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Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 1 - ARQUITETURA ESTILOS ARQUITETÔNICOS ARQUITETURA MUNDIAL Professora: Elaine Garrido Vazquez e-mail: elaine@poli.ufrj.br Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 2 - Glossário 1.1. DEFINIÇÃO DE ARQUITETURA .................................................................................................... 6 1.1.1. ARQUITETURA...................................................................................................................... 6 1.1.1.1. MARCO VITRÚVIO................................................................................................................. 7 1.2. ESTILO................................................................................................................................................. 7 1.3. PREMISSAS BÁSICAS ........................................................................................................................ 7 1.3.1. HISTÓRIA...................................................................................................................................... 7 1.3.1.1. RESGATE DA HISTÓRIA....................................................................................................... 8 1.4. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO............................................................................................... 8 1.4.1. ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO ...................................................................... 8 1.4.2. ENGENHEIRO CIVIL ..................................................................................................................... 9 1.4.3. ENGENHEIRO CIVIL E ARQUITETO ............................................................................................10 1.4.3.1. TRABALHO DO ARQUITETO ...............................................................................................10 1.4.3.1.1. TRABALHO DO ARQUITETO EM EDIFICAÇÕES.........................................................................10 1.4.3.1.2. ÁREAS DE ATUAÇÃO ARQUITETO.............................................................................................10 2.1. PRÉ-HISTÓRIA ...................................................................................................................................12 2.1.1. IDADE DA PEDRA - PALEOLÍTICO..............................................................................................12 2.1.2. IDADE DA PEDRA - MESOLÍTICO E NEOLÍTICO.........................................................................12 2.2. ARTE RUPESTRE...............................................................................................................................13 2.2.1. ARTE RUPESTRE - BRASIL.........................................................................................................13 2.3. CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE.....................................................................................................13 2.3.1. EGITO ......................................................................................................................................14 2.3.1.1. MÉTODOS CONSTRUTIVOS................................................................................................14 2.3.2. MESOPOTÂMIA ENTRE DOIS RIOS TIGRE E O EUFRATES.......................................................14 2.3.3. GRÉCIA........................................................................................................................................14 2.3.3.1. ARQUITETURA GREGA .......................................................................................................15 2.3.3.1.1. ORDENS GREGAS – DÓRICA, JÔNICA E CORÍNTIA ..................................................................15 2.3.4. ARQUITETURA ROMANA............................................................................................................17 2.4. CIVILIZAÇÕES DA IDADE MÉDIA......................................................................................................17 2.4.1. ARTE CRISTÃ PRIMITIVA............................................................................................................17 2.4.2. ARQUITETURA BIZANTINA.........................................................................................................18 2.4.2.1. MOSAICO .............................................................................................................................18 2.4.3. ARQUITETURA ROMÂNICA ........................................................................................................18 2.4.3.1. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA.............................................................................18 2.4.3.2. ARQUITETURA ROMÂNICA DE PEREGRINAÇÃO..............................................................19 2.4.4. ARQUITETURA GÓTICA..............................................................................................................19 2.4.4.1. INOVAÇÕES .........................................................................................................................19 2.4.4.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS...............................................................................................21 2.4.5. ARQUITETURA ISLÂMICA ..........................................................................................................22 2.4.5.1. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA.............................................................................22 3.1. REVISÃO ............................................................................................................................................23 3.1.1. PRÉ-HISTÓRIA E CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE..................................................................23 3.1.2. CIVILIZAÇÕES DA IDADE MÉDIA................................................................................................23 4.1. O MUNDO SÉCULO XV ATÉ O SÉCULO XVIII IDADE MODERNA ....................................................25 4.1.1. RENASCIMENTO SÉCULO XV - QUATROCENTOS ....................................................................25 4.1.1.1. CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................25 4.1.1.1.1. LEONARDO DA VINCI (1452 - 1519) ............................................................................................26 Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 3 - 4.1.1.1.1.1. PINTURA...............................................................................................................................26 4.1.1.1.1.2. HOMEM VITRUVIANO ...........................................................................................................27 4.1.1.1.1.3. INVENTOR ............................................................................................................................28 4.1.1.1.2. MICHELANGELO (1475 - 1564) ....................................................................................................28 4.1.1.2. ARQUITETURA.....................................................................................................................29 4.1.1.3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS................................................................................................30 4.1.2. MANEIRISMO (1520-1600) ...........................................................................................................30 4.1.2.1. CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................314.1.3. BARROCO (SÉCULOS XVII XVIII)................................................................................................32 4.1.3.1. CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................32 4.1.3.1.2. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA .....................................................................................32 4.1.4. ROCOCÓ (SÉCULO XVIII)............................................................................................................34 5.1. BRASIL DESCOBRIMENTO 1500 ATÉ O SÉCULO XVIII ...................................................................36 5.1.1. DESCOBRIMENTO - SÉCULO XVI...............................................................................................36 5.1.2. SÉCULO XVI APÓS 1530 .............................................................................................................36 5.1.2.1. ARQUITETURA MILITAR......................................................................................................37 5.1.2.2. ARQUITETURA RELIGIOSA.................................................................................................37 5.1.2.3. ARQUITETURA CIVIL - SÉCULO XVI - CIDADES ................................................................37 5.1.3. SÉCULO XVII - 1600 .....................................................................................................................38 5.1.3.1. ARQUITETURA.....................................................................................................................38 5.1.3.2.1. ARQUITETURA NAS IGREJAS ....................................................................................................39 5.1.4. SÉCULO XVIII ..............................................................................................................................39 5.1.4.1. ESTILOS BARROCO E ROCOCÓ ........................................................................................39 5.1.4.2. