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Fundamentos e Metodologia de História e Geografia Autor: Lindolfo Anderson Martelli Tema 01 Fundamentos Epistemológicos da Ciência Geográfica Tema 02 Da Geografia Aprendida à Geografia Ensinada na Contemporaneidade Índice Índice Tema 01: Fundamentos Epistemológicos da Ciência Geográfica 4 Tema 02: Da Geografia Aprendida à Geografia Ensinada na Contemporaneidade 26 seç ões Tema 01 Fundamentos Epistemológicos da Ciência Geográfica Como citar este material: MARTELLI, Lindolfo Anderson. Fundamentos e Metodologia de História e Geografia: Fundamentos Epistemológicos da Ciência Geográfica. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 01 Fundamentos Epistemológicos da Ciência Geográfica 7 Conteúdo Nessa aula você estudará: • As mudanças epistemológicas da Ciência Geográfica. • As atuais concepções teórico-metodológicas da Ciência Geográfica relacionadas à aprendizagem. • As influências do Positivismo, do Historicismo e da Psicologia na construção da Ciência Geográfica. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: Ensino de Geografia e História, dos autores Sônia Castellar, Jerusa Vilhena, Kátia Maria Abud, André Chaves de Melo Silva e Ronaldo Cardoso Alves, editora Cengage Learning (Coleção Ideias em Ação), 2010, Livro-Texto 492. Roteiro de Estudo: Lindolfo Anderson Martelli Fundamentos e Metodologia de História e Geografia 8 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Quais são as principais correntes epistemológicas da Geografia? • Qual é o campo de estudo da Geografia? • Quais as relações estabelecidas entre a Ciência Geográfica e as demais ciências? • Quais as influências dos estudos sobre o imaginário na construção do conhecimento geográfico? CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Fundamentos Epistemológicos da Ciência Geográfica Durante muito tempo a Geografia foi utilizada como instrumento de análise astronômica e produção cartográfica das regiões habitadas e, até mesmo, das regiões imaginadas. Um exemplo disto é o chamado Tratado de Tordesilhas (1494), que estabelecia uma linha imaginária dividindo as terras “descobertas e por descobrir” entre o Reino de Portugal e o Reino da Espanha. As representações cartográficas das regiões designadas pelo Tratado apresentam porções de terras que não haviam sido exploradas até então. Naquele momento, os objetivos principais da Geografia estavam relacionados ao levantamento de informações sobre os espaços naturais propícios à exploração e ao mapeamento de rotas marítimas e comerciais. A partir do desenvolvimento dos Estados Nacionais, na Idade Moderna, as mudanças sociais, culturais e as transformações nas relações entre a sociedade e a natureza modificaram a forma como a Geografia era concebida. As instituições de ensino passaram a utilizar os conhecimentos geográficos como instrumento de valorização dos projetos nacionais e se preocupavam principalmente com a criteriosa caracterização das paisagens dos países e descrição dos lugares. 9 LEITURAOBRIGATÓRIA As concepções filosóficas e o desenvolvimento científico que atingiu todas as ciências humanas e naturais no século XIX influenciaram significativamente a Geografia. Até meados do século passado, a Geografia mantinha muitos fundamentos epistemológicos decorrentes do positivismo e do darwinismo. Tal influência fez com que os estudos geográficos centrassem suas análises em aspectos basicamente regionais, na busca por explicações quantitativas e objetivas da realidade. A orientação positivista que marcou as ciências geográficas até então sedimentava a ideia de que o saber deveria ser neutro, desvinculado das esferas políticas e das relações de poder, com preocupações voltadas para a infalibilidade científica pautada na observação, descrição e busca de leis gerais e objetivas que permitissem explicar diferenças regionais. As influências darwinistas também orientavam a Ciência Geográfica, uma vez que se acreditava no meio como um fator de seleção natural dos indivíduos mais aptos de uma espécie. Consequentemente, a sociedade também seria orientada por leis naturais que serviam para legitimar o poder, a defesa e a conquista dos espaços e territórios. Teóricos como o geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1844-1804) adotaram os pressupostos do Positivismo evolucionista como instrumento legitimador do colonialismo e defesa da hegemonia dos povos considerados mais fortes e desenvolvidos. Tais pressupostos fortaleciam a crença no progresso e legitimavam a colonização e a disputa entre os povos como um instrumento apropriado para a evolução. Neste sentido, os europeus eram considerados mais adaptados ao meio e, portanto, mais aptos para o domínio de outros povos (FABRÍCIO, 2011). As influências do historicismo alemão do final do século XIX foram fundamentais para o desenvolvimento da Ciência Geográfica, pois, ao distinguir os fenômenos sociais das condições naturais, refutava a concepção determinista das leis naturais e sociais. Neste sentido, o próprio cientista precisa ser compreendido dentro do seu espaço e do seu tempo, o que reflete diretamente no produto do seu trabalho, contrariando a compreensão positivista de neutralidade científica. Neste contexto, os paradigmas levantados pelo historicismo favoreceram o distanciamento entre as ciências físicas e humanas. A Escola Geográfica Francesa foi muito importante, principalmente pelos estudos do geógrafo Paul Vidal de La Blache, que buscou inserir o aspecto historicista na Geografia. Embora criticasse o positivismo evolucionista de Ratzel, sustentava conceitos e estruturas de análises atrelados ao Naturalismo e ao Positivismo. 10 Neste sentido, a territorialidade era composta pelos conceitos de lugar, paisagem e região de forma sobreposta. La Blache entendia que os conceitos de região e paisagem eram determinantes para a compreensão da diversidade do mundo e que a ligação dos homens com seu espaço estava relacionada a uma espécie de física social, onde as necessidades humanas são definidoras dos espaços ocupados. Ele entendia que as sociedades e os espaços se constroem sem pretensões políticas ou ideológicas, ou seja, para La Blache, a Geografia não era ciência dos homens, mas dos lugares. A geografia francesa do final do século XIX influenciou grandemente a geografia brasileira, principalmente por meio de um importante interlocutor desta ciência, Miguel Delgado de Carvalho. Filho de pai brasileiro, Carvalho nasceu na França e voltou ao Brasil para desenvolver suas pesquisas de estudos para o doutoramento e divulgação da Escola Geográfica Francesa, tanto em nível médio quanto universitário. A influência deste modelo epistemológico de compreensão da Ciência Geográfica refletiu diretamente no ensino que enfatizava o estudo descritivo de paisagens, sem que existisse qualquer reflexão sobre as representações e os sentimentos humanos associados aos espaços observados. Os métodos de ensino privilegiavam a memorização, a observação, as