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Módulo 3 O CNJ

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Módulo 3 – O Conselho Nacional de Justiça 
 
Olá, caros cursistas! 
 
Agora que já compreendemos alguns conceitos relacionados à Democracia, ao 
Direito e conhecemos a estrutura do Poder Judiciário, vamos conhecer um pouco 
sobre o Conselho Nacional de Justiça, também chamado de CNJ. 
 
O Conselho Nacional de Justiça foi criado em 2004 pela denominada Reforma do 
Judiciário, consagrada pela Emenda Constitucional n. 45/2004. 
 
A criação do CNJ foi realizada com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento 
do Sistema Judiciário Brasileiro, no que diz respeito, especialmente, ao controle e à 
transparência. 
 
 
1 Histórico e Criação 
 
Por alguns anos, especialmente ao final da década de 1980 e durante a década de 
1990, temas como transparência, acesso à justiça, celeridade na prestação 
jurisdicional e responsabilidade social delineavam as reflexões sociais sobre o 
sistema judiciário brasileiro. 
 
Desde então, pautava-se, na sociedade brasileira, possível reforma do Poder 
Judiciário. 
 
As discussões no Congresso Nacional para a criação do Conselho Nacional de 
Justiça foram iniciadas formalmente a partir da Proposta de Emenda à Constituição 
n. 96, de 1992. 
 
Após 12 anos, em 2004, foi aprovada a Emenda Constitucional (EC) n. 45, que 
trouxe, como principal inovação, a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
como órgão do Poder Judiciário. 
 
Hoje, após alguns anos de sua efetiva criação, é possível perceber, com clareza, a 
importância do seu papel. 
 
Agora que já apresentamos o momento histórico e compreendemos que o CNJ 
surgiu de uma demanda da sociedade por transparência, celeridade na prestação 
jurisdicional, acesso à justiça e responsabilidade social do Poder Judiciário, 
passaremos a estudar o que é o CNJ e como este funciona. 
 
Vamos lá? 
 
 
2 Missão e Dispositivos Constitucionais 
 
O Conselho Nacional de Justiça foi incluído entre os órgãos do Poder Judiciário no 
art. 92, inciso I-A, da Constituição Federal pela EC n. 45/2004, também conhecida 
como a Reforma do Poder Judiciário. 
A composição e as atribuições do CNJ estão previstas no art. 103-B da Constituição 
Cidadã, incluído pela mesma EC n. 45/2004 e, posteriormente, alterado pela EC n. 
61, de 2009. 
 
A missão do CNJ é ser instrumento de controle do Poder Judiciário, com o objetivo 
de contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com moralidade, 
celeridade, transparência, eficiência e efetividade em benefício da sociedade 
brasileira. 
 
O papel do Conselho Nacional de Justiça é, em síntese, colaborar para que o 
Sistema de Justiça ofereça à sociedade prestação jurisdicional célere e eficiente, 
fundamentada na Constituição Federal e nas leis. 
 
 
 
2.1 O que o CNJ faz? 
 
2.1.1 Transparência e Controle 
 
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, o Conselho Nacional de Justiça 
exerce o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do 
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, o qual visa tornar o Poder Judiciário 
cada vez mais transparente para a sociedade. Mas, afinal, o que significa exercer o 
controle? 
 
O controle significa a prerrogativa que o CNJ possui de saber como os tribunais 
brasileiros estão funcionando administrativamente e gerindo seus recursos 
orçamentários, além de fiscalizar o cumprimento dos deveres funcionais, sobretudo 
dos magistrados, conforme se observa no artigo 103-B, § 4.º, da Constituição 
Federal. 
 
Podemos sintetizar a atuação do Conselho de Nacional de Justiça da seguinte 
forma: 
 
• na Gestão: definir o planejamento estratégico, os planos de metas e os 
programas de avaliação institucional do Poder Judiciário; 
 
• na Prestação de Serviços ao Cidadão: receber reclamações, petições eletrônicas 
e representações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus 
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de 
registro que atuem por delegação do poder público ou oficializado; 
 
• na Moralidade: julgar processos disciplinares, assegurada ampla defesa, 
podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com 
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras 
sanções administrativas; 
 
• na Eficiência dos Serviços Judiciais, na área de melhores práticas e celeridade: 
elaborar e publicar semestralmente relatório estatístico sobre movimentação 
processual e outros indicadores pertinentes à atividade jurisdicional em todo o 
País. 
 
