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Direito PENAL I

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Escola de Ciências Sociais Aplicadas
Curso: Direito
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DIREITO PENAL I
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Disciplina: DIREITO PENAL I - Prof. Jocemar Marson
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DIREITO
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RAMOS DO DIREITO
PÚBLICO
PRIVADO
DIFUSO
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DIREITO PENAL
É um ramo do Direito público, constituído por normas jurídicas, no qual o Estado ao selecionar os bens mais relevantes para a sociedade proíbe determinadas condutas definindo crimes e cominando as respectivas sanções.
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ORGANIZAÇÃO
 Principal legislação – CP, Código Penal (Decreto-lei 2.848/1940)
 Leis especiais – Leis Extravagantes ou Extraordinárias (lei de contravenções penais, lei de Tóxicos, Lei do Registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição)
 Competência material – art. 22, I, CRFB/88.
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ESTRUTURA DO CÓDIGO PENAL
Parte geral – art. 1º ao 120
Parte especial – art. 121 e seguintes.(361)
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FINALIDADE DO DIRETO PENAL
Objetiva-se tutelar os bens que, por serem extremamente valiosos, não somente do ponto de vista econômico, mas principalmente político, não podem ser suficientemente protegidos pelos demais ramos do Direito.
 Critérios de seleção dos bens jurídicos ( CF com duplo sentido);
 Mudanças recentes – mulher (2006 – lei 11.340 – maria da penha e 2009 – lei 12.015 mudou a redação do art. 218, CP – corrupção de menores)
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DIREITO PENAL OBJETIVO E DIREITO PENAL SUBJETIVO
PODER PUNITIVO
 Objetivo – é o conjunto de normas editadas pelo Estado, definindo crimes e contravenções, impondo ou proibindo determinadas condutas sob a ameaça de sanção ou medida de segurança, bem como todas as outras que cuidem de questões de natureza penal (excluindo o crime, isentando de pena, explicando determinados tipos penais)
 Subjetivo – é a possibilidade que tem o Estado de criar e fazer cumprir suas normas, executando as decisões condenatórias proferidas pelo Poder Judiciário, sendo o próprio “ius puniendi”. Se for praticado um fato típico, antijurídico e culpável, abre-se para o Estado o poder-dever de iniciar a “persecutio criminis in judicio”.
 “ius persequendi” e “ius accusationis”
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DIREITO PENAL E O SISTEMA PENAL
Trata-se de um controle social punitivo institucionalizado que atua desde a ocorrência (ou suspeita de ocorrência) de um delito até a execução da pena. (ZAFFARONI; PIERANGELI, 2011, p. 69)
Basicamente dividido em três seguimentos:
Policial
Judicial – (MP e Juízes)
Executivo - ( estabelecimentos de cumprimento da pena)
Ainda quanto à divisão do Sistema Penal, a partir dessa visão mais ampla, alguns autores irão falar em Sistema Penal Informal e Sistema Penal Formal. O primeiro tem como agentes a família, a escola, a opinião pública, entre outras, já o segundo seria a divisão básica mencionada no início do capítulo (policial, judicial e executivo)
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SISTEMA PENAL
“Os agentes de controle social informal tratam de condicionar o indivíduo, de discipliná-lo através de um largo e sutil processo [...] Quando as instancias informais do controle social fracassam, entram em funcionamento as instâncias formais, que atuam de modo coercitivo e impõem sanções qualitativamente distintas das sanções sociais: são sanções estigmatizantes que atribuem ao infrator um singular status (de desviados, perigoso ou delinquente)”
Molina (2002, p. 134)
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PUNITIVO
1 – Princípio da Intervenção Mínima:
Sendo o Direito Penal a última ratio, atuando na proteção dos bens de maior relevo para a sociedade.
Tal atenção passa por uma via de mão dupla, que não só elege, através de critérios políticos, os bens que merecem especial atenção na sua proteção, como também tem a capacidade de fazer com que ocorra a descriminalização de determinados bens que outrora mereciam esta atenção.
 Reflexões atuais acerca da lei de contravenções penais
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PUNITIVO
 2 – Princípio da Fragmentariedade:
Seguindo as lições de Muñoz Conde:
“nem todas as ações que atacam bens jurídicos são proibidas pelo Direito Penal, nem tampouco todos os bens jurídicos são protegidos por ele. O Direito Penal, repito mais uma vez, se limita somente a castigar as ações mais graves contra os bens jurídicos mais importantes, daí seu caráter 'fragmentário', pois que de toda a gama de ações proibidas e bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico, o Direito Penal só se ocupa de uma parte, fragmentos, se bem que da maior importância”.
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PUNITIVO
3 – Princípio da Lesividade:
Atuando juntamente como Princípio da Intervenção Mínima, sendo a outra face de uma mesma moeda, enquanto o primeiro elenca quais bens jurídicos devem ser protegidos, este esclarece, limitando ainda mais o alcance do Direito Penal (DP), quando descreve quais condutas poderão ser incriminadas pela lei penal.
O DP não pode punir aquelas condutas que não sejam lesivas a bens jurídicos de terceiros.
Como exemplos podemos dizer que não se pune a ira ou a piedade de alguém desde que internalizada, ou mesmo a absoluta ineficácia do meio utilizado. 
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PUNITIVO
4 – Princípio da Humanidade – Limitação das Penas:
Cezar Bitencour discorre sobre o princípio da humanidade em Direito Penal, sustentando esse princípio que o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados. Para Zaffaroni, esse princípio determina "a inconstitucionalidade de qualquer pena ou consequência do delito que crie uma deficiência física, como também qualquer consequência jurídica inapagável do delito."
Interessante notar que esse princípio se espraia por outros ramos, como a Medicina Legal e os Direitos Humanos, como constam nos resumos. 
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 Penas de morte;
 Penas de caráter perpétuo;
 Pena de trabalhos forçados;
 Pena de banimento;
 Penas cruéis – sharia muçulmana, castração por crimes de violência sexual.
