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Bioquímica da Cárie - Uninove 2015

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Bioquímica da Cárie
Entender o significado de cárie e aprender sobre os fatores relacionados ao
desenvolvimento dessa doença dental
Cárie é uma doença detectada em todos os povos, em todas as raças e em todas as épocas. É
infectocontagiosa e se caracteriza pela destruição dos tecidos do dente, podendo causar dor,
sensibilidade e a perda total do mesmo.
Vários conceitos sobre a cárie dentária surgiram ao longo do tempo. Primeiro acreditava-se que
para a cárie existir era necessário a combinação de dente, microorganismo e açúcar
simultaneamente, hoje sabemos que a cárie é casual mesmo com essa combinação e depende de
diversos fatores, sendo assim uma doença multifatorial.
A partir de agora estudaremos em detalhes as causas e os meios de prevenção da cárie.
Etiologia da Cárie
A cárie é causada por fatores locais, aqueles diretamente relacionados, e sistêmicos, aqueles
que predispõem e facilitam a sua instalação.
Fatores locais
A cárie envolve obrigatoriamente a superfície dentária rica em nutriente e microorganismos. A
partir dessa combinação a placa dental é formada e caso não seja removida o ambiente perfeito
para o crescimento bacteriano, produção de ácidos e desmineralização do dente.
Há teorias que tentam explicar os fatores locais que causam a cárie:
 1. Teoria Acidogênica: Miller e Fosdick
Nessa teoria a cárie é provocada por bactérias acidogênicas que metabolizam açúcares,
resultando em ácidos que começam a desmineralizar o esmalte dentário provocando uma lesão.
Nessa lesão se instalam microorganismos proteolíticos que geram aminoácidos. Tais aminoácidos
sofrem processos de desaminação, descarboxilação, oxidação e redução, elevando os ácidos que
pioram a desmineralização. Microorganismos do meio bucal invadem a lesão e toda a estrutura
dental.
 2. Teoria Proteolítica: Bodecker e Gottieb
Nessa o processo é semelhante ao da teoria acidogênica, porém em ordem contrária. Primeiro
microorganismos proteolíticos transformam proteínas das lamelas e fendas em ácidos, gerando uma
lesão. Na lesão bactérias acidogênicas produzem ácidos que desmineralizam ainda mais o esmalte,
deixando o local propicio para a invasão de microorganismos do meio bucal.
 3. Teoria da proteólise com quelação: Evan, Prophet e Schatz
Nessa teoria o pH ácido desencadeia a proteólise e a desmineralização. O cálcio dos dentes é
removido na forma dos solúveis quelatos de cálcio.
Fatores sistêmicos
 A. Fatores hereditários
A herança genética pode determinar descendentes mais ou menos resistentes à cárie dental.
 B. Nutricionais ou dietéticos
Alguns nutrientes são importantes durante a odontogênese, influenciando em maior ou menor
resistência das estruturas dentárias à cárie e outros ao longo da vida.
Proteínas: fundamentais na odontogênese, são constituintes orgânicos fundamentais das matrizesl
do esmalte e da dentina.
Minerais: cálcio, fósforo e flúor são os minerais indispensáveis. O cálcio e fósforo participam nal
formação dos cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2] e consequentemente formam o esmalte e
a dentina perfeitamente calcificados e endurecidos, lamelas formadas no dente predispõe a cárie. 
O flúor contribui na rigidez dental, quando adsorvido, formando a fluoroapatita [Ca10(PO4)6F2] que é
mais resistente e menos solúvel que a hidroxiapatita, e também contribui inibindo a enzima
enolase da via glicolítica, quando na saliva, diminuindo a produção de ácidos e o crescimento
bacteriano.
Carboidratos: favorecem a cárie quando na forma de metabólitos quanto na forma de dieta. Comol
metabólito promovem modificações na composição química do dente ao aumentarem as taxas
absolutas de cálcio e fósforo, com diminuição da relação Ca: P no esmalte e dentina.
Como componente da dieta, os carboidratos sofrem fermentação facilmente, principalmente os
mais simples, classificados como monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) e oligossacarídeos
(lactose e sacarose). 
A sacarose é o açúcar mais cariogênico, formado por uma frutose e uma glicose unidos por ligação
glicosídica. Está presente no açúcar de mesa, é de originado da cana-de-açúcar.
Vitaminas:l
Vitamina A – age nas células produtores de esmalte, se formam bem estruturados e resistente à1.
carie.
Vitamina D – a deficiência leva ao raquitismo dental, ou seja, a dentina não mineraliza.2.
Vitamina C – a deficiência desencadeia uma baixa produção de colágeno na dentina, impedindo a3.
calcificação ou levando a uma mal formação.
Vitamina B6 – a deficiência predispõe a uma matriz proteica do esmalte e dentina escassa.4.
 C. Hormonais
Alguns hormônios estão relacionados a matriz dentária, são eles:
Hormônios tireoidianos: nos pacientes que apresentam hipotireoidismo, os dentes são mal1.
formados, mal calcificados e muito susceptível à cárie.
Hormônios paratireoidianos: o paratormônio, juntamente com a vitamina D, intensifica a2.
calcificação dos tecidos duros.
Hormônios hipofisários: importante na formação do esmalte.3.
Insulina: sem a insulina que regula o metabolismo da glicose, os níveis de glicose aumentam4.
diminuindo a relação cálcio-fósforo do esmalte e da dentina, tornando os dentes mais susceptíveis.
 