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA.............................................................................39 5.1.4.2.1. MINAS GERAIS ............................................................................................................................40 5.1.4.2.1.1. ESTILOS BARROCO E ROCOCÓ .........................................................................................40 5.1.4.2.1.2. ARQUITETURA CIVIL – TIRADENTES..................................................................................41 5.1.4.2.1.3. ARQUITETURA RELIGIOSA .................................................................................................42 5.1.4.2.2. RIO DE JANEIRO .........................................................................................................................43 5.1.4.2.2.1. CIDADE COLONIAL ..............................................................................................................43 5.1.4.2.2.2. ARQUITETURA RELIGIOSA .................................................................................................43 5.1.4.2.2.3. ARQUITETURA CIVIL ...........................................................................................................45 6.1. O MUNDO SÉCULO XIX .....................................................................................................................47 6.1.1. SÉCULO XIX – PANORAMA HISTÓRICO ....................................................................................47 6.1.1.1. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E ENGENHARIA ......................................................................47 6.1.1.2. ECONOMIA...........................................................................................................................47 6.1.1.3. POLÍTICA..............................................................................................................................47 6.1.1.4. SOCIAL .................................................................................................................................47 6.1.2. ARTE - ARQUITETURA................................................................................................................48 6.1.2.1. NEOCLASSICISMO – SÉCULO XIX .....................................................................................48 6.1.2.1.1. ARQUITETURA NEOCLÁSSICA...................................................................................................48 6.1.2.2. ARQUITETURA ECLETISMO................................................................................................49 6.1.2.3. ARQUITETURA ARTS & CRAFTS........................................................................................49 6.1.2.4. ARQUITETURA ART NOUVEAU ..........................................................................................49 6.1.2.5. ARQUITETURA FERRO E VIDRO ........................................................................................50 6.1.2.6. ARTE - PINTURA ..................................................................................................................51 6.1.2.6.1. NEOCLÁSSICO ............................................................................................................................51 6.1.2.6.2. ROMANTISMO 1830-1850 ............................................................................................................52 6.1.2.6.3. REALISMO 1850-1870 ..................................................................................................................52 6.1.2.6.4. IMPRESSIONISMO 1870 - 1900 ....................................................................................................52 6.1.2.6.4.1. FOTOGRAFIA X PINTURA ....................................................................................................52 6.1.2.6.4.2. EXPOENTES .........................................................................................................................52 6.1.2.6.4.3. CARACTERÍSTICAS .............................................................................................................53 6.1.2.7. ENGENHEIRO.......................................................................................................................53 7.1. BRASIL SÉCULO XIX .........................................................................................................................54 Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 4 - 7.1.1. SÉCULO XIX – PANORAMA HISTÓRICO ....................................................................................54 7.1.1.1. ECONOMIA...........................................................................................................................54 7.1.2.1. ARQUITETURA – INÍCIO SÉCULO XIX ................................................................................54 7.1.2.2. MISSÃO FRANCESA ............................................................................................................55 7.1.2.3. ARQUITETURA DA JOVEM NAÇÃO ....................................................................................55 7.1.2.4. CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................55 7.1.2.5. ELEMENTOS E COMPOSIÇÃO ............................................................................................55 7.1.3. ARQUITETURA ROMÂNTICA ......................................................................................................56 7.1.4. ARQUITETURA E ENGENHARIA.................................................................................................56 7.1.4.1. CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................56 7.1.5. ARQUITETURA ECLETISMO .......................................................................................................577.1.5.2. CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................57 7.1.5.3. EXPANSÃO DO ECLETISMO ...............................................................................................58 7.1.5.4. EXEMPLOS NO RIO DE JANEIRO .......................................................................................58 7.1.6. NEOCLASSICISMO X ECLETISMO..............................................................................................59 7.1.6.1. JARDINS (NEOCLÁSSICO AO ECLÉTICO): ........................................................................59 7.1.7. ARQUITETURA ART NOUVEAU ..................................................................................................60 7.1.8. ARQUITETURA FERRO E VIDRO ................................................................................................60 8.1. O MUNDO NO SÉCULO XX E XXI ......................................................................................................61 8.1.1. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO .....................................................................................61 8.1.2. SÉCULO XX – ARQUITETURA MODERNA ..................................................................................61 8.1.2.2. ARQUITETURA.....................................................................................................................61 8.1.2.2.1. 