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PUNITIVO
5 – Princípio da Culpabilidade:
Na lição de Miguel Reale Junior - “reprova-se o agente por ter optado de tal modo que, sendo-lhe possível atuar de conformidade como direito, haja preferido agir contrariamente ao exigido pela lei.”
Culpabilidade é um juízo sobre a formação da vontade do agente.
Exigibilidade de conduta diversa
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DOLO X CULPA
Para determinado resultado ser atribuído ao agente necessário se faz a comprovação de que sua conduta resultou de dolo ou culpa.
CONDUTA
DOLO
CULPA
Imprudência
Imperícia
Negligência
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 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
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PRINCÍPIOS LIMITADORES
DO PODER PUNITIVO
6 – Princípio da Insignificância ou da bagatela:
Segundo Carlos Vico Mañas:
“Ao realizar o trabalho de redação do tipo penal, o legislador apenas tem em mente os prejuízos relevantes que o comportamento incriminado possa causar à ordem jurídica e social. Todavia não dispõe de meios para evitar que também sejam alcançados os casos leves. O Princípio da insignificância surge justamente para evitar situações desta espécie, atuando como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal, ...”
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 Natureza subsidiária e fragmentária do DP;
 Corrente contrária;
 Aceitação nos Tribunais superiores:
Mínima ofensividade da conduta do agente;
Nenhuma periculosidade social da ação;
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
 Exemplos: bala, casca da árvore para fins medicinais.
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO PODER PUNITIVO
7 – Princípio da Legalidade X Princípio da Reserva Legal:
Um verdadeiro Estado de Direito não pode existir se o Princípio da legalidade, visto que este tem a função de retirar o poder absoluto das mãos do soberado, exige-se a subordinação de todos perante a lei
 CF/88 – art. 5º, XXXIX – Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
 CP – art. 1º – Não há pena sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
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 Von Liszt diz que o Códiogo Penal é a Carta Magna do delinquente.
 Magna carta Inglesa de 1215, editada pelo Rei João Sem Terra:
Art. 39. Nenhum homem livre será detido, nem preso, nem despojado de sua propriedade, de suas liberdades ou livres usos, nem posto fora da lei, nem exilado, nem perturbado de maneira alguma; e não poderemos, nem faremos pôr a mão sobre ele, a não ser em virtude de um juízo legal de seus pares e segundo as leis do País.
 França – 1789 – Declaração dos Direitos do Homem em seus arts. 7º, 8º e 9º.
 Sempre esteve presente no Brasil, desde o Código Criminal do Império – 1830, até a grande reforma da parte geral do CP/1940, ocorrida em 1984.
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FUNÇÕES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
 Proibir a retroatividade da lei penal – nullum crimen nulla poena sine lege praevia;
 Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes - nullum crimen nulla poena sine lege scripta;
 Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas - nullum crimen nulla poena sine lege stricta;
 Proibir incriminações vagas e indeterminadas - nullum crimen nulla poena sine lege certa
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TERMO INICIAL DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Lembramos que o processo legislativo previsto na CF/88, capaz de inovar o nosso ordenamento jurídico-penal, pela edição de uma lei ordinária deve seguir as seguintes fases:
Iniciativa do projeto;
Discussão;
Votação;
Sanção ou veto;
Promulgação;
Publicação;
Vigência.
Obs: Vacatio legis
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 Vacatio legis – após a publicação a lei passa a ter vigência, mas ainda não é eficaz. 
A regra da vacatio legis é de 45 dias, podendo a lei dispor de forma diferente.
 Por quanto tempo dura esta eficácia?
Lei nova;
Liminar de ADI.
 LEI TEMPORARIA X LEI EXCEPCIONAL:
Temporária – terá uma data específica para sua auto-revogação;
Excepicional – delimitam sua eficácia em ralação a determinado fato. Ex: CPM tem um capítulo que trata do período de guerra. Este capítulo está em vigência, mas sem eficácia, pois não estamos em guerra.
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 CUIDADO – vários autores falam que leis temporarias e excepcionais se autorrevogam após cessar o prazo ou o fato excepcional. Pode até ser que leis excepcionais tragam expressamente que se autorrevogarão, mas pode ser que cesse sua eficácia e elas continuem vigentes.
 Como regra temos:
Que as leis penais não tem extra-atividade (não retroagem nem ultra-agem);
O período de eficácia da lei é determinado pelo término da vacatio legis até sua revogação;
A lei penal eficaz durante o período em que o fato foi praticado é que será aplicada a ele;
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 Medidas provisórias regulando matérias penais;
Art. 62. Em caso de Relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias com força de lei, devendo submetê-las de imediatoao Congresso Nacional:
§1º, É vedado a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
b) direito penal, processual penal e processual civil;
 Conjugação da vontade do povo (deputados federais) e da vontade dos estados (senadores)
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
 Regra; art. 5º, XL, CRFB – Princípio da irretroatividade da Lei Penal ( as leis penais não tem eficácia fora do seu tempo, não tem extra-atividade, ou seja, não retroagem nem ultra-agem;
 Retroatividade benéfica – Lex mitior (lei penal benéfica retroage a fatos ateriores, também prevista no inciso XL do art. 5º da CRFB)
 São duas as espécies de retroatividade benéfica:
Abolitio criminis – art. 2º, caput, CP;
Novatio legis in mellius – art. 2º, parágrafo único, CP
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 Abolitio criminis – um determinado fato estava previsto como crime, entra em vigor uma nova lei que deixa de prever aquela conduta como criminosa. Há o desaparecimento deste fato no ordenamento, aquele bem jurídico deixou de ser tutelado pelo direito penal por uma mudança material.
 Ex: art. 218, CP, corrupção de menores, lei 12.015/2009 mudou a redação do artigo.