generalizações e sínteses de conteúdos (BARROS, 2008, p. 317-333). A partir da segunda metade do século XX, as discussões avançaram e a Geografia revisou as análises sobre seu objeto de estudo, pois o método descritivo não atendia às demandas que permeavam o saber científico que tratavam dos conflitos ideológicos, contradições do mundo capitalista na distribuição da riqueza, exploração da natureza, mudanças de valores e formas de comportamento e revisão de conceitos em todas as áreas do conhecimento, entre outros. A crise de paradigmas que atingiu o campo científico mostrou o quanto os métodos tradicionais de investigação geográfica eramineficientes para elucidar a complexidade das ações humanas e dos espaços. Os conceitos marxistas foram amplamente estudados pelas chamadas ciências humanas e foram fundamentais para a revisão crítica do modelo epistemológico de compreensão geográfica naquele momento. Os estudos passaram a privilegiar as concepções ideológicas, as relações entre sociedade, trabalho e natureza na produção e apropriação de lugares e territórios. A crescente urbanização e os problemas oriundos deste processo – como migração, poluição, marginalização social, empregabilidade, ocupação de espaços, fontes de energia, entre outros – passaram a compor os campos investigativos da Ciência Geográfica. A Geografia LEITURAOBRIGATÓRIA 11 tradicional e a defesa da neutralidade passaram a ser criticadas, pois não bastava explicar os processos de ocupação do mundo, era preciso transformá-lo. A chamada geografia crítica apontou um novo caminho para a compreensão do espaço. As categorias de análise do marxismo – como os modos, meios, relações sociais de produção, forças produtivas e formação social – permitiram reconhecer o espaço como produto das estruturas políticas, ideológicas e produtivas da sociedade. Neste sentido, a Geografia foi concebida como um instrumento para a promoção da cidadania, pois permitiu que os sujeitos percebessem o espaço como parte de um todo integrado, onde os indivíduos são responsáveis e comprometidos historicamente pela sua configuração. Embora as contribuições da geografia crítica sejam fundamentais para compreender muitos aspectos sociais, ela negligenciou a dimensão sensível de perceber o mundo, pois não reconhecia a subjetividade humana como elemento importante na definição dos espaços e na construção de territorialidades. Toda e qualquer pretensão neste sentido era considerada idealismo alienante. As explicações centradas a partir das determinações econômicas e de produção não conseguiam explicar as experiências vividas pelos indivíduos com seu espaço e com as representações simbólicas construídas pelo imaginário social. Teóricos das mais variadas áreas das ciências humanas passaram a rever os conceitos marxistas e a reconhecer o imaginário social como um elemento importante na construção do mundo natural e social. Cada sociedade define e elabora uma imagem do mundo natural, do universo onde vive, tentando cada vez fazer um conjunto significante, no qual certamente devem encontrar lugar os objetos e seres naturais que importam para a vida da coletividade, mas também esta própria coletividade, e finalmente uma certa “ordem do mundo”. Esta imagem, esta visão mais ou menos estruturada do conjunto da experiência humana disponível, utiliza as nervuras racionais do dado, mas as dispõe segundo significações e as subordina a significações que como tais dependem não do racional, mas sim do imaginário (CASTORIADIS, 1982, p. 179). As palavras de Cornélius Castoriadis (1982) mostram o quanto a dimensão concreta e material do mundo dependem do imaginário social, pois os significados nascem da percepção que se tem sobre os objetos concretos. A partir da segunda metade do século XX, a Geografia passou a se preocupar com a análise das percepções e significados que o homem atribui aos espaços, paisagens e lugares, LEITURAOBRIGATÓRIA 12 com os sentidos atribuídos pelo sujeito às suas experiências no mundo. O imaginário não deve ser aqui compreendido como o mundo do devaneio, mas o das representações. Para Michel Maffesoli (2001), o imaginário é o elemento que impulsiona as práticas; portanto, é o responsável pelas intervenções humanas no espaço. [...] o imaginário, mesmo que seja difícil defini-lo, apresenta, claro, um elemento racional, ou razoável, mas também outros parâmetros, como o onírico, o lúdico, a fantasia, o imaginativo, o afetivo, o não racional, o irracional, os sonhos, enfim, as construções mentais potencializadoras das chamadas práticas (MAFFESOLI, 2001, p. 76). A valorização das dimensões subjetivas dos sujeitos por parte da Geografia ampliou o diálogo com outros campos das ciências, sejam elas naturais ou humanas. Neste sentido, a Geografia se aproximou de ciências como História, Antropologia, Sociologia, Filosofia e Psicologia, orientando suas análises nas questões relacionadas à cultura e nas representações que o homem faz de si, dos outros e do espaço. Esta interface permite a compreensão das especificidades e pluralidades dos lugares no mundo. O mundo tal como as pessoas o veem é reflexo deste sistema de ideias capaz de dar significado às coisas, ao mundo real, às experiências, como um todo. [...] o imaginário – este sistema de ideias e imagens de representação coletiva que os homens constroem através da história para dar significado às coisas - é sempre um outro real e não o seu contrário. O mundo, tal como o vemos, apropriamo-nos e transformamos é sempre um mundo qualificado, construído socialmente pelo pensamento. Esse é o nosso “verdadeiro” mundo, mundo pelo qual vivemos, lutamos e morremos. O imaginário existe em função do real que o produz e do social que o legitima, existe para confirmar, negar, transfigurar ou ultrapassar a realidade. O imaginário compõe-se de representações sobre o mundo do vivido, do visível e do experimentado, mas também sobre os sonhos, desejos e medos de cada época, sobre o não tangível nem visível, mas que passa a existir e ter força de real para aqueles que o vivenciam (PESAVENTO, 2006, p. 50). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino da Geografia no Ensino Fun- damental propõem a valorização das subjetividades nos estudos relacionados à Geografia. Embora as discussões acadêmicas tenham superado há muito tempo as antigas concep- ções de ensino da Geografia Tradicional e da Geografia Crítica, é muito comum encontrar professores e materiais didáticos ainda ancorados na mera contemplação dos espaços e paisagens e ou que fundamentam as análises a partir das explicações economicistas dos modos de produção (BRASIL, 1998, p. 24). LEITURAOBRIGATÓRIA 13 Muitas escolas se mostram resistentes a inovações conceituais e metodológicas de ensino, pois, além de adotarem os métodos e conceitos tradicionais, não estão abertas a revisões e atualizações, permanecendo, desta forma, alheias à dinâmica social e ao que se passa fora da sala de aula. LEITURAOBRIGATÓRIA LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo: Delgado de Carvalho e a geografia no Brasil como arte da educação liberal, escrito por Nilson Cortez Crocia de Barros. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142008000100021>. Acesso em: 02 jan. 2014. Entenda como ocorreu o desenvolvimento da moderna Ciência Geográfica no Brasil. Leia o artigo: Cultura e Representações, uma Trajetória, escrito pela historiadora Dra. Sandra Jatahy Pesavento. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31549/000632033. pdf?sequence=1>. Acesso em: 02 jan. 2014. Reflita sobre a importância dos estudos sobre o imaginário para as ciências humanas na contemporaneidade. Leia o artigo: Paul Vidal de La Blache e a Construção da Geografia Humana: Tensões e Relações Entre o Historicismo Neokantiano e o Evolucionismo Positivista, de Deyse Cristina Brito Fabrício, apresentado na XII Semana de Geografia e no VII Encontro de Estudantes de Licenciatura em Geografia da Unesp – Campus de Presidente Prudente. Disponível em: <http://docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/ensinodegeografiaeepistemologia/ REEG02%20-%20Deyse%20Cristina%20Brito%20Fabricio%20e%20Antonio%20Carlos%20 Vitte.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. 14 LINKSIMPORTANTES Este artigo ajudará você a reconhecer as influências do positivismo e do historicismo para a construção da Ciência Geográfica. Leia a entrevista concedida à Revista Famecospelo pensador francês Michel Maffesoli: O imaginário é uma realidade. Disponível em: <http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/ view/285/217>. Acesso em: 02 jan. 2014. Leia este texto para aprofundar seus conhecimentos sobre a noção de imaginário. Vídeos Importantes Assista ao vídeo documentário: O que é Geografia? Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=YktYwin3sk0>. Acesso em: 02 jan. 2014. Este vídeo documentário foi produzido pela Univesp TV para o programa da disciplina Conteúdos e Didática de Geografia, do curso de Pedagogia Unesp/Univesp. As perguntas que nortearam o vídeo documentário foram: O que é Geografia? Qual é o seu campo de estudo? Quais as relações com as outras ciências? A Univesp TV conversou com três pesquisadores: Lívia de Oliveira, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp de Rio Claro, José Bueno Conti, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, e Antônio Carlos Robert Moraes, também da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, que elucidaram estas questões. Assista ao vídeo documentário: Cartografia Escolar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=eOlZdEGNRRw>. Acesso em: 02 jan. 2014. Este vídeo documentário retrata a visita à Escola Estadual Prof. Alípio de Oliveira e Silva, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A equipe da Univesp TV foi conhecer o trabalho da professora de geografia Daniela Tobias. Assista ao vídeo documentário: Espaço Urbano. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zXKDYukoIGY>. Acesso em: 02 jan. 2014. Este vídeo produzido pela Univesp TV conta com a participação do professor Anselmo Alfredo, doutor em Geografia e coordenador do Labur, o Laboratório de Geografia Urbana da USP, para analisar o espaço geográfico urbano sob o ponto de vista da Geografia marxista. 15 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: A vinda da família real para o Brasil contri- buiu para a disseminação do costume do banho de mar. Por muitos séculos, o mar foi um local temido, representado como um local de morte, de doenças e habitação de monstros apocalípticos e sereias. Os ba- nhos terapêuticos e regulares de D. João VI na praia do Caju, no Rio de Janeiro, contribuíram para modificar a relação que a população estabelecia com o mar. Atual- mente, as representações das pessoas so- bre o mar estão associadas a férias, lazer, diversão, paz, prazer, entre outros. A partir dos seus conhecimentos, explique quais as razões para a mudança de relação que as pessoas estabeleceram com o local. Questão 2: Sobre os fundamentos epistemológicos da Geografia, é possível afirmar que: a) A Ciência Geográfica surgiu com os Incas, que conseguiram fazer previsões metereológicas a partir da capacidade de observação. b) A Rosa dos Ventos e o Austrolábio foram instrumentos que ajudaram a desenvolver a Geografia como ciência. c) A Geografia como ciência surgiu no século XIX, a partir dos pressupostos positivistas. d) O estudo do imaginário social não pode ser considerado científico. AGORAÉASUAVEZ 16 e) A Geografia surgiu como uma ciência autônoma. Questão 3: A Ciência Geográfica no século XIX foca- va seus estudos nos fenômenos naturais. As influências do historicismo alteraram a forma como a Geografia passou a abordar seus objetos de análise, pois: a) A geografia buscou entender a história dos países para poder desenvolver suas análises. b) A Geografia utilizava leis gerais que serviam para explicar as diferenças regionais. c) O historicismo demonstrou que os fenômenos sociais eram regidos por critérios diferentes das leis naturais. d) A Geografia perdeu espaço para a História, pois os mapas dos países já estavam definidos. e) A História não ajudava a explicar os fenômenos naturais. Questão 4: O professor deve conduzir o aluno para que ele adquira a consciência de que é agente passivo e ativo na sociedade. Isso implica desenvolver a capacidade de questionar as relações estabelecidas com o espaço. Isto significa que: a) O aluno precisa desenvolver a capacidade de construir mapas. b) O aluno deve dominar os conteúdos presentes no material didático. c) O aluno do ensino fundamental deve compreender primeiramente o espaço em que vive, problematizando as questões locais. d) O aluno deve ser estimulado a compa- rar diferentes espaços, tanto local quanto global, a fim de entender a complexidade de organizações, hábitos, culturas, tradi- ções, etnias e seus territórios. e) O aluno deve reconhecer a importância da Geografia como um instrumento de análise crítica dos problemas ambientais. Questão 5: Sobre a Ciência Geográfica, é incorreto afirmar: a) A Ciência Geográfica concentra seus estudos na observação e na descrição das paisagens e da superfície terrestre. b) As transformações socioespaciais demandam diferentes enfoques para o estudo científico da Geografia. c) Ensinar Geografia significa possibilitar ao aluno raciocinar geograficamente o espaço terrestre em diferentes escalas, em uma dimensão econômica, ambiental, social e cultural. AGORAÉASUAVEZ 17 d) A educação geográfica contribui para a formação do conceito de identidade. e) O espaço geográfico também pode ser entendido como espaço vivido, no sentido de que o homem o habita, age e desenvolve relações com ele. Questão 6: Muitas ciências surgiram no século XIX, entre elas, destacam-se a Sociologia, a Geografia, a Antropologia e a Psicologia. Na história da humanidade é possível en- contrar culturas milenares que adotavam conhecimentos relacionados à Geografia como instrumento de análise do clima, de- limitação de territórios, produção