1930 – 1950: ESTILO INTERNACIONAL.......................................................................................62 8.1.3. CONSTRUÇÕES PÓS-GUERRA ..................................................................................................62 8.1.3.1.1. PRINCÍPIOS DE LE CORBUSIER .................................................................................................63 8.1.3.1.2. MODULOR....................................................................................................................................63 8.1.3.1.3. CARACTERÍSTICAS.....................................................................................................................64 8.1.3.1.4.5. PONTOS DA NOVA ARQUITETURA .....................................................................................64 8.1.3.2. WALTER GROPIUS ..............................................................................................................66 8.1.3.2.1. BAUHAUS ....................................................................................................................................67 8.1.3.3. LUDWIG MIES VAN DER ROHE...........................................................................................67 8.1.3.4. FRANK LLOYD WRIGHT ......................................................................................................68 8.1.3.4.1. ARQUITETURA ORGÂNICA .........................................................................................................68 8.1.3.4.2. ARQUITETURA ORGÂNICA .........................................................................................................69 8.1.4. CAUSA E EFEITO.........................................................................................................................70 8.1.5. PÓS MODERNISMO - CONTEMPORÂNEO..................................................................................70 8.1.6. ARQUITETURA HIGH TECH ........................................................................................................71 8.1.6.1. PRÊMIO PRITZKER: Pritzker Architecture..........................................................................71 8.1.7. MOVIMENTOS NA PINTURA........................................................................................................72 8.1.7.1. EXPRESSIONISMO x IMPRESSIONISMO ............................................................................72 8.1.7.1.1. EXPRESSIONISMO - FAUVISMO .................................................................................................73 8.1.7.1.2. EXPRESSIONISMO - FAUVISMO .................................................................................................73 8.1.7.2. CUBISMO..............................................................................................................................73 8.1.7.5. CONSTRUTIVISMO...............................................................................................................74 8.1.7.6. SURREALISMO ....................................................................................................................75 8.1.7.7. EXPRESSIONISMO ABSTRATO ..........................................................................................75 8.1.7.8. ARTE POP ............................................................................................................................75 8.1.7.9. MINIMALISMO ......................................................................................................................75 8.1.7.10. ARTE CONCEITUAL ...........................................................................................................76 9.1. O BRASIL NO SÉCULO XX ................................................................................................................77 9.1.1. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO - PRIMEIRA DÉCADA ..................................................77 9.1.2. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO – ANOS 20 ...................................................................78 9.1.2.1. SEMANA DE ARTE MODERNA............................................................................................78 9.1.3. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO – ANOS 30 ...................................................................78 9.1.3.1. SÉCULO XX – ANOS 30 – CONFORTO TÉRMICO...............................................................79 Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 5 - 9.1.4. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO – ANOS 40 ...................................................................80 9.1.5. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO – ANOS 50 ...................................................................80 9.1.5.1. CASA INDIVIDUAL – LABORATÓRIO DAS NOVAS FORMAS ............................................82 9.1.5.2. CARACTERÍSTICAS EM COMUM ........................................................................................82 9.1.6. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO – ANOS 60 ...................................................................82 9.1.7. SÉCULO XX – PANORAMA HISTÓRICO – ANOS 70 ...................................................................83 9.1.8. A CONSTRUÇÃO DE UMA METRÓPOLE ....................................................................................85 9.1.9. ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA 1990 A 2005.......................................................................85 9.1.10. ASPECTOS GERAIS ..................................................................................................................85 9.1.11. INICIATIVAS...............................................................................................................................85 9.1.12. SÉCULO XX E XXI – RIO DE JANEIRO.......................................................................................86 9.1.12.1. SÉCULO XX E XXI – PANORAMA HISTÓRICO - CENTRO................................................86 9.1.12.2. SÉCULO XX E XXI – PANORAMA HISTÓRICO – ZONA NORTE.......................................87 9.1.12.3. SÉCULO XX E XXI – PANORAMA HISTÓRICO – ZONA SUL ............................................87 9.1.12.4. SÉCULO XX E XXI – PANORAMA HISTÓRICO – ZONA OESTE .......................................88 9.1.12. SÉCULO XX E XXI – SÃO PAULO ..............................................................................................88Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 6 - 1.1. DEFINIÇÃO DE ARQUITETURA Arquitectura - ou Arquitetura na grafia brasileira - (do grego arché - αρχή = primeiro ou principal e tékton - τέχνη = construção) refere-se à arte ou técnica de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Neste sentido, a arquitetura trata destacadamente da organização do espaço e de seus elementos: em última instância, a arquitetura lidaria com qualquer problema de agenciamento, estética e ordenamento de componentes em qualquer situação espacial, no entanto, normalmente ela está associada ao problema da organização do homem no espaço. Uma definição mais precisa da área envolve todo o design (ou seja, o projeto) do ambiente construído pelo homem. A arquitetura como atividade humana existe desde que o homem passou a se abrigar das intempéries. "Pode-se então definir arquitetura como construção concebida com a intenção de ordenar e organizar plasticamente o espaço, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica e de um determinado programa.” - DEFINIÇÃO – LÚCIO COSTA "Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se ela se revela igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto, desde a germinação do projeto, até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então ao sentimento individual do arquiteto, no que ele tem de artista, portanto, escolher, a forma plástica apropriada." "Por outro lado, a arquitetura depende ainda, necessariamente, da época da sua ocorrência, do meio físico e social a que pertence, da técnica decorrente dos materiais empregados e, finalmente, dos objetivos e dos recursos financeiros disponíveis para a realização da obra, ou seja, do programa proposto.“ 1.1.1. ARQUITETURA Primeiramente, a arquitetura se manifesta de dois modos diferentes: a atividade (a arte, o campo de trabalho do arquiteto) e o resultado físico (o conjunto construído de um arquiteto, de um povo e da humanidade como um todo). A arquitetura enquanto atividade é um campo multidisciplinar, incluindo em sua base a matemática, as ciências, as artes, a tecnologia, as ciências sociais, a política, a história, a filosofia, entre outros. Atualmente, o mais antigo tratado arquitetônico de que se tem notícia, e que propõe uma definição de arquitetura, é o do arquiteto romano Marco Vitrúvio. "A arquitetura é uma ciência, surgindo de muitas outras, e adornada com muitos e variados ensinamentos: pela ajuda dos quais um julgamento é formado daqueles trabalhos que são o resultado das outras artes." Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 7 - 1.1.1.1. MARCO VITRÚVIO Marcos Vitrúvio Polião foi um engenheiro e arquiteto romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a sua obra em 10 volumes, aos quais deu o nome de De Architectura (aprox. 40 a.C.) que constitui o único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre construções e Arquitetura desde a época do Renascimento. Na obra de Vitrúvio, definem-se três os elementos fundamentais da arquitectura: a firmitas (que se refere à estabilidade, ao carácter construtivo da arquitectura), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade e ao longo da história foi associada à função e ao utilitarismo) e a venustas (associada à beleza e à apreciação estética). Desta forma, e segundo este ponto de vista, uma construção passa a ser chamada de arquitectura quando, além de ser firme e bem estruturada (firmitas), possuir uma função (utilitas) e for, principalmente, bela (venustas). 