Mais que um órgão punitivo, o CNJ é um órgão estratégico, ou seja, por meio da 
coleta de dados, faz um retrato do Judiciário e promove a reflexão sobre as rotinas 
e os procedimentos administrativos e judiciais, a fim de que estes sejam melhorados 
ou substituídos, diminuindo-se os custos, os recursos humanos empregados, o 
tempo de processamento e garantindo-se melhores resultados do ponto de vista da 
eficiência. 
 
 
2.1.2 Programas, Projetos Sociais e Cidadania 
 
O Conselho Nacional de Justiça desenvolve e coordena vários programas de âmbito 
nacional. As ações do Conselho estão presentes em temas como gestão 
institucional, tecnologia, meio ambiente, direitos humanos e outros. 
 
Entre eles estão: Conciliar é Legal, Metas do Judiciário, Lei Maria da Penha, Pai 
Presente, Começar de Novo, Justiça Aberta, Justiça em Números, Processo Judicial 
Eletrônico. 
 
Para conhecer mais os programas do CNJ, visite a página Programas de A a Z: 
http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z. 
 
Além disso, todo ano o Conselho Nacional de Justiça coordena a Semana Nacional 
de Conciliação, prática que vem se consolidando como alternativa eficaz, rápida e 
satisfatória para solucionar diversas causas. 
 
 
2.2 O que o CNJ não faz 
 
•••• Defender o cidadão em suas demandas individuais: este é o papel das 
Defensorias Públicas. 
 
•••• Representar os interesses da sociedade em suas demandas coletivas: este 
é um dos papéis do Ministério Público. 
 
 
3 Estrutura 
 
O CNJ é composto por 15 conselheiros: 
 
• O Presidente do Supremo Tribunal Federal (redação dada pela EC n. 61, de 2009); 
• Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que será o Corregedor Nacional de 
Justiça; 
• Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho; 
• Um Desembargador de Tribunal de Justiça; 
• Um Juiz Estadual; 
• Um Juiz do Tribunal Regional Federal; 
• Um Juiz Federal; 
• Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho; 
• Um Juiz do Trabalho; 
• Um Membro do Ministério Público da União; 
• Um Membro do Ministério Público Estadual; 
• Dois advogados; 
• Dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
 
Os conselheiros têm mandato de dois anos. Entre os direitos e deveres dos 
conselheiros, estabelecidos pelo Regimento Interno do CNJ, estão, entre outros: 
 
• elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de competência do CNJ 
e apresentá-los nas sessões plenárias ou reuniões de Comissões, observada a 
pauta fixada pelos respectivos Presidentes; 
• requisitar de quaisquer órgãos do Poder Judiciário, do CNJ e de outras 
autoridades competentes as informações e os meios que considerem úteis para 
o exercício de suas funções; 
• propor à Presidência a constituição de grupos de trabalho ou Comissões 
necessários à elaboração de estudos, propostas e projetos a serem apresentados 
ao Plenário do CNJ; 
• propor a convocação de técnicos, especialistas, representantes de entidades ou 
autoridades para prestar os esclarecimentos que o CNJ entenda convenientes; 
• pedir vista dos autos de processos em julgamento. 
• participar das sessões plenárias para as quais forem regularmente convocados; 
• despachar, nos prazos legais, os requerimentos ou expedientes que lhes forem 
dirigidos; 
• desempenhar as funções deRelator nos processos que lhes forem distribuídos. 
 
Além disso, existem as Comissões Permanentes do CNJ, que são instâncias que 
estudam temas e atividades específicas de interesse do Conselho na busca de 
soluções para o Judiciário. 
 
4 Como acionar o CNJ 
 
Qualquer cidadão pode acionar o Conselho Nacional de Justiça, desde que a 
reclamação ou representação esteja relacionada à competência institucional do 
CNJ. 
 
4.1 Peticionando ao CNJ 
 
Peticionar significa pedir, fazer uma petição, acionar. 
 
Quando peticionamos ao CNJ estamos solicitando que uma situação seja 
examinada pelo órgão. 
 
É preciso advogado para peticionar ao CNJ? 
 
Não. Qualquer cidadão pode representar ao Conselho, desde que apresente petição 
escrita e assinada e documentos que comprovem sua identificação e endereço. Na 
petição, a pessoa deve contar em detalhes o seu problema e dizer qual providência 
espera que seja tomada pelo CNJ, podendo encaminhar os documentos que julgar 
necessários para a comprovação do alegado. 
 
