Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundamentos e Metodologia de História e Geografia Autor: Lindolfo Anderson Martelli Tema 08 História, Temas Transversais e os Desafios da Interdisciplinaridade seç ões Tema 08 História, Temas Transversais e os Desafios da Interdisciplinaridade Como citar este material: MARTELLI, Lindolfo Anderson. Fundamentos e Metodologia de História e Geografia: História, Temas Transversais e os Desafios da Interdisciplinaridade. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 08 História, Temas Transversais e os Desafios da Interdisciplinaridade 5 CONTEÚDOSEHABILIDADES Conteúdo Nessa aula você estudará: • Os Parâmetros Curriculares Nacionais e a preocupação com os temas transversais e a interdisciplinaridade. • Os objetivos do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. • As contribuições dos historiadores da geração dos Annales. • A história e seu caráter interdisciplinar. • Os eixos temáticos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de História. • As Diretrizes Curriculares Nacionais e a preocupação com a interdisciplinaridade. • Propostas metodológicas e estratégias de ensino de História. Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: Ensino de Geografia e História, dos autores Sônia Castellar, Jerusa Vilhena, Kátia Maria Abud, André Chaves de Melo Silva e Ronaldo Cardoso Alves, editora Cengage Learning (Coleção Ideias em Ação), 2010, Livro-Texto 492. Roteiro de Estudo: Lindolfo Anderson Martelli Fundamentos e Metodologia de História e Geografia 6 CONTEÚDOSEHABILIDADES História, Temas Transversais e os Desafios da Interdisciplinaridade A educação brasileira perpassou diferentes fases e se apresenta hoje com propostas de inclusão e promoção da cidadania. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) procuram assegurar a permanência, a qualidade, o aporte teórico, as novas formas metodológicas e a formação continuada de professores. Entre as propostas apresentadas pelos PCNs que indicam esta preocupação estão os Temas Transversais, que devem ser abordados por todas as disciplinas: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo. As transformações sociais, econômicas, políticas, culturais e a nova legislação incentivaram a renovação curricular, a construção de Projetos Político-Pedagógicos e dos Planos de Estudos pelos professores. Estas buscas suscitaram novos interesses por referências teóricas e alternativas metodológicas de caráter interdisciplinar. Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Qual a importância da interdisciplinaridade no Ensino Fundamental? • O que são temas transversais? • Quais temas transversais podem ser trabalhados na escola? • Como trabalhar conceitos históricos a partir da infância? • Quais eixos temáticos devem ser contemplados pela História no Ensino Fundamental? • Como ensinar conceitos e conteúdos históricos sem ser especialista? • Quais fontes podem ser utilizadas para o ensino de História? LEITURAOBRIGATÓRIA 7 LEITURAOBRIGATÓRIA De acordo com Celso Antunes (2003), a adoção dos temas transversais precisa levar em consideração o aluno e seu universo. O aluno precisa ser partícipe do processo, a fim de que compreenda o mundo, as questões da atualidade, suas origens, as diversas respostas e explicações para determinado fato. Desta forma, ele conseguirá perceber que podem existir diversas explicações para uma mesma realidade e que seu compromisso é ouvi- las e questioná-las. Este exercício pedagógico permitirá maior lucidez e discernimento da sociedade e da própria vida. Antunes (2003) ressalta que os temas transversais constituem-se em espaço-tempo privilegiado para expressar dúvidas e opiniões, fundamentais para aprimorar a capacidade de aprender a aprender. Os objetivos e conteúdos dos temas transversais devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho educacional da escola. Celso Antunes (2003, p. 62) compreende, a respeito da utilização dos temas transversais na educação brasileira, que sua importância em todas as disciplinas e em todos os níveis de escolaridade é altamente expressiva, ainda mais nas aulas de História, uma vez que os objetivos dos temas transversais, em muitos pontos, fundem-se dos próprios objetivos da disciplina. Sendo assim, amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira de hoje, correspondendo a questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana. O documento que orienta e estabelece os parâmetros e referenciais didáticos e pedagógicos que precisam ser trabalhados com as crianças na escola é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). O objetivo do documento é apontar metas de qualidade para que as crianças tenham um desenvolvimento saudável e integral de sua identidade. O RCNEI contempla os conteúdos históricos na medida em que busca garantir a socialização das crianças e o respeito às diversidades. Segundo o RCNEI: O desenvolvimento da identidade e da autonomia está intimamente relacionado com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação nos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias. Isso pode ocorrer nas instituições de Educação Infantil que se constituem, por excelência, em espaço de socialização, pois propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado de experiência educativa (BRASIL, 1998, v. 2, p. 11). 