1.2. ESTILO Quando se pensa em algum tipo de classificação dos diferentes produtos arquitetônicos observados no tempo e no espaço, é muito comum, de diferenciar os edifícios e sítios através da idéia de que eles possuem um estilo. Tradicionalmente, a noção de estilo envolve a apreensão de um certo conjunto de fatores e características formais dos edifícios: ou seja, a definição mais primordial de estilo é aquela que o associa à forma da arquitetura, e principalmente seus detalhes estético-construtivos. É possível falar em um estilo histórico (barroco, clássico, gótico, etc.) e também se torna possível falar em um estilo individual (arquitetura Wrightiana, Corbuseana, etc). 1.3. PREMISSAS BÁSICAS Arte de construir edifícios com base científica para a satisfação das necessidades materiais, sociais e psicológicas do homem. Desde a Antiguidade, o arquiteto é o profissional que cuida do hábitat humano. Ele planeja desde o habitar mínimo – a unidade residencial – até a cidade. A formação do arquiteto se dá em diferentes áreas. Na área de exatas, na área de ciências sociais e humanas. História da evolução do pensamento arquitetônico, das artes e das cidades. Na área de execução da edificação, o engenheiro civil tem atribuição igual à do arquiteto. Ele é responsável técnico por uma obra, como o arquiteto também pode ser. A arquitetura comunica, a quem a observa: Primeira função - utilitária Segunda função – simbólica 1.3.1. HISTÓRIA ANTIGUIDADE – imagem do arquiteto ligada à matemática e ao artesão Magister Artificium (mestre dos artesões) Magister Fabricae (mestre de obra) Architectus e architector Século XV (tratado Leon Batista Alberti) Ordenador da edificação em seu conjunto Disciplina baseada na teoria Finalidade da sua prática é a estética Século XVII Dicionário da Academia Francesa Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 8 - “Aquele que exerce a arte da Arquitetura, artista que traça a planta de um edifício, dirige sua execução, assegura sua defesa”. A partir do Século XVIII surgiram os Engenheiros (pontes, estradas, politécnicos) Revolução industrial rivalidade entre engenheiros e arquitetos 1.3.1.1. RESGATE DA HISTÓRIA Criação das primeiras escolas até a regulamentação das profissões de engenheiro, arquiteto e agrônomo do Brasil. • Ensino da Engenharia – Início foi em 1807 quando, D. João VI para atender as necessidades imediatas decorrentes da transferência da corte para o Brasil, criou a Academia Real Militar com especialistas militares em fortificações. – 1853 Escolas Central que em 1874 transformou-se na Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, hoje UFRJ. • Ensino da Arquitetura – A segunda Escola Superior no Brasil foi a Academia de Belas Artes, inaugurada por D. Pedro I em 1826 – Imperial Academia de Belas Artes. – As primeiras instituições, destinadas à formação de Arquitetos, surgiram no Brasil apenas na década de 1940. – No Rio de Janeiro a Faculdade Nacional de Arquitetura foi inaugurada em 1946 1.4. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO - Decreto 29/08/1828: D. Pedro I fixou as primeiras exigências para a elaboração de projetos e trabalho de construtores. - Decreto nº. 4696 de 1871: aprovou um novo regulamento, passou a exigir diploma para o exercício do cargo e a prática profissional. - Decreto nº. 3001 de 1880: baixado pelo poder legislativo do império exigiu a apresentação detítulo ou carta de habilitação científica. - Decreto nº. 23569 de 11/12/1933: regulamentou o exercício das profissões. - Decreto nº. 5194 de 1966: revogou o decreto anterior, essa lei estabelece as condições e regras para o exercício da profissão, os direitos e deveres, além de garantir proteção à sociedade em relação a maus profissionais e serviços. 1.4.1. ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO - Constituição Federal; - Código Civil; - Lei 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor - Lei 5.194/66 - Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo. - Resolução nº. 218, de 29 de junho de 1973 - Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. - Lei 6.496/77 - Institui a Anotação de Responsabilidade Técnica; - Decreto Federal 23569/33 sistema CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura) /CREA (Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura); Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 9 - 1.4.2. ENGENHEIRO CIVIL Engenheiro civil - estuda, projeta, desenvolve e fiscaliza todo o tipo de construção civil, como pontes, elevados, edifícios, túneis, viadutos, fortificações, rodovias, ferrovias, estádios, redes de esgoto, entre outros. Engenheiro eletricista Engenheiro agrícola Engenheiro naval e oceânico Engenheiro aeronáutico Engenheiro cartógrafo Engenheiro industrial Engenheiro de telecomunicações Engenheiro ambiental Engenheiro mecatrônico Engenheiro de automação Engenheiro eletrônico e computação Engenheiro de agrimensura Engenheiro sanitarista Engenheiro de computação Engenheiro de produção Engenheiro químico Engenheiro metalúrgico Engenheiro de petróleo Engenheiro de alimentos Engenheiro de minas Engenheiro de materiais Engenheiro de pesca Engenheiro nuclear Engenheiro florestal Engenheiro Eletrotécnico Engenheiro têxtil Engenheiro mecânico ANEXOS DA RESOLUÇÃO Nº. 1.010, DE 22 DE AGOSTO DE 2005. ANEXO I PREÂMBULO Este Anexo I constitui um glossário que define de forma especifica as atividades seguintes, estabelecidas no art. 5º da Resolução nº. 1.010, de 2005, a serem atribuídas para o exercício da profissão nos vários níveis de formação, de forma integral ou parcial, em seu conjunto ou separadamente, observadas as demais disposições estabelecidas na resolução: Atividade 1 – Gestão, supervisão, coordenação, orientação técnica; Atividade 2 – Coleta de dados, estudo, planejamento, projeto, especificação; Atividade 3 – Estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental; Atividade 4 – Assistência, assessoria, consultoria; Atividade 5 – Direção de obra ou serviço técnico; Atividade 6 – Vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria, arbitragem; Atividade 7 – Desempenho de cargo ou função técnica; Atividade 8 – Treinamento, ensino, pesquisa, desenvolvimento, analise, experimentação, ensaio, divulgação técnica, extensão; Atividade 9 – Elaboração de orçamento; Atividade 10 – Padronização, mensuração, controle de qualidade; Atividade 11 – Execução de obra ou serviço técnico; Atividade 12 – Fiscalização de obra ou serviço técnico; Atividade 13 – Produção técnica especializada; Atividade 14 – Condução de serviço técnico; Atividade 15 – Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 – Execução de instalação, montagem, reparo ou manutenção; Atividade 17 – Operação, manutenção de equipamento ou instalação; e Atividade 18 – Execução de desenho técnico. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 10 - 11 DE DEZEMBRO - Esta data foi escolhida para celebrar o engenheiro pois foi nessa data, em 1933, que a profissão foi regulamentada no Brasil, através do decreto no. 23.569. Em 1966, esse decreto foi revogado e entrou em vigor a lei no. 5.194/66 , que agora regulamente a profissão. É essa lei que estabelece as condições e regras para o exercício da profissão, os direitos e deveres, além de garantir proteção à sociedade em relação a maus profissionais e serviços. O profissional deve ser registrado nos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura – CREA – que é subordinado ao Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura – CONFEA. Estes são órgãos responsáveis pela fiscalização do exercício da engenharia. 1.4.3. ENGENHEIRO CIVIL E ARQUITETO Casas, edifícios, hospitais, escolas, igrejas, pontes, estradas. Mas afinal quem constrói tudo isto? Foi o engenheiro, ele é responsável por todas as etapas de uma construção. Antes de iniciar o seu trabalho precisa de um projeto para que possa executá-lo. O arquiteto é responsável por projetar e planejar o que será construído. Ao projetar uma casa, por exemplo, o arquiteto define a área total, o número de quartos, a disposição dos banheiros e até as peças da cozinha. Só após o projeto definido o engenheiro inicia o seu trabalho de realização. 1.4.3.1. TRABALHO DO ARQUITETO O arquiteto é o profissional que elabora planos e projetos associados à arquitetura, definindo materiais, acabamentos, técnicas e metodologias a serem aplicadas na obra. Alguns arquitetos também trabalham prestando serviços de consultoria e assessoramento. É preocupação do arquiteto levar em conta a disposição dos objetos dentro da construção, assim como a ventilação e a iluminação. Em relação a ambientes externos, ele pode planejar e organizar o crescimento de cidades e bairros. Um grande exemplo disso é Brasília, arquitetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. 1.4.3.1.1. TRABALHO DO ARQUITETO EM EDIFICAÇÕES Escolha do terreno para a implantação do projeto, com parecer sobre localização, legislações edílicas e urbanas, aspectos ambientais e topográficos, entre outras, que possibilitem análises preliminares de viabilidade do projeto. A seguir, existe uma etapa de montagem e aferição de programa preliminar a ser desenvolvido, juntamente com o cliente. 