Como devemos encaminhar a petição? 
 
O peticionamento ao CNJ foi disciplinado pela Portaria n. 52, de 20 de abril 2010 e 
pode ser feito de forma eletrônica e em papel. 
 
No portal do CNJ encontramos maiores informações e modelos de petições mais 
comuns, como representação por excesso de prazo e reclamação disciplinar: 
http://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/como-peticionar-ao-cnj. 
 
 
4.2 A Presidência do CNJ 
 
A Constituição Federal de 1988 estabelece que a Presidência do Conselho Nacional 
de Justiça será ocupada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, cujo 
mandato é dois anos. Ainda de acordo com a nossa Constituição Cidadã, nas 
ausências e nos impedimentos do Presidente do Supremo Tribunal Federal, o Vice-
Presidente do Supremo Tribunal Federal o substitui. 
 
De acordo com o que dispõe o artigo 6.º do Regimento Interno do CNJ, cabe ao 
Presidente do Conselho Nacional de Justiça: 
 
I – velar pelo respeito às prerrogativas do CNJ; 
II – dar posse aos Conselheiros; 
III – representar o CNJ perante quaisquer órgãos e autoridades; 
IV – convocar e presidir as sessões plenárias do CNJ, dirigindo-lhes os trabalhos, 
cumprindo e fazendo cumprir o presente Regimento; 
V – responder pelo poder de polícia nos trabalhos do CNJ, podendo requisitar, 
quando necessário, o auxílio de outras autoridades; 
VI – antecipar, prorrogar ou encerrar o expediente nos casos urgentes, ad 
referendum do Plenário; 
VII – decidir questões de ordem, ou submetê-las ao Plenário, quando entender 
necessário; 
VIII – conceder licença aos Conselheiros, de até 3 (três) meses, e aos servidores do 
quadro de pessoal; 
IX – conceder diárias e passagens bem assim o pagamento de ajuda de custo, 
transporte e/ou indenização de despesa quando for o caso, em conformidade com 
as tabelas aprovadas pelo CNJ e a legislação aplicável à espécie; 
X – orientar e aprovar a organização das pautas de julgamento preparadas pela 
Secretaria-Geral; 
XI – supervisionar as audiências de distribuição; 
XII – assinar as atas das sessões do CNJ; 
XIII – despachar o expediente do CNJ; 
XIV – executar e fazer executar as ordens e deliberações do CNJ; 
XV – decidir as matérias relacionadas aos direitos e deveres dos servidores do CNJ; 
XVI – prover, na forma da lei, os cargos do quadro de pessoal do CNJ; 
XVII – designar o Secretário-Geral e dar posse aos chefes e aos diretores dos 
órgãos internos do CNJ; 
XVIII – exonerar, a pedido, servidor do quadro de pessoal do CNJ; 
XIX – superintender a ordem e a disciplina do CNJ, bem como aplicar penalidades 
aos seus servidores; 
XX – autorizar os descontos legais nos vencimentos e/ou proventos dos servidores 
do quadro de pessoal do CNJ; 
XXI – autorizar e aprovar as concorrências, as tomadas de preços e os convites, 
para aquisição de materiais e de tudo o que for necessário ao funcionamento dos 
serviços do CNJ; 
XXII – autorizar, em caso de urgência e de necessidade extraordinária previstos em 
lei, a contratação de servidores temporários; 
XXIII – autorizar o pagamento de despesas referentes ao fornecimento de material 
ou prestação de serviços e assinar os contratos relativos à adjudicação desses 
encargos; 
XXIV – prover cargos em comissão e designar servidores para exercer funções 
gratificadas; 
XXV – delegar aos demais Conselheiros, bem como ao Secretário-Geral, a prática 
de atos de sua competência; 
XXVI – praticar, em caso de urgência, ato administrativo de competência do 
Plenário, submetendo-o ao referendo deste na primeira sessão que se seguir; 
XXVII – assinar a correspondência em nome do CNJ; 
XXVIII – requisitar magistrados, delegando-lhes quaisquer de suas atribuições, 
observados os limites legais; 
XXIX – requisitar servidores do Poder Judiciário, delegando-lhes atribuições, 
observados os limites legais; 
XXX – apreciar liminarmente, antes da distribuição, os pedidos e requerimentos 
anônimos ou estranhos à competência do CNJ; 
XXXI – instituir grupos de trabalho, visando à realização de estudos e diagnósticos 
bem como à execução de projetos de interesse específico do CNJ; 
XXXII – instituir comitês de apoio, compostos por servidores, para a elaboração de 
estudos e pareceres técnicos sobre matéria de interesse do CNJ; 
XXXIII – aprovar os pareceres de mérito a cargo do CNJ nos casos previstos em lei, 
com referendo do Plenário e encaminhamento aos órgãos competentes; 
XXXIV – firmar convênios e contratos, dando-se ciência imediata aos Conselheiros; 
XXXV – praticar os demais atos previstos em lei e neste Regimento. 
 