8 O RCNEI propõe que sejam respeitados os direitos das crianças e que sejam consideradas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas. Além dos aspectos relacionados à identidade, deve-se garantir o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil, e proporcionar a elas acesso a bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética. Deve haver a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, garantindo os cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1988, v. 1, p. 13). O ingresso na instituição de educação infantil pode alargar o universo inicial das crianças, em vista da possibilidade de conviverem com outras crianças e com adultos de origens e hábitos culturais diversos, de aprender novas brincadeiras, de adquirir conhecimentos sobre realidades distantes (BRASIL, 1998, v. 1, p. 13). O RCNEI possui objetivos muito próximos dos estabelecidos pela disciplina de História, uma vez que procura privilegiar a interdisciplinaridade na construção dos sujeitos, valorizando a exposição do aluno a diferentes contextos culturais e realidades. Estes elementos contribuem para que o aluno compreenda as relações de alteridade presentes nos meios sociais, se reconheça como integrante de uma sociedade composta por sujeitos distintos e compreenda melhor o mundo em que vive. O desenvolvimento da consciência histórica resulta em aceitação dos outros e de suas diferenças e particularidades. Estas sensibilidades desenvolvidas na infância contribuem para o desenvolvimento de conceitos que serão trabalhados pela História. Para que seja incorporada pelas crianças, a atitude de aceitação do outro em suas diferenças e particularidades precisa estar presente nos atos e atitudes dos adultos com quem convivem na instituição. Começando pelasdiferenças de temperamento, de habilidades e de conhecimentos, até as diferenças de gênero, de etnia e de credo religioso, o respeito a essa diversidade deve permear as relações cotidianas (BRASIL, 1998, v. 1, p. 41). Segundo Silva e Fonseca (2010), os materiais didáticos atuais para o ensino de História nos anos iniciais visam promover a consciência histórica ao mesmo tempo em que desenvolvem as capacidades e competências de leitura, vocabulário, compreensão de gêneros textuais e produção de textos. Para que os livros didáticos de História façam parte do documento Guia de Livros Didáticos – PNLD, é necessário que explorem o domínio da leitura e da escrita da língua portuguesa, ou seja, tão importante quanto compreender conceitos e conteúdos históricos é adquirir a capacidade leitora e de escrita. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 Cabe ao professor aplicar adequadamente metodologias de ensino que levem os alunos a relacionar conteúdos de diferentes disciplinas em questões que sejam significativas para eles, vinculadas direta ou indiretamente às suas experiências de vida. Os alunos devem adquirir a capacidade de relacionar suas próprias experiências com as experiências alheias, distantes no tempo e no espaço. O ensino infantil deve privilegiar conteúdos históricos por intermédio de fontes diversas, por meio de livros didáticos em diálogo com outras fontes de estudo, como acervos de museus, arquivos, livros não didáticos, produções literárias, periódicos do cotidiano, com as próprias memórias e as das pessoas que o cercam, entre outros. As propostas teóricas e metodológicas decorrentes das abordagens da Nova História Cultural foram incorporadas, em parte, pelos PCNs, que buscaram orientar a proposição de conteúdos a partir de eixos temáticos, e não mais por categoriais conceituais que serviam para explicar tudo a partir das relações econômicas ou fundamentadas em uma teleologia da história. Os eixos temáticos foram divididos em História local e do cotidiano (1o ciclo) com dois subitens: localidade e comunidades indígenas; e História das organizações populacionais (2o ciclo) com os subitens: deslocamentos populacionais, organizações e lutas de grupos sociais e étnicos, organização histórica e temporal. A opção de organizar os conteúdos por eixos temáticos também se manteve nos PCNs voltados para os anos finais do Ensino Fundamental, editados em 1998. Ao professor da disciplina escolar História é sugerido trabalhar com História das relações sociais, da cultura e do trabalho (3o ciclo), com a seguinte subdivisão: as relações sociais, a natureza e a terra e as relações de trabalho; a História das relações sociais, da cultura e do trabalho e, finalmente, o trabalho com a História das representações e das relações de poder (4o ciclo) com os subitens: nações, povos, lutas, guerras e revoluções; cidadania e cultura no mundo contemporâneo (MAGALHÃES, 2006, p. 59). As diretrizes curriculares, bem como os PCNs para o ensino de História e Geografia, possuem uma característica comum: foram organizados a partir da definição de competências e habilidades a serem desenvolvidas, ou seja, as diretrizes curriculares e os PCNs não centram suas preocupações didático-pedagógicas em conteúdos específicos da área de conhecimento, todavia destacam a importância de se desenvolver procedimentos que permitam ao aluno aprender a conhecer. Grande parte das diretrizes não faz qualquer menção aos conteúdos a serem trabalhados, listando somente competências e habilidades que devem ser privilegiadas. É importante ressaltar que não há consenso entre os educadores LEITURAOBRIGATÓRIA 10 brasileiros no que diz respeito à organização de currículos a partir de competências e