Não confundir o art. 244-B do ECA (corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la
 Consequências: dependem do momento em que ocorra a mudança:
Antes da condenação transitar em julgado (4 momentos);
Após o transito em julgado da sentença – atinge só os efeitos penais da condenaçao (pena / antecedentes, perda de benefícios, reincidência, impedir benefícios futuros / extra penais arts. 91 e 92, CP)
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NATUREZA JURÍDICA DA ABOLITIO CRIMINIS
Trata-se de causa extintiva da punibilidade ( art. 107, III, CP)
Os fatos anteriores não se alteram quanto a culpabilidade, tipicidade e antijuridicidade.
Ele apenas não será mais PUNÍVEL
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 NOVATIO LEGIS IN MELLIUS - § único do art. 2º, CP
Lei penal nova que embora não deixe de prever aquela conduta como crime, passa a tratar do fato de forma mais benéfica, devendo retroagir. 
Seja qual for a natureza do benefíco (diminuição de pena, mudança de pena de reclusão para detenção, retirou a pena de multa, etc.)
Ex: contravenção penal de mendicância + ECA
 CORRENTES DE APLICAÇÃO
Calculava-se a pena e definia-se qual lei era mais benéfica, proibindo a combinação de leis;
Permitia a combinação de leis, aplicando a parte mais benéfica da lei posterior.
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 Hoje em dia a questão está pacificada pelo STJ, que depois foi seguido pelo STF.
Súmula 501 – STJ
É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
 Norma penal em branco:
Homogênea;
Heterogênea.
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 CRIMES PERMANENTES OU CRIMES CONTINUADOS
SÚMULA 711- STF
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE
AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
 Lugar do Crime
Antes de iniciar os estudos sobre os Princípios que regem a aplicação da lei penal no espaço faz-se necessário identificarmos o local da ocorrência do crime.
Três são as teorias que tentam determinar o local do crime:
 Teoria da atividade
 Teoria do resultado
 Teoria mista ou da ubiquidade
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Teoria mista ou da ubiquidade
Esta teoria adota as duas posições utilizadas na teoria da atividade e do resultado, aduzindo que o local do crime será o da ação ou da omissão, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Tal teoria encontra-se insculpida no Código Penal:
Art. 6º. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Resolve-se problemas como crimes à distância (carta bomba) e de crimes plurilocais.
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PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Percebe-se que o código não adotou uma teoria absoluta da territorialidade.
Na lição de Nelson Hungria:
“o Código criou um temperamento à impenetrabilidade do direito interno ou à exclusividade da ordem jurídica do Estado sobre o seu território, permitindo e reconhecendo, em determinados casos, a validez da lei de outro Estado. É obséquio à boa convivência internacional, e quase sempre sob condição de reciprocidade, que o território do Estado se torna penetrável pelo exercício de alheia soberania.”
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§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Na lição de Mirabete, ele assevera que, em sentido estrito, o “territórrio abrange o solo (e subsolo) sem solução de continuidade e com limites reconhecidos, as águas interiores, o mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo.”
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Mar territorial – faixa de 12 milhas
Territórios por extensão – art. 5º, §1º
Navio do aborto ? ONG Holandesa – até 12ª semana
Todo crime praticado em território brasileiro fica sujeito à legislação penal brasileira?
Navio privado de bandeira holandesa, crime praticado no mar territorial do Recife, aporta 1º no Rio de Janeiro.
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PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
O nosso código também prevê situações de extraterritorialidade, no art. 7º CP. A regra é que a lei brasileira é aplicada no território brasileiro. O artigo traz uma lista, que segue uma lógica. Os incisos I, alíneas “a”, “b” e “c” tutelam crimes que interessam ao estado, Principio da Proteção. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Funcionário da embaixada da Suiça que pratique o crime de corrupção.
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d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
Principio da Representação, visa demonstrar que aquele agente não representa o Brasil ideologicamente. Ex – o agente vai para a Amazônia colombiana e lá pratique genocídio contra uma tribo indígena. O único caso concreto de genocídio no Brasil foi contra uma tribo de índios praticado por garimpeiros. 
As hipóteses do inciso I são regidas pelo §1º que afirma que o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. APLICAÇÃO INCONDICIONADA da lei brasileira. 
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II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir - Principio Cosmopolita ou da Justiça Universal ou da universalidade 
b) praticados por brasileiro – Personalidade ativa ou Nacionalidade ativa (o sujeito ativo do crime é brasileiro) 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Principio da Representação ou da Bandeira, aqui já há a condição de que não tenha sido julgado no exterior. 
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As hipóteses do inciso II regem-se pelo §2º que afirma que a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
A aplicação nessas hipóteses é condicionada, as condições são cumulativa, condições objetivas de punibilidade. 
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A alínea b que trata da condição do fato também ser considerado crime no país em que foi praticado é que faz com que a mulher que sai do Brasil para fazer um aborto na Holanda, não seja punida na volta. Assim como aquele que vai ao Uruguai e usa maconha. 
Combinando a alínea b com a e – isso fica mais claro, pois além de ser crime precisa ser punível. 
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O § 3º traz a hipótese de aplicação da lei brasileira quando a vítima for brasileira. PERSONALIDADE PASSIVA ou NACIONALIDADE PASSIVA - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior e acrescenta mais duas.
 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Ex – Um brasileiro de férias em Buenos Aires tem sua mala roubada por um argentino. Posso aplicar a lei brasileira a este fato? Sim, desde que preenchidos os requisitos do §2º e do §3º . 
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IMPEDIMENTOS À APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Imunidade Diplomática:
Existe para viabilizar o exercício das funções de representantes de outros países, recebendo tratamento diferenciado, sendo certo que tal tratamento deve basear-se na reciprocidade.
Tem previsão na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas – 1961.
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS X RELAÇÕES CONSULARES
O Brasil unificou as carreiras do Itamarati, dependendo somente de onde eles trabalham.