1.4.3.1.2. ÁREAS DE ATUAÇÃO ARQUITETO ESPECIALIDADES: Arquiteto de edificações Engenheiro arquiteto, Projetista (arquiteto) Arquiteto de interiores Arquiteto de patrimônio Arquiteto restaurador, Retrofit Conservador de edificações Restaurador de edificações Arquiteto paisagista Arquiteto da paisagem ou Paisagista Arquiteto urbanista Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 11 - 1.4.3.2. ETAPAS DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES Com esses dados e a definição do terreno inicia-se a fase do projeto. Estudo Preliminar Anteprojeto ou Projeto Pré Executivo Projeto Legal Projeto Básico (opcional) Projeto Executivo Final A coordenação e orientação geral dos cálculos complementares ao projeto arquitetônico tais como: cálculo de estrutura, das instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias, das instalações elétricas, telefônicas e de informática, caberão sempre ao arquiteto o qual, a seu critério, poderá indicar profissionais legalmente habilitados para sua execução. Paralelo a todas essas fases, poderá também ser desenvolvido o projeto paisagístico. O arquiteto também pode ser contratado para uma etapa seguinte à obra executada, que é o de desenvolvimento do projeto de arquitetura de interiores. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 12 - 2.1. PRÉ-HISTÓRIA A Pré-História corresponde ao período da história que antecede a invenção da escrita. Para muitos o própriotermo "Pré-História" é errôneo, pois não existe uma anterioridade à História e sim à escrita. É possível traçar as origens do pensamento arquitetônico em períodos pré-históricos, quando foram erigidas as primeiras construções humanas. O surgimento da Arquitetura está associado à idéia de abrigo. O abrigo, como sendo a construção predominante nas sociedades primitivas, será o elemento principal da organização espacial de diversos povos STONEHENGE o mais conhecido monumento pré-histórico • TRÊS PERÍODOS – IDADE DA PEDRA (500.000 A.C. a 2000 A.C.) Paleolítico - Pedra lascada Paleolítico Inferior 500.000 e 50.000 A.C. Paleolítico Superior 50.000 e 10.000 A.C. Mesolítico - Pedra Intermediária Neolítico - Pedra polida – IDADE DO BRONZE (2.000 A.C. a 500 A.C.) – IDADE DO FERRO ( 500 A.C. a 0 A.C.) 2.1.1. IDADE DA PEDRA - PALEOLÍTICO Paleolítico (pedra antiga), também conhecido como Idade da Pedra Lascada ou período da selvageria, é um período pré- histórico correspondente ao intervalo entre a primeira utilização de utensílios de pedra pelo homem Este grande período histórico subdivide-se em Paleolítico Inferior e Paleolítico Superior O Paleolítico é o período do desenvolvimento de instrumentos de caça, feitos em madeira, osso. 2.1.2. IDADE DA PEDRA - MESOLÍTICO E NEOLÍTICO Mesolítico ou pedra intermediária é um período da pré-história situado entre o Paleolítico e o Neolítico, se encerrou com a introdução da agricultura. Neolítico, também chamado de idade da pedra polida. Durante este período surgiu a agricultura. A fixação inerente à agricultura provocou o desenvolvimento da vida em sociedade e o avanço cultural. Foi neste período, que foram assentes as bases para a civilização em que hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 13 - vivemos.Também foi aqui que começou a domesticação de animais(cabra, boi, cão, dromedário, etc...). O trabalho passou a ser dividido e neste mesmo período o homem começou a se tornar sedentário (a ter moradia fixa). 2.2. ARTE RUPESTRE Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda gravura rupestre, é o nome que se dá às mais antigas representações pictóricas conhecidas, muitas datadas do período Paleolítico, gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos. Desenho de figuras rupestres: bisontes e mamutes. Vestígios arqueológicos. Um mito de lenda e realidade. Documento indiscutível da criação, habilidade e inteligência humana. Exemplos: ALTAMIRA e LASCAUX Qualquer que seja a justificativa, a arte preservada por milênios permitiu que as grutas pré- históricas se constituíssem nos primeiros museus da humanidade Gruta Altamira é chamada de Capela Sixtina da Pré-História CUEVA DE ALTAMIRA - ESPAÑA CUEVA DE ALTAMIRA - ESPAÑA 2.2.1. ARTE RUPESTRE - BRASIL No Brasil são encontrados diversos arquipélagos onde existem manifestações de arte rupestre. Naspolini no Estado Santa Catarina Em Minas Gerais na região de Lagoa Santa e Varzelândia oca da Esperança, região central da Bahia No nordeste também foram encontradas pinturas no Estado do Piauí, na Serra da capivara. Sítios arqueológicos em Coronel José Dias e São Raimundo Nonato. Segundo informação da "FUMDHAM", Fundação Museu do Homem Americano, de São Raimundo Nonato, há 260 sítios arqueológicos com pinturas rupestres, populações pré-históricas com 25.000 anos. 2.3. CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE • EGITO – pirâmides simbolizam a presença eterna da civilização egípcia. • MESOPOTÂMIA – Palácios, cidades fortificadas e monumentos de guerra. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 14 - • GRÉCIA – É pelo tipo de coluna que se conhece a arquitetura Grega • ROMA – A mais importante característica da arquitetura romana é o uso de arcos 2.3.1. EGITO Egito designa-se a civilização que se desenvolveu no vale inferior e no delta do rio Nilo entre 3000 A.C. a 30 A.C. Arquitetura do Egito – Os egípcios demonstram nas suas manifestações artísticas uma profunda religiosidade, dando um caráter monumental aos templos e às construções mortuárias, notabilizando-se, entre elas, as pirâmides, construídas de pedra. A primeira pirâmide, "pirâmide de degraus", foi construída pelo arquiteto Imhotep, como tumba de Dioser. Arquitetura – As pirâmides representam a forma mais elementar e que melhor sugere a idéia de estabilidade e durabilidade da arquitetura egípcia. As pirâmides mais conhecidas são Quéops, Quéfren e Miquerinos época marcada pela construção de pirâmides, das quais as mais conhecidas são as pirâmides de Gizé Esfinge – Santuário de 60 m de comprimento e 17 m de altura, talhada em um rochedo. Tem a forma de um leão em repouso com rosto de homem parecendo um faraó e encara o sol nascente. Eram os emblemas da prudência, da força e da sabedoria reunidos. 2.3.1.1. MÉTODOS CONSTRUTIVOS • Arquitetura dos templos – Argila 14x38 de lado e 11 de espessura tijolos sem cozimento assentados sob uma camada de argila mole. • Arquitetura funerária – Pedra – Justaposição sem nenhum elemento de ligação artificial. 2.3.2. MESOPOTÂMIA ENTRE DOIS RIOS TIGRE E O EUFRATES Na mesopotâmia nasceram 3 grandes religiões: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Inventaram sistema cronológico, astrológico e escrita (pictográfica e ideográfica). Arquitetura executada em tijolos de barro, devido a limitação do material não é uma arquitetura monumental. Palácios, cidades fortificadas e monumentos de guerra. 2.3.3. GRÉCIA • TRÊS FASES DISTINTAS – ARAICA Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 15 - SEDIMENTAÇÃO DA ARTE ORDEM DÓRICA – CLÁSSICA APOGEU ORDEM JÔNICA – HELENÍSTICA EXAGERO, DECLÍNIO ORDEM CORÍNTIA 2.3.3.1. ARQUITETURA GREGA Arquitetura Grega concentra-se na arquitetura religiosa. Templos construídos de pedra mármore com grande rigor de dimensões, estabelecendo proporções matematicamente precisas. • SISTEMA TRILÍTICO (laje horizontal com dois blocos verticais servindo de apoio) • ELEMENTOS CONSTRUTIVOS FIXOS – Embasamento – Elementos de sustentação – Entablamento • ORDENS ARQUITETÔNICAS – Dórica - severidade e rigor nas proporções – Jônica - leveza, elegância e riqueza ornamental. – Coríntia - exagero nas formas e na decoração O Parthenon templo dedicado à deusa Atena, na Acrópole de Atenas, é uma das mais conhecidas e admiradas construções do período. 2.3.3.1.1. ORDENS GREGAS – DÓRICA, JÔNICA E CORÍNTIA Na arte grega foram desenvolvidos três sistemas formais: • Dórica era a mais simples; • Jônica, mais esbelta, tinha um capitel decorado por duas volutas (espirais) • Coríntia, que surge somente na época clássica, era ainda mais esbelta e ornamentada, sendo famosa pelo seu alto capitel em forma de sino invertido, decorado com folhas Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 16 - Ordem dórica Capitel jónico Capitel coríntio Embora nem todas as colunas sigam a mesma linha pode-se fazer uma subdivisão geral em três componentes ou áreas diferentes: base, fuste e capitel. • Base é o ponto de ligação do fuste com o pedestal ou pavimento do edifício. Nas ordens clássicas a base assenta numa construção em degraus. • Fuste é, de uma certa forma, a própria coluna (elemento verticalde apoio), constituindo a sua central e maior parte e fazendo a ligação entre a base e o capitel. Pode ser composto por um só bloco (monolítico) ou segmentado pela sobreposição de diversos blocos (também designados tambores). • Capitel, faz a união entre o elemento vertical (fuste) e horizontal. Assim, o capitel não só soluciona problemas técnicos como assume, acima de tudo, um papel estético sendo normalmente a parte mais trabalhada da coluna, a parte mais característica de uma dada ordem ou estilo. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 17 - 2.3.4. ARQUITETURA ROMANA A arquitetura romana deriva da arquitetura etrusca e grega, embora se diferenciando nas suas características próprias • Herança Etrusca – Ciência do arco e da abóbada • Herança Grega – Conceitos da arte • Grande revolução na Arquitetura propagou-se por toda a Europa – Construções monumentais (Aquedutos, catacumbas, estradas, fontes, obeliscos, pontes, praças, templos) – Conquista do espaço – Sentido prático e realista – Novo urbanismo 2.4. CIVILIZAÇÕES DA IDADE MÉDIA • ARTE CRISTÃ PRIMITIVA – Nascimento de Jesus é o acontecimento que a humanidade ocidental fixou como início da nossa era. • BIZANTINA – Constantinopla se torna a sede do Império Romano. • ROMÂNICA – A arte está novamente a serviço da religião. • GÓTICA – Novo processo construtivo, criando novas formas. Mais de 500 Igrejas em apenas 100 anos. • ISLÂMICA – Arte essencialmente decorativa, condicionada pela religião. 2.4.1. ARTE CRISTÃ PRIMITIVA Desenvolvida nos 5 primeiros séculos do surgimento do Cristianismo. Os principais fatos a influenciarem a produção arquitetônica foi a ascensão da Igreja Católica. À medida que o poder secular submetia-se ao poder papal, passava a ser a Igreja que detinha o capital necessário ao desenvolvimento das grandes obras arquitetônicas. A tecnologia do período desenvolveu-se principalmente na construção das Catedrais • Fase Catacumbária – Arquitetura – catacumbas subterrâneas • Fase Cristã Primitiva – Arquitetura – basílicas A Arte Cristã Primitiva se dividiu, após o reconhecimento do Cristianismo como religião oficial do Império Romano, em dois grandes ramos: – Oriental - Arquitetura Bizantina – Ocidental - Arquitetura Românica Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 18 - 2.4.2. ARQUITETURA BIZANTINA Arquitetura bizantina desenvolvida pelo Império Bizantino (assim chamado como referência a Bizâncio, a capital do Império romano do oriente). Foi mais tarde renomeada para Constantinopla – Arquitetura – Obras monumentais de Basílicas, arte essencialmente cristã. A arquitetura é marcada pelo processamento das várias influências estéticas recebidas pelo Império Bizantino. Também destacou-se no desenvolvimento da engenharia e de técnicas construtivas arrojadas, tendo sido responsável pela difusão de novas formas e tipologias de cúpulas. A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando- se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados. Os bizantinos destacaram-se especialmente na arquitetura religiosa, tendo na Catedral de Santa Sofia (Hagia Sofia – sagrada sabedoria) em Istambul, atual Turquia, sua realização mais paradigmática.convertida em mesquita, em 1453. 2.4.2.1. MOSAICO O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Idade do ouro, utilização de mosaicos como arte decorativa. 2.4.3. ARQUITETURA ROMÂNICA Império do Ocidente – Floresce na Europa a Arte Românica influenciada pela arte de Roma. Ordens Religiosas – Beneditinas e Cluny, numerosos mosteiros polarizadores de cultura e arte. Ano 1000 – fim do mundo que não ocorreu reacendeu o fervor religioso. 2.4.3.1. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA O estilo românico é um estilo de arquitetura caracterizado por construções austeras e robustas, com paredes grossas e minúsculas janelas. Abóbada e arco pleno em pedra de igrejas e batistérios, construção dominada pela horizontalidade; Simplicidade, solidez e força; Decoração dos tetos agora não mais em madeira, com pinturas e mosaicos; As conquistas alargaram seu domínio, desimpediram o que viria a ser o famoso «caminho francês» para Santiago de Compostela, cuja célebre catedral, reconstruída a partir de 1705, é o mais acabado monumento peninsular da nova arquitetura românica; Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 19 - 2.4.3.2. ARQUITETURA ROMÂNICA DE PEREGRINAÇÃO Igrejas para receber grandes multidões e procissões, pelo que havia a necessidade do deambulatório, que permitia o decorrer normal das cerimônias simultaneamente com as procissões passando atrás do altar. O sistema estrutural é conseguido através de contrafortes para suportar o peso, paredes compactas e poucas aberturas, cobertura em abóbada nave central. Batistério de Compostela - Cúpula alteada, campaniles e batistérios separados, revestimentos a mármore no exterior e uma decoração miudinha. A torre é separada da igreja. A fachada é viva, volta-se para a praça, tradição romana da vida pública na rua. CATEDRAL, BATISTÉRIO E TORRE 2.4.4. ARQUITETURA GÓTICA No início do século XII, a Arte Românica começa a se transformar em Arte Gótica. Tendo aparecido na França, se desenvolve até o século XV. A Europa cria um dos mais belos e originais estilos artísticos, cuja expressão máxima situa se na Arquitetura. Arco Ogival – arco quebrado ou agudo, um dos elementos da nova Arquitetura. O gótico é um estilo arquitetônico que colocava especial ênfase na leveza estrutural na iluminação das naves do interior do edifício, e que surgiu em contraposição à massividade e à deficiente iluminação interior das igrejas românicas. A palavra gótico vem de “Godo", no sentido pejorativo. Assim o batizaram os renascentistas, que somente consideravam arte à antiguidade clássica. 2.4.4.1. INOVAÇÕES Esquema estrutural de uma Catedral gótica Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 20 - • abóbadas são construídas com nervura de pedra e enchimento de tijolo (abóbada de aresta), o que as torna muito mais leves que as abóbadas românicas. • o arco preferencial deixa de ser o arco pleno e passa a ser o arco quebrado (arco ogival) • os contrafortes, devido aos empuxos menores, transformam-se em arcos botantes – braços externos perpendiculares à superfície do edifício, que sustentam a arquitetura central. • Os arcobotantes são uma espécie de meios arcos construídos por cima da cobertura das naves laterais entre os extradorsos da abóbada central e os botaréus. Assim escorados, eles transferiam para o exterior: para os botaréus e deles para os alicerces, as pressões das abóbadas mais altas, tornando possível o seu equilíbrio. A verticalidade busca alcançar os céus através da indução da perspectiva para o alto. As estruturas vazadas permitem a utilização de rosáceas e vitrais com cenas religiosas. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção CivilDisciplina: Arquitetura - 21 - 2.4.4.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS • Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico; • Paredes mais leves e finas; • Contrafortes em menor número; • Janelas predominantes; • Torres ornadas por rosáceas; • Utilização do arco de volta quebrada; • Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas; • Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide. A arquitetura gótica representa uma das maiores conquistas da capacidade criadora do homem, com uma harmonização do interior com o exterior. Do ponto de vista estrutural, a arquitetura gótica é uma obra-prima de engenharia. Já configurado o novo estilo, tendo como elementos fundamentais a abóbada ogival, o arcobotante, a busca da verticalidade e a predominância dos espaços vazios sobre os cheios. • GÓTICO PRIMITIVO – Século XII (1100 e 1200) – transição do arco pleno e horizontalidade para o arco ogival e a verticalidade. • GÓTICO LANCEOLADO – Século XIII (1200 e 1300) – arco ogival torna-se bastante elevado e acentua-se o verticalismo. Uso de vitrais e as fachadas são mais decoradas. • GÓTICO IRRADIANTE – Século XIV (1300 e 1400) – O arco ogival perde sua agudeza e as fachadas continuam a receber sintuosa decorações. • GÓTICO FLAMBOYANT – Século XV (1400 e 1500) – O arco ogival torna-se ainda menos agudo e as fachadas continuam com grande decoração. SAINTE CHAPELLE NOTRE DAME Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 22 - CATEDRAL KÖLN 2.4.5. ARQUITETURA ISLÂMICA • Era muçulmana, com seu profeta Maomé, intervindo pelo Deus único, Alá. • Meca centro do islã, Alcorão livro santo e a Mesquita o centro religioso. • Metade do mundo civilizado da Espanha até a fronteira da China, estava nas mãos dos muçulmanos. 2.4.5.1. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA • Colunas esguias, arcos em ferradura, cúpulas, com mosaicos e arabescos • Cinco edifícios principais: – Mesquita – Minarete – Madrasah – Conventos fortificados – Mausoléus funerários Arte moura ou mourisca é a arte islâmica do norte da África e da Península Ibérica. Governantes islâmicos dominaram a Espanha. Duas construções notáveis datam deste período: a mesquita de Córdoba e palácio de Alhambra, em Granada. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 23 - 3.1. REVISÃO 3.1.1. PRÉ-HISTÓRIA E CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE • PRÉ-HISTÓRIA (500.000 até a era cristã) – Arquitetura função utilitária de abrigo. Cavernas com pinturas rupestres – capela sistina da pré-história. • EGITO (3000 AC até 332 AC) – Arquitetura funerária função simbólica e utilitária. Pirâmides uma das 7 maravilhas do mundo. Uma civilização que em um tempo perdido construiu para a eternidade a sua morte. • MESOPOTÂMIA (2800 AC até 539 AC) – Foi uma civilização que surgiu do pó e voltou a ser pó. • GRÉCIA (700 AC até a era cristã) – Ordens dórica, jônica e coríntia. Arquitetura para a divindade – Templo função simbólica, retangular e rodeado por colunas. Embasamento, suporte e entablamento. • ROMA (509 AC até 476 DC) - Antiguidade – Idade Média – Roma conquistou a Grécia militarmente mais foi dominada por ela espiritualmente. Imitar os gregos passou a ser hábito dos romanos. 