cartográ- fica, estudos astronômicos, entre outros. Explique qual foi a grande transformação nos fundamentos epistemológicos da Geo- grafia no século XIX. Questão 7: Em 1962, o Ministério da Educação e Cul- tura, comandado por Darcy Ribeiro, pu- blicou um manual de estudos sociais na escola. Para o ensino na primeira série foi proposto que os alunos deveriam “adquirir conhecimento em relação aos fatos ge- ográficos: dia e noite; luz e sombra; calor e frio; nuvens e chuvas...; localização da casa do aluno, situação em relação à outra, o caminho percorrido pelo aluno; planifica- ção (plantas simples da sala de aula e da casa)”. Explique quais eram as principais preocupações do currículo para o ensino da Geografia naquele momento. Questão 8: No pós-Guerra, novas perspectivas teóri- cas procuraram minar as certezas positi- vas. A progressiva penetração dos pres- supostos teóricos de Marx e Engels nas pesquisas das ciências humanas instituiu ricos debates, cruzando perspectivas dife- rentes e antagônicas. Quais foram as influ- ências das teorias críticas para a Geografia e seu ensino? Questão 9: A chamada geografia crítica, ancorada nos pressupostos teóricos marxistas, não deu conta de atender às questões subjetivas presentes na relação entre os indivíduos e os lugares. Qual a influência dos estudos sobre o imaginário social na constituição de novos objetos de estudos da Geografia? Questão 10: A filosofia positivista, que imprimiu na ban- deira brasileira o lema de “ordem e progres- so”, foi responsável pelo modelo epistemo- lógico que norteou a Ciência Geográfica até meados do século XX. Sua concepção determinista, que atribuíaao comporta- mento humano as mesmas relações inva- AGORAÉASUAVEZ 18 riáveis de causa e efeito que presidem as leis da natureza, mostrou-se ineficaz para explicar a complexidade social e cultural dos homens. Explique por que foi neces- sário superar este modelo epistemológico nos estudos geográficos? AGORAÉASUAVEZ Neste tema, você aprendeu sobre as transformações epistemológicas que ocorreram na Geografia, desde sua origem, a partir dos pressupostos positivistas, até a contemporaneidade. Você teve contato com as principais correntes teóricas e intelectuais que deram importantes contribuições para a Geografia. Compreendeu, também, quais foram as influências das demais ciências humanas e naturais para a Geografia e seus reflexos no ensino no Brasil. Este tema permitiu que você aprendesse mais sobre os principais elementos abordados pela Geografia Tradicional, Crítica e Cultural. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO 19 ARAÚJO; GLOTZ. O letramento digital enquanto instrumento de inclusão social e demo- cratização do conhecimento: desafio atuais. Revista Científica de Educação a Distância, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1., 2009. BACZKO, Bronislaw. A imaginação social. In: LEACH, Edmund et al. Anthropos-Homem. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985. BRASIL, MEC. SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: histó- ria, geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: geo- grafia. Brasília: MEC/SEF, 1998. BARROS, Nilson Cortez Crocia. Delgado de Carvalho e a geografia no Brasil como arte da educação liberal. 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Historicismo: conceito que designa o gosto romântico pelo tratamento de temas históricos, expresso no interesse de captar os momentos, os episódios, os caracteres que explicam a originalidade e genuinidade de cada nação. Designa a historicização fundamental de todo o pensamento acerca dos seres humanos, sua cultura e seus valores. O historicismo fundamenta-se na noção de que as configurações do mundo humano, em dado momento presente, sempre são o resultado de processos históricos de formação, os quais são passíveis de ser mentalmente reconstruídos e, portanto, compreendidos. O historicismo relaciona-se, portanto, com o nacionalismo. Imaginário: segundo Michel Maffesoli (2011, p. 75), o imaginário é uma força social de ordem espiritual, uma construção mental, que se mantém ambígua, perceptível, mas não quantificável. Para Cornélius Castoriadis (1982, p. 13), o imaginário é criação incessante e essencialmente indeterminada (social-histórica e psíquica) de figuras/formas/imagens, a partir das quais somente é possível falar-sede “alguma coisa”. Aquilo que denominamos “realidade” e “racionalidade” são seus produtos. GLOSSÁRIO 23 Lugar: na Geografia, o conceito de lugar está associado aos espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos: uma praça onde se brinca desde criança, a janela de onde se vê a rua, o alto de uma colina de onde se avista a cidade. O lugar é onde estão as referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes formas de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico. Modos de produção: o conceito de modos de produção para Karl Marx está relacionado com o modo pelo qual a humanidade se organiza para executar sua produção. O modo de produção está relacionado às forças produtivas materiais, que, por sua vez, condicionam o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina seu ser, mas, ao contrário, seu ser social é que determina sua consciência. Segundo Marx (1988, p. 9), “O modo de produção constitui um objeto abstrato formal que, no sentido rigoroso do termo, não existe na realidade. Os modos de produção capitalista, feudal, escravagista, constituem igualmente objetos abstrato formais, visto também não possuírem essa existência. De fato, existe apenas uma formação social historicamente determinada, isto é, um todo social – no sentido mais vasto – em dado momento de sua existência histórica”. Positivismo: é uma metodologia científica e também uma concepção filosófica que se difundiu primeiramente na Europa, em meados do século XIX. O Positivismo tomou as ciências naturais como modelo, com as ideias de neutralidade e infalibilidade científica, pela crença no progresso. Território: na Geografia, ele é representado por um sistema de objetos fixos e móveis, por exemplo, o sistema viário urbano representando o fixo e o conjunto dos transportes como os móveis. Ambos constituem uma unidade indissolúvel, mas que não se confundem. Outro exemplo pode ser a unidade formada pela moradia com a população. Territorialidade: o conceito de territorialidade representa a condição necessária para a própria existência da sociedade como um todo. Se o território pode ser considerado campo específico dos estudos e pesquisas geográficas, a territorialidade poderá também estar presente em quaisquer outros estudos das demais ciências. Dificilmente se pode pensar em um antropólogo, sociólogo, biólogo ou engenheiro civil, entre outros, que, em seu campo de estudos, não esteja trabalhando com o conceito de territorialidade (BRASIL, 1998). GLOSSÁRIO 24 GABARITO Questão 1 Resposta: Os alunos devem reconhecer a importância da subjetividade dos indivíduos em relação ao local. A forma como o espaço é interpretado depende das relações afetivas, imaginárias, estabelecidas com o espaço. Os alunos devem reconhecer que estas mudanças ocorreram determinadas por fatores culturais. A forma como os espaços são representados e imaginados determina a maneira como ele será ocupado. Os alunos devem identificar estes elementos na relação que as pessoas estabeleciam e estabelecem com o mar. Questão 2 Resposta: Alternativa C. Questão 3 Resposta: Alternativa C. Questão 4 Resposta: Alternativa D. Questão 5 Resposta: Alternativa A. Questão 6 Resposta: Deve-se reconhecer que a Geografia passou a ser considerada uma ciência, com métodos, instrumentos de análise e abordagens particulares. Buscava-se encontrar leis gerais que explicassem tanto o mundo natural como social, e a Geografia passou a ser considerada a ciência capaz de fazer esta interface, explicando as diferenças entre os povos a partir das dimensões naturais. 