O Direito Internacional diferencia estas duas carreiras
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Convenção de Viena sobre Relações Consulares – 1963
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Abuso da Imunidade Diplomática
 Expulsa do país – Persona non grata: pode fazer isso sem a necessidade de qualquer justificativa.
 Rompimento das Relações Diplomáticas.
Imunidade Jurisdicional dos Estados
Trata-se de uma imunidade regulada pelos constumes do Direito Internacional, pois não há tratado que trate deste assunto, porém deve-se considerar dois aspectos:
 Atos de império;
 Atos privados – (pode ser demandado pela justiça do Trabalho por alguma relação de emprego com brasileiros)
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IMUNIDADE PARLAMENTAR
É o conjunto de garantias que visam proteger o livre exercício da atividade parlamentar.
PRIVILÉGIO X PRERROGATIVA
1º – dirigido a pessoa, vedado pela constituição;
2º – dirigido à função.
Tais prerrogativas são divididas em MATERIAIS e FORMAIS, com características bem definidas, confome se verifica no quadro a seguir:
Obs: Qual é o termo inicial destas prerrogativas?
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TEORIA DO CRIME
 Vou fazer uma observação em relação a crime e contravenção. O nosso sistema penal adotou um sistema bipartido, as contravenções penais e os crimes. 
Ontologicamente não existe diferença entre eles, ambos são proibidos por lei penal e com pena cominada. A única diferença que podemos estabelecer seria de gravidade, as contravenções são infrações de menor gravidade enquanto os crimes são os ilícitos penais de maior gravidade. 
Conceito analítico de crime - O principal conceito de crime e o conceito analítico. É aquele conceito que parte o crime em seus elementos. Divide o crime em:
Fato típico 
Antijurídico 
Culpável 
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INFRAÇÕES PENAIS
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CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES
Crimes tentado, consumado e exaurido:
Consumação: se for crime formal ou de mera conduta, a consumação
se dá quando concluir a conduta; se for crime material, a consumação ocorrerá com o resultado;
Exaurimento: ocorre quando o crime chega ao seu nivel maximo de consequencias; quando acaba sua lesividade
Tentativa: art. 14, II, CP - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Não admitem tentativa (unissubisistentes, culposos, omissivos próprios, habituais, preterdolosos, de atentado, contravenção penal)
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 Crimes dolosos, culposos e preterdolosos:
Dolosos: e o dolo natural, que é a vontade livre e consciente de realizar uma conduta, ou a aceitação de realizá-la, prevista em lei como crime; é dolo natural porque esta ligado ao homem;
Culposos: consiste na inobservância de deveres objetivos de cuidado (imprudência, negligência e imperícia), quando era previsível, objetivamente, causar o resultado; ademais, é preciso ter previsibilidade objetiva do resultado;
Preterdoloso: o autor do delito age com dolo no antecedente e com culpa no consequente. O resultado excede o propósito do agente – art. 19, CP – agravação pelo resultado.
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 Crimes dolosos, culposos e preterdolosos:
Dolosos: e o dolo natural, que é a vontade livre e consciente de realizar uma conduta, ou a aceitação de realizá-la, prevista em lei como crime; é dolo natural porque esta ligado ao homem;
Culposos: consiste na inobservância de deveres objetivos de cuidado (imprudência, negligência e imperícia), quando era previsível, objetivamente, causar o resultado; ademais, é preciso ter previsibilidade objetiva do resultado;
Preterdoloso: o autor do delito age com dolo no antecedente e com culpa no consequente. O resultado excede o propósito do agente – art. 19, CP – agravação pelo resultado.
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 Crimes comissivo, omissivo e comissivo por omissão:
Comissivo: exige-se uma ação, fazer;
Omissivo próprio - puro: praticado mediante uma inação, um não fazer, objetivamente são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina – dever genérico de proteção;
Cuidado - Existem crimes omissivos próprios que não podem ser praticados por qualquer pessoa, por exemplo, art.269 CP (omissão de notificação de doença), art.246 CP(abandono intelectual). São crimes que requerem sujeito ativo especifico. O núcleo do tipo penal e a omissão. 
Comissivo por omissão ou omissivo impróprio: a omissão é a forma de que o agente se vale para alcançar o resultado, somente as pessos referidas no §2º do art. 13, CP, podem praticá-los, pois existe um dever especial de proteção, pecisa ser o garantidor, isto é, ter o dever legal de cuidado, proteção ou vigilância.
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A doutrina costuma falar que os crimes omissivos próprios podem ser cometidos por qualquer pessoa uma vez que a omissão e parte do tipo penal, enquanto que os crimes omissivos impróprios depende da posição de garantidor, so podendo ser praticado por quem tem dever legal na forma do art.13 CP.
 Crime instantâneo e permanente:
Instantâneo: a consumação se opera em um instante determinado;
Permanente: aquele cuja consumação se protrai no tempo. 
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 Crime de dano e de perigo
Dano: aquele que se consuma com a efetiva lesão ao bem jurídico;
Perigo: consuma-se com a possibilidade do dano. Perigo pode ser presumido (simples desobediência, lei presume) ou concreto (precisa ser provado).
 Crime material, formal e de mera conduta
Material: preve uma conduta capaz de causar um resultado naturalistico no bem juridico tutelado e a consumacao depende da ocorrencia desse resultado. (homicidio, lesão corporal, aborto, furto, roubo,...)
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Formal: preve uma conduta capaz de causar um resultado naturalistico no bem juridico tutelado e a consumacao não depende da ocorrência desse resultado; são crimes de consumacao antecipada; se o resultado ocorre, é mero exaurimento (usado no momento da dosimetria da pena, em regra). Ex.: calúnia, injúria difamação, corrupção ativa e passiva, corrupção de menores...
Sumula 500, STJ: “A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal”
Mera conduta: o tipo penal so descreve uma conduta, que e incapaz de alterar o bem juridico; nao tem resultado naturalistico; o resultado e meramente normativo.