4.3 A Corregedoria Nacional de Justiça 
 
Ao lado do Presidente do Conselho Nacional de Justiça, temos a presença do 
Ministro Corregedor, cujo cargo é ocupado por um Ministro do Superior Tribunal de 
Justiça. 
 
Todas as atribuições do Corregedor Nacional de Justiça estão definidas na 
Constituição Federal, no parágrafo 5.º do artigo 103-B, da Constituição Federal de 
1988, e regulamentadas no artigo 31 do Regimento Interno do CNJ. 
 
São elas: 
• receber as reclamações e denúncias de qualquer interessado, relativas aos 
magistrados e aos serviços judiciários auxiliares, serventias, órgãos 
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do 
poder público ou oficializados; 
• determinar o processamento das reclamações; 
• realizar sindicâncias, inspeções e correições, quando houver fatos graves ou 
relevantes que as justifiquem; 
• requisitar magistrados e servidores, delegando-lhes atribuições; 
• elaborar e apresentar relatórios referentes ao conteúdo próprio de suas 
atividades de correição, inspeção e sindicância; 
• designar, entre os magistrados requisitados, juízes auxiliares da 
Corregedoria do Conselho, com competência delegada; 
• expedir instruções, provimentos e outros atos normativos para o 
funcionamento dos serviços da Corregedoria; 
• sugerir ao Plenário do Conselho a expedição de recomendações e atos 
regulamentares que assegurem a autonomia do Poder Judiciário e o 
cumprimento do Estatuto da Magistratura; 
• executar e fazer executar as ordens e deliberações do Conselho relativas a 
matéria de sua competência; 
• dirigir-se, relativamente às matérias de sua competência, às autoridades 
judiciárias e administrativas e a órgãos ou entidades, assinando a respectiva 
correspondência; 
• promover reuniões e sugerir, ao Presidente, a criação de mecanismos e 
meios para a coleta de dados necessários ao bom desempenho das 
atividades da Corregedoria; 
• manter contato direto com as demais Corregedorias do Poder Judiciário; 
• promover reuniões periódicas para estudo, acompanhamento e sugestões 
com os magistrados envolvidos na atividade correcional; 
• delegar atribuições sobre questões específicas aos demais Conselheiros. 
 
 
4.4 A Ouvidoria do CNJ 
 
O Conselho Nacional deJustiça dispõe de uma Ouvidoria cuja missão é servir de 
canal de comunicação direta entre o cidadão e o Conselho, com o objetivo de 
orientar, transmitir informações e colaborar no aprimoramento das atividades 
desenvolvidas pelo CNJ, bem como promover a articulação com as demais 
Ouvidorias judiciais para o eficaz atendimento das demandas acerca dos serviços 
prestados pelos órgãos do Poder Judiciário. 
 
Além disso, a Ouvidoria mantém uma página de perguntas frequentes, com 
orientações para o cidadão: http://www.cnj.jus.br/ouvidoria-page/perguntas-
frequentes-faq. 
 
Recomendamos, ainda, assistir ao vídeo: http://youtu.be/llTnOWrs_5g. 
 
Para ter mais informações sobre a Ouvidoria do CNJ: 
http://www.cnj.jus.br/ouvidoria-page. 
 
 
 
4.5 O CNJ nas Redes Sociais 
 
As mídias e redes sociais tornaram-se ferramenta eficiente de comunicação, 
garantindo informações diretas, rápidas e em primeira mão para os seguidores das 
redes. 
 
O CNJ também utiliza essas redes para falar direto ao cidadão sobre temas como 
respeito, tolerância, cidadania, direitos e justiça. 
 
Visite os perfis do CNJ nas diversas plataformas: 
 
http://www.flickr.com/photos/cnj_oficial 
http://www.facebook.com/cnj.oficial 
https://twitter.com/cnj_oficial 
https://www.youtube.com/user/cnj 
http://instagram.com/cnj_oficial 
 
 
 
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