25 Questão 7 Resposta: Naquele momento, os programas de ensino estavam preocupados com a definição de um rol de conteúdos que precisavam ser seguidos. Os alunos precisavam adquirir o conhecimento, sem que existisse uma preocupação com a utilidade prática deste saber. Neste sentido, a memorização, o diagnóstico dos fatos e o estudo descritivo eram considerados muito importantes para o conhecimento geográfico. Questão 8 Resposta: Os dilemas do pós-Guerra e as contradições do mundo capitalista não eram satisfatoriamente explicados pelos pressupostos positivistas. As ciências humanas e sociais encontraram no marxismo as respostas que precisavam para compreender os modelos econômicos e sociais vigentes. A Geografia incorporou os estudos marxistas como instrumento de análise das concepções ideológicas, das relações entre sociedade, trabalho e natureza na produção e apropriação de lugares e territórios. A crescente urbanização (e seus desdobramentos), que marcou aquele período, foi amplamente estudada pela Geografia a partir dos pressupostos marxistas. As categorias de análise do marxismo como os modos de produção, os meios de produção, as relações sociais de produção, as forças produtivas, entre outros, ajudaram a compreender o espaço como produto de estruturas políticas, ideológicas e produtivas da sociedade. Questão 9 Resposta: Os estudos do imaginário são úteis para a Geografia na medida em que ajudam a explicar quais as relações afetivas, psicológicas e sensoriais que se estabelecem nos indivíduos e em seus espaços. As percepções e os significados que o homem atribui aos espaços, paisagens e lugares determinam a forma como ele interage com o meio. Questão 10 Resposta: O aluno deve discorrer sobre a importância de compreender o homem a partir de suas representações, mostrando que os sentidos, crenças e sensibilidades em relação ao meio em que vive devem ser valorizadas. As críticas feitas pelos teóricos marxistas também são fundamentais para compreender a ocupação do espaço a partir das relações materiais e produtivas. A superação do positivismo foi importante, pois permitiu amplas abordagens tanto em relação à esfera local quanto global, atendo-se às peculiaridades e singularidades das culturas, das relações entre o homem e o espaço em suas peculiaridades. Superar o positivismo significa dizer que as leis naturais não fornecem critérios válidos para explicar as relações entre os homens e seu espaço. Tal superação permitiu que a Geografia valorizasse as diferenças, e não mais as semelhanças. GABARITO seç ões Tema 02 Da Geografia Aprendida à Geografia Ensinada na Contemporaneidade Como citar este material: MARTELLI, Lindolfo Anderson. Fundamentos e Metodologia de História e Geografia: Da Geografia Aprendida à Geografia Ensinada na Contemporaneidade. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 02 Da Geografia Aprendida à Geografia Ensinada na Contemporaneidade 29 Conteúdo Nessa aula você estudará: • O ensino da Ciência Geográfica em seus mais variados aspectos: espacial, humano e natural. • A importância da valorização da subjetividade dos alunos para a compreensão do espaço geográfico. • A necessidade de relacionar teoria e prática no ensino da Geografia. • A importância dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da Geografia. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: Ensino de Geografia e História, dos autores Sônia Castellar, Jerusa Vilhena, Kátia Maria Abud, André Chaves de Melo Silva e Ronaldo Cardoso Alves, editora Cengage Learning (Coleção Ideias em Ação), 2010, Livro-Texto 492. Roteiro de Estudo: Lindolfo Anderson Martelli Fundamentos e Metodologia de História e Geografia 30 CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Qual a importância da observância aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da Geografia? • Qual a relação entre espaço e subjetividade? • Como é possívelutilizar as vivências do aluno na construção de conhecimento geográfico? • Quais os principais conceitos trabalhados pela Geografia? Da Geografia Aprendida à Geografia Ensinada na Contemporaneidade A educação deve acompanhar as demandas sociais e as transformações culturais de seu tempo, portanto, é imprescindível que os professores se mantenham atualizados, prestando atenção às possibilidades que se abrem para a crítica e revisão dos próprios conceitos e metodologias. A atualização constante deve ser uma prática inerente à condição docente. A revisão das práticas pedagógicas permite o reconhecimento e a atualização das concepções teóricas e metodológicas de ensino das disciplinas que servem de base para a formação dos alunos. Adotar esta postura é muito importante para que se reconheça o papel da Geografia como disciplina fundamental à compreensão do mundo em que se vive. É importante que o professor construa com seus alunos a noção de que é permanente a necessidade de conhecimentos novos relacionados à Geografia. Esses conhecimentos possibilitam a análise de diferentes sociedades e de suas interações com a natureza e o 31 LEITURAOBRIGATÓRIA espaço. A Geografia auxilia no entendimento do lugar em que se vive, do que aproxima ou distancia as pessoas de outros lugares, ou seja, permite que se tenha consciência dos vínculos afetivos e da identidade que se pode estabelecer com os espaços. Compreender a noção de espaço pressupõe considerar a subjetividade da paisagem como lugar, ou seja, ele precisa ser entendido enquanto produto de representações e sentidos atribuídos por aqueles que o constroem e que nele vivem. As representações imaginárias dos indivíduos sobre a paisagem precisam ser consideradas, daí a importância das vivências e memórias na delimitação do espaço. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da Geografia recomendam que no Ensino Fundamental o ensino priorize a noção de espaço, sendo que as categorias de território, região, paisagem e lugar sejam abordadas como seu desdobramento (BRASIL, 1998, p. 27). No Ensino Fundamental é muito importante que as práticas pedagógicas coloquem os alunos em contato com diferentes situações de vivência com os lugares. Essa prática possibilita a construção de compreensões novas e complexas a seu respeito. Recomenda-se que o aluno aprenda a “ler” o espaço à sua volta, identificando as transformações históricas que se sobrepõem materialmente no espaço. Espera-se que, desta forma, os alunos desenvolvam a capacidade de identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a relação estabelecida entre sociedade e natureza. A vivência do aluno com os diferentes lugares permite que ele contraste informações, reconheça diferenças ou aproximações entre um lugar e outro, desenvolva sensibilidades e relações afetivas a partir das vivências. Frequentemente, as crianças conhecem lugares diferentes, mas não são motivadas a refletir sobre os fatores históricos e culturais impressos nos lugares ou sobre as consequências da interferência humana na natureza. Na prática docente, as diferentes situações de vivência não podem ocorrer de maneira despretensiosa, distante dos objetivos pedagógicos, pelo contrário, devem ser pautadas por problematização, observação, descrição, registro, síntese, documentação, representação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que compõem a paisagem e o espaço geográfico. As diferentes situações de vivência devem proporcionar ao aluno a busca e formulação de hipóteses e explicações das relações, permanências e transformações que aí se encontram em interação. Nesta perspectiva, procura-se sempre a valorização da experiência do aluno. 32 É imprescindível o convívio do professor com o aluno em sala de aula, no momento em que pretender desenvolver algum pensamento crítico da realidade por meio da Geografia; todavia, o ensino e a reflexão não estão circunscritos apenas a este espaço. Os alunos precisam exercitar seus conhecimentos, sua capacidade de observar e refletir sobre os espaços que os cercam fora do contexto escolar. É fundamental que a vivência do aluno seja valorizada e que ele possa perceber que a Geografia faz parte de seu cotidiano, trazendo para o interior da sala de aula, com a ajuda do professor, sua experiência. Para tanto, o estudo da sociedade e da natureza deve ser realizado de forma interativa. No ensino, professores e alunos poderão procurar entender que tanto a sociedade como a natureza constituem os fundamentos com os quais paisagem, território, lugar e região são construídos. Para que este entendimento seja possível, o professor precisa criar e planejar situações de aprendizagem que permitam ao aluno conhecer e utilizar os procedimentos de estudos geográficos. As vivências do aluno com os lugares devem privilegiar a capacidade de observar, descrever e estabelecer relações. Este exercício pode ocorrer tanto na dimensão local quanto global, por meio do contato in loco com o lugar ou por meio de instrumentos midiáticos que trazem para o aluno lugares distantes, no espaço e no tempo. Estas ações são úteis na medida em que oportunizam refletir sobre os processos de construção dos diferentes tipos de paisagens, territórios e lugares. O professor não pode trabalhar com os níveis local e mundial de forma hierárquica. O espaço vivido pode não ser o real imediato, pois são muitos e variados os lugares com os quais os alunos têm contato, tanto a partir das vivências quanto por intermédio da mídia, dos livros e das imagens. Deve ser valorizada a capacidade do aluno de pensar e relacionar espaços diferentes. Os PCNs (1998, p. 30) sugerem que a compreensão de como a realidade local relaciona-se com o contexto global seja trabalhada e desenvolvida durante toda a escolaridade, de modo cada vez mais abrangente, desde os ciclos iniciais. O estudo da paisagem deve suscitar a curiosidade do aluno e não deve se restringir à mera constatação e descrição dos fenômenos que a constituem. É muito importante que o aluno compreenda que ele próprio faz parte do ambiente, que entenda que é tanto ativo quanto passivo diante das transformações das paisagens terrestres. Por meio da mediação pedagógica, o aluno precisa compreender os processos de interações entre a sociedade e a natureza, situando-as em diferentes escalas espaciais e temporais, comparando-as, conferindo-lhes significados. LEITURAOBRIGATÓRIA 33 Explorando o imaginário dos alunos, podem-se construir com eles mediações que permitam o desvelamento do mundo em que vivem, mostrando o quanto as experiências com seu próprio lugar são significativas e importantes, ou seja, deve-se permitir que redescubram seus próprios lugares e o mundo. As preocupações pedagógicas devem conduzir os alunos para que adquiram uma consciência conservacionista e ambiental não somente em seus aspectos naturais, mas também culturais, econômicos e políticos. Para Sonia Castellar (2005, p. 211), existe um vácuo entre a forma como os alunos se relacionam com o conhecimento e o que acontece em sala de aula. Para Castellar (2005), os objetivos da aprendizagem da Geografia na educação escolar devem privilegiar a capacidade de aplicação dos saberes geográficos nos trabalhos relativos a outras competências e, em particular, capacitar para a utilização de mapas e métodos de trabalho de campo. Devem também ampliar o conhecimento e a compreensão dos espaços nos contextos locais, regionais, nacionais, internacionais e mundiais e, em particular: − O conhecimento do espaço territorial. − A compreensão dos traços característicos que dão a um lugar sua identidade. − A compreensão das semelhanças e diferenças entre os lugares. − A compreensão das relações entre diferentes temas e problemas de localizações particulares. − A compreensãodos domínios que caracterizam o meio físico e a maneira como os lugares foram sendo organizados socialmente. − A compreensão da utilização e do mau uso dos recursos naturais. Um dos grandes problemas no ensino da Geografia está relacionado à falta de planejamento e fundamentação teórica nas aulas, que frequentemente se restringe aos manuais didáticos ou é permeado por discursos midiáticos repletos de senso comum e carregados de apelos discursivos que não apresentam corretamente a realidade. LEITURAOBRIGATÓRIA 34 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o texto: Proposta de Ensino de Geografia para o 3º ano do ensino fundamental da rede de Escolas Municipais de Presidente Prudente – SP, de autoria de Willian Henrique Martins, apresentado na XII Semana de Geografia e no VII Encontro de Estudantes de Licenciatura em Geografia da Unesp – Campus de Presidente Prudente. Disponível em: <http://docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/ensinodegeografiaeepistemologia/ TCEG10%20-%20Willian%20Henrique%20Martins.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. Conheça uma proposta de ensino de Geografia para o 3o ano do Ensino Fundamental. Leia o texto: Considerações sobre a elaboração de proposta de ensino de Geografia para o 4º ano das Escolas Municipais de Presidente Prudente, de autoria de Diego Ribeiro Oquendo Cabrero, apresentado na XII Semana de Geografia e no VII Encontro de Estudantes de Licenciatura em Geografia da Unesp – Campus de Presidente Prudente. Disponível em: <http://docs.fct.unesp.br/semanas/geografia/ensinodegeografiaeepistemologia/ REEG03-%20Diego%20Ribeiro%20Oquendo%20Cabrero.