Quiz 
 1 A cárie, doença infectocontagiosa, acomete a maioria da população mundial e
se forma por um conjunto de fatores. Um desses fatores é o crescimento de
bactérias acidógênicas e proteolíticas na placa dental. Encontre a alternativa
correta: 
Bactérias acidogênicas metabolizam açúcares, resultando em ácidos que começam a
desmineralizar o esmalte dentário.
Bactérias proteolíticas geram ácido lático que promovem a desmineralização do
esmalte.
Bactérias acidogênicas degradam proteínas e geram produtos que promovem a
quelação do cálcio e consequente desmineralização do esmalte.
Bactérias acidogênicas ou proteolítica com seus produtos promovem a mineralização do
esmalte.
Figura 01: Imagem do processo cariogênico
Profilaxia da Cárie
Prevenir a instalação da cárie é fundamental para manter a integridade da cavidade bucal e
mais ainda da saúde geral.
Tornar os dentes mais resistentes e menos susceptível é o interesse desde o momento de
formação dos dentes até o final da vida.
A prevenção da cárie dental se dá por diferentes métodos:
Proteção direta do dente através da ingestão ou aplicação tópica do flúor e aplicação de selantesl
(são polímeros adesivos que protegem sulcos e fissuras).
Mudanças na dieta diminuindo a frequência de ingestão de carboidratos, diminuindo a ingestão del
sacarose e evitando doces sólidos que grudam nos dentes.
Boa higiene bucal, com uso de fio dental, escovação rigorosa e frequente (mínimo três vezes aol
dia).
Visitas regulares ao dentista.l
Quiz 
 1 Identifique nas alternativas abaixo o nome e a classificação do açúcar da
dieta que é fonte energética para microorganismos e considerado o mais
cariogênico:
Amido, polissacarídeo.
Glicose, oligossacarídeo.
Sacarose, oligossacarídeo.
Lactose, monossacarídeo.
 2 Como prevenção da cárie todas as afirmações abaixo estão corretas, exceto:
Uso do fio dental e escovação rigorosa e frequente.
Evitar a ingestão de flúor.
Diminuir a ingestão diária de açúcar.
Aplicar selantes em sulcos e fissuras dentais.
Referências
ARANHA, F. L. Bioquímica odontológica. 2ª. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.
NICOLAU, J. Fundamentos de bioquímica oral. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
MENAKER, L. Cáries dentárias - Bases biológicas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984.
FERREIRA, C. P. Bioquímica para cirurgiões-dentistas. 1ª ed. São Paulo: Editora Apoio Ltda., 1989.
MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica básica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
CAMPBELL, M.K. Bioquímica 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
CHAMPE, P.C.; HARVEY, R.A. Bioquímica ilustrada. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2ªed. São Paulo: Sarvier,
2000.

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