	OBS: nao é crime de consumacao antecipada!!
	Exemplos: art. 150, CP (violacao de domicilio); art. 184, CP (violacao de direito autoral)
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 Crime unissubjetivo e plurissubjetivo
Unissubjetivo: aquele que pode ser praticado por uma só pessoa, ou por várias pessoas;
Plurissujetivo: aquele que necessáriamente reclama o concurso de duas ou mais pessoas.
 Crime comum, próprio e de mão própria
Comum: pode ser praticado por qualquer um;
Próprio: exige-se uma condição especial do agente – (funcionário público – corrupção passiva, infanticídio)
Mão própria: somente pode ser praticado pelo sujeito em pessoa. Não pode ser praticado por intermédio de outrem (falso testemunho, falsidade ideológica).
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TEORIAS DA AÇÃO
 Modelo causal – (teoria naturalista ou teoria causalista da ação) – define-se a ação como o comportamento humano voluntário manifestado no mundo exterior.
 Modelo final – (teoria finalista da ação) – com o finalismo a ação passou a ser concebida como uma atividade final, sendo a ação,
portanto, um comportamento humano voluntário dirigido a uma finalidade.
O homem, quando atua, seja fazendo ou deixando de fazer alguma coisa a que estava obrigado, dirige sua conduta sempre a determinada finalidade, sendo certo que esta finalidade pode ser lícita ou ilícita.
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 Modelo social – (teoria social da ação) – o conceito de ação, comum a todas as formas de conduta, reside na relevância social da ação ou da omissão.
 Modelo negativo - O modelo negativo de ação tem como núcleo fundamental o principio da evitabilidade, segundo o qual um resultado é atribuível ao autor se o direito ordena sua evitação e o autor não o evita, embora possa evitá-lo. O fundamento do modelo negativo da ação é o princípio da evitabilidade do tipo de injusto.
 Modelo pessoal - define ação como manifestação da personalidade, constituindo a mais geral definição de conceito de ação capaz de apreender todas as objetivações da personalidade, sendo também capaz de abranger todo acontecimento atribuível ao centro de ação psíquico-espiritual do homem.
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OS SUJEITOS DA AÇÃO
Sujeito Ativo – Indivíduo ou agente que pratica um fato (isto é, uma ação ou omissão) tipificado como delituoso pela legislação vigente.
Sujeito Passivo – Capacidade que o indivíduo ou agente tem de sofrer as sanções penais incidentes sobre sua conduta delituosa ou o indivíduo que sofre os efeitos da conduta delituosa.
Responsabilidade penal das pessoas jurídicas – o artigo 225, §3º, CRFB/88, conforme verificaremos a seguir, prevê a possibilidade da responsabilização.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”
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Hodiernamente, o artigo 225, § 3º da CF/1988, encontra-se regulamentado no artigo 3° e parágrafo único da Lei n° 9.605/1998, o qual prevê expressamente a responsabilidade penal da pessoa jurídica concomitantemente com os agentes físicos integrantes de sua estrutura orgânica.
Preceitua o artigo 3° que “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou beneficio da sua entidade.” E acrescenta seu parágrafo único que “A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
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TEORIA DO TIPO
 Conceito - Tipo é o modelo legal de comportamento proibido, compreendendo o conjunto das características objetivas e subjetivas do fato punível. Pode-se dizer, para fins didáticos, que o tipo constitui a matéria da proibição.
 O tipo desempenha duas funções. A primeira é uma função de garantia; a segunda é a função de fundamentar a ilicitude (antijuridicidade) do fato.
A garantia resulta da função do tipo em face do princípio da reserva legal, pois ele contém a descrição da conduta incriminada, a que o fato deve necessariamente ajustar-se.
O tipo é a valoração jurídica da conduta, mas não implica necessariamente sua antijuridicidade, pois pode haver em determinada conduta típica causa de licitude, ou seja, excludentes de antijuridicidade
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 Tipicidade Penal – quer dizer a subsunção perfeita da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei penal, isto é, a um tipo penal incriminador.
 Elementos específicos dos tipos penais:
Núcleo;
 Sujeito ativo;
 Sujeito passivo;
 Objeto material.
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 Elementos objetivos do tipo - existem concretamente no mundo e cujo significado não requer que se faça NENHUM JUÍZO DE VALOR; referem-se a materialidade do fato; é a ação indicada pelo núcleo do tipo penal (é o verbo). Ex. “matar” (art. 121, CP), “subtrair” (art. 155, CP);
 Elementos subjetivos do tipo - exigem uma finalidade específica por parte do agente; são os que, com exclusão do dolo genérico e da culpa, referem-se a certas particularidades psíquicas da ação; situam-se além do dolo, e se referem a um motivo, a uma tendência, ou a algum dado intelectual ou psíquico do agente. Ex.: dolo específico que indica um fim especial visado pelo agente, como a vantagem ou favorecimento sexual - art. 216-A, CP; “para si ou para outrem” (art. 155, CP); “com o fim de obter...” (art. 159, CP).
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O TIPO NOS CRIMES COMISSIVOS DOLOSOS
 Sabemos que dolo é a vontade e consciência dirigidas a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. 
 Para Welzel, “toda ação consciente é conduzida pela decisão da ação, quer dizer, pela consciência do que se quer – o momento intelectual – e pela decisão a respeito do querer realizá-lo – o momento volitivo. Ambos os momentos, conjuntamente, como fatores configuradores de uma ação típica real, formam o dolo (=dolo do tipo).”
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CONSCIÊNCIA – um dos elementos do dolo representando a parte intelectual do mesmo. O agente deve saber exatamente o que está fazendo para atribuir-lhe a conduta como dolosa.
Ex.: Durante uma caçada uma pessoa confunde a outra com um animal e atira causando-lhe a morte – 121 CP – erro de tipo.
VONTADE – outro elemento estruturante para que se possa falar que a conduta foi dolosa. Deve o agente agir de livre e espontânea vontade.