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. Conheça uma proposta de ensino da Geografia para 4o ano do Ensino Fundamental. Leia o artigo: Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar, escrito por Sonia Maria Vanzella Castellar. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32622005000200005>. Acesso em: 02 jan. 2014. Este texto que trata da aprendizagem e da didática no âmbito da geografia escolar, respaldado nas concepções teóricas da psicogenética. Acesse o Banco Internacional de Objetos Educacionais e faça o download (baixe) da animação: Mudanças Ambientais Globais - Mudanças Globais na Vegetação. 35 LINKSIMPORTANTES Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/2053>. Acesso em: 02 jan. 2014. Essa animação mostra os impactos do aquecimento global nas atividades humanas e no ecossistema, assim como evidencia que medidas são necessárias para diminuir esses efeitos. O computador precisa ter o programa Flash Player atualizado – disponível para download no próprio site. Acesse o Banco Internacional de Objetos Educacionais e faça o download (baixe) do software: À descoberta do ambiente. Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/11047>. Acesso em: 02 jan. 2014. O software apresenta animações de Geografia, nas quais o aluno poderá conhecer diferentes ambientes, como hemisférios, países, cidades, paisagens e seus dados geográficos, por meio de sua interação como turista. Neste recurso, o aluno recebe um personagem que o representará durante as atividades, as quais são divididas em cinco opções: agência de viagens, biblioteca, estação de correios, oficina de trabalho, entre outros. O computador precisa ter o programa Flash Player atualizado – disponível para download no próprio site. Vídeos Importantes Assista ao vídeo: Conceitos básicos da geografia - Abril Educação. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=9EiM0JePxro>. Acesso em: 02 jan. 2014. O professor José William Vassentini explica os conceitos mais importantes para o estudo da Geografia, entre eles, o de espaço, território, região, paisagem, linguagem cartográfica, entre outros. Assista ao documentário: A Floresta Ensina Você. Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_ id=8885>. Acesso em: 02 jan. 2014. Este vídeo é uma produção especial da TV Escola para a 3a Semana do Meio Ambiente, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. O documentário produzido no Ano Internacional das Florestas (2011) buscou mostrar não só a Amazônia e seus recursos naturais, mas também o espaço habitado e a maneira como as pessoas vivem ali. A série de documentários A Floresta e Você destaca como a floresta inspira, abriga, cura e mobiliza as populações tradicionais e a sociedade em geral na região. O documentário mostra a 36 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ Escola da Floresta (Instituto Dom Moacyr), em Rio Branco, no Acre, e seu método de ensino especialmente para as comunidades da floresta. Assista ao documentário: Água. Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_ id=12613>. Aceso em: 02 jan. 2014. O vídeo foi produzido para a 4a Semana de Meio Ambiente da TV Escola, cuja temática procurou abordar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio +20, tendo a cada dia da semana um subtema específico a ser tratado em cada quadro. O programa exibe o segundo episódio da série Consciência Ambiental, uma produção da TV Escola, além dos quadros: Fique Sabendo – de onde vem a água, Por dentro da Rio + 20, Seja um Consumidor Sustentável, Eco Ação sobre o projeto de captação de água da chuva da Escola Joaquim Nabuco em Missal - PR, Bate-Papo com o biólogo Clóvis Castro sobre o Projeto Coral Vivo e os vídeos autorais participantes do Concurso Ecovídeo das Escolas. LINKSIMPORTANTES 37 Questão 1: O ensino da Geografia nas séries iniciais deve privilegiar a leitura da paisagem, as saídas a campo e a análise do ambiente. A partir de seus conhecimentos, explique como é possível ensinar Geografia fora da sala de aula. Questão 2: Os estudos geográficos na contemporanei- dade têm destacado a importância da valo- rização dos elementos subjetivos dos sujei- tos como componentes fundamentais para a compreensão do espaço. Neste sentido, a Geografia está preocupada com: a) A descrição detalhada do espaço, tal como ele é. b) O significado que os sujeitos atribuem ao espaço. c) A produção de mapas e relatórios. d) Os sonhos de um mundo mais justo. e) A preservação do meio ambiente. Questão 3: Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da Geografia propõem a valoriza- ção das subjetividades dos alunos. Entre as atividades, a seguir, indique aquela que não atende a esta proposta: a) Saídas a campo para observação e análise da paisagem. b) Valorização dos conhecimentos prévios do aluno. c) Elaboração de mapas mentais. d) Exercícios de memorização. e) Descrição do bairro onde mora. Questão 4: De acordo com Sônia Castellar (2005, p. 211), os objetivos da aprendizagem da Ge- ografia na educação escolar devem privi- legiar a capacidade de aplicação dos sa- beres geográficos nos trabalhos relativos a outras competências e, em particular, capa- citar para a utilização de mapas e métodos de trabalho de campo. Indique a alternativa que não está relacionada aos objetivos da aprendizagem geográfica: a) Compreensão dos traços característi- cos que dão a um lugar sua identidade. b) Compreensão das semelhanças e diferenças entre os lugares. c) Compreensão das relações entre diferentes temas e problemas de localizações particulares. d) Compreensão dos domínios que caracterizam o meio físico e a maneiracomo os lugares foram sendo organizados socialmente. AGORAÉASUAVEZ 38 e) Compreensão dos gráficos e símbolos cartográficos. Questão 5: Uma professora preparou suas aulas com materiais didáticos e conteúdos que pro- curavam refletir sobre a produção de ener- gia no Brasil. Os textos, imagens e mapas mostravam que a busca por energia tem impulsionado a construção de hidroelétri- cas em várias regiões do país, o que leva à desocupação e ao alagamento de grandes áreas, geralmente habitadas por famílias ou pequenas comunidades. Indique, entre as alternativas a seguir, caminhos possí- veis para trabalhar este tema: I. Representação cartográfica das áreas relacionadas à construção da hidroelétrica. II. Identificação dos impactos socioambientais. III. Levantamento dos traços característicos que dão ao lugar sua identidade. IV. Análise dos significados atribuídos pelos habitantes ao espaço em que viviam. V. Abordagem das questões relativas ao Consumo como tema transversal. a) Os itens I, III, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens II, III e V estão corretos. d) O item III está incorreto. e) Todas as alternativas estão corretas. Questão 6: O trajeto