habilidades. Há fortes dúvidas acerca de como, consensualmente, defini-las em áreas menos procedimentais, como é o caso de História. Ao se referir a essa temática, Bozzetto (1999, p. 83) esclarece: A sociedade humana vive, hoje, problemas que não podem mais ser ignorados pela escola. Esses problemas assumem dimensões e características cada vez mais amplas e diversificadas em virtude dos acelerados avanços científicos, tecnológicos, informacionais e de comunicação, que promovem mudanças nos valores de convivência humana, difundindo diversificadas culturas, estimulando desejos e necessidades, antes, impensados. Concomitantemente, a vida social é permeada por problemas cruciais na área da saúde, da segurança, da habitação, do tráfico e consumo de drogas, da poluição, da destruição do meio ambiente, entre outros, gerados por modelos econômicos equivocados, que dificultam a sobrevivência humana, promovem, cada vez mais, a exclusão social e encaminham para a destruição da vida planetária. As Diretrizes Curriculares Nacionais buscam aproximar as disciplinas com vistas a desenvolver a interdisciplinaridade. Ao se ensinar conteúdos históricos, é possível trabalhar aspectos geográficos, filosóficos, biológicos, literários, musicais, entre tantos outros. A história trata de questões que envolvem os vestígios humanos no tempo; logo, toda e qualquer produção humana é transpassada por saberes e ações que envolvem disciplinas distintas, sendo, portanto, objeto de investigação histórica. A interdisciplinaridade é muito importante para a difusão do conhecimento, pois requer o diálogo, a interação, a valorização de saberes distintos, a superação das fronteiras disciplinares. A interdisciplinaridade busca, fundamentalmente, a relação entre as disciplinas no momento de enfrentar temas de estudo. De acordo com Hernández (1998), pode-se situar a prática interdisciplinar em pelo menos dois pontos: • Como forma de sabedoria, como um sentido do conhecimento que se baseia na busca de relações que ajude a compreender o mundo no qual se vive a partir de uma dimensão de complexidade. • Como referência epistemológica que restabelece ”o pensamento atual como problema antropológico e histórico chave”, o que leva a abordar e pesquisar problemas que vão além da compartimentação disciplinar. Para Perrenoud (1997), a interdisciplinaridade exige a modificação dos hábitos de alunos e professores, uma vez que se faz necessária a mobilização de esforços para envolver LEITURAOBRIGATÓRIA 11 conteúdos. No modelo disciplinar, a produção do conhecimento é individual, enquanto no modelo interdisciplinar devem ser fomentadas as trocas de saberes, as relações interpessoais, as parcerias metodológicas. A definição das abordagens por meio das quais serão trabalhados determinados assuntos deve ser alinhada com todos os professores envolvidos no projeto ou na proposta interdisciplinar estabelecida. De acordo com Selva Guimarães Fonseca (2010, p. 9-10), a docência da História deve estar permeada por duas questões: o que ensinar e como ensinar. Para elucidar melhor essas questões, Fonseca (2010) elencou algumas propostas metodológicas e estratégias de ensino que têm refletido positivamente na educação de crianças e jovens. Entre essas estratégias e propostas metodológicas estão: - O alargamento do campo da História ensinada. O universo de temas, problemas de estudo e fontes utilizadas para o ensino da História foi muito ampliado nos últimos anos. - A pluralidade de leituras acessíveis a crianças e jovens. A história produzida na academia, outrora restrita a pesquisadores, tem sido cada vez mais debatida, ensinada e acessível a todos os níveis escolares, presente em textos didáticos e paradidáticos, periódicos, meios eletrônicos, filmes e outros materiais de ampla divulgação. - As práticas interdisciplinares. O trabalho pedagógico por meio de projetos de ensino que articulem temas históricos aos demais componentes curriculares tem sido um importante aliado na disseminação do saber e na compreensão do mundo em sua complexidade. Bittencourt (2004) reconhece a importância da interdisciplinaridade, com as articulações inerentes entre a vida social e a natureza física e biológica... No entanto, alerta para a necessidadede preservar um conhecimento escolar que aborde temas interdisciplinares em profundidade. “Cada disciplina tem uma contribuição específica [...], o que exige do docente um aprofundamento do seu campo de conhecimento específico e ao mesmo tempo desencadeia um trabalho metodológico conjunto” (BITTENCOURT, 2004, p. 256 apud FONSECA, 2010, p. 9). - A produção de saberes históricos na sala de aula por meio de projetos. Os projetos voltados para o ensino da História são muito importantes para a construção do conhecimento a partir da pesquisa. O desafio dos projetos está relacionado à produção intelectual de relações históricas por meio das fontes; não se trata de copiar ou aglutinar trechos produzidos por outras pessoas, mas de exercitar a capacidade de produção, de confrontação de fontes, de elaboração de hipóteses, de problematizar os conteúdos e publicar os resultados. LEITURAOBRIGATÓRIA 12 - O trabalho pedagógico de construção de conceitos nas aulas de História. A construção conceitual está transpassada pelas representações do sujeito que analisa, interpreta e produz conhecimento histórico. Alguns conceitos, como o de tempo histórico e espaço, sociedade e relações