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Estética do Projeto Arquitetura e Mimese: a Modernidade superada Profª Msc. Laura Ludovico - UNIP 2017 Introdução MIMESE Formas de VER e REPRESENTAR a imagem visível do mundo. Final do século XIX e início do século XX – o ARTISTA rompe com a MIMESE e busca novos tipos de expressões: A RUPTURA A BUSCA POR FORMAS INOVADORAS INVENÇÃO CONCEITUAÇÃO SIMPIFICAÇÃO ELEMENTARISMO FRAGMENTAÇÃO INTERPRETAÇÃO SIMULTANEIDADE ASSOCIAÇÃO COLAGENS Introdução O NOVO ARTISTA rompe com a mimese = com a representação A ARTE passa a ser a estimuladora da relação entre: Cada disciplina artística começará um longo questionamento sobre sua própria MATERIALIDADE e possibilidade de DESMATERIALIZAÇÃO: Revela-se com a FESTA DOS SENTIDOS OBRA RECEPTOR PERCEPÇÃO DA OBRA O plano e a composição As linhas e as cores na pintura As Estruturas Os ELEMENTOS e as FORMAS GEOMÉTRICAS PURAS na Arquitetura Visão geral PABLO PICASSO WASSILI KANDINSKY KASIMIR MALEVICH PIET MONDRIAN BAUHAUS – A SUBLIMAÇÃO DO MÉTODO A busca pelos diversos tipos de abstração gerados nas artes, se reflete na arquitetura de vanguarda e então, tais abstrações se convergem e formam o MOVIMENTO MODERNO. “Fechados nas salas de aulas, evitando a RELAÇÃO MIMÉTICA com a realidade, manipulando novos materiais, inventando formas, encaixando texturas, montando imagens, recortando rótulos e recriando máquinas, os artistas da Bauhaus geram uma nova ilusão imaginária para a arte, a arquitetura e design” (MONTANER, 2001) Do estudo da REALIDADE Ao estudo fechado no ATELIER MÉTODOS mais sistemáticos Sem nenhum condicionante CULTURAL BAUHAUS – A SUBLIMAÇÃO DO MÉTODO a busca por uma ARTE GLOBAL, composta por coordenadas abstratas e SISTEMÁTICAS. Bauhaus – “a terceira geração” A rejeição do formalismo e o maneirismo do ESTILO INTERNACIONAL A volta a uma MIMESE tímida: volta-se a observar o Monumento, a História, a REALIDADE, o USUÁRIO e a arquitetura vernacular. VALORIZAÇÃO da obra que parte da EXPERIÊNCIA acumulada nos desenhos que o arquiteto volta a fazer, INTERPRETANDO a arquitetura construída. Lina Bo Bardi Tida como a arquiteta da Terceira Geração da Bauhaus que nos proporciona “uma das mais originais e significativas experiências” – em arquitetura. Estabelece uma ação corpo a corpo com a realidade. Realiza obras onde a modernidade e tradição não são antagônicas (opostas), mas colaterais. Se a arte moderna era INTELECTUAL, INTERNACIONAL e RESISTENTE ao gosto (estabelecido às convenções), no Brasil, encontra espaço para uma ARQUITETURA MODERNA ENRAIZADA nas EXPERIÊNCIAS DO POVO – cultural! “Lina soube introduzir ingredientes poéticos, irracionais, exuberantes e irrepetíveis sobre um suporte estritamente RACIONAL E FUNCIONAL” (MONTANER,2001) FUNCIONALIDADE com POESIA MODERNIDADE com MIMESE Lina Bo Bardi - o MASP ( São Paulo 1957/1968) Os valores básicos da ARQUITETURA MODERNISTA são conservados: HUMANISMO, PROJETO SOCIAL, VONTADE DE RENOVAÇÃO FORMAL, CONSTRUÇÃO UTILITÁRIA. “.. MASP – Museu de Arte de São Paulo (1957/1968), é o museu mais transparente e de maior planta livre já construído. Lina conduziu os modelos de Le Corbusier e Ludwig Mies Van De Rohe a seu resultado mais espetacular no próprio coração de São Paulo, junto a um parque tropical. Dois pórticos gigantes de concreto armado sustentam o prisma do museu no ar, deixando totalmente LIVRE o espaço do antigo mirante que se transforma agora em uma praça coberta. O MASP eleva-se sobre o sole como se estivesse se desculpando por ter eliminado o antigo belvedere” Lina Bo Bardi - o MASP ( São Paulo 1957/1968) Lina Bo Bardi - o MASP ( São Paulo 1957/1968) “ Ao ser tão radicalmente moderna, Bo Bardi vai além da linguagem internacional estabelecida, introduzindo novos elementos no repertório da arquitetura contemporânea. Isto é expressado não apenas no BRUTALISMO ESTRUTURAL, na relação com o entorno que adota o novo artefato ou na fluida circulação interior, sem nenhum obstáculo, mas também no DESAPARECIMENTO DE UMA FACHADA FRONTAL, principal e representativa voltada para a Av. Paulista e a cidade, substituída por uma volumetria pura, sem nenhuma entrada monumental e enfática” (MONTANER,2001) Lina Bo Bardi – SESC POMPÉIA (1977) – São Paulo Lina Bo Bardi – SESC POMPÉIA (1977) – São Paulo “ ... Lina conservou as naves do conjunto industrial existente, concentrando os novos serviços: piscina, quadras de esportes, ginásio, vestiários, cafeteria; em DUAS TORRES DE CONCRETO APARENTE. Ainda que as duas torres sejam de planta retangular, suas janelas de formas expressionistas e espontâneas, suas passarelas de concreto e sua cilíndrica torre de água, concede-lhes um caráter orgânico e dinâmico(MONTANER,2001) Lina Bo Bardi – SESC POMPÉIA (1977) – São Paulo Lina Bo Bardi – SESC POMPÉIA (1977) – São Paulo Lina Bo Bardi – SESC POMPÉIA (1977) – São Paulo Lina Bo Bardi – SESC POMPÉIA (1977) – São Paulo “ ... A presença dos exemplos mais épicos da arquitetura racionalista são evidentes: AS SETE PONTES DE CONCRETO, que unem em diversas direções as duas torres, REMEMORAM as passarelas envidraçadas da fábrica VAN NELLE em Roterdã, ... , e RECORDAM visões como a fábrica Ford em DETROIT ou as vistas gerais no Filme METRÓPOLIS(1926). Essa ênfase racionalista surge sobre as naves da antiga fábrica reconvertidas em espaços lúdicos: salas para teatro e música experimental, grande cozinha e restaurante, salas de leitura, ateliês, lugares para jogos e exposição. ... Um novo conceito de modernidade: A IMAGEM DA ULTRAMODERNA FÁBRICA VAN NELLE SURGE SOBRE UMA REVITALIZADA ANTIGA FÁBRICA CONSTRUÍDA COM TIJOLOS. Lina concilia o ANTIGO COM O MODERNO – AS NAVES HORIZONTAIS COM AS TORRES VERTICAIS , O TIJOLO COM O CONCRETO. A MODERNIDADE SUPERADA Mais importante que a Arquitetura fosse ou não MODERNA era que fosse UTILITÁRIA e IMAGINATIVA, LIVRE e INTEGRADA À REALIDADE. “Enquanto percorria sua casa, senti o sentido do termo: ‘A Casa’: BOA para ele e BOA para todos em qualquer momento da vida. Isto nos diz que o artista busca apenas a verdade e que o que é tradicional ou moderno não tem nenhum sentido para ele” ( Louis Kahn, em visita a casa de Luis Barragán )
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