Ex.: A mata B pois Z lhe obrigou colocando uma arma em sua cabeça obrigando-o a atirar.
Faltando um destes dois elementos não se caracterizará o DOLO
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 Teoria da equivalência dos antecedentes:
O nosso código penal, no tema “relação de causalidade”, adotou como regra, a de teoria da equivalência dos antecedentes causais ou (da causalidade simples, ou “conditio sine qua non”), considerando causa toda a ação ou omissão sem a qual o resultado não se teria produzido. Em suma, tudo o que contribui, in concreto, para o resultado, é causa.
Para saber se uma determinada conduta, é ou não causa do evento, a doutrina criou o método da eliminação hipotética, segundo o qual, uma ação é considerada causa do resultado se, suprimida mentalmente do contexto fático, esse mesmo resultado teria deixado de ocorrer (nas circunstâncias em que ocorreu).
O artigo 13 do código penal trata-se da relação de causalidade:
Art.13, CP “considera-se causa a ação ou a omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
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 Teoria da causalidade adequada:
não basta que o fato praticado pelo agente tenha sido, no caso concreto, condição sine qua non do dano; é imprescindível ainda que, em abstrato, o fato seja causa adequada do dano. Deve-se escolher entre os antecedentes históricos do dano, aquele que, segundo o curso normal das coisas, se pode considerar apto para o produzir, afastando aquela que só por virtude de circunstâncias extraordinárias o possa ter determinado.
Ex.: acender uma lareira.
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 Teoria da imputação objetiva:
a Imputação Objetiva é uma teoria originária de Karl Larenz e Richard Honig nos anos 30 que permaneceu adormecida na Alemanha até obter o seu grande impulso pelas mãos de Claus Roxin na década de 70.
Ela surge com a finalidade de limitar o alcance da chamada teoria da equivalência dos antecedentes causais, ou seja, uma limitação da responsabilidade penal, de modo que a atribuição de um resultado a uma pessoa não é determinado pela relação de causalidade,
mas sim pela realização de um risco proibido pela norma.
Nesta teoria, a preocupação não é, à primeira vista, saber se o agente atuou efetivamente com dolo ou culpa no caso concreto. A análise é feita antes dessa aferição, vale dizer, se o resultado previsto na parte objetiva do tipo pode ou não ser imputado ao agente. O estudo da imputação objetiva acontece antes mesmo da análise dos seus elementos subjetivos, onde sua ausência (da imputação objetiva), conduz à atipicidade do fato.
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Tipo subjetivo:
O dolo é elemento subjetivo, pois vem de pessoa, é o elemento psicológico, o que está na cabeça do sujeito, a sua intenção, finalidade.
O elemento subjetivo geral, que faz parte de todos os tipos, é o dolo.
Dolo é a vontade consciente de realizar os elementos objetivos do tipo penal.
Dolo direto e dolo eventual
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Tipo objetivo:
Atenção para o parágrafo único do art. 18, CP:
 Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
A regra contida nesse parágrafo é a de que todo crime é doloso, somente havendo a possibilidade de punição pela prática de conduta culposa se a lei assim o previr expressamente. 
O DOLO é a regra; a CULPA, a exceção.
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O TIPO NOS CRIMES CULPOSOS
Temos como previsão legal o inciso II do artigo 18 CP:
 II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Elementos da culpa:
 Conduta humana voluntária, comissiva ou omissiva;
 Inobservância de um dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia);
 Resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente;
 Nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado lesivo dele advindo;
 Previsibilidade;
Tipicidade.
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 Espécies:
 Culpa inconsciente ou sem previsão: É aquela em que o agente não prevê o resultado previsível.
 Culpa consciente ou com previsão: Quando o agente prevê o resultado, que era previsível. Não se pode confundir a culpa consciente com o dolo eventual. Tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual o agente prevê o resultado, entretanto na culpa consciente o agente não aceita o resultado, e no dolo eventual o agente aceita o resultado.
 Culpa indireta ou mediata: Ocorre quando o agente produz um resultado e em virtude deste produz um segundo resultado (ex.: o assaltante aponta uma arma a um motorista que está parado no sinal; o motorista, assustado, foge do carro e acaba sendo atropelado).
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 Modalidades:
 Imprudência - Prática de um fato criminoso. É a culpa de quem age (ex.: passar no farol fechado). Decorre de uma conduta omissiva.
 Negligência - É a culpa de quem se omite. É a falta de cuidado antes de começar a agir. Ocorre sempre antes da ação (ex.: não verificar os freios do automóvel antes de colocá-lo em movimento).
 Imperícia - É a falta de habilitação no exercício de uma profissão ou atividade. No caso de exercício de profissão, se, além de haver a falta de habilidade, não for observada uma regra técnica específica para o ato, haverá a imperícia qualificada. Difere-se a imperícia do erro médico visto que este não decorre somente da imperícia, podendo decorrer também de imprudência ou negligência.
 DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE
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O TIPO NOS CRIMES OMISSIVOS
 Crimes omissivos impróprios – comissivos por omissão ou omissivos qualificados:
 
De acordo como o Código Penal Brasileiro, em seu art. 13, §2º: “A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”
 - Exige-se a qualidade de garantidor e a possibilidade de impedir o resultado.
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Crimes omissivos próprios
Os crimes omissivos próprios, também chamados de crimes omissivos puros, são crimes em que o legislador descreve um não-fazer e, com independência, se produz ou não, um resultado.
Requerem somente a não realização de uma conduta devida – mediante pura inatividade ou, quase sempre, mediante outras atividades distintas da devida – como a omissão de socorro
Saliente-se que trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não se exige qualidade ou característica do agente praticante do delito.