sociais, trabalho e cultura, são imprescindíveis para a compreensão histórica e devem ser desenvolvidos desde a infância. A construção conceitual pode ser realizada levando em consideração a realidade dos alunos, o cotidiano, a sociedade em que vivem. Essa construção pode envolver memórias, histórias de vida, história oral, fontes documentais e materiais que dizem respeito à história da criança, de sua família e comunidade. - A educação patrimonial. A cultura material deve ser privilegiada no ensino da História. Por este motivo, é muito importante o trabalho pedagógico que explora artefatos e lugares da memória, como museus, arquivos, monumentos, objetos, sítios arqueológicos, centros históricos, parques, espaços rurais e urbanos, entre outros. A cultura imaterial também deve ser privilegiada no ensino da História, daí a necessidade de trabalhar com festas populares, cantigas, contos folclóricos, hábitos e costumes, alimentos, modos de falar, vestir e se comportar, entre outros. Antes mesmo de ser inserido no espaço escolar, o aluno tem contato com muitos elementos que compõem o patrimônio material e imaterial da sociedade. Esses patrimônios compõem a riqueza e a diversidade cultural de diferentes grupos étnicos, culturas e grupos sociais, sendo muito úteis para a valorização das diferentes culturas, para a desconstrução de preconceitos e promoção da tolerância e o respeito. - A incorporação e diversificação de diferentes fontes, linguagens e artefatos da cultura contemporânea no processo de ensino e aprendizagem. O ensino da História congrega muitos saberes e conceitos que a criança possui, oriundos de seu processo de socialização. Esses conceitos podem ser (des)construídos no cotidiano escolar, a partir da análise e do diálogo com as fontes de estudos. As metodologias para o ensino de História, na atualidade, exigem permanente atualização, investigação, incorporação de diferentes fontes e respeito às especificidades de cada uma delas. Desta forma, o professor precisa estar atento às fontes que cercam a vida do aluno, entre elas, rádio, televisão, Internet, literatura, cinema, fontes orais, monumentais, museus, arquivos, canções, fontes iconográficas, entre outras, como possibilidades de ampliar as estratégias de ensino da História. Os PCNs de História para o Ensino Fundamental propõem o desenvolvimento das seguintes competências e habilidades: estabelecer relações históricas entre o passado e o tempo presente; situar os conhecimentos históricos em múltiplas temporalidades; reconhecer semelhanças, diferenças, mudanças e permanências, conflitos e contradições sociais em/ LEITURAOBRIGATÓRIA 13 entre diversos contextos históricos; dominar procedimentos de pesquisa, lidando com fontes textuais, iconográficas, sonoras e materiais; valorizar o patrimônio sociocultural e o direito à cidadania, respeitando a diversidade social, étnica e cultural dos povos, entre outros. Estes objetivos contrapunham o modelo teórico e didático da escola tradicional, voltados para a aquisição cumulativa de informações, com a preocupação de ordenar fatos e estabelecer relação direta de causa e efeito, presa à cronologia linear, centrada em um discurso etnocêntrico, privilegiando a curta duração e destacando os feitos de homens, brancos, em uma visão heroicizada e idealizada da História (CAIMI, 2006, p. 20). LEITURAOBRIGATÓRIA LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo: O Ensino de História nas Séries Iniciais, escrito por Jean Carlos Cerqueira Pereira. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada10/_files/ VOvTHqqQ.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. O artigo discute o ensino de História nas séries iniciais, considerando sua relevância para a formação do indivíduo, bem como o papel do professor de História na contribuição para a consciência crítica e descoberta de si como agente de transformação social, com o poder de intervir na sociedade. Ideias são discutidas, com base em diversos autores, para corroborar a importância do estudo e ensino de História nas séries iniciais. Leia o artigo: História e Meio Ambiente: Considerações sobre a Formação Continuada em Pesquisa, Ensino e Aprendizagem, escrito por Paulo Henrique Martinez. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/historiaemeioambiente.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada10/_files/VOvTHqqQ.pdf http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada10/_files/VOvTHqqQ.pdf http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/historiaemeioambiente.pdf 14 LINKSIMPORTANTES O artigo visa contribuir para a formação continuada de professores do Ensino Fundamental e Médio e de outros profissionais na área de História, para a iniciação na pesquisa das relações entre ser humano, natureza e sociedade e para a elaboração de material didático sobre o tema transversal “Meio Ambiente” para escolas da rede pública. Leia o plano de aula: Explorando a linguagem oral com o filme “Narradores de Javé”, desenvolvido pela professora Tainá Novaes de Senne. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/explorando-linguagem- oral-filme-narradores-jave-639249.shtml>. Acesso em: 02 jan. 2014. O plano de aula leva os alunos à compreensão da utilização de fontes e documentos históricos. Leia a resenha do livro: ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes, os filmes na história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010. 