtividade, justiça social, geração de emprego, 
distribuição de renda, melhoria da qualidade de vida( )2 (e preservação do meio 
ambiente) e aumentar em volume e eficiência os investimentos. 
 
Como conclusão, para a implementação das bases sólidas dos índices de 
crescimento e de desenvolvimento, deve haver a modernização do aparelho 
administrativo do Estado, dotá-lo de recursos e instrumentos adequados e 
imprimir-lhe agilidade e eficiência no desempenho de suas funções em todas as 
instâncias, através de uma burocracia competente e dignamente remunerada; e 
também através da aprovação e da implementação de ampla reforma política. Deve 
 
2A respeito de qualidade de vida, ler Rego, págs. 248 a 256, a respeito do IDH e cap. 19 que trata a 
respeito das transformações no mercado de trabalho e a reforma da previdência social. 
 
 
1 
haver na economia brasileira um Estado moderno e eficiente, comprometido com 
sua característica pública e capaz de definir e viabilizar prioridades, exercer sua 
função regulatória, controlar os excessos do poder econômico e promover um bem-
estar-social.

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