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 Pressupostos Fundamentais dos Crimes Omissivos Impróprios
 poder agir;
 evitabilidade do resultado;
 dever de impedir o resultado;
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ILICITUDE – ANTIJURIDICIDADE
Relação de antagonismo, de contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
Tipicidade Conglobante: e o somatorio de varios elementos:
1o elemento: Tipicidade Formal (Principio da Legalidade)→ é a adequacao entre o fato e o tipo penal.
2o elemento: Tipicidade Material (Principio da Lesividade)→ quando há
lesão / perigo de lesão relevante ao bem juridico tutelado.
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Requisitos da Insignificancia para STF / STJ :
i) Minima Ofensividade da Conduta;
ii) Nenhuma Periculosidade Social do Fato;
iii) Reduzidissimo Grau de Reprovabilidade da Conduta;
	• STJ nao aplica a insignificancia para funcionario publico!
iv) Inexpressividade da Lesao / Perigo de Lesao
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Teorias de Relacao entre a Tipicidade e Antijuridicidade:
• Teoria da Absoluta Independencia entre a Tipicidade e a Antijuridicidade
→ o fato de concluir pela tipicidade não indica em nada pela antijuridicidade, é preciso fazer toda a analise novamente (se está proíbido e se não houver uma permissão para praticá-lo)
• Teoria da Ratio Cognoscendi (adotada no Brasil) → existe uma relativa independência entre a tipicidade e a ilicitude; analisa-se se o fato foi permitido (norma permissiva); se o fato é típico, há indicios da ilicitude.
• Teoria da Ratio Essendi → existe uma completa dependência entre a tipicidade e a ilicitude; é aqui que está a Teoria dos Elementos Negativos do Tipo (as excludentes de antijuridicidade são excludentes de tipicidade)
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EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE – ART. 23, CP
- Art. 23, CP: “Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
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ESTADO DE NECESSIDADE – ART. 24, CP
- Art. 24, CP: “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.”
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O Estado de Necessidade pode adotar:
• Teoria Unificadora / Monista do Estado de Necessidade → so há o
estado de necessidade justificante; excluira a ilicitude;
	• o direito salvo vale mais que o direito sacrificado; OBS: doutrina adaptou para enquadrar também quando o direito salvo é igual ao direito sacrificado;
	• adotado pelo CP;
• Teoria Diferenciadora do Estado de Necessidade → pode ser o estado de necessidade justificante (exclui a ilicitude) ou estado de necessidade exculpante (exclui a culpabilidade, sendo uma das hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa)
	• o direito salvo vale menos ou igual ao direito sacrificado (exemplo: matar para salvar o patrimônio)
	• adotado pelo CPM (art. 39 e 43)
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Requisitos do Estado de Necessidade:
• Requisito Subjetivo (a única excludente que traz requisito subjetivo) →para salvar
• Requisitos Objetivos :
i) de perigo atual (engloba dano atual e dano iminente)
ii) não provocado por vontade (dolo) do agente
iii) não há outro modo (lícito ou menos grave)
Para Salvar Direito Próprio ou Alheio:
• Direito Alheio Indisponível → ok!
• Direito Alheio Disponível → antes, é preciso saber se o titular quer salvar o direito.
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• Art. 24, § 1o, CP : “§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.” 
→ deve haver também a possibilidade.
• OBS: dever contratual / assumido voluntariamente pode ser alegado estado de necessidade
• Art. 24, § 2o, CP : “§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.” 
→ diminuicao de pena; ver inexigibilidade de conduta diversa supra-legal
Consequencias do Estado de Necessidade:
• Torna o fato licito
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LEGITIMA DEFESA – ART. 25, CP
- Art. 25, CP: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”
- Requisitos:
i) Injusta Agressão
• agressão → conduta humana
• injusta → típica e antijurídica (exemplos de situações em que não é legitima defesa: defender-se de ataque de sonambulo [fato atípico; é estado de necessidade]; hipnotizado; caso fortuito, …)
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OBS.: cabe legítima defesa sucessiva (do excesso); não cabe legítima defesa simultânea.
ii) Agressão Atual / Iminente
• atual → já começou e não acabou
• iminente → está prestes a começar
• não cabe legitima defesa para agressão passada ou futura.
iii) Direito próprio ou alheio
iv) meios necessários com moderação
• aplica-se a razoabilidade
• moderação → de modo suficiente para fazer a agressão cessar
• é aqui que surge o excesso:
	• excesso intensivo → quando o excesso é no meio;
	• excesso extensivo → quando o excesso e na moderação.
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ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL – ART. 23, III, CP
- Requisitos:
• “Estrito” → significa limitado; observando as regras para o cumprimento daquele dever
• exemplo: a lei determina que o policial realize a prisão de alguém em flagrante → o policial não pode, por exemplo, dar uma bronca no preso; deve prender, nada além disso;
• “Dever legal” → uma obrigação normativa; esse fato que a norma jurídica o obrigou a praticar é um fato tipico;
exemplo: a lei determina que o policial prenda alguém em flagrante 
→ prender = privar a liberdade
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• Cuidado : policial que acaba matando o traficante não está em cumprimento do dever legal! (A lei não manda matar!) Está em legitima defesa!
• Hipóteses em que “matar” é exercício do cumprimento do dever legal: pena de morte no CPM e Lei do Abate (Lei 9.614/98 e Dec 5.144/04);
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EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO – ART. 23, III, CP
- Para alguns direitos, dentro de suas regras, há a necessidade de se praticar fato tipico;
• Exemplo: lutar boxe → pressupõe, dentro das regras, lesionar o adversário → se houver uma lesão, mas dentro das regras, e exercício regular do direito;
• Exemplo: direito de correção dos pais → ao darem esporro no filho → não é injúria;
• OBS.: Professor Felipe Novaes entende que tatuagem e exercício regular de direito; para Rogério Greco, é consentimento do ofendido (excludente supralegal)
• O excesso será considerado ilícito (exemplo: Mike Tyson quando mordeu a orelha do Holyfield)
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EXCLUDENTE SUPRALEGAL – CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
- O consentimento do ofendido só será excludente supra-legal quando não estiver previsto como elemento do tipo penal. Nessa situacao, será atípico (tipicidade formal)
• Exemplo: art. 150, CP (Violacao de domicilio)
• Exemplo: crimes cujo verbo e “constranger” → trazem o consentimento do ofendido como elemento implicito, excluindo a tipicidade (exemplo: art. 213, CP [estupro] → o consentimento do ofendido afasta o constrangimento → exclui a tipicidade)
- Logo, quando o consentimento do ofendido não estiver previsto como elemento do tipo penal, poderá ser excludente supra-legal de ilicitude.