3.1.2. CIVILIZAÇÕES DA IDADE MÉDIA • ARTE CRISTÃ PRIMITIVA (313 até 500) – Arquitetura catacumbas e primeiras basílicas função utilitária, simples por fora e ricas por dentro par atrair os fiéis. • ISLÂMICA (632 até 1000) – Luxo, simetria, decorativa, arabesco, arcos e colunas. • BIZANTINA (500 até 1453) – continuação do processo evolutivo. Basílicas são a manifestação da arquitetura. Pedra, abóbada, cúpulas e mosaicos. • ROMÂNICA (1000 até 1100) – A fé exaltada levou ao fervor construtivo. Expansão românica com as Igrejas. Fachadas simples, grandes planos de massa e vigorosas pilastras. Volumes organizados e equilibrados. • GÓTICA(1200 até 1500) – Construção de grandes catedrais. Força, grandiosidade e delicadeza. Escala heróica, interior e exterior magníficos. Arco ogival, abóbadas, arcobotante, colunas e vidros. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 24 - ROMÂNICO GÓTICO Abóbada em um todo que difunde o empuxo. Abóbada se decompõe em partes independentes separadas pelas nervuras. Paredes espessas, interior sombrio, e janelas estreitas. Paredes vazadas, grandes janelas e interior claro. Busca da horizontalidade Busca da verticalidade Exterior simples e severo Interior ricamente decorado Exterior simples e severo Colunas leves Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 25 - 4.1. O MUNDO SÉCULO XV ATÉ O SÉCULO XVIII IDADE MODERNA 4.1.1. RENASCIMENTO SÉCULO XV - QUATROCENTOS • RENASCIMENTO abriu a Idade Moderna rejeitando a estética e cultura medievais e propondo uma nova posição do homem perante o UNIVERSO. • Florença capital cultural da Itália FLORENÇA torna-se uma das grandes potências mundiais e é nelas que se desenvolveram as condições para o desenvolvimento das artes e das ciências • O espírito renascentista evoca as qualidades intrínsecas existentes no ser humano. O progresso do homem - científico, espiritual, social - torna-se um objetivo importante para o período. Tal cultura mostrou-se um campo fértil para o desenvolvimento da arquitetura. • Transição da Idade Média e os tempos Modernos • Florença capital cultural da Itália • Inspiração nos modelos greco-romanos • Matemática denominador comum entre as artes e a teoria das proporções inspirada na natureza • Arquiteto x Artesão; • Homem e ciência Com a descoberta dos antigos tratados (incompletos) da arquitetura clássica (dentre os quais, o mais importante foi De Architetura de Vitrúvio, base para o tratado De Re Aedificatoria de Alberti), deu-se margem a uma nova interpretação daquela arquitetura e sua aplicação aos novos tempos. A descoberta da perspectiva é um aspecto importante para se entender o período (e especialmente a perspectiva central): a idéia de infinito trazida pela manipulação do ponto de fuga foi bastante utilizada como elemento cênico na concepção espacial daqueles arquitetos. Entre os principais arquitetos da Renascença se incluem Vignola, Alberti, Brunelleschi e Michelângelo. Um dado importante na definição da espacialidade do Renascimento é a incorporação da perspectiva como instrumento de projeto e da noção do desenho como uma forma de conhecimento. 4.1.1.1. CARACTERÍSTICAS • Igrejas e Palácios • Inspiração nos modelos greco-romanos • Exaltação do homem • Natureza como fonte de inspiração • Perspectiva Linear • Contrastes de claro e escuro • Arte imitação da natureza • Leonardo, Rafael e Michelangelo. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 26 - CASTELO VALE DO LOIRE - CHAMOUNT CASTELO VALE DO LOIRE - CHAMBORD 4.1.1.1.1. LEONARDO DA VINCI (1452 - 1519) • Um dos gênios mais completos que a humanidade conheceu. Inventor, engenheiro, arquiteto, cientista e pintor; • Pintura como arte total – Virgem dos Rochedos – Mona Lisa, Gioconda; – SantaCeia • Desenhos técnicos, militares e científicos; – Homem Vitruviano, Máquinas, helicóptero, tanque blindado; 4.1.1.1.1.1. PINTURA A influência de Leonardo na história da arte é bastante profunda. Algumas técnicas desenvolvidas por ele, destacadamente o sfummato e o chiaroscuro, tornaram-se uma regra para a pintura dos séculos vindouros. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 27 - 4.1.1.1.1.2. HOMEM VITRUVIANO Ao redor do ano 1490, ele produziu um estudo das proporções humanas baseado no tratado recém redescoberto do arquiteto romano Vitruvius. O Homem Vitruviano, acabou se tornando um dos seus trabalhos mais famosos e um símbolo do espírito renascentista. O homem vitruviano é um conceito apresentado na obra Os dez livros da Arquitetura, escrita pelo arquiteto romano Marco Vitrúvio Polião. Tal conceito é considerado um cânone das proporções do corpo humano, segundo um determinado raciocínio matemático e baseando- se, em parte, na divina proporção. Desta forma, o homem descrito por Vitrúvio apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza. Originalmente, Vitrúvio apresentou o cânone tanto de forma textual (descrevendo cada proporção e suas relações) quanto através de desenhos. Porém, à medida que os documentos originais perdiam-se e a obra passava a ser copiada durante a Idade Média, a descrição gráfica se perdeu. Desta forma, com a redescoberta dos textos clássicos durante o Renascimento, uma série de artistas, arquitetos e tratadistas dispuseram-se a interpretar os textos vitruvianos a fim de produzir novas representações gráficas. Dentre elas, a mais famosa e (hoje) difundida é a de Leonardo da Vinci. Descreve uma figura masculina desnuda separadamente e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado. Examinando o desenho, pode ser notado que a combinação das posições dos braços e pernas formam quatro posturas diferentes. As posições com os braços em cruz e os pés são inscritas juntas no quadrado. Por outro lado, a posição superior dos braços e das pernas é inscrita no círculo. Isto ilustra o princípio que na mudança entre as duas posições, o centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel. É interessante observar que a área total do círculo é idêntica a área total do quadrado e este desenho pode ser considerado um algoritmo matemático para calcular o valor do número irracional 'phi' (=1,618). Um palmo é a largura de quatro dedos Um pé é a largura de quatro palmos Um antebraço é a largura de seis palmos A altura de um homem é quatro antebraços (24 palmos) Um passo é quatro antebraços A longitude dos braços estendidos de um homem é igual à altura dele A distância entre o nascimento do cabelo e o queixo é um décimo da altura de um homem A distância do topo da cabeça para o fundo do queixo é um oitavo da altura de um homem A distância do nascimento do cabelo para o topo do peito é um sétimo da altura de um Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 28 - homem A distância do topo da cabeça para os mamilos é um quarto da altura de um homem A largura máxima dos ombros é um quarto da altura de um homem A distância do cotovelo para o fim da mão é um quinto da altura de um homem A distância do cotovelo para a axila é um oitavo da altura de um homem A longitude da mão é um décimo da altura de um homem A distância do fundo do queixo para o nariz é um terço da longitude da face A distância do nascimento do cabelo para as sobrancelhas é um terço da longitude da face A altura da orelha é um terço da longitude da face 4.1.1.1.1.3. INVENTOR Fascinado pelo fenômeno de vôo, Da Vinci produziu detalhado estudo do vôo dos pássaros, e planos para várias máquinas voadoras, tentou aplicar seus estudos para os protótipos que desenhou. O primeiro batizado de SWAN DI VOLO (Cisne voador), segundo especialistas é de 1510, inclusive um helicóptero movimentado por quatro homens, e um planador cuja viabilidade já foi provada. Leonardo da Vinci produziu um desenho de uma ponte como parte de um projeto de engenharia civil. Os seus cadernos também contêm várias invenções no campo militar: canhões, um tanque blindado movimentado por humanos ou cavalos, bombas de agrupamento Grande inventor de sua época, Leonardo da Vinci era um homem à frente de seu tempo. Seu interesse e criatividade em vários campos de estudo deram origem a invenções como: salva-vidas, pára-quedas, bicicleta, entre outras. 