do aluno da sua casa até a escola pode ser amplamente útil para a compreen- são do espaço geográfico. Que elementos podem ser explorados deste percurso para a compreensão de conceitos geográficos? Questão 7: O ensino da Geografia não pode estar cir- cunscrito à sala de aula. Neste sentido, ex- plique o porquê de as saídas a campo e as vivências dos alunos serem importantes para a compreensão do espaço geográfico. Questão 8: As atividades pedagógicas que exploram a representação de mapas mentais pelos alunos permitem que sejam avaliadas as categorias abstratas dos elementos que fa- zem parte da paisagem e do ambiente. Ex- plique como é possível reconhecer em um mapa mental elaborado por uma criança as categorias abstratas representadas. AGORAÉASUAVEZ 39 Questão 9: Muitos professores de Ensino Fundamen- tal procuram trabalhar com a cartografia, propondo que o aluno contorne mapas e decore o nome de regiões e lugares. Expli- que por que esta metodologia não atende adequadamente aos objetivos pedagógi- cos do ensino da Geografia. Questão 10: Um dos métodos de ensino da Geografia é a proposição de problemas para que os alunos encontrem estratégias para resolvê- lo. Explique por que as atividades didáticas cujo foco é a resolução de problemas são adequadas para o ensino da Geografia? AGORAÉASUAVEZ Neste tema, você aprendeu que a Geografia é uma ciência que congrega conhecimentos de outros campos do saber. Você compreendeu, ainda, que o professor de Geografia deve valorizar a subjetividade de seus alunos, buscando construir conhecimentos que sejam significativos para eles. Este tema contribuiu para que você compreenda a importância dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da Geografia. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO 40 Hipóteses: aquilo que é possível que se verifique ou aconteça, tendo em vista certas circunstâncias e suposições. Identidade: o conceito de identidade tem sido muito discutido ao longo do tempo e abriga diversas versões de cunho psicológico, filosófico, antropológico ou sociológico. A noção de identidade estava associada à concepção de um sujeito unificado. Para Stuart Hall (2002), existem pelo menos três concepções de identidade: a do sujeito do iluminismo, a do sujeito sociológico e a do sujeito pós-moderno. In Loco: locução latina que significa no próprio local. Paisagem: a categoria paisagem tem um caráter específico para a Geografia, distinto daquele utilizado pelo senso comum ou por outros campos do conhecimento. É definida como uma unidade visível do território, que possui identidade visual, caracterizada por fatores de ordem social, cultural e natural, contendo espaços e tempos distintos; o passado e o presente. A paisagem é o velho no novo e o novo no velho! É nela que estão expressas as marcas da história de uma sociedade, fazendo da paisagem um acúmulo de tempos desiguais. Representações: o historiador Roger Chartier (1990) propõe que as representações dizem respeito à forma como os indivíduos organizam os esquemas de percepção a partir dos quais eles classificam, julgam e agem. GLOSSÁRIO 41 Questão 1 Resposta: O ensino da Geografia pode ser realizado a todo o momento, seja em um passeio onde o aluno consegue analisar a paisagem, relacionar os elementos humanos e naturais ou em aulas ao ar livre no próprio pátio da escola. Grande parte do conhecimento relacionado à Geografia passa pelo olhar, portanto, toda atividade que privilegie a observação e análise da paisagem é útil para o ensino da Geografia. Questão 2 Resposta: Alternativa B. Questão 3 Resposta: Alternativa D. Questão 4 Resposta: Alternativa E. Questão 5 Resposta: Alternativa E. Questão 6 Resposta: Os conhecimentos adquiridos visualmente pelo aluno podem ser úteis para a compreensão do espaço geográfico. Espera-se que seja exercitada a capacidade de “leitura” do espaço pelo aluno, que ele desenvolva a capacidade de refletir sobre os aspectos da realidade, que compreenda a relação que se estabelece entre sociedade e natureza. Podem ser exploradas as dimensões afetivas do aluno com o espaço, as transformações históricas que se sobrepõem materialmente no espaço, a observação, descrição, registro, síntese, documentação, representação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais e/ou naturais que compõem a paisagem e o espaço geográfico. GABARITO 42 GABARITO Questão 7 Resposta: As vivências dos alunos com os diferentes lugares permitem que ele contraste informações, reconheça diferenças ou aproximações entre um e outro lugar, desenvolva relações afetivas a partir das vivências, reflita sobre os fatores históricos e culturais impressos nos lugares e sobre a relação entre a sociedade e a natureza. Estes conhecimentos favorecem o conhecimento de si, enquanto sujeitos sociais, construtores do seu próprio espaço e história no que concerne à cidadania. As diferentes situações de vivência devem proporcionar ao aluno a busca e formulação de hipóteses e explicações das relações, permanências e transformações que aí se encontram em interação. Questão 8 Resposta: O mapa mental permite explorar as relações afetivas que se estabelecem entre o indivíduo e a paisagem. Os trajetos e pontos de referências representados possuem uma relação hierárquica de inclusão de classes. A proporção dos objetos pode indicar a afinidade subjetiva da criança com o elemento representado. A definição das cores, a proximidade que estabelece entre os elementos que representam segurança ou perigo com a própria casa ou lugares que costuma frequentar. As afinidades eletivas da criança com os locais representados, entre outros. Questão 9 Resposta: O ensino da cartografia deve privilegiar a assimilação de conceitos como escala, distância, visão lateral, oblíqua, vertical e horizontal, simbologia, entre outros. O ensino da cartografia não pode estar associado a uma atividade mecânica e sem objetivo conceitual. A cartografia não deve ser meramente ilustrativa e informativa, ela deve ser utilizada como uma importante ferramenta de dominação do espaço para quem dela faz uso. O contato do aluno com informações que sejam significativas para ele resultarão em conhecimentos adquiridos, e, consequentemente, isto envolve a memorização. É importante que o aluno aprenda vivenciando, praticando, construindo em parceria com o professor e colegas o próprio conhecimento, sem a obrigatoriedadede “gravar” informações. Cabe ao professor desenvolver situações de aprendizagem que sejam significativas e que despertem a curiosidade e o interesse do aluno. Privilegiar o ensino da Geografia a partir da memorização resulta em sujeitos sem capacidade crítica. 43 Questão 10 Resposta: Ao se deparar com um problema a ser solucionado, o aluno passa a desenvolver hipóteses e a mobilizar conhecimentos para sua resolução. As atividades que envolvem problemas desenvolvem a capacidade crítica do aluno, seu raciocínio e a habilidade de resolver situações práticas. GABARITO
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