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- Requisitos:
a) Capacidade do ofendido → o ofendido deve ser capaz (penalmente capaz) = imputaveis e semi-imputaveis;
b) Consentimento válido → liberdade de consentir; o consentimento deve ser livre (não houve violência, coação, grave ameaça, …)
c) Disponibilidade do direito:
• exemplo: liberdade é disponível; patrimônio, dignidade sexual para os maiores de 14 (quatorze) anos, …
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d) Consentimento anterior ou concomitante a prática do fato
• isso se dá em virtude da necessidade de que todas as excludentes de ilicitude exigem um elemento subjetivo (saber que está agindo em excludente de ilicitude)
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ETAPAS DA REALIZAÇÃO DO DELITO
- Iter Criminis → fases que alguém atravessa quando vai praticar um crime
 
• Cogitação → fase mental; o agente pensa no crime que vai praticar; não
e relevante para o Direito Penal;
• Preparação → prática de atos lícitos ou ilícitos, com o objetivo de viabilizar a prática do crime principal;
• Execução → e a prática da conduta definida no tipo penal;
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• Consumação → se for crime formal ou de mera conduta, a consumação se dá quando concluir a conduta; se for crime material, a consumação ocorrerá com o resultado.
• (*) Exaurimento (para parte minoritária da doutrina)→ ocorre quando o crime chega ao seu nível máximo de consequências; quando acaba sua lesividade;
• no crime material, o exaurimento se dá junto com o resultado;
• no crime de mera conduta, o exaurimento se dá junto com a consumação;
• em regra, o exaurimento será sopesado na dosimetria da pena;
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DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ – ART. 15, CP
- Art. 15, CP: “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.”
- Requisitos:
I) execução iniciada;
II) não pode ocorrer a consumação
III) voluntariamente (≠ espontaneamente) → ou seja, pode ser provocado por alguém
• Fórmula de Frank: na desistência voluntaria / arrependimento eficaz, o agente pode continuar, mas não quer; na tentativa, o agente quer continuar, mas não pode.
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- Desistência Voluntaria → quando o agente abandona a execução já iniciada por ele, antes de concluí-la.
- Arrependimento Eficaz → só em crimes materiais; ocorre quando, após
concluída a execução, o agente impede voluntariamente a ocorrência do resultado.
- Consequência da Desistência Voluntaria / Arrependimento Eficaz 
→ responde somente pelos atos já praticados; ou seja, excluem a adequação típica mediata da tentativa, mas permitem a adequação típica dos atos já realizados, quando previstos em lei.
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ARREPENDIMENTO POSTERIOR – ART. 16, CP
- Art. 16, CP: “Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.”
- Requisitos:
I) crimes sem violência / grave ameaça à pessoa ;
• Cuidado: no roubo por redução de resistência cabe arrependimento posterior, em tese!
II) reparação do dano → doutrina entende que deve ser integral; STF admite a reparação parcial;
III) até o recebimento da denúncia ou da queixa
IV) voluntariamente (não precisa ser espontaneamente)
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- No concurso de pessoas, o arrependimento posterior se comunica a todos os agentes, mesmo para aquele que não se arrependeu
- A diminuição é dimensionada de acordo com o quantum da reparação e com a celeridade da reparação.
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Art. 14 - Diz-se o crime: 
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
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Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
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CRIME IMPOSSÍVEL / TENTATIVA INIDÔNEA – ART. 17, CP
- Art. 17, CP: “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.”
- Adota a Teoria Objetiva Temperada / Relativa : não olha para o dolo, analisa objetivamente (ligada ao fato) a possibilidade ou não de consumação do crime; essa análise objetiva é feita por dois elementos:
i) ineficácia absoluta do meio → quando usado da forma que foi no caso concreto for inidôneo para levar a consumação
exemplo: usar açúcar, achando que era veneno, para matar alguém envenenado; falsificação grosseira.
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ii) impropriedade absoluta do objeto → objeto é a coisa / pessoa sobre a qual recai o bem jurídico;
 exemplo: coisa sem dono é objeto absolutamente impróprio para o furto / roubo;
• É por isso que a Teoria Objetiva e Temperada / Relativa (só o é quando a ineficácia do meio / impropriedade do objeto forem absolutas); se fosse a Teoria Objetiva Absoluta (Pura), o crime seria impossível quando a ineficácia do meio / impropriedade do objeto fosse absoluta ou relativa → CUIDADO COM O JOGO DE PALAVRAS!
- Crime Impossível por obra do agente provocador: ocorre quando o agente provoca em outra pessoa a pratica do crime, mas tomando todos os cuidados para tornar impossível a consumação do crime.
Exemplo: flagrante preparado / provocado → Súmula 145, STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.”
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QUESTÃO 01:
Discorra sobre os requisitos presentes no instituto do Arrependimento Posterior e sobre a possibilidade de ele incidir sobre o tipo penal do roubo (art. 157, CP)
QUESTÃO 02:
Cite as excludentes de ilicitude e discorra sobre os requisitos da excludente de ilicitude supralegal.
QUESTÃO 03:
Quais as teorias estudadas sobre a relação entre a tipicidade e a antijuridicidade? Discorra sobre a teoria adotada no ordenamento jurídico brasileiro.
QUESTÃO 04:
Discorra sobre o que vem a ser a Teoria da equivalência dos antecedentes.
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