4.1.1.1.2. MICHELANGELO (1475 - 1564) • Um dos maiores gênios artísticos de todos os tempos. Arquiteto, poeta, escultor, engenheiro, cientista e pintor • Transformou a arquitetura em um instrumento de expressão individual • Anti-Leonardo • Escultura como arte total – Pietá e Davi (potência masculina e perfeição) • Pintura – Teto Capela Sistina Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 29 - Michelangelo foi convocado a Roma em 1503 pelo recém-designado Papa Júlio II e foi comissionado para construir a tumba papal. Entretanto, durante a patronagem de Júlio II, Michelangelo tinha constantemente que interromper seu trabalho para fazer outras numerosas tarefas. A mais famosa é a pintura monumental do teto da Capela Sistina no Vaticano, que levou quatro anos para ser feita (1508 – 1512). Por essa e outras interrupções, Michelangelo trabalharia na tumba por quarenta anos sem nunca a terminar. A pintura de O Último Julgamento, na janela do Altar da capela Sistina foi comissionado pelo Papa Paulo III, e Michelangelo trabalhou nele de 1534 a 1541. Então, em 1547, Michelangelo foi apontado como arquiteto da Basílica de São Pedro no Vaticano. Anos mais tarde, em 18 de Fevereiro de 1564, Michelangelo morre em Roma aos 89 anos de idade. DAVIS CAPELA SISTINA DEDO DE DEUS 4.1.1.2. ARQUITETURA • Brunelleschi – pai da arquitetura renascentista • Bramante - Basílica de São Pedro • Distribuição dos volumes, ultrapassando as paredes do edifício atinge aos parques e os jardins, integrando a natureza e arquitetura em uma única estrutura • Nasce o Projeto Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 30 - • Predomínio do horizontal sobre o vertical • Elementos greco-romanos • Abóbadas de arco pleno Filippo Brunelleschi foi um arquitecto renascentista. Começou a vida como ourives e foi, posteriormente, um arquiteto, o pioneiro desta arte na Renascença. É comum atribuir o momento de gênese da arquitetura do Renascimento à construção da cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore em Florença, por Brunelleschi. São muitos os estudiosos a afirmar que o que Brunelleschi constrói, de fato, não é uma cúpula, mas um novo tipo de arquiteto: altera as regras da construção civil, iniciando um processo que, gradativamente, separa o projetista do construtor. Entretanto, é ele quem inicia uma tradição de arquitetos que não mais está ligada às corporações de ofícios e cujos profissionais irão cada vez mais (mesmo que, efetivamente, pouco durante o Renascimento) afirmar-se como intelectuais afastados da construção propriamente dita. É justamente na obra de Bramante que este espírito se concretiza de uma forma mais íntegra - e aí justifica-se destacá-lo frente aosseus contemporâneos. Bramante prova, através do projeto de palácios e igrejas, que não só conhece e domina as possibilidades da linguagem clássica como também entende as características e o espírito de sua época, aplicando o conhecimento antigo de uma forma nova, inédita, mas acima de tudo, clássica. Alcançou a fama através do seu trabalho sobre geometria de desenho de perspectiva e a sua obra exerce notável influência sobre a obra de Michelângelo ou mesmo de Rafael. A obra que melhor reflete as suas concepções de estilo, é, com certeza, o projeto da Basílica de S. Pedro, no Vaticano. De fato, esta foi projetada por Bramante, embora o projeto final (que consistia no projeto inicial mais algumas alterações) seja da autoria de Michelângelo. 4.1.1.3. MÉTODOS CONSTRUTIVOS • Relações geométricas • Racionalidade das construções • Espaço menos espiritualizado e mais intelectualizado • Estudo da perspectiva e proporções • Beleza ligada a razão matemática • Formas primárias: círculo ou quadrado • Modulação, simetria e centralidade 4.1.2. MANEIRISMO (1520-1600) O Maneirismo foi um estilo e um movimento artísticos europeus de retomada de certas expressões da cultura medieval que, aproximadamente os anos de entre 1520 e 1600, constituíram manifesta reação contra os valores clássicos prestigiados pelo humanismo renascentista. Caracterizou-se pela concentração na maneira, o estilo levou à procura de efeitos Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 31 - bizarros que já apontam para a arte moderna, como o alongamento das figuras humanas e os pontos de vista inusitados. As primeiras manifestações anti-clássicas dentro do espírito clássico renascentista costumam ser chamadas de maneiristas. O termo surge da expressão a maniera de, usada para se referir a artistas que faziam questão de imprimir certas marcas individuais em suas obras. Um bom exemplo é o David de Michelangelo. A figura representada não obedece às proporções estabelecidas pelos tratados clássicos. As mãos e os pés são bastante desproporcionais. • Linguagem artística renovadora • Arte com manifestação pessoal – El Greco, Michelangelo e Rafael. • Arquitetura funcional • Solução urbanística – Biblioteca em Veneza – Palácio Pitti em Florença • Arte do desequilíbrio e da dissonância: ora emocional ora disciplinada 4.1.2.1. CARACTERÍSTICAS • Nome pejorativo que significa “afetada” ou “amaneirada” • Motivos – Perda supremacia econômica da Itália – Reforma protestante que abala estrutura da Igreja – Saque de Roma pelos franceses e espanhóis • Crise política, econômica e cultural. ARQUITETURA Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 32 - PINTURA - EL GRECO E GOYA 4.1.3. BARROCO (SÉCULOS XVII XVIII) • Nome pejorativo que significa “pérola irregular” • Estilo triunfal com formas exuberantes indo contra a arte renascentista • Concílio de Trento reformulação do catolicismo, Contra-Reforma Igreja reafirma seu poder • Soberanos buscam estilos que exaltem seus reinos – Poder da autoridade • Arquitetura é a principal manifestação artística para implantação do novo estilo Surgem dois movimentos de carácter religioso: Os protestantes - A reforma dos protestantes. Tem como elemento doutrinário o que foi definido no Concílio de Trento, uma grande reunião para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica. A contra-reforma. O Concílio de Trento foi o mais longo da história da Igreja: é chamado Concílio da contra-reforma. Emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa através da igreja católica, abolindo largamente as variações locais. A Igreja sentiu a necessidade de renovar-se para não perder os fiéis, e viu na promoção de uma nova estética a chance de identificar-se neste novo mundo. As formas do barroco foram promovidas pela instituição em todo o mundo (especialmente nas colônias recém-descobertas), tornando-o o estilo católico, por excelência. 4.1.3.1. CARACTERÍSTICAS • Barroco é a arte da Contra-Reforma • Revolução Comercial resultante do ciclo das grandes navegações – descoberta de novas terras • As primeiras obras barrocas foram na Itália, em Roma como a capital da Religião Católica; • A França adotou o Barroco devido ao absolutismo de Luis XIV; 4.1.3.1.2. CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA • Todo elemento decorativo, pictórico ou escultórico, utilizado pelo novo estilo estava submetido à Arquitetura; • Arquitetura Sacra - Igrejas Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 33 - – Fachadas Simples, soluções mais sóbrias; – Simplicidade do exterior com opulência decorativa do interior – Busca de efeitos decorativos, valorização do entalhe com ouro no interior; – Soluções arquitetônicas para favorecer a participação dos fiéis – Efeitos de luz valorizando o espaço • Arquitetura Palaciana – Versalhes (Rei Sol - Luis XIV) – Compartimentos com dimensões equivalentes – Além disso, a ênfase que a arte barroca deu à grandiosidade é vista como um reflexo do Absolutismo. Luís XIV disse: "Eu sou a grandiosidade encarnada", e muitos artistas barrocos serviram aos reis procurando por esse mesmo objetivo • Pintura e Escultura – Caravaggio – Poussin – Rembrant – Rubens – Velázquez A arte barroca levou o representacionismo da Renascença para novos patamares, enfatizando detalhes e movimento na sua busca pela beleza. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 34 - PINTURA – VELÁZQUEZ E RUBENS 4.1.4. ROCOCÓ (SÉCULO XVIII) • Continuação do Barroco, uma interpretação mais sofisticada • Alemanha, Áustria e França • Na arquitetura aparece somente nos interiores • Divisão interna dos Palácios em vários cômodos • Mobiliários, pisos, porcelanas • Arte e arquitetura da aristocracia • Viena – Palácio de Schounbrun O termo rococó forma-se das palavras francesas rocaille, que significa "rocha", e coquille, que significa “concha”. O rococó é um movimento artístico europeu, que aparece primeiramente na França, entre o barroco e o neoclassicismo. Visto por muitos como a variação "profana" do barroco, surge a partir do momento em que o Barroco se liberta da temática religiosa e começa a incidir-se na arquitetura de palácios civis, por exemplo. Literalmente, o rococó é o barroco levado ao exagero. Na ourivesaria, no mobiliário, na pintura ou na decoração dos interiores dos hotéis parisienses da aristocracia, encontram-se os elementos que caracterizam o Rococó: Cores claras Tons pastéis e douramento Representação da vida profana da aristocracia Representação de Alegorias Estilo decorativo O estilo Luís XV designa um estilo de decoração de interiores e mobiliário influenciado pelas linhas fluidas e graciosas do rococó e pelo seu repertório de motivos ornamentais. Nos interiores, onde o salão se destaca como o espaço de eleição para estar em sociedade, o pé-direito reduz em altura e aplicam-se cores suaves e tons pastel nas paredes. O mobiliário torna-se mais confortável pela redução para uma escala mais humana e as diferentes peças (agora de fácil transporte) espalham-se por todo o espaço, convidando ao relaxamento e à intimidade. Universidade Federal do Rio de Janeiro DCC - Departamento de Construção Civil Disciplina: Arquitetura - 35 - ARQUITETURA – PALÁCIO DE SCHOUNBRUN
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