262p., elaborada por Francisco das Chagas Fernandes Santiago Júnior. Disponível em: <http://ref.scielo.org/ysyfbb>. Acesso em: 02 jan. 2014. O livro escrito pelo historiador canadense Robert Rosenstone apresenta novas questões sobre a visão cinematográfica da história. O texto oferece um painel das dificuldades que os historiadores criam quando lidam com cinema. Esta resenha pretende expor a importância do livro e, ao mesmo tempo, apontar a “hesitação” que ainda acompanha a reflexão sobre as relações entre história e cinema. Vídeos Importantes Assista ao vídeo: Conceitos Ambientais na Escola. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=lCOk_hvHDjM>. Acesso em: 02 jan. 2014. O vídeo apresenta uma entrevista de Ederson Granetto à pesquisadora Claudia Ferreira. A entrevista aborda a temática da compreensão dos conteúdos ambientais pelos professores das escolas públicas de São Paulo. Assista ao vídeo: Relações de Gênero na Escola. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=y1fDkuGrJzw>. Acesso em: 02 jan. 2014. O vídeo debate a relação entre gêneros na escola e a importância dessa temática para a comunidade escolar. Também serão discutidas as diferentes metodologias a serem adotadas pelo professor em seu trabalho pedagógico, com o objetivo de incentivar o respeito e a http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/explorando-linguagem-oral-filme-narradores-jave-639249.shtmlhttp://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/explorando-linguagem-oral-filme-narradores-jave-639249.shtml http://ref.scielo.org/ysyfbb http://www.youtube.com/watch?v=lCOk_hvHDjM http://www.youtube.com/watch?v=y1fDkuGrJzw 15 LINKSIMPORTANTES igualdade de direitos entre os gêneros. As entrevistadas são Melissa Colbert Bello (Técnica Pedagógica NGDS/SEED) e Cybelle Martins de Lara (Socióloga/Educadora). Assista ao vídeo: Educação para Igualdade de Gênero. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=csWXg_Xt3A8>. Acesso em: 02 jan. 2014. O vídeo procura problematizar questões como: quais são as expectativas sociais em torno de meninas, meninos, homens e mulheres? De que forma elas são produzidas e reproduzidas na escola? As questões de gênero e sexualidade no campo da educação você encontra na série Educação para Igualdade de Gênero, do Salto para o Futuro. Assista ao vídeo: História da África/Cultura Afro-brasileira. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=q_Y_mCFvA-4&list=PL6CFC7D6A0E7 535C6&index=34>. Acesso em: 02 jan. 2014. O vídeo apresenta a entrevista de Ederson Granetto com a historiadora Marina de Mello e Souza, do departamento de História da Universidade de São Paulo, sobre a inclusão no currículo das escolas brasileiras do ensino da cultura e da história afro-brasileira. Em 2003, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação foi alterada para determinar essa inclusão, privilegiando a História da África e dos africanos, a vida dos negros no Brasil, a Cultura Negra Brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. No segundo bloco do programa, a entrevistada é a antropóloga Rachel Rua Bakke, que fala sobre o ensino da cultura afro- brasileira nas escolas e sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores ao tratar do tema. Assista ao vídeo: Ética e Cidadania. Este vídeo apresenta uma entrevista com o Prof. Pedro Goergen, titular aposentado da Faculdade de Educação da Unicamp, sobre seu texto: “Educação Moral Hoje: cenários, perspectivas e perplexidades”. O professor fala sobre a função da escola na transmissão de valores nos dias de hoje. Parte 1 – Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=gjSz2QE72cw>. Acesso em: 02 jan. 2014. Parte 2 – Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=cMxXs8K4LYE>. Acesso em: 02 jan. 2014. Parte 3 – Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Cv1OJ7m0j4s>. Acesso em: 02 jan. 2014. http://www.youtube.com/watch?v=csWXg_Xt3A8 http://www.youtube.com/watch?v=q_Y_mCFvA-4&list=PL6CFC7D6A0E7535C6&index=34 http://www.youtube.com/watch?v=q_Y_mCFvA-4&list=PL6CFC7D6A0E7535C6&index=34 http://www.youtube.com/watch?v=gjSz2QE72cw http://www.youtube.com/watch?v=cMxXs8K4LYE http://www.youtube.com/watch?v=Cv1OJ7m0j4s 16 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: Muitas pessoas pensam que a História es- tuda somente o passado. A partir de seus conhecimentos, explique por que esta afir- mação precisa ser desconstruída. Questão 2: Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) propõem o ensino da His- tória a partir de eixos temáticos. Indique quais são os eixos temáticos sugeridos pelo documento: a) História local e do cotidiano – História das organizações populacionais – História das relações sociais, da cultura e do trabalho e História das representações e das relações de poder. b) História das Américas – História da África – História Europeia – História da Ásia e Oceania. c) História dos ciclos econômicos – História das culturas – História das ideias. d) História mundial – História nacional – História regional – História local. e) História local, nacional e global – História dos movimentos sociais e políticos – História da vida privada e do cotidiano – História das ideias. AGORAÉASUAVEZ 17 Questão 3: A história trata das questões que envolvem os vestígios humanos no tempo; logo, toda e qualquer produção humana é transpas- sada por saberes e ações que envolvem disciplinas distintas, sendo, portanto, obje- to de investigação histórica. Sobre o cará- ter interdisciplinar da História, pode-se afir- mar que: a) Não é correto falar sobre um modelo interdisciplinar pleno na história, uma vez que não são possíveis relações com as ciências exatas. b) O modelo disciplinar é mais eficiente que o modelo interdisciplinar no que diz respeito à capacidade de repassar conteúdos aos alunos. c) No modelo disciplinar, a produção do conhecimento é individual, enquanto no modelo interdisciplinar devem ser fomentadas as trocas de saberes, as relações interpessoais, as parcerias metodológicas. d) A interdisciplinaridade é uma característica das ciências humanas e sociais. e) Não é possível falar em verdade histórica, uma vez que a história não consegue assimilar adequadamente os conceitos produzidos pelas demais ciências. Questão 4: A adoção dos temas transversais precisa levar em consideração o aluno e seu uni- verso. O aluno precisa ser partícipe do pro- cesso, a fim de que compreenda o mundo, as questões da atualidade, suas origens, as diversas respostas e explicações para determinado fato, pois desta forma conse- guirá perceber que podem existir diversas explicações para uma mesma realidade e que seu compromisso é ouvi-las e questio- ná-las. Sobre os temas transversais é in- correto afirmar que: a) Entre as propostas apresentadas pelos PCNs que indicam esta preocupação estão os Temas Transversais, que devem ser abordados por todas as disciplinas escolares. b) Os temas transversais contemplados nos Parâmetros Curriculares Nacionais são: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo. c) Os temas transversais proporcionam um espaço privilegiado para os alunos expressarem suas dúvidas e opiniões, o que é fundamental para que aprimorem a capacidade de aprender a aprender. d) Um dos objetivos da disciplina de História é a promoção da cidadania; portanto, em muitos pontos, os objetivos dos temas transversais fundem-se aos objetivos da História. AGORAÉASUAVEZ 18 e) Os temas transversais são especialmente úteis para serem trabalhados em disciplinas que envolvem a análise e a reflexão a partir de textos. Questão 5: A interdisciplinaridade busca, fundamen- talmente, a relação entre as disciplinas no momento de enfrentar temas de estudo. Em relação a este tema, marque V para Verdadeiro e F para Falso: ( ) A interdisciplinaridade consiste na bus- ca de relações que objetivam compreender o mundo no qual se vive a partir de uma dimensão de complexidade. ( ) A interdisciplinaridade prevê que as dis- ciplinas sejam tratadas em suas especifici- dades. ( ) Entre todas as disciplinas, a História é a que possui maior abertura para a interdis- ciplinaridade. ( ) A interdisciplinaridade exige a mobiliza- ção de esforços para envolver conteúdos. a) V – F – V – V. b) V – V – F – F. c) V – V – V – F. d) F – V – F – V. e) V – F – F – V. Questão 6: O ensino de conceitos e conteúdos históri- cos nos anos iniciais precisa levar em con- sideração tanto a capacidade cognitiva dos alunos quanto suas sensibilidades e interes- ses. A adoção de materiais didáticos para as séries iniciais do Ensino Fundamental deve proporcionar o desenvolvimento de competências e saberes interdisciplinares. Apresente alguns exemplos de competên- cias que podem ser desenvolvidas a partir da História para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Questão 7: De acordo com Selva Guimarães Fonse- ca (2010, p. 9-10), a docência da História deve estar permeada por duas questões: o que ensinar e como ensinar. Algumas es- tratégiasmetodológicas podem ser explo- radas. Apresente e comente duas dessas propostas. Questão 8: Uma das preocupações do ensino da His- tória está relacionada à construção de con- ceitos, tais como o de sociedade, tempo histórico, relações sociais, entre outros. A partir do tema transversal Orientação Se- xual, apresente alguns conceitos que po- dem ser trabalhados em sala de aula. AGORAÉASUAVEZ 19 Questão 9: O documento que orienta e estabelece os parâmetros e referenciais didáticos e peda- gógicos que precisam ser trabalhados com as crianças na escola é o Referencial Cur- ricular Nacional para a Educação Infantil. O objetivo do documento é apontar metas de qualidade para que as crianças tenham um desenvolvimento saudável e integral de suas identidades. Embora o RCNEI não contemple a disciplina de História, que in- tegra os currículos escolares a partir do 3o e 4o ciclo do Ensino Fundamental, explique em que sentido o RCNEI se alinha aos ob- jetivos da disciplina de História. Questão 10: Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) organizam os eixos temáti- cos de acordo com os quatro ciclos do En- sino Fundamental. 1o Ciclo – História local e do cotidiano 2o Ciclo – História das organizações popu- lacionais 3o Ciclo – História das relações sociais, da cultura e do trabalho 4o Ciclo – História das representações e das relações de poder Apresente temas que podem ser trabalha- dos em cada um dos ciclos mencionados. AGORAÉASUAVEZ Neste tema, você teve contato com os objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil em relação aos temas transversais e à interdisciplinaridade. Você pôde perceber que a História é uma disciplina que dialoga com as demais ciências, sejam elas humanas, sociais ou exatas. Pôde ainda verificar algumas estratégias e propostas metodológicas relacionadas ao ensino da História para o Ensino Fundamental. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO 20 ANTUNES, Celso. A sala de aula de Geografia e História: inteligências múltiplas, aprendi- zagem significativa e competência no dia-a-dia. 6. ed. Campinas: Papirus, 2001. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: His- tória. 5ª a 8ª séries. Brasília: MEC/SEF, 1998. _______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 1997. _______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1. BOZZETTO, Ingride Mundstock. Reflexões sobre educação, aprendizagem e ensino. Pro- grama de incentivo à produção docente. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005. (Cadernos Unijuí). CAIMI, Flávia Heloisa. Por que os alunos (não) aprendem História? Reflexões sobre ensi- no, aprendizagem e formação de professores de História. Tempo, Niterói, v. 11, n. 21, jun. 2006. CASTELLAR, Sonia et al. Ensino de Geografia e História. São Paulo: Cengage, 2012. FONSECA, Selva G. A história na educação básica: conteúdos, abordagens e Metodolo- gias. In: SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais, 1., Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, nov. 2010. _______. (Org.) Ensino fundamental: conteúdos, metodologias e práticas. Campinas: Áto- mo & Alínea, 2009. _______. Didática e Prática de ensino de História. Campinas: Papirus, 1993. MATTOS, Ilmar Rohloff. “Mas não somente assim!” Leitores, autores, aulas como texto e o ensino-aprendizagem de História. Tempo, Niterói, v. 11, n. 21, jun. 2006. REFERÊNCIAS 21 REFERÊNCIAS PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas so- ciológicas. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1997. PINSKY, Jaime (Org.) O ensino de História e a criação do fato. 7. ed. São Paulo: Contex- to, 1997. ROCHA, Antonio Penalves. F. Braudel: tempo histórico e civilização material. Um ensaio bibliográfico. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 3, jan./dez. 1995. VASCONCELOS, José Antônio. Fundamentos Epistemológicos da História. Curitiba: Ibpex, 2009. (Col. Metodologia do Ensino de História e Geografia, v. 5). Alteridade: é um conceito muito utilizado na antropologia, que parte do pressuposto básico de que todo homem social interage e interdepende do outro. Assim, a existência do “eu- individual” só é permitida mediante contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro – a própria sociedade diferente do indivíduo). A alteridade representa uma relação de sociabilidade e diferença entre o indivíduo em conjunto e unidade, em que os dois sentidos interdependem na lógica de que para individualizar é necessário um coletivo. Desta forma, eu apenas existo a partir do outro, da visão do outro, o que me permite também compreender o mundo a partir de um olhar diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim mesmo, sensibilizado que estou pela experiência do contato. Artefato: é qualquer objeto feito ou modificado por ação humana em uma cultura arqueológica que dê evidência da atividade e da vida do homem. Contemporâneo: que é do tempo atual. Estética: é um ramo da filosofia que tem por objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de arte e da técnica artística; a ideia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas GLOSSÁRIO 22 nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio ou até mesmo ridículo. Ética: é a parte da filosofia dedicada aos estudos dos valores morais e princípios ideais do comportamento humano. Etnocêntrico: é um conceito antropológico que ocorre quando determinado indivíduo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando- se melhor, seja por sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias ou, até mesmo, por uma diferente forma de se vestir. Interdisciplinar: a prática interdisciplinar é um esforço de superar a fragmentação do conhecimento, de relacioná-lo à realidade e aos problemas da vida moderna. Muitos esforços têm sido feitos neste sentido na educação. Na ciência, por sua vez, os esforços estão na busca de respostas, impossíveis com os conhecimentos fragmentados de uma única área especializada. Patrimonial: refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural. O patrimônio histórico é um bem que possui valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico. Patrimônio Imaterial: é uma concepção de patrimônio cultural e abrange as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito à sua ancestralidade para as gerações futuras. São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições. Transversais: que transpassam várias áreas do conhecimento. Que seguem em direção transversa ou oblíqua. GLOSSÁRIO 23 Questão 1 Resposta: Esta visão equivocada da história é fruto da compreensão de que a história não tem utilidade prática no presente ou que o presente não se preocupa com a história. Deve-se reconhecer que as motivações do presente são fundamentais para que se estude o passado. São as perguntas feitas hoje, as preocupações atuais, que desencadeiam a investigação histórica. O presente, tal qual o passado, também é fruto da História. As ações dos homens hoje serão história passada, no amanhã. É necessário buscar compreender a história a partir de questões significativas, atuais, que estejam direta ou indiretamente relacionadas com as experiências de vida dos alunos, bemcomo apreender as experiências passadas como tempo presente para os sujeitos que a vivenciaram significa assumir a importância do tempo presente na compreensão e na explicação histórica. Neste sentido, visto a partir sempre de um presente histórico, o passado tende a ser visto não como “algo que realmente aconteceu”, como um fato dado, acabado e definitivo, que carrega em si seu próprio sentido, mas como um “campo de experiência” (KOSELLECK, 1990), em que os diferentes sujeitos históricos buscam sentidos possíveis e verossímeis, dão significado a seu próprio presente em função de seus interesses e projetos de sociedade. Questão 2 Resposta: Alternativa A. Questão 3 Resposta: Alternativa C. Questão 4 Resposta: Alternativa E. É incorreta porque os temas transversais não são exclusivos de uma área do conhecimento e podem ser trabalhados de diversas formas, a partir de gêneros literários, trabalhos manuais, expressões corporais, artísticas, musicais, entre outros. GABARITO 24 Questão 5 Resposta: Alternativa E. Questão 6 Resposta: O ensino de História nos anos iniciais visa promover a consciência histórica, ao mesmo tempo em que desenvolve as capacidades e competências de leitura, vocabulário, compreensão de gêneros textuais, produção de textos, capacidade de relacionar, desenvolver hipóteses, criar imagens. Tais capacidades estão presentes em outras disciplinas e áreas do conhecimento. Questão 7 Resposta: Selva Guimarães Fonseca (2010, p. 9-10) apresenta as seguintes possibilidades metodológicas de ensino: - O alargamento do campo da história ensinada. O universo de temas, problemas de estudo e fontes utilizadas para o ensino da História foi muito ampliado nos últimos anos. - A pluralidade de leituras acessíveis a crianças e jovens. A história produzida na academia, outrora restrita a pesquisadores, tem sido cada vez mais debatida, ensinada e acessível a todos os níveis escolares, presente em textos didáticos e paradidáticos, periódicos, meios eletrônicos, filmes e outros materiais de ampla divulgação. - As práticas interdisciplinares. O trabalho pedagógico por meio de projetos de ensino que articulem temas históricos aos demais componentes curriculares tem sido um importante aliado na disseminação do saber e da compreensão do mundo em sua complexidade. - A produção de saberes históricos na sala de aula por meio de projetos. Os projetos voltados para o ensino da história são muito importantes para a construção do conhecimento a partir da pesquisa. - O trabalho pedagógico de construção de conceitos nas aulas de História. A construção conceitual está transpassada pelas representações do sujeito que analisa, interpreta e produz conhecimento histórico. - A educação patrimonial. A cultura material e imaterial deve ser privilegiada no ensino da história; por este motivo, o trabalho pedagógico que explora artefatos e lugares da memória GABARITO 25 GABARITO como museus, arquivos, monumentos, objetos, sítios arqueológicos, folclore, cantigas, crenças, hábitos e costumes, alimentos, modos de falar, vestir e se comportar, entre outros. - A incorporação e diversificação de diferentes fontes, linguagens e artefatos da cultura contemporânea no processo de ensino e aprendizagem. O ensino da História congrega muitos saberes e conceitos que a criança possui, oriundos do seu processo de socialização. Estes conceitos podem ser (des)construídos no cotidiano escolar, a partir da análise e diálogo com as fontes de estudos. Questão 8 Resposta: O tema transversal Orientação Sexual deve ser trabalhado na escola a partir de um processo de intervenção pedagógica que tenha como objetivo transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados. Neste tema transversal podem ser discutidos os conceitos de gênero, equidade, respeito, cidadania, preconceito, entre tantos outros. Questão 9 Resposta: O RCNEI possui objetivos muito próximos dos estabelecidos pela disciplina de História, uma vez que procura privilegiar a interdisciplinaridade na construção dos sujeitos, valorizando a exposição do aluno a diferentes contextos culturais e realidades. Estes elementos contribuem para que o aluno compreenda as relações de alteridade presentes nos meios sociais, se reconheça como integrante de uma sociedade composta por sujeitos distintos e compreenda melhor o mundo em que vive. O desenvolvimento da consciência histórica resulta na aceitação dos outros e de suas diferenças e particularidades. Estas sensibilidades desenvolvidas na infância contribuem para o desenvolvimento de conceitos que serão trabalhados pela História. Questão 10 Resposta: Devem-se relacionar os ciclos a temas que sejam correspondentes. Por exemplo: 1o Ciclo – História local e do cotidiano: podem ser trabalhados temas relacionados a memórias familiares, história da cidade, do bairro, de uma empresa, da escola, história de grupos de pessoas ou comunidades, tais como as indígenas. Ainda podem ser explorados temas do cotidiano. 26 2o Ciclo – História das organizações populacionais: podem ser trabalhados temas relacionados a migração, imigração, ocupação territorial, ocupação dos centros urbanos e rurais, entre outros. 3o Ciclo – História das relações sociais, da cultura e do trabalho: podem ser trabalhados temas como classes sociais, mercado de trabalho, produção, industrialização, entre outros. 4o Ciclo – História das representações e das relações de poder: podem ser trabalhados temas relacionados a violência doméstica, nações, povos, guerras e revoluções, gênero, machismo, autoritarismo